País passa para o 56o lugar na lista de 156 países em relatório do
Fórum Econômico Mundial por gargalos como falta de infraestrutura e
deterioração macroeconômica.
Afalta
de infraestrutura básica, o pessimismo do empresariado e a deterioração macroeconômica
estão entre os fatores que levaram o Brasil a cair, de 2012 para 2013, da 48ª
para a 56ª posição dos 148 países analisados no Relatório Global de Competitividade,
editado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). O documento, feito em parceria no
Brasil com a Fundação Dom Cabral (FDC) e o Movimento Brasil Competitivo (MBC),
foi divulgado ontem e, com o resultado, o Brasil volta à posição de 2009. O
coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e
responsável pela análise dos dados brasileiros do ranking, Carlos Arruda,
destaca dois pontos para a queda do Brasil na lista. “O primeiro é absoluto, como
o pessimismo demonstrado pelos empresários. O segundo é relativo, como a
melhora no quadro inflacionário entre 2012 e 2013, mas que foi menor que a de
outros países”, disse. “Ou seja, mesmo onde avançou marginalmente, o Brasil perdeu
porque outros melhoraram”, completou Arruda. Criado na década de 1980, o relatório
combina dados estatísticos nacionais e internacionais com os resultados de uma pesquisa
de opinião com executivos. No Brasil, foram 2 mil entrevistados. O estudo
avalia as condições oferecidas por um país para que as empresas nele operantes
tenham sucesso no contexto nacional e internacional, promovam o crescimento sustentável
e a melhoria nas condições de vida de sua população. É o segundo resultado
negativo em rankings de competitividade para o Brasil neste ano. Em outro
levantamento, divulgado em maio pelo International Institute for Management
Development (IMD), também em parceria com a Fundação Dom Cabral, o País ficou
em 51º lugar entre 60 países avaliados. A Suíça liderou a lista das economias
mais competitivas pelo quinto ano seguido no ranking do WEF e, em 2013, foi
seguida por Cingapura e Finlândia, assim como no levantamento anterior. Alemanha
e Estados Unidos completam os cinco primeiros postos. Dos cinco países do
Brics, a China (29ª) segue líder, seguida pela África do Sul (53ª), Brasil
(56ª), Índia (60ª) e Rússia (64ª). No Brics, somente a Rússia melhorou a posição
no ranking, subindo três colocações. O Brasil teve a queda mais brusca, África do
Sul e Índia caíram uma posição e a China manteve a colocação de 2012. Na
América Latina, o Brasil ficou atrás, do Chile – que, na 34ª posição, lidera o
ranking regional –, do Panamá (40ª), Costa Rica (54ª) e México (55ª). A Argentina
foi o país do Hemisfério Sul que teve a maior queda, de dez posições, para
104ª. A Venezuela caiu para a posição 134. Segundo o relatório, os dois países apresentam
um quadro crítico em seus fatores institucionais e macroeconômicos. Setores Setorialmente,
o Brasil apresentou resultados decepcionantes em 11 dos 12 pilares para o
desenvolvimento avaliados, principalmente no item Eficiência do Mercado de Bens,
no qual recuou 19 posições, para a 123ª. Esse item avalia, por exemplo,
questões regulatórias, como o impacto alfandegário nas exportação de bens e
tarifas no comércio internacional. “Nas questões regulatórias, que é avaliação dos
empresários, o Brasil ficou em 139º lugar em 148 países; nas tarifas
internacionais, um dado estatístico, está em 126º lugar”, explicou Arruda. O
melhor desempenho do Brasil nos itens avaliados e o único onde o País não
perdeu posições do ano passado para cá é o Tamanho do Mercado, ficando em nono
lugar. No entanto, segundo Arruda, o dado positivo é ofuscado pelos outros indicadores.
“Em todos os dados de infraestrutura básica, como estradas e portos, o País
está entre os piores do mundo.”
Fonte: JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário