'A inércia pode resultar em alta nas taxas de juros, queda na
confiança e desaceleração do crescimento', disse presidente da instituição.
O
presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou que um calote dos Estados
Unidos pode significar um "desastre" para os países emergentes, em
especial, com subsequente impacto nas economias desenvolvidas. Kim lembrou que
os Estados Unidos estão apenas "a (poucos) dias de um momento muito
perigoso" por conta da crise de endividamento do governo. O presidente do
Banco Mundial demandou que os políticos dos EUA cheguem a um acordo para elevar
o teto da dívida do governo antes do prazo final, quinta-feira. O Tesouro dos
EUA ficará sem caixa se não houver um acordo para que tome recursos emprestados
no mercado financeiro - o que os republicanos, de oposição ao democrata Barack
Obama, vem barrando desde maio.
"Evento
desastroso"
Kim
advertiu que o calote seria um 'evento desastroso' para o mundo. "Quanto
mais nos aproximamos do fim do prazo, maior é o impacto para o mundo em
desenvolvimento." "A inércia pode resultar em alta nas taxas de
juros, queda na confiança e desaceleração do crescimento", disse Kim,
falando no encontro anual do Banco Mundial, em Washington. "Se isso vier a
acontecer, poderá ser um evento desastroso para o mundo em desenvolvimento e
isso vai ferir seriamente as economias desenvolvidas", acrescentou. Republicanos
e democratas não conseguiram chegar a um acordo sobre a extensão do limite da
dívida no sábado, mas o objetivo é encerrar o assunto antes da reabertura dos
mercados, na segunda-feira. O governo dos EUA está em paralisação parcial desde
que o Congresso perdeu o prazo, 1º de outubro, para passar o orçamento. Isso
resultou em centenas de milhares de funcionários públicos federais parados em
casa, e em escritórios do governo fechados.
Crescimento menor
Republicanos
se recusam a aprovar o novo orçamento, a menos que o presidente Barack Obama
concorde em adiar ou eliminar o financiamento à Saúde previsto na lei de
reforma do setor, uma promessa de campanha do democrata, aprovada em 2010. Secretário
do Tesouro dos EUA, Jack Lew, estimou que a cada semana sem o orçamento novo, o
país deixa de crescer 0,25%, em um ano para o qual se prevê uma economia em
marcha lenta. O limite da dívida atual, de $ 16,699 trilhões, foi alcançado em
maio. Desde então, o Tesouro dos EUA tem usado recursos extraordinários para
pagar as contas, mas o dinheiro se esgota em 17 de outubro. Toda semana, o
Tesouro também tem que refinanciar US$ 100 bilhões da dívida sob a forma de
títulos do governo dos EUA, os chamados Treasure bonds.
"Não queria
saber"
Os
Estados Unidos pagam, ainda, juros sobre a sua enorme dívida. A incapacidade de
pagar tanto o principal de seus títulos que vencem como os juros dos bonds que
estão em posse de investidores colocaria os EUA em situação de calote, ou
default, no jargão do mercado financeiro. No sábado, Jamie Dimon, presidente do
banco americano JP Morgan, disse que não queria nem pensar nas possíveis
repercussões de um calote americano. "Não queira saber", disse ele. "Seria
chacoalhar a economia mundial de uma forma que você não poderia
compreender".
Fonte: G1
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