OAB faz pesquisa sobre Juizados Especiais Cíveis.

A partir dos dados coletados, Ordem encaminhará ao TJ-RJ uma lista com 22 propostas para ajudar na reorganização e funcionamento dos juizados especiais.

O funcionamento dos cartórios é um dos pontos mais críticos na atuação dos Juizados Especiais Cíveis (JECs) no Estado do Rio de Janeiro. A conclusão é resultado de uma pesquisa sobre o funcionamento dos juizados realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio de Janeiro (OAB-RJ), para identificar problemas na prestação jurisdicional e trabalhar em conjunto com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ( TJ-RJ), que é quem coordena os JECs, na busca pela melhoria no atendimento. A pesquisa, feita pela Comissão dos Juizados Especiais (Cojes), ouviu cerca de 79,08% dos advogados que atuam nos juizados especiais. “O resultado da pesquisa mostra a necessidade de criarmos esforços para promovermos mudanças concretas na prestação jurisdicional dos juizados especiais”, afirmou o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz.
Pontualidade
Problemas como a falta de pontualidade das audiências e a espera pela prolação das sentenças foram avaliadas negativamente e estão entre os principais problemas no funcionamento dos juizados, que foram criados em 1984 para agilizar o atendimento das demandas judiciais menos complexas, facilitando assim o acesso à população na resolução de causas no valor de até 40 salários mínimos. O trabalho nos juizados é coordenado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O levantamento revela ainda que audiência e atendimentos foram mal avaliados por mais de 1,8 mil advogados entrevistados. Santa Cruz aponta prejuízos para quem atua nas serventias e também para quem recorre. “O cenário nos juizados não é favorável para advogados e jurisdicionados. Sabemos que a situação não é fácil de ser resolver. Por isso, a atuação em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro é extremamente positiva”, afirma. Dados mostram que o tempo médio decorrido da distribuição até a primeira audiência, se levadas em conta as opções ruim e regular, é considerado moroso por 86,89% dos entrevistados, sinalizando que neste aspecto a expectativa de celeridade dos advogados não é atendida. Outro problema identificado é referente a pontualidade nas audiências, situação em que 85,05% dos profissionais da área consideraram ruim ou regular. A pior avaliação nas respostas está relacionada ao tempo na juntada de petições, o processamento e a remessa à conclusão considerados ruins o tempo todo por 85% dos advogados. Somando os que consideraram o item regular, a pesquisa concluiu que 95,52% criticam a funcionalidade das operações. “Isso é sem dúvida, é indicativo de necessidade de urgente da melhoria dos serviços do cartorários nos Juizados Especiais Cíveis”, avaliou.
Juízos leigos
A seccional fluminense identificou que mais da metade do público, ou seja, 64,73% dos profissionais avaliaram como ruim ou péssimo o atendimento por parte dos juízos leigos, referentes às solicitações de consignação em ata realizadas pelos advogados. De acordo com a entidade, esse é um percentual é indicativo de problemas quanto a essa rubrica. “Essa questão deve ser aprofundada para que não haja prejuízo ao desempenho profissional do advogado e, ainda, ao jurisdicionado”, destacou. O único resultado considerado positivo da mostra deu-se na pergunta em relação ao estímulo e a realização de conciliações e acordos por parte do juizado, em que 31,95% responderam que sim, e 34,16% responderam às vezes, totalizando a avaliação positiva em 66,11%.



Fonte: JC

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