Resultado negativo é de US$ 1,6 bilhão de janeiro a setembro,
apesar da melhora no mês passado, quando o dólar mais caro ajudou o País a
obter superávit de US$ 2,15 bilhões.
A
balança comercial brasileira deu sinais de reação em setembro ao fechar com
superávit de US$ 2,15 bilhões. O dólar mais caro e o melhor desempenho da chamada
conta-petróleo ajudaram a reduzir o déficit acumulado no ano para US$ 1,62
bilhão. Ainda assim, o resultado de janeiro a setembro é o pior para o período
desde 1998. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC), no entanto, acredita que o saldo ficará positivo nos próximos meses e
que a balança comercial fechará 2013 superavitária. No acumulado do ano, as compras
brasileiras no exterior bateram recorde ao somarem US$ 179,3 bilhões. Pela
média diária, de US$ 948,5 milhões, houve alta de 8,7% em relação ao igual
período de 2012. As exportações, por outro lado, totalizaram US$ 177,65
bilhões, com média diária de US$ 939,9 milhões. Uma queda de 1,6% na comparação
com os nove primeiros meses de 2012. O secretário de Comércio Exterior do MDIC,
Daniel Godinho, informou que alguns setores já registram bons resultados advindos
da desvalorização do real, como as exportações de automóveis e mármores e
granitos. O câmbio também levou à redução das importações de bens de consumo não
duráveis, como cosméticos. Segundo ele, o movimento deve ser uma tendência. Godinho
também espera para os próximos meses uma continuidade na melhoria da conta petróleo.
"Com o aumento da produção brasileira de petróleo, é natural que desloque parte do que importamos.
Quando falo de melhoria da conta, falo de aumento de exportações e diminuição de
importações", disse. Grande parte do déficit da balança comercial no ano é
explicada pelo aumento das importações e o registro em atraso de compras feitas
no ano passado, além da redução nas exportações de petróleo e derivados em
função da queda na produção da Petrobras. Os dados do MDIC mostram que o
déficit da conta-petróleo de janeiro a setembro é de US$ 16,6 bilhões. Por
causa disso, a balança vem acumulando déficit desde o início do ano. A última
vez em que a balança havia registrado saldo negativo no período de janeiro a
setembro foi em 1999. "Com a melhora na conta petróleo e no câmbio, a
nossa expectativa é de que se tenha um resultado positivo este ano", afirmou.
O MDIC, no entanto, não faz estimativas de saldo. O superávit acumulado em 12
meses, encerrados em setembro, é de US$ 2,08 bilhões. A previsão do Banco
Central e do mercado financeiro para 2013 é de um superávit de US$ 2 bilhões. As
exportações somaram US$ 21 bilhões no mês passado, com média diária de quase
US$ 1 bilhão, o que significa queda de 5% em relação a setembro de 2012.
Godinho destacou, entretanto, que no ano passado houve greve da Receita Federal
e da Anvisa. As operações ficaram represadas e o registro ocorreu apenas em
setembro, com o fim da paralisação. "Tivemos um resultado muito bom das
exportações no mês passado", afirmou. Segundo o secretário, houve
embarques recordes de soja e um impulso nas exportações de minério de ferro com
o aumento de 9,4% nos preços. Também houve um aumento das vendas externas de
automóveis, sobretudo para a Argentina. As importações somaram US$ 18,85
bilhões em setembro, com média diária de US$ 897,6 milhões e queda de 2,2% em
relação a igual mês de 2012. No acumulado do ano, as compras brasileiras no
exterior bateram recorde ao somarem US$ 179,3 bilhões. Pela média diária, de
US$ 948,5 milhões, houve alta de 8,7% em relação ao igual período de 2012. As
exportações, por outro lado, totalizaram US$ 177,65 bilhões, com média diária
de US$ 939,9 milhões. Uma queda de 1,6% na comparação com os nove primeiros meses
de 2012. As vendas externas para a China cresceram 11,2% no acumulado do ano.
No entanto, as exportações para União Europeia registram queda de 6,5% e para
os Estados Unidos, retração de 10,4%.
Fonte: JC
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