A
desconfiança com a política fiscal do governo Dilma Rousseff já tem provocado
estragos na cotação do dólar. Após testar a casa dos R$ 2,30 na terça-feira,
dia em que o mercado financeiro digeriu com mais pessimismo os resultados da
gastança de dinheiro patrocinada pelo Ministério da Fazenda, a moeda norte-americana
teve leve recuo de 0,22% ontem, negociada a R$ 2,284 na venda. Para os próximos
dias, no entanto, a tendência é de novas altas. “Vejo o dólar perto de R$ 2,30
nas próximas semanas, mas é possível que a moeda caminhe bem acima disso, para
R$ 2,45”, estimou o economista-chefe da gestora de recursos INVX Global Capital
Asset, Eduardo Velho. Tamanha desconfiança com o País tem levado investidores a
evitarem o Brasil. Prova disso é que o fluxo de dólares está no vermelho há
cinco meses consecutivos, movimento atribuído ao maior pessimismo com as ações
do governo. Em outubro não foi diferente. Segundo dados divulgados ontem pelo
Banco Central (BC), o saldo entre as transações do Brasil com outros países
ficou negativo em US$ 6,2 bilhões, o pior resultado do ano. Parte desse mau
resultado se deve ao fato de que empresas brasileiras estão evitando fazer
captações de recursos no mercado externo, por meio de emissões de dívidas (debêntures).
“Como a avaliação do Brasil piorou bastante, as companhias que poderiam fazer
essas operações têm evitado o mercado porque sabem que terão de pagar prêmio de
risco maior para captar dinheiro lá fora. Além disso, tem também o fato de que,
com o pessimismo maior com o País, isso acaba afetando também a demanda por
papéis de empresas brasileiras”, argumentou Eduardo Velho.Boa parte da
desconfiança com o Brasil se deve aos sucessíveis maus resultados da política
fiscal do governo Dilma. Em setembro houve novo revés para as contas públicas, que
fecharam no vermelho em R$ 9 bilhões – o pior desempenho para o mês em toda a
história. No ano, o chamado deficit nominal (receitas menos despesas com juros da
dívida pública) atingiu a casa também recorde de R$ 155,5 bilhões. O
descompasso das contas públicas subiu 37% na era Dilma, comparativamente aos
oito anos de mandato do governo Lula .O que explica esses números, dizem
especialistas, é o comportamento corrosivo das despesas, que tem crescido
sistematicamente acima das receitas desde junho de 2012.
Fonte: JC
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