Pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) mostra que
rubrica representou 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 – R$ 507
bilhões –, após recuar em 2010 (10,6%) e 2008 (10,9%). Percentual significa
volta ao patamar de 2006.
Os
custos logísticos voltaram a crescer no Brasil, aponta pesquisa do Instituto de
Logística e Supply Chain (Ilos). A rubrica representou 11,5% do Produto Interno
Bruto (PIB) em 2012 – R$ 507 bilhões – após recuar em 2010 (10,6%) e 2008 (10,9%).
Ppercentual significa uma volta ao patamar de 2006. "Houve a combinação de
três fatores: aumento de custos, maior movimentação de carga no País e o
Produto Interno Bruto (PIB) praticamente estagnado nesse período", diz Maria
Fernanda Hijjar, diretora de Inteligência de Mercado do Ilos. Os resultados da
pesquisa serão apresentados hoje no XIX Fórum Internacional de Supply Chain,
promovido pelo instituto no Rio de Janeiro. O transporte foi o que mais pesou
no aumento, chegando a 7,1% (R$ 312,4 bilhões) da composição do custo logístico
em proporção ao PIB. É a maior percentagem desde 2004, quando representava 7,5%.
O custo com transporte é composto por itens como o preço do diesel, pedágio e
seguro. Na conta dos custos logísticos totais do País entram também gastos com
estoque (3,2%), armazenagem (0,8%) e administrativos (0,4%). A preponderância
do modal rodoviário na matriz brasileira teve peso grande na reversão da
tendência de redução dos custos logísticos. A fatia das cargas transportadas
por rodovias cresceu 1,8 ponto percentual em dois anos, passando de 65,6%
(2010) para 67,4% (2012). O volume movimentado pelas estradas neste período
subiu 14% e somou 1,064 trilhão de toneladas transportadas vezes quilômetro
útil (TKU). O reflexo disso no custo total do País com logística é agravado
pelo elevado frete rodoviário, explica Maria Fernanda. Atenção "É um ponto
de atenção. Embora o Brasil venha discutindo a diversificação de modais, isso
ainda não está acontecendo. O transporte rodoviário continua absorvendo uma
parte muito maior do aumento do volume de carga transportado anualmente", diz
a diretora do Ilos. Outros 18,2% passam por ferrovias, 11,4% pelo modal
aquaviário e 3% dutoviário. O frete rodoviário bateu R$ 259 por mil TKU em
2012, alta nominal de 19,9% frente a 2010. A diferença em relação a outros
tipos de transporte é gigantesca: são mais competitivos os modais ferroviário
(R$ 43 por mil TKU), dutoviário (R$ 49 por mil TKU) e hidroviário (R$ 59 por
mil TKU). Desde 2004, quando o Ilos lançou a pesquisa, o custo do transporte
rodoviário de carga subiu 12% ao ano no País. O montante passou de R$ 202
bilhões em 2010 para R$ 275,6 bilhões no ano passado. O Ilos avalia que o modal
rodoviário voltou a elevar sua participação na matriz de transporte em função
da limitação da infraestrutura dos demais modais. Para Maria Fernanda, o efeito
das concessões sobre essa realidade é lento. Há ainda o risco de um
descasamento na implementação dos programas de rodovias e ferrovias, por
exemplo. O benefício na elevação da qualidade das rodovias privatizadas é
contrabalançado com a instalação de pedágios, ou seja, aumento de custos. A
opção por esse tipo de transporte pode elevar os gastos logísticos em proporção
ao PIB. "A movimentação de cargas vai continuar crescendo. Se o governo
não der alternativas pode haver pressão ainda maior de custos logísticos",
pondera. Nos Estados Unidos, o custo logístico é de 8,7% do PIB,
proporcionalmente bem inferior ao brasileiro. A diversificação do transporte no
território americano é uma das chaves para entender essa diferença. Apesar de o
frete rodoviário ser até mais caro que no Brasil (US$ 310 por mil TKU), o modal
detém apenas 31% da movimentação de cargas. O resto se divide por ferrovias (principal
meio de transporte, com 37%), hidrovias (10%), dutos (21%) e aéreo (0,3%).
Fonte: JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário