O governo espera iniciar, em cerca de 30
dias, um programa piloto de eliminação da burocracia. Começando pelo Distrito
Federal, as empresas vão precisar de um único número – o do Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ) – para estar inscritas no Fisco federal, estadual, municipal,
na Vigilância Sanitária, no Corpo de Bombeiros e nos órgãos ambientais. Assim, o
tempo gasto para abertura de uma empresa vai cair de mais de cem dias para
apenas cinco. Foi o que disse o ministro da Microempresa, Guilherme Afif
Domingos. A ideia é estender a simplificação a outros estados. Para tanto, o
governo conta com a aprovação, pelo Senado, da criação do regime único das empresas.
A matéria, diz Afif, já passou pela Câmara dos Deputados. E a previsão é que
seja aprovada pelos senadores no próximo dia 15, durante o esforço concentrado
que a casa fará antes das férias e do início do período eleitoral. Com a lei,
os estados e municípios terão de compartilhar informações de cadastro e
permitir a unificação. Essa é uma iniciativa que deverá integrar o programa Brasil
sem Burocracia, anunciado pela presidente Dilma Rousseff no último dia 21,
durante o lançamento oficial de sua candidatura. As linhas básicas haviam sido
apresentadas a um grupo de líderes setoriais da indústria, num encontro realizado
três dias antes no Palácio do Planalto. Além de criar um cadastro único, o
programa vai unificar balcões. “Vai acabar a via sacra”, prometeu Afif. Na era
da digitalização, disse ele, quem tem de passar de guichê em guichê é a
informação, não o empresário. Ele dará entrada no pedido de abertura da empresa
uma única vez e os órgãos envolvidos transmitirão a informação uns aos outros. Mais
adiante, diz o ministro, a abertura e fechamento de empresas poderão ser feitos
de casa, por intermédio de um portal. “Fecha na hora”, garantiu o ministro. Ele
reconhece que hoje a dificuldade de encerrar um negócio é tão grande que há, na
base de dados do governo, um elevado número de inscrições no CNPJ que estão, na
prática, inativos. “Não sabemos quantos.” A demora na abertura e fechamento das
empresas é, segundo reconheceu Afif, um símbolo dos níveis a que a burocracia chegou
no País. É, também, um dos principais indicadores na elaboração do ranking
Doing Business, elaborado pelo Banco Mundial, com dados de 189 países. No
relatório deste ano, o Brasil ocupa a 116ª posição, ou seja, está no pelotão
dos piores países do mundo para fazer negócios. Ainda assim, foi uma melhora.
No ano passado, o País estava em 118º lugar. Para comparar, o Chile ocupa a 34ª
colocação, a Colômbia a 43ª e a China, a 96ª.
Fonte:
JC
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