A
Copa do Mundo terá um efeito apenas “passageiro” para a economia brasileira, de
acordo com relatório divulgado ontem pela agência de classificação de riscos
Moody’s, assinado pelos analistas Barbara Mattos, Gersan Zurita e Marianna
Waltz. “O torneio vai chamar a atenção do mundo. Mas um investimento estimado
em US$ 11,1 bilhões é pequeno em comparação com o tamanho de US$ 2,2 trilhões
da economia do Brasil”, afirmam os analistas, lembrando que o evento dura só 32
dias. Além disso, os analistas alertam que a oportunidade de o País ganhar
visibilidade internacional corre o risco de ser maculada por uma possível onda de
manifestações nas ruas e projetos de infraestrutura que não tenham ficado
prontos a tempo da Copa. Pelo lado positivo, o relatório da Moody’s estima que
3,6 milhões de turistas virão ao País, o que contribuirá para aumentar a receita
de empresas de alguns setores, como alimentos, bebidas, hotelaria e locação de
veículos. Outro ponto favorável será o ganho com a exposição global na mídia
por meio de peças publicitárias, beneficiando, principalmente, grandes
corporações como Coca-Cola, Oi e Anheuser-Busch InBev. A maior demanda por
publicidade na mídia ainda vai turbinar a receita de emissoras de rádio e
televisão.
Problemas
Pelo
lado negativo, os analistas lembram que problemas locais como trânsito pesado,
possíveis protestos da população e dispensas de trabalhadores em dias de jogos
importantes nas cidades sedes e/ou na TV vão pesar sobre os negócios de outros setores.
Nesse caso, a atividade industrial deverá ser prejudicada, afirmam os
analistas, citando os setores de mineração, siderurgia e papel e celulose. As
prováveis mudanças nas rotinas da população e da mobilidade nas cidades também podem
desestimular consumidores a visitarem shopping centers, o que afetará as
operadoras dos empreendimentos e algumas varejistas, estimam os analistas. Já
em outros setores, a Copa do Mundo causará efeitos diversos. Para a aviação,
por exemplo, é esperado um aumento no volume de passageiros transportados, mas
limitações nos preços de passagens pressionarão a rentabilidade das companhias aéreas.
Nesse setor, a Gol contará com a vantagem de ter se tornado a patrocinadora
oficial da seleção brasileira de futebol, no lugar da TAM, e se beneficiará da exposição
da marca. Em relação aos gastos para melhorar a infraestrutura local, os
analistas da Moody’s observam que os projetos da Copa correspondem a apenas uma
fatia do total de investimentos em andamento no Brasil. O relatório calcula que
os aportes para melhoria de estádios, aeroportos, portos e mobilidade urbana
equivalem a apenas 0,7% do que será investido no País entre os anos de 2010 e
2014.
Fonte:
JC
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