Apesar do grande descrédito no país em relação à economia, há uma
aposta de investidores estrangeiros de que o Brasil "vai se acertar".
A opinião é de José Olympio Pereira, CEO do banco Credit Suisse, para quem o
país vive um paradoxo.
"É a maior onda de
pessimismo no empresariado brasileiro que eu assisti nos últimos dez anos. Não
vejo ninguém que apoie a atual política econômica", diz. "Paradoxalmente,
apesar do grande pessimismo interno de curto prazo, também nunca vi um
interesse tão grande de investidores estratégicos e, particularmente, de
'private equity', como agora."
O investimento estrangeiro
direto continua em patamar alto. No ano passado, foi de US$ 64 bilhões e em
2012, havia sido de US$ 65 bilhões. "Acreditávamos que neste ano o fluxo
diminuiria. Mas no primeiro trimestre, o acumulado dos doze meses ficou em US$
64 bilhões, continuou elevado." Para 2014, o banco projeta um ingresso de
cerca de US$ 55 bilhões. "Esses 'private equities' estão vindo com muito
apetite." Investidores que compram participações acionárias em empresas,
eles se distinguem dos que aplicam no mercado de capitais e que se retraíram. "O
investidor em Bolsa pode entrar e sair a qualquer momento, e obviamente está à
espera. Os outros querem comprar enquanto não há competição. Acreditam no país
a médio e longo prazos." O CEO do banco suíço no Brasil tem dito a
empresários que há muito capital disposto a investir. "Se precisarem,
contem com o mercado", tranquiliza. A questão é por quanto tempo os
investidores continuarão mais interessados no Brasil do que em outros países. "Não
podemos frustrar esses investidores ou contar com esse interesse para
sempre", ressalta. "Vamos deixar a mão invisível [do mercado]
funcionar e permitir que o Brasil deslanche."
Fonte: A Folha SP
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