Confiança do consumidor cresce em meio à crise, informa CNI


A confiança dos consumidores cresceu em outubro pelo segundo mês consecutivo, informou nesta sexta-feira (28) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Neste mês, o indicador de confiança avançou 0,5 ponto na comparação com setembro, atingindo 112,9 pontos - o maior patamar desde julho (113,2 pontos).
Os dados do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) foram coletados por meio de pesquisa encomendada ao Ibope, realizada entre os dias 13 a 17 de outubro com 2.002 pessoas em 141 municípios.
"O brasileiro parece não estar preocupado com o agravamento da crise econômica internacional. Com leve alta de 0,5% na comparação com setembro, a confiança dos consumidores cresceu em outubro pelo segundo mês consecutivo", informou a CNI.


Trajetória


De acordo com a pesquisa, mesmo com o crescimento moderado nos últimos dois meses – em setembro, frente a agosto, o aumento no índice foi de 0,4 ponto - o INEC permanece abaixo do registrado em julho último e no início do ano.
“Apesar da evolução recente, não se pode afirmar que a confiança do consumidor está retomando trajetória de crescimento”, diz o documento da Confederação.
O economista da CNI, Marcelo Azevedo, disse que, mesmo com a melhora do INEC, a expectativa do brasileiro sobre o índice de inflação, que caiu 1,9% de setembro para outubro, mostra que os consumidores continuam bastante pessimistas sobre a trajetória dos preços.
“Esse indicador está 23,3% abaixo do registrado em outubro de 2010, o que mostra uma preocupação muito grande dos brasileiros com a inflação”, afirmou Azevedo.


Componentes


Dos seis componentes do INEC, segundo a CNI, três registraram melhora sobre setembro: expectativas de desemprego (mais 2,6%), avaliação de situação financeira (2,2% acima) e endividamento (mais 2,6%).
"O comportamento desses três índices demonstra que os consumidores estão confiantes na oferta de vagas no mercado de trabalho e que a maioria deles melhorou ou manteve a mesma situação financeira e reduziu ou permaneceu com o mesmo nível de endividamento", informou a entidade.
As expectativas sobre a renda pessoal, contudo, recuaram 1,5% em outubro na comparação com setembro, mostrando que os brasileiros estão menos otimistas com o aumento dos salários.
Depois de um crescimento de 2,1%, em setembro ante agosto, o indicador de compras de bens de maior valor caiu 0,8% neste mês frente ao anterior.


Fonte: G1

Ex-conselheiro de Obama diz que Brasil está bem preparado contra a crise


O ex-diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca Lawrence Summers disse que o Brasil está bem preparado contra a crise mundial. Summers, que já foi membro das equipes do governo de Bill Clinton e Barack Obama, elogiou o progresso da economia brasileira nos últimos 12 anos, o que, para ele, reduz os possíveis impactos do cenário internacional adverso sobre o país.
“Os fundamentos econômicos brasileiros aparentam estar menos suscetíveis às turbulências internacionais”, disse Summers, em entrevista coletiva concedida após a cerimônia de abertura do 6º Encontro Nacional da Indústria (Enai), promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.
O economista norte-americano fez a palestra principal da abertura do evento. Ele analisou da situação da economia global e destacou a importância do Brasil nesse cenário. Segundo Summers, o país se tornou um agente mais relevante para economia do mundo nos últimos anos. Ele disse também que essa relevância tende a crescer ainda mais devido ao papel de grande explorador de recursos naturais que o Brasil país vem assumindo.
Summers disse que as descobertas brasileiras de grandes campos de petróleo, por exemplo, são uma oportunidade para o país se firmar no mercado global. Ressaltou, contudo, que a transformação desses recursos em crescimento vai depender da demanda global por petróleo e outros produtos, e isso tudo dependerá dos rumos da economia mundial.
“Apesar de estar mais bem preparado, o Brasil também é dependente da economia global”, dstacou o economista. “Os sérios problemas que ocorrerem na economia também devem afetar o país.”
Sobre a crise mundial, Summers pediu mais investimentos governamentais dos Estados Unidos e da Europa. Para ele, esses investimentos podem aumentar a demanda de consumo nesses países, gerar mais empregos e colaborar para a retomada da confiança dos empresários.
Mesmo no caso da Europa, que apresenta problemas relacionados às dívidas de governos, Summers insistiu que o investimento público não deve ser reduzido. Segundo ele, um corte nos gastos poderia desacelerar ainda mais o crescimento na região. “Minha preocupação é que as medidas fiscais freiem a economia e agravem os problemas.”
Summers ainda disse que espera que a reunião de hoje de líderes da União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica, sirva para eles encontrarem uma “solução para a crise melhor do que a já apresentada”. Para o economista, se isso não acontecer, as consequências podem ser ainda piores para o mundo e o Brasil.


