Sangra
caixa, é uma das mais endividadas do planeta e tem um programa de investimentos
de US$ 237 bilhões até 2017. Há três anos a companhia foi capitalizada em R$
120 bilhões e a dívida líquida de hoje é de R$ 193 bilhões. O que é, o que é?
Quem é que se ferra com um dólar a R$ 2,80? E quem tem suas ações na metade do
preço se compararmos à época da última capitalização? A presidente da empresa
propõe publicamente um mecanismo de indexação de preços de derivados de
petróleo, atrelando-os aos preços internacionais, algo que nunca teve a menor
chance de realmente acontecer, e a presidente do Brasil se vê forçada a gongar
o projeto, fazer o quê? Grande desgaste sem o menor propósito. Graça, meu,
sério brother, por que você simplesmente não pede reajuste de preços e fica “de
boa”? Pede 5%, pede 7% que é conta de mentiroso. Simples assim, não inventa!
Sugerir indexar preços neste Brasil, que foi infeliz e suou sangue de 1965 a
1994, é o quê? Um chiste? Uma pegadinha? É para eu rir? Pois estou chorando. A
aposta foi feita no pré-sal, caro e tecnicamente complexo, e por “azar” o mundo
descobriu o gás de xisto. Fure 5 metros, fragmente a rocha e extraia o seu gás:
bom, bonito e barato. Isso está revolucionando a matriz energética americana.
Há em abundância também no Canadá. Temos no Brasil, sim. Viva o Centro Oeste!
Isso deve levar o preço do petróleo para baixo. Quem saudoso dos militares não
se lembra do nosso xisto betuminoso? Pois é, ele voltou. E o pré-sal ficou com
sabores de viajar aos EUA para comer no hambúrguer no Mcdonalds. Desconfio que
haja um jeito mais barato... Ai meu Deus se o Petróleo vai parar nos US$
50/barril! Ai que saudades do Lula, que depois de segurar no pé de mamona e de
vestir o macacão da Petrobras, agora estaria lá na minha TV, suado e vermelho,
sorrindo abertamente e todo enegrecido de xisto! Esse nunca deu um único tiro
no pé. O
mercado financeiro vigia o início do afunilamento no programa de recompra de
títulos americanos por parte do FED – que faria secar US$ 10T de liquidez - ou
conjectura sobre um possível downgrade da dívida pública nacional (BBB-) pelas
agências de rating no começo de 2014, e treme diante da provável reeleição da
heterodoxa Dilma (vai dar trabalho mas vai ganhar). É verdade que tudo isso
pode acabar com a nossa raça no ano da Copa do Mundo. Só falta dar Argentina!
Aliás, já deu: hoje nosso país é um misto de Buenos Aires com Havana, Caracas
com Moscou, antes de um Gorbachev. Temamos o macro! Mas e se o destino da
Petrobras fosse a bancarrota? Como isso afetaria o Brasil? Da mesma forma que a
Little Boy afetou Hiroshima em um 6 de agosto de 1945 às 8 horas e quinze
minutos da manhã. A Petrobras não quebra porque é do governo (entendeu
minoritário?) mas pode entrar em colapso sim. Qual era a graça da Petrobras
(desculpem o trocadalho do carilho!) Fácil: a única major de petróleo no mundo
que conseguiria expandir produção a 20% ao ano. Bom, mas é assim, estamos
encolhendo e não expandindo (em 2011, 2,021 milhões de barris por dia e agora
1,921 milhões de barris por dia). E sabem, expandir e encolher são coisas
diferentes, é uma questão vetorial. Há gente boa que diz que a Petrobras vai
sair dessa, que passou por um ciclo de grandes investimentos e que agora vai
passar a colher os frutos. Ainda nesse ano, diz esse meu amigo, o próximo
trimestre já vem bem melhor! Eu espero que sim, João, porque o que vejo é uma
cadeia de valores de óleo e gás estrangulada pela falta de pagamento da
Petrobras. Lema da estatal hoje: aperte os pequenos e dê US$ 20 bilhões a mais
para a Odebrecht.
Fonte: M. Elias