A perda do grau de investimento pelo Brasil
torna todas as empresas brasileiras mais vulneráveis e mais frágeis, não apenas
do ponto de vista financeiro, mas porque o valor de mercado das companhias "caiu
dramaticamente", afirma o diretorpresidente da BM&FBovespa (BVMF3),
Edemir Pinto. "Isso significa que vamos entregar as companhias brasileiras
de bandeja para quem está de fora. O preço das empresas está na bacia das
almas", afirma o executivo. Edemir afirma ainda que, além disso, a perda
pelo Brasil do investment grade pela empresa de classificação de risco Standard
& Poor's (S&P) significa que se perdeu a possibilidade do País atrair investidores
de longo prazo, como os grandes fundos de pensão globais, que precisam desse
selo para entrar no país. "Nesse sentido a possibilidade, inclusive, de
IPOs(oferta inicial de ações) fica mais distante para as empresas
brasileiras", disse o executivo.
Gravidade
Para Edemir, o governo brasileiro não se deu
conta da gravidade da perda do grau de investimento para as companhias
brasileiras, assim como para os investimentos e, como consequência, para as
perspectivas de recuperação da economia. "A perda do grau de investimento
significa que todas as empresas brasileiras terão um custo de captação de
recursos muito maior", disse. O executivo destacou que o custo maior de
captação significa um ônus, já que torna o investimento e capital de giro mais
caros, o que acaba tornando a produção brasileira menos rentável. "Ficou
mais caro produzir e mais caro gerar empregos e isso vai bater direto na renda
das pessoas e vai tornar ainda mais difícil a recuperação da economia",
afirmou. Segundo Edemir, a discussão em torno do assunto está
"correndo" como se fosse um problema do orçamento, uma questão
política. "É muito mais grave do que isso", disse. "Sem grau de
investimento teremos menos crescimento e menos emprego", conclui.
Fonte:
Infomoney
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