Na América do Sul, país fica atrás do Chile e da Argentina. País
decepciona em itens como 'segurança pessoal' e 'respeito a mulheres'.
O
Brasil está classificado no 18º lugar em lista de 50 países que tiveram seu
desempenho social e ambiental avaliado em novo indicador lançado nesta
quarta-feira (4), chamado Índice de Progresso Social, que foi concebido pelo
professor da Harvard Business School, Michael Porter, e pela instituição Social
Progress Imperative. Em primeiro lugar no ranking ficou a Suécia, seguida pelo
Reino Unido e pela Suíça. Na outra ponta, a Etiópia ficou na última colocação
(50ª), antes da Nigéria, na 49ª, e da Uganda, na 48º. O índice é uma pontuação
calculada de 0 e 100. Para ficar na 18ª colocação, o Brasil teve pontuação
52,27. A Suécia, por exemplo, ficou com 64,81 para levar o primeiro lugar e a
Etiópia teve nota 32,13 para ficar em último lugar. A lista completa está
disponível em inglês no site da Social Progress Imperative (veja aqui).
Brasil se destaca entre
Brics
Entre
os Brics, o Brasil é o mais avançado (a China está no 32 º lugar, a Rússia no
33º, a África do Sul no 39º e a Índia no 43º). Já na América do Sul, o Brasil
está em terceiro, depois do Chile, que está em 14º, e da Argentina, que ocupa a
15ª posição. Durante a apresentação nesta quarta-feira em São Paulo Porter fez
questão de salientar que não necessariamente os países com maior Produto
Interno Bruto (PIB) têm os mais altos índices de progresso social. “Há, sim,
uma relação com o PIB, isso importa. Contudo, o que vemos é que essa relação é
imperfeita", afirmou. Ele deu o exemplo da Costa Rica, que está no 12º
lugar, com pontuação, mas tem PIB equivalente ao de países da África que estão
bem abaixo na lista. "A Costa Rica está quase no mesmo patamar que países
ricos. Mas, se você olhar a Costa Rica em relação a países da África, vemos que
simplesmente ter um PIB alto não é suficiente”, disse, querendo dizer que o PIB
da Costa Rica não é tão alto, mas o país está superior na lista. O Brasil, por
exemplo, apesar de ter ficado no 18º lugar na lista, é apontado como a 7º maior
economia do mundo. "O Brasil gasta bastante [em ações para melhorar o progresso social] e está abaixo de países
que gastam menos. Às vezes, isso significa que os gastos podem não estar dando
os melhores resultados que poderiam", disse.
Brasil decepciona em
segurança
Para
a medição, foram analisados dados de 52 fontes, agrupadas em três categorias
principais, que são: necessidades humanas básicas, onde o Brasil ficou na 30ª
posição, fundamentos de bem estar, na qual o país ocupou o 20ª lugar e
oportunidades, cuja posição foi a 16ª. Dentro de cada um desses tópicos, há
subitens. Em oportunidades, um dos quesitos que puxou o Brasil para cima é o
“tolerância e respeito”, onde o país ocupa a segunda posição. Ainda dentro do
mesmo tópico, de oportunidades, no subitem “igualdade de oportunidades para
minorias étnicas”, o Brasil aparece em primeiro lugar. Na outra ponta, o Brasil
foi muito mal em segurança pessoal, que está no tópico necessidades humanas
básicas”. Nesse quesito, ficou em 46ª posição e, no quesito “taxa de
homicídios”, ficou na 47ª. Em relação ao item “mulheres tratadas com respeito”,
que fica dentro do tópico oportunidades, o Brasil também ficou muito mal
ocupando o 43º lugar. De acordo com o especialista, a intenção é que os dados
sirvam de parâmetros para os governos pensarem em suas políticas públicas. O
Brasil, por exemplo, está na 30º posição no item necessidades humanas básicas,
em 33º em acesso ao ensino superior e em 31º em qualidade da saúde. De acordo
com Porter, para a edição inicial da pesquisa foram levados em conta 50 países
que tinham dados compatíveis que pudessem ser cruzados. A intenção é fazer a
edição do ano que vem com 100 países.
Fonte: G1
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