Rentabilidade de
títulos públicos brasileiros também dão salto com maior incerteza dos
investidores.
A percepção de risco dos investidores com
relação ao Brasil disparou nesta quinta-feira, depois de a agência de
classificação Standard & Poor’s (S&P) ter cortado a nota de crédito do
Brasil, fazendo-o perder seu grau de investimento — espécie de selo de bom
pagador. A busca por contratos de seguro contra um calote do país deu um salto,
assim como ocorreu com os juros dos títulos públicos brasileiros negociados no
mercado secundário. O CDS (Credit Default Swap, na sigla em inglês, espécie de
seguro contra calote), chegou a disparar 14,5% nesta quinta-feira. O contrato
com prazo de cinco anos, em dólar, fechara ontem em 374 pontos centesimais e,
hoje, atingiu os 428 pontos nos primeiros minutos de negociação. Agora, sobe
7,5%, a 402 pontos. O CDS de cinco anos da da Rússia — que tem a mesma nota de
crédito do Brasil na escala da S&P (BB+) e ainda é alvo de um embargo
econômico — está em de 375 pontos. Outros países considerados BB+ também
apresentam CDS inferior ao do Brasil. O da Indonésia está em 242 pontos; o da
Hungria é de 170; para a Bulgária, o contrato opera aos 173 pontos. Entre os
títulos de dívidas soberanos, os do Brasil são os que registram maior acréscimo
de prêmio nesta quinta. Quanto maior for o risco associado a um país, maior são
os juros que seus títulos precisam oferecer para atrair investidores. Os
títulos brasileiros com vencimento em dez anos, denominados em dólar, registram
aumento de 14,1 pontos-base no “spread” (diferença) sobre os títulos do Tesouro
americano, ou 347 pontos, com rendimento de 5,62% ao ano. O valor está 52%
acima da média de 228 pontos-base registrada nos últimos 12 meses. O “spread”
dos títulos de dez anos, em dólar, do Chile operam em 88,8 pontos, enquanto os
do México registram patamar de 154, e os do Peru, de 180. Já o papel da
Colômbia oferece “spread” de 216 pontos.
Fonte:
O Globo
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