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Brasil tem a tarifa de celular mais cara do mundo, em termos absolutos. Em
média, o minuto das chamadas entre aparelhos de uma mesma operadora custa US$
0,71, chegando a US$ 0,74 no caso de empresas diferentes e também de móvel para
fixo. A informação está no relatório anual da União Internacional de
Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) – agência da Organização das Nações Unidas
(ONU). Os preços usados como referência foram os da cidade de São Paulo. Nesse
levantamento com 161 países, o custo do minuto nas ligações celulares de Hong
Kong aparece a US$ 0,01 fora do horário de pico, 70 vezes menos que o do
Brasil. O cliente brasileiro paga cinco vezes mais que o espanhol e três vezes
mais que o norte-americano e o português. Se considerado o valor da cesta com
todos os serviços de telefonia e de internet, o país também está mal no estudo:
na 93ª colocação, superado por Índia, Colômbia e Peru. Na telefonia fixa, o
mercado nacional figura no posto 112 entre os mais caros. Mas, na comparação ao
poder de compra relativo de cada país estudado, é o quarto mais oneroso,
superado apenas pela Bulgária, pelas Ilhas Seychelles e pela Nicarágua. Nesse
caso, o preço por minuto da chamada de celular fica em US$ 0,69. Segundo a ITU,
os brasileiros comprometem 6,7% da renda com telefonia. O custo médio de
assinatura do serviço pode ficar em US$ 60 por mês, enquanto, na Coreia do Sul,
é de apenas US$ 1,8. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, vem cobrando dos
governos estaduais a desoneração sobre o setor, considerando que o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias (ICMS) representa o maior peso de uma tributação
total em torno de 50%. Na semana passada, o chefe da pasta voltou a pedir mais
transparência e menos peso na conta de telefonia e lembrou que 78% dos
assinantes de celulares usam planos pré-pagos, revelando um consumo reprimido
no país. A divulgação da ITU, feita ontem em parceria com a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), mostrou também que, mesmo com a conta salgada, o
acesso da população aos serviços digitais continua crescendo aceleradamente. Em
2012, a parcela da população conectada à internet alcançou 50%, ante 45% no ano
anterior. No que se refere aos usuários de banda larga, a taxa ainda é pequena,
passando só de 8,6% para 9,2% entre 2011 e o ano passado. O patamar está longe
da média dos países ricos, de 27%. Os celulares, apesar de caros, continuam com
as vendas avançando. Em média, há 1,25 aparelho para cada cidadão, contra 1,19 em
2011.
Fonte: JC
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