Autoridade monetária
reafirma que avanços ainda não são suficientes. Acrescenta que política de
definição de juros deve se manter vigilante.
O Banco Central avaliou nesta quinta-feira
(11), por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), quando os juros avançaram para 13,75% ao ano, o maior patamar em quase
nove anos, que o aumento de preços administrados, como tarifas públicas, e
preços internacionais, como a alta do dólar, fazem com que a inflação se eleve
no curto prazo e tende a permanecer elevada em 2015. Acrescentou que é preciso
"determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais
longos". Esse trecho não estava nos documentos anteriores do Copom. O
mercado financeiro acreditava, na semana passada, que a autoridade monetária
diminuiria o ritmo de alta da taxa básica de juros na reunião do Copom marcada
para o fim de julho, elevando a taxa Selic em um ritmo menor: 0,25 ponto
percentual, para 14% ao ano - patamar no qual fecharia 2015. Nesta quarta-feira
(10), porém, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou
que a inflação oficial do país, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), ganhou força e somou 0,74% em maio. É a maior taxa para o mês
desde 2008, quando ficou em 0,79%. Nos últimos 12 meses, o índice atingiu 8,47%
- maior taxa para 12 meses desde dezembro de 2003. Um índice mais alto de
inflação coloca pressão sobre o Banco Central e pode fazer com que o mercado
financeiro passe a projetar uma alta maior dos juros em julho.
Avanços
ainda não são suficientes e política monetária vigilante
Além do novo recado, de que é preciso
"determinação e perseverança" para impedir que a inflação alta deste
ano se propague para o futuro, o Copom manteve a avaliação, divulgada anteriormente,
de que os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais
benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo –
"ainda não se mostram suficientes". "Nesse contexto, o Copom
reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante", repetiu a
autoridade monetária. A instituição também manteve a visão de que a política
monetária (definição dos juros para tentar conter as pressões inflacionárias)
"pode e deve conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes, para
circunscrevê-los a 2015". E, novamente, avaliou que os desenvolvimentos no
"âmbito parafiscal" (superávit das contas públicas) e no mercado de
ativos (preço do dólar, por exemplo) e, neste ano, a dinâmica de recomposição
de preços administrados (tarifas públicas) são "fatores importantes do
contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com
vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida
pelo CMN, ao final de 2016".
Crescimento
da economia
O Copom reiterou ainda que o ritmo de
expansão da atividade doméstica neste ano será "inferior ao
potencial". A previsão do mercado financeiro é de uma retração de 1,3% no
Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 - o que, se confirmado, será a maior
contração em 25 anos, e uma alta de 1% em 2016. "Em particular, o
investimento tem-se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência de
eventos não econômicos, e o consumo privado mostra sinais de moderação.
Entretanto, para o Comitê, depois de um período necessário de ajustes, o ritmo
de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e
famílias se fortaleça", avaliou o Banco Central. Para a autoridade
monetária, o consumo tende a crescer em ritmo moderado e os investimentos
tendem a ganhar impulso. "Essas mudanças, somadas a outras ora em curso,
antecipam uma composição do crescimento da demanda agregada no médio prazo mais
favorável ao crescimento potencial", acrescentou.
Fonte:
G1
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