O BC da Colômbia foi
hoje o segundo a citar a política econômica brasileira, marcada nos últimos
anos por uma reação hesitante contra a alta inflação, como exemplo a evitar.
Enquanto no Brasil o governo ainda atribui a
fatores externos, ao mesmo parcialmente, a culpa pela crise, no exterior a
situação é diferente. O BC da Colômbia foi hoje o segundo a citar a política
econômica brasileira, marcada nos últimos anos por uma reação hesitante contra
a alta inflação, como exemplo a evitar. Antes havia sido o BC da Índia a fazer
observação semelhante. “Eu creio que o Brasil é um excelente exemplo do que não
se deve fazer”, disse Carlos Gustavo Cano, co-diretor do BC colombiano, ao
jornal Vanguardia Liberal, quando indagado se a alta dos juros no país não
poderia levar a um cenário como no Brasil. ”Reagir tarde (contra a alta da
inflação) é contraproducente e pode prejudicar a economia”. A taxa de juros
colombiana, que subiu em setembro para 4,75%, é cerca de 1/3 dos 14,25% do
Brasil. A inflação colombiana também é muito menor: 4,74% em 12 meses até
agosto, menos da metade dos 9,5% do Brasil. O comentário do dirigente
colombiano foi precedido em quase um mês por Raghuram Rajan, presidente do BC
da Índia. Rajan, que comanda a política monetária de um país que poderá crescer
mais que a China este ano, disse que o Brasil mostrou o perigo de se tentar
crescer rápido usando juros subsidiados, estímulos e controles de preços. As
críticas dos dois dirigentes, em seu conteúdo, não diferem das feitas por
economistas do mercado e por outros ligados a partidos de oposição brasileiros.
Essas críticas têm sido comuns desde o início do 1º mandato de Dilma, sobretudo
após o BC, mesmo com a inflação acima da meta, ter decidido cortar os juros em
2011. A situação atual é totalmente oposta à vista até a 1ª metade do governo
Dilma. Em 2011, antes de começar a mudar a política econômica herdada de FHC e
Lula, a presidente Dilma chegou a ser considerada pela Forbes a 2ª mulher mais
poderosa do mundo, atrás apenas da alemã Angela Merkel. Ainda em 2012, mesmo
com as críticas internas aumentando, Dilma ainda se sentiu confiante para, em
entrevista ao Le Monde, sugerir que Europa fosse menos ortodoxa e seguisse o
exemplo de países emergentes que usavam incentivos para superar a crise. Três
anos depois, o Brasil realmente virou um modelo. Mas não exatamente um modelo a
se seguir, como pensava Dilma.
Fonte:InfoMoney
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