Fonte: JB

Tesouro Direto prepara mudanças para ficar mais acessível ao pequeno investidor


O Tesouro Nacional e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) preparam uma série de mudanças no programa Tesouro Direto, criado há quase dez anos para possibilitar a participação das pessoas físicas na compra direta de títulos públicos do governo federal. A primeira é a redução do valor mínimo de aplicação.
Atualmente, o mínimo exigido para a compra de um título é 1/5 do valor do papel. O valor, porém, não pode ser inferior a R$ 100. Com a mudança, a fração mínima exigida será de 1/10 (um décimo) do valor de face do título e o sistema irá bloquear as operações inferiores a R$ 30,00.
Na prática, esse limite tem sido maior, no momento, porque o título de menor preço atualmente é a Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B ) Principal, que vence em 2035, informou o gerente de Relacionamento do Tesouro Nacional, André Proite. Com o preço desse título é R$ 570, aproximadamente, um quinto corresponde a pouco mais de R$ 110.
Se as novas regras estivessem em vigor, o valor mínimo baseado nesse título também não seria R$ 30, mas sim, R$ 57, a décima perte de R$ 570. Segundo Proite , as mudanças no Tesouro Direto estão previstas para o primeiro semestre de 2012, além do aumento do limite superior de aplicação por investidor que, atualmente, está em R$ 400 mil.
Outra alteração que está sendo preparada permitirá ao investidor fazer vendas agendadas de um título. Imagine que um aplicador tenha R$ 500 mil em títulos do Tesouro e surja uma oportunidade para fechar um negócio em alguns dias. Para resgatar a aplicação, o investidor tem que esperar até a quarta-feira seguinte, que é o dia da semana que o Tesouro faz os resgates dos títulos, para ter acesso ao sistema e fazer a operação na página do Tesouro Direto na internet. Com a mudança, ele pode acessar essa página a qualquer momento e programar o resgate para a quarta-feira que desejar.
“O que a gente vai proporcionar é uma possibilidade adicional ao investidor. Ele, lá, tem um calendário para programar em qual quarta-feira quer fazer a operação. Geralmente, isso ocorrerá uma vez, porque a gente quer promover a poupança e não a despoupança”, disse André.
Por outro lado, o investidor que quer aplicar e não resgatar, por exemplo, poderá fazer compras de títulos programadas. Essa mudança irá permitir a compra de títulos periodicamente em um prazo previamente determinado pelo investidor.
Nessa modalidade do Tesouro Direto, será permitido também o reinvestimento dos juros recebidos por meio de cupons semestrais ou de recursos pagos no vencimento dos papéis. No caso dos cupons, o investidor poderá reaplicá-los no próprio título do qual o cupom faz parte. Os cupons são assim chamados porque, antigamente, os títulos de papel tinham cupons que podiam ser destacados periodicamente para ser trocados por rendimentos.
“A gente está estudando com a Bovespa como eliminar o custo da reaplicação. Atualmente, como se trata de nova aplicação, o investidor necessita pagar nova taxa. Com a mudança, queremos também eliminar, nesse caso, a taxa de negociação. Mas isso está em estudo, ainda”, informou Marcelo de Bessa, analista de Finanças e Controle do Tesouro Nacional.
Outra mudança se dará na página do Tesouro Direto na internet. Os estudos estão sendo feitos para tornar a interface gráfica da página mais amigável, de forma a facilitar o acesso dos pequenos poupadores. O protótipo já existe e, segundo Bessa, está muito bom. “É o cartão de visitas do Tesouro Direto. Tem uma área institucional que está fazendo os estudo. Vai ser bastante moderno, com as melhores práticas”, assegurou. A página do Tesouro Direto é área mais acessada do portal do Tesouro Nacional na internet, com um milhão de acessos ao mês.
Uma página mais funcional é importante para atrair novos investidores porque a maior parte dos interessados no Tesouro Direto tem aplicações entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. “O Tesouro Direto é melhor do que a poupança e outras aplicações. Mas o principal fator é saber que o custo do programa é menor, comparado aos outros produtos existentes no mercado”, disse Marcelo de Bessa.
Outra vantagem é que não existe a figura do "come cota" que é, na verdade, a redução do rendimento das aplicações nos fundos de investimentos provocada pela cobrança do Imposto de Renda nos meses de maio e novembro de cada ano. No Tesouro Direto, isso só é feito no momento do resgate do título ou no resgate do cupom de juros. “O problema é que, como o imposto é recolhido em maio e novembro, a base de cálculo da aplicação acaba sendo reduzida para o investidor. Logo reduz a rentabilidade”.


