Otimismo brasileiro continua nas alturas

A confiança do brasileiro diminuiu diante da crise, mas ainda está acima da média global. Os receios de um futuro pior surgiram com o agravamento da crise mundial, no final de 2008, mas pesquisa realizada com mais de 25 mil internautas revelou que, no Brasil, as pessoas não estão preocupadas em cortar despesas ou em poupar como medida de segurança. Em outubro do ano passado, o mesmo levantamento mostrou que o índice de confiança do brasileiro era de 109 pontos e caiu para 88 neste semestre. Apesar da queda, ele ainda está acima da média dos países da América Latina, de 82 pontos, da média mundial, 77 (que perdeu sete posições) e dos Estados Unidos, 80. A China está na frente do Brasil, com 89 pontos. Os números, divulgados no final da semana passada são da Pesquisa Global Nielsen sobre a Confiança do Consumidor, realizada em 50 países.O otimismo do brasileiro chamou a atenção ao contrariar preocupações mundiais, como o desemprego. Dos entrevistados no País, 81% disseram que as perspectivas de emprego nos próximos meses são excelentes ou boas, média maior do que a aferida na América Latina, de 74%. A resposta pode explicar o motivo que levou 57% dos entrevistados a afirmarem ter uma percepção excelente ou boa quanto as finanças pessoais no médio prazo, contra uma média mundial de 42%. A crise existe, mas as dificuldades parecem estar distantes do dia a dia do brasileiro. A maneira como são gastos os recursos excedentes também foi revelada no estudo. O levantamento mostrou que, após cobrirem despesas essenciais, 50% dos brasileiros gastam com lazer fora de casa. Os chineses são os segundos colocados neste quesito (41%) e os alemães ocupam a terceira posição (40%). No ranking latino-americano, o Brasil é seguido por Argentina (33%), Colômbia (32%) e México (31%). Em termos de consumo de bens duráveis, os produtos com novas tecnologias estão na mira de 41% dos brasileiros que economizaram após o pagamento das contas do mês. Para José Reinaldo Riscal, executivo da Nielsen Brasil, o percentual de consumidores interessados em adquirir bens duráveis tende a aumentar. "Posso citar um exemplo relativo à telefonia celular. Em um levantamento recente constatamos que 63% do público do serviço de valor adicionado ao celular têm entre 15 e 34 anos, o que mostra um perfil de consumidores jovens e cada vez mais ávidos pela tecnologia dentro da tecnologia", observou.Em relação ao índice geral de confiança aferido pela pesquisa, apenas Dinamarca e Indonésia não caíram abaixo da média apontada no índice. E dos países que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), só a China não teve queda de dois dígitos. Ao todo, 77% dos brasileiros admitem que o País está em recessão, a mesma média global. Para 65% dos entrevistados, a situação não deve mudar em 12 meses a partir de maio. A média latino-americana é mais baixa, 58%, e a global é de 52%. Só 18% acreditam que o Brasil sairá da recessão econômica até o primeiro semestre de 2010. O levantamento foi realizado entre os dias 19 de março e 2 de abril deste ano.
Fonte: J.Commercio

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