Em lista de 33
nações elaborada pela Austin Rating, desempenho da economia brasileira é o pior
entre os países latino-americanos.
A queda do Produto Interno Bruto (PIB) no
primeiro trimestre do ano, de 1,6% em relação a igual período de 2014, colocou
o Brasil bem próximo do fim da fila entre as principais economias mundiais.
Numa lista que compara o desempenho de 33 países que já divulgaram os dados da primeira
parcial do PIB de 2015, compilada pela Austing Rating, o Brasil aparece na 31ª
posição, à frente apenas da Rússia, que é alvo de um duro embargo imposto pelo
Ocidente, e da Ucrânia, cuja economia vem sendo corroída pela guerra civil. A
economia russa retraiu-se 1,9% entre janeiro e março, enquanto a ucraniana
encolheu 17,6%. Pela lista da Austin, o Brasil aparece atrás até da Grécia, que
apesar da profunda crise fiscal e da eminência de se tornar insolvente, cresceu
0,1% no primeiro trimestre. — Além do embargo, a Rússia ainda sofre com a queda
dos preços do petróleo e com conflitos políticos internos. E assim mesmo
apresentou desempenho semelhante ao do Brasil. Isso só reforça a condição
crítica pela qual passa a economia brasileira. Onde está a crise externa tão
utilizada pelo governo brasileiro para justificar o pífio crescimento, que
agora se tornou decréscimo? — questiona Alex Agostini, economista-chefe da
Austin Rating. Mesmo com os ajustes em sua economia, a China teve expansão de 7%
no trimestre passado e continua no topo do ranking das economias que mais
crescem, seguida de Malásia (5,6%), Filipinas (5,2%), Indonésia (4,7%) e Taiwan
(3,4%). Os Estados Unidos, cuja economia avançou 2,7% em relação ao primeiro
trimestre de 2014, são o oitavo colocado, logo à frente da Espanha que, em
recuperação, cresceu 2,6%. Entre as grandes economias europeias, o Reino Unido,
cujo PIB cresceu 2,4% no primeiro trimestre, ocupa a 16ª colocação; a Alemanha,
que teve expansão de 1%, aparece na 25ª, pouco à frente da França, a 27ª, com
alta de 0,7%. Entre os latino-americanos, o México teve nos primeiros três
meses do ano a melhor performance, com crescimento de 2,5% sobre o mesmo
período de 2014, o que lhe coloca na 11ª posição do ranking. Em seguida, na
12ª, aparece o Chile, que cresceu 2,4%. O Peru, com expansão de 1,7%, ficou em
20º. Para Agostini, o desempenho brasileiro apenas confirma os equívocos dos
últimos anos. — É evidente que esse desempenho sofrível reforça a tese de que
houve profundos problemas na gestão da política econômica brasileira, que
combinava um expansionismo fiscal irresponsável com uma política monetária
leniente com a inflação alta — afirma. Em sua avaliação, para que o país retome
o crescimento o quanto antes, junto com os ajustes internos, é fundamental uma
reorientação da política de comércio exterior através de acordo multilaterais.
Isso porque os dois principais parceiros do país, a China (grande compradora de
produtos básicos) e a Argentina (de manufaturados), passam por ajustes em suas
economias e não devem manter o nível de contribuição ao fluxo comercial. — É
emergencial uma nova reorientação da política de comércio exterior, e não
apenas viver sob a expectativa de desvalorização do real para estimular as
exportações — diz. No plano interno, Agostini vê como estratégico um maior foco
do governo à desoneração da produção nacional com estímulos aos investimentos.
Fonte:
O Globo
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