Economistas de instituições financeiras e de empresas de
consultoria sondados pelo Banco Central reforçam a previsão de que na reunião
deste mês, a última do ano, Copom elevará a taxa básica de juros da economia
(Selic) para 10% ao ano.
O
mercado financeiro sacramentou a expectativa de que a festejada taxa de juros
anual de apenas um dígito se despedirá dos brasileiros este mês, retornando à
casa dos dois dígitos. Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) para
a pesquisa Focus, divulgada ontem, reforçaram a previsão de que, em sua última reunião
do ano, nos dias 26 e 27 deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC
elevará a taxa básica de juros da economia (Selic) para 10% ao ano. Em janeiro
haveria nova alta, para 10,25%. A Selic está hoje em 9,5% ao ano, após cinco
aumentos sucessivos, destinados a combater a inflação crescente, alimentada, entre
outros fatores, pelo encarecimento do dólar. O atual ciclo de aperto monetário ainda
está longe de ser revertido. Os analistas ainda esperam mais aumentos no começo
de 2014, com a taxa Selic chegando a 11% ao ano até abril – até a semana
passada a previsão era de 10,75%. No mercado financeiro as taxas subiram nas
últimas semanas e já estão acima de 12% ao ano. Em abril, a Selic se situava em
7,25%, o menor nível da história do País. A projeção para Selic média em 2013
segue em 8,38% ao ano, contra 8,34% há quatro semanas. Para 2014, a taxa média também
segue em 10,25% ao ano. Há quatro semanas estava em 9,75% ao ano. Nas
estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o
chamado Top 5, a previsão para a Selic no fim de 2013 no cenário de médio prazo
segue em 10% ao ano há dez semanas. Para 2014, subiu de 10,75% para 11% ao ano.
Há quatro semanas estava em 10,5% ao ano. Inflação A projeção de inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2013
segue em 5,85%, de acordo com a pesquisa do BC. Há quatro semanas, a estimativa
estava em 5,81%. Para 2014, a previsão de 5,92% para 5,93%. Há quatro semanas,
estava em 5,95%. A expectativa de inflação para os próximos 12 meses caiu de
6,21% para 6,18%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas,
estava em 6,24%. Nas estimativas do chamado grupo Top 5, a previsão para o IPCA
em 2013 no cenário de médio prazo caiu de 5,88% para 5,86%. Para 2014, subiu de
5,6% para 5,61%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,78% para 2013 e 5,76%
para 2014. Entre os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o
IPCA em novembro de 2013 segue em 0,67%. Há quatro semanas, estava em 0,65%.
Para dezembro de 2013, a projeção continua em 0,7%, contra 0,69% há quatro
semanas. Crescimento Os economistas mantiveram a previsão de crescimento da
economia para 2013 em 2,5%. Para 2014, a estimativa de expansão caiu de 2,13%
para 2,11%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,48% e
2,20%. A projeção para o crescimento do setor industrial em 2013 passou de
1,77% para 1,72%. Para 2014, economistas preveem avanço industrial de 2,42%,
ante 2,5% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de
expansão de 2,48% para 2013 e de 2,2% em 2014 para o setor. Os analistas
elevaram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida
do setor público e o PIB em 2013 de 34,5% para 34,55%. Para 2014, caiu de 34,5%
para 34,4%, ante 34,25% há quatro semanas IGPs A projeção para o Índice Geral
de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2013 caiu de 5,79% para 5,61%,
enquanto para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que corrige a maioria
dos contratos de aluguel, passou de 5,79% para 5,63%. Quatro semanas atrás, o
mercado previa altas de 5,75% para o IGP-DI e de 5,73% para o IGP-M. Para 2014,
a projeção para o IGP-DI segue em 6%. Para o IGP-M, caiu de 5,98% para 5,94%.
Há quatro semanas as estimativas estavam em 5,96% para os dois indicadores. Economistas
mantiveram ainda a estimativa para o aumento do conjunto dos preços administrados
– as tarifas públicas – para 2013 em 1,6%. Para 2014, a projeção caiu de 3,75%
para 3,7%. Há quatro semanas, as projeções eram de, respectivamente, 1,8% e 4%.
Câmbio A mediana das projeções para a taxa de câmbio no final de 2013 segue em
R$ 2,25 há três semanas na pesquisa Focus. Há quatro semanas, a projeção era de
R$ 2,29. Para o fim de 2014, a mediana segue em R$ 2,40 há dez semanas. Na mesma
pesquisa, o mercado financeiro manteve a previsão para a taxa média de câmbio em
2013 em R$ 2,16. Para 2014, a projeção subiu de R$ 2,32 para R$ 2,33. Há um mês,
a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 2,17 neste
ano e R$ 2,36 no próximo. Para o fim de novembro, a estimativa passou de R$
2,22 para R$ 2,23. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5
médio prazo para o fechamento de 2013 caiu de R$ 2,27 para R$ 2,22. Para 2014,
segue em R$ 2,40. IED A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o
ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor
produtivo, foi mantida em US$ 60 bilhões para 2013 (está no mesmo valor há 48
semanas). Para 2014, também foi mantida em US$ 60 bilhões, valor que se repete há
65 semanas. Os analistas mantiveram a previsão de déficit em transações correntes
em 2013. A mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente este
ano está em US$ 79 bilhões há seis semanas. Para 2014, a previsão de déficit
nas contas externas caiu de US$ 72,7 bilhões para US$ 70,8 bilhões, contra US$
77 bilhões há quatro semanas. Os economistas, no entanto, reduziram a
estimativa de superávit comercial para o ano de US$ 1,9 bilhão a US$ 1,55
bilhão. Quatro semanas antes, estava em US$ 1,99 bilhão. Para 2014, a projeção subiu
de US$ 9,25 bilhões para US$ 10 bilhões. Há quatro semanas, essa estimativa estava
em US$ 9,25 bilhões. (Com Agência Estado ).
Fonte: JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário