Previsão: IPC de 8,86% em 2015.

Preços administrados, que já acumulam alta de 3,56 pontos percentuais no ano, levam a Fipe a aumentar estimativa anterior de 6% para o ano. André Chagas calcula que o custo de vida em julho é de 0,6%, maior que a do mês anterior, de 0,47%.

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), alterou significativamente sua projeção para a inflação deste ano na capital paulista. A estimativa para o IPC fechado de 2015 passou da alta de 6% para 8,86%. “Inicialmente, acreditávamos que a alta dos preços administrados ficaria concentrada até maio, mas não é que o estamos vendo. Além disso, o mercado de trabalho - apesar de o desemprego estar subindo - está, de certa forma, resiliente”, justificou.
Desemprego e renda
Mesmo considerando que o nível do desemprego está elevado e a renda diminuindo, ponderou que isso ainda parece insuficiente para desacelerar a inflação de maneira expressiva. “Até agora, no acumulado do ano, são 3,56 pontos percentuais de inflação só por conta dos administrados”, informou. A revisão da expectativa do IPC do final de 2015 também leva em conta os recentes aumentos nos preços de pedágios, gás, energia, elevação da alíquota de PIS/Cofins do setor energético, água e esgoto. “Temos de considerar ainda os reajustes que ainda não vieram, como os de alguns pedágios de estradas federais, e da gasolina, como já começou a cogitar o governo”, afirmou.
Pedágios e energia
Por causa dos reajustes na faixa de 4% dos pedágios estaduais e de cerca de 17% da Eletropaulo nos últimos dias, além dos aumentos anunciados anteriormente nas tarifas da Sabesp e ainda nos preços de gás canalizado, Chagas estima que a inflação na capital paulista fechará julho em 0,6%. A taxa é maior que a registrada em junho deste ano, de 0,47%, e também maior que a de 0,16% apurada em julho de 2014. “Se não fosse a pressão dos administrados, a previsão do IPC de julho seria de 0,41%, e não de 0,6%. São preços que terão impactos no IPC de julho e agosto”, observou. Além da pressão de alta dos administrados, o economista acredita que o grupo Alimentação tende a continuar influenciando o IPC para cima nos próximos meses, contrariando a sazonalidade favorável para o período.







Fonte: JC

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