Levantamento do Banco de Compensações Internacionais mostra que
negócios com o dinheiro brasileiro somam US$ 59 bilhões por dia, apenas 1,1% de
todo o mercado global.
Em
tempos de forte subida do dólar no Brasil, uma pesquisa realizada a cada três
anos mostra que o real realmente ainda não decolou no mercado. Levantamento trienal
do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) mostra que o
dinheiro brasileiro ocupa uma modesta posição de 19ª moeda mais negociada no mundo,
atrás do rand sul-africano, do won coreano e da lira turca, entre outras. Na
média, negócios com o real somam US$ 59 bilhões por dia. Bilionária, a cifra
representa, porém, apenas 1,1% de todo o mercado global, que gira em torno de US$
5,345 trilhões por dia. O real ainda está muito longe da internacionalização.
Mesmo com o esforço dos últimos anos da equipe econômica em tentar aumentar o
poder de conversibilidade da divisa brasileira e com a crescente importância econômica
do Brasil no cenário global, a moeda brasileira ainda é um ativo pouco negociado.
O peso mexicano, por exemplo, é a oitava moeda mais negociada do mundo, com
média diária de US$ 135 bilhões. O yuan chinês está em seguida, em nono, com
US$ 120 bilhões. O rublo russo gira US$ 85 bilhões e está em 12º lugar. Também
a lira turca, com US$ 70 bilhões, e o rand sul-africano, com US$ 60 bilhões,
são mais negociadas que o real, segundo a pesquisa do BIS. O levantamento do
BIS mostra ainda que o real tem uma particularidade em relação às demais
divisas: a negociação da moeda brasileira é fortemente concentrada no mercado
futuro. O fenômeno vai na contramão do mercado global, que se concentra nas operações
de swap (entre moedas ou taxas de juros) e nos negócios à vista. Com o real
brasileiro, o mercado futuro domina as transações com 56,9% do giro diário. Ou
seja, o segmento tem média de US$ 34 bilhões negociados por dia. Bem atrás
estão os segmentos à vista (spot), com 19,3% dos negócios, e o mercado de
opções, com 18,1% do giro. Na lanterna, está o mercado de contratos de swap de
moedas ou juros, que tem 5,7% do mercado. Esse é um padrão diferente do visto
fora do Brasil. Segundo o BIS, o mercado internacional é liderado pelo segmento
de troca de taxas de câmbio ou juros, os chamados contratos de swap. Sozinho,
esse mercado negocia US$ 2,282 trilhões diários – ou 42,7% do giro mundial. Em
seguida, está o mercado à vista, com 38,3%. Líder no Brasil com mais de 55% do
giro, o segmento futuro com taxas e prazos predeterminados – os chamados
“outright forwards” – têm apenas 12,7% do mercado global. O BIS mostra ainda que
os negócios com opções têm 6,3% do giro mundial. A pesquisa mostrou que o mercado
do real é fortemente dependente do dólar norte americano. Dos negócios diários,
80,9%, ou US$ 48 bilhões, são feitos com a troca do real brasileiro com a moeda
dos Estados Unidos e vice-versa. Em seguida, está o iene japonês, responsável
por média diária de US$ 3 bilhões – ou 4,6% do mercado da moeda brasileira. O
restante dos negócios são registrados com o euro e outras divisas.
Fonte: JC
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