Fonte: JC

Corte de 0,5 ponto na taxa de juros foi responsável, diz Fecomércio-RJ

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), para 11,5% ao ano, foi aprovada pelo presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz.“O corte da Selic apoia-se nos desdobramentos da crise da dívida na Europa, na hesitante recuperação norte-americana e na desaceleração econômica da China. Não obstante uma inflação doméstica ainda elevada, o Copom antevê como próxima a descompressão sobre os preços oriunda do desaquecimento da economia global, ao mesmo tempo em que reconhece a acomodação em curso do mercado de trabalho nacional”. Diniz diz, ainda, que “mais do que nunca, fica evidente que a continuidade da redução gradual e responsável dos juros no Brasil está condicionada à maior eficiência do gasto público e ao comprometimento do governo com o efetivo controle fiscal, que permitam a diminuição da carga tributária, o aumento da competitividade das empresas e uma melhor ambiência de negócios. Ainda mais diante de reajustes salariais previstos para o início de 2012 na casa dos 14%”.


Fonte: Correio Braziliense

País deve economizar pelo menos R$ 75 milhões com horário de verão, prevê ONS


A partir deste domingo (16), os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, da Bahia e do Distrito Federal convivem com os relógios adiantados em uma hora em relação ao horário oficial para se adaptar ao horário de verão. A previsão do governo federal é reduzir entre 4,5% e 5% a demanda por energia no período de pico do consumo, entre as 18h e as 21h, durante o período, que termina em 26 de fevereiro de 2012. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê uma economia entre R$ 75 milhões e R$ 100 milhões para o país durante o período.
O horário de verão é adotado sempre nesta época do ano para aproveitar melhor a luminosidade natural do dia e reduzir o consumo de energia, que cresce naturalmente por causa do calor e do aumento da produção industrial às vésperas do Natal. Com o horário de verão, é possível reduzir a demanda por energia no período de suprimento mais crítico do dia, entre as 18h e as 21h, quando a coincidência da utilização de energia elétrica por toda a população provoca um pico de consumo.
Com os relógios adiantados em uma hora, é possível aproveitar melhor a luz natural, o que resulta em uma redução média de 4% a 5% na demanda nesse horário e poupa o país de sofrer as consequências da sobrecarga na rede durante a estação mais quente do ano, quando também aumenta o uso de eletricidade para refrigeração, ar condicionado e ventilação.
A redução total de consumo deve ficar em torno de 0,5%, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A redução entre 4,5% e 5% da demanda por energia no horário de pico, estimada pelo governo para este horário de verão, é semelhante à que foi registrado no ano passado (4,4%)
De acordo com o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, a adoção do horário de verão resulta em ganhos para a sociedade, pois evita investimentos na expansão do sistema de energia para atender à demanda no horário de pico. “Se não são feitos investimentos, o consumidor não tem aumento de tarifa”. Outro benefício é a segurança do sistema, que passa a operar mais aliviado.
O horário de verão vai terminar uma semana mais tarde no ano que vem, porque a data prevista para o fim do novo horário, que seria no terceiro domingo de fevereiro, vai coincidir com o feriado de carnaval. De acordo com o decreto que instituiu o horário de verão, quando há coincidência entre o dia previsto para o término da hora de verão e o domingo de carnaval, o encerramento deve ser no domingo seguinte, que cairá no dia 26 de fevereiro. O objetivo é evitar que, em meio a um feriado, a população acabe se esquecendo de ajustar os relógios.
Este ano, o horário de verão também será adotado na Bahia, a pedido do governador do estado, Jaques Wagner. Além da Bahia, o novo horário valerá para os estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, do Rio de Janeiro, Espírito Santo, de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932 pelo então presidente Getúlio Vargas e foi implantado até 1967, mas de forma esporádica. A medida foi suspensa por 18 anos e voltou a vigorar no verão de 1985/86, como parte do racionamento ocorrido na época por falta de água nos reservatórios das hidrelétricas. Desde então, o horário de verão passou a ocorrer todos os anos e atualmente vários países fazem mudança no horário convencional para aproveitar melhor a luminosidade do verão.


