New York Times teceu elogios às transformações sociais no Brasil,
mas ressaltou que a população precisa mais; WSJ destaca alto endividamento.
A
economia brasileira não está sendo bem vista no cenário internacional. Duas
semanas após a The Economist fazer uma matéria de capa tecendo críticas à
economia do País, dois dos mais importantes e influentes jornais do mundo tornou
o Brasil destaque com críticas ao panorama nacional. Em editorial chamado
"Os próximos passos do Brasil", o The New York Times teceu elogios
aos grandes avanços realizados durante os governos de Lula e Dilma Rousseff e
os programas sociais como o Bolsa Família, que ajudou na redução da pobreza,
por outro lado, criticou a falta de estrutura do País. O editorial aponta para
a grande necessidade de reformas políticas e projetos de investimento público
de modo a retomar o crescimento e manter a inflação controlada. Além disso, o
texto do jornal destaca que Dilma Rousseff não cumpriu as suas promessas de
reforma política e investimento em infraestrutura feitas no ápice dos protestos
no País, em junho deste ano. Inflação, desaceleração do crescimento econômico
em 2013, alta carga tributária e a falta de infraestrutura foram citados como
pontos negativos da economia nacional. O texto destaca ainda que, apesar da
renda dos cidadãos mais pobres terem crescido mais rápido do que a dos mais
ricos nos últimos anos, a desigualdade ainda persiste. E a inflação causa a
erosão do poder de compra dos consumidores, tornando-se uma das questões
principais para os brasileiros mais pobres, que ressalta a falta de
infraestrutura para tanto. "Moradores de cidades como São Paulo pagam mais
por comida, habitação e outros itens básicos do que quaisquer outros países
comparáveis", afirma o NYT. O NYT também aponta que o Brasil precisa de
uma reforma no sistema educacional e tornar os empregados mais qualificados
para a indústria. O jornal destaca os resultados pífios dos alunos brasileiros
em testes internacionais de leitura, matemática e ciências, obtendo menores
pontuações do que países como Uruguai, México e Colômbia. "O Brasil tem
uma escassez crônica de profissionais qualificados e o governo está importante
médicos de outros países. Isso pode ser uma solução temporária, tudo bem, mas o
governo precisa construir mais universidades e melhorar o ensino nas escolas
primárias e secundárias para certificar que mais alunos podem seguir no ensino
superior". E destaca: a nação tem registrado avanços sociais em curto
espaço de tempo e agora os seus cidadãos esperam mais de seus líderes. Enquanto
isso, o Wall Street Journal destacou o alto endividamento da nova classe média
brasileira como uma das causas para a desaceleração da economia nacional, além
de destacar a redução das exportações para a China e os problemas da indústria
nacional, que sofreu na época em que o real estava forte. Além disso, a
inflação alta tem obrigado o BC a elevar os juros, o que deve restringir ainda
mais o crescimento da economia. O WSJ cita ainda que, depois de um período de
euforia com grande expansão do consumo através do crédito, agora a classe média
não está conseguindo pagar a conta. E ressalta: os problemas enfrentados pelo
Brasil podem servir de alerta para outros países emergentes: a classe média
ascendeu, milhões de pessoas saíram da pobreza nos últimos anos, mas também
trouxeram efeitos colaterais.
Fonte: InfoMoney
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