Fonte: JC

Entenda a importância dos trabalhos de vencedores do Nobel de economia

Ganhadores do prêmio 'quebraram paradigmas', diz professor. Modelos estatísticos identificam causa e efeito de eventos macroeconômicos



Os trabalhos premiados com o Nobel de Ciências Econômicas de 2011 são modelos para tentar “prever o futuro” da economia e auxiliar na tomada de decisões. Os norte-americanos Thomas Sargent e Christopher Sims foram laureados por suas pesquisas empíricas sobre causa o efeito na macroeconomia – métodos desenvolvidos para determinar as relações entre as diferentes variáveis macroeconômicas, como PIB, inflação, emprego e investimentos.
O objetivo dos trabalhos é tentar antecipar, através de métodos estatísticos, quais serão as consequências de determinado evento econômico – como uma alta no preço do petróleo, uma mudança na taxa básica de juros ou uma queda repentina no consumo, ou a expectativa a respeito de um evento econômico – afeta as demais variáveis macroeconômicas, e se esse evento é causa ou consequência de outra ação. Uma das dificuldades em entender o funcionamento da economia é a relação de reciprocidade existente entre os vários fatores: a política econômica pode influenciar o desenvolvimento econômico – e o inverso também pode ser verdadeiro. Da mesma forma, o governo age de acordo com as expectativas do setor privado, enquanto o setor privado age esperando determinadas decisões dos agentes do governo.
Embora não sejam o mesmo, os trabalhos de Sims e Sargent são complementares. Sargent buscou compreender os efeitos das mudanças sistemáticas nas políticas econômicas, enquanto Sims trabalhou com os efeitos dos “choques” sobre a economia como um todo. “O prêmio foi dado para uma técnica estatística. [O trabalho] serve para identificar o que é causa e o que é efeito”, explica Fabio Kanczuk, professor de economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).
“É melhorar as técnicas estatísticas para saber o que causou o que”, diz ele. “E fazer experimentos: se o BC aumentar os juros, qual vai ser o efeito disso sobre a inflação?”.


Passado e futuro


De acordo com o comitê do Nobel, a maior contribuição dos pesquisadores foi mostrar que as relações de causa e efeito entre variáveis macroeconômicas podem ser analisadas usando dados históricos, mesmo em casos de relações recíprocas.
“A tradição que usamos é usar a combinação de estatísticas e modelos para dizer o que podemos sobre o mundo. Somos basicamente historiadores, vamos ao passado para nos dar pistas do que acontecerá no futuro. Também trabalhamos na tradição de que é preciso um modelo para se criar um modelo. Construímos modelos onde as expectativas das pessoas sobre o que o governo fará são realmente importantes”, afirmou Sargent a jornalistas em evento na Universidade de Stanford.
“Gosto de pensar no prêmio como representando uma abordagem para economia que insiste em reconhecer as incertezas de nossas análises e usá-las oficialmente em estatísticas, em modelos que podem melhorar a tomada de decisões”, afirmou Sims no mesmo evento.
O professor Kanczuk explica que os dois laureados trabalharam de maneira diferente, mas sobre um mesmo assunto. Enquanto Christopher Sims trabalhou com modelos puramente estatísticos – “que ficavam projetando a influência de todo mundo em cima de todo mundo” – Thomas Sargent trabalhou mais fortemente sobre a teoria. “Se o governo emitiu mais moeda, algum dia isso vai para os preços, mas pode demorar infinitos períodos, e então se usa essa informação para identificar um modelo”, exemplifica Kanczuk. “A gente tem os dados do passado, quer prever o futuro”.
De acordo com Kanczuk, os trabalhos desenvolvidos por Sims e Sargent quebraram paradigmas da economia. “A história da macroeconomia mudou muito a partir da década de 1980. Até então, não se estudava a dinâmica, era muito mais a estática. Eles eram os que estavam pensando na quebra de paradigma. Depois o que se viu de desenvolvimento nesse sentido foi mais marginal”.
Hoje, segundo o professor, as técnicas desenvolvidas pelos economistas são muito difundidas e usadas pelos bancos centrais de todo o mundo. “O próprio BC, no relatório de inflação, começou a citar que está usando um modelo novo [para estabelecer perspectivas macroeconômicas] que eles chamaram de Samba, que usa as técnicas do Sargent e do Sims dentro deles”.





Fonte: G1

Representante no STF na luta pelo fim do fator

Federação dos Aposentados do Rio entra com pedido para ser ‘amiga da Corte’ e pressionar votação da inconstitucionalidade de limitador, parada há quase 12 anos


A Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj) entrou com pedido de representação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o uso do fator previdenciário no cálculo de benefícios do INSS. O objetivo é pressionar a Suprema Corte brasileira para que acelere o julgamento da ação de inconstitucionalidade do limitador, que reduz em até 30% os valores das aposentadorias. Há 11 anos, o fator foi mantido no cálculo dos benefícios pelos ministros do STF, mas o mérito da questão não foi julgado. Isto é, não houve análise e definição se a fórmula, que entrou em vigor em 1999, é constitucional ou não. Agora, se tornando ‘amicus curiae’ (amiga da Corte) na Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.111, a Faaperj ganha representante no STF que poderá convencer os ministros a movimentar a discussão sobre o fator.“Desde 1999 aguardamos posicionamento sobre o fator pelo STF. É muito tempo reduzindo benefícios de milhares de segurados. Agora, a análise será fiscalizada com lupa pela Faaperj”, comemora Yedda Gaspar, presidente da entidade.Com representante na Corte, a federação pretende recuperar o tempo perdido e o valor dos benefícios de milhares de aposentados. “A intenção é insistir com o ministro Celso de Mello, relator da ação, para colocar a discussão da inconstitucionalidade em pauta ainda esse ano. Vamos torcer para que o pedido seja deferido logo”, afirma Carlos Jund, assessor jurídico da federação.Caso os ministros votem pelo fim da fórmula, quem se aposentou com prejuízos pode ter direito às diferenças. Segundo Jund, o Supremo pode estabelecer um efeito retroativo e limitar o direito ao recebimentos de diferenças pelo período de dois anos ou até pelos últimos cinco anos.

Período de 11 anos para julgamento fere a Constituição

Para acelerar a apreciação da Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.111, que contesta a adoção do fator, os advogados poderão evocar a Constituição Federal e a Corte Internacional em nome do Tratado de Direitos Humanos da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário.“Como a ação já está encostando nos 12 anos, é uma oportunidade para confrontar a cláusula de prazo razoável para julgamento. A própria Constituição prevê a duração razoável de um processo. Como se esperar da Corte 12 anos para se julgar o mérito?”, questiona o advogado previdenciário Flávio Brito Brás. O especialista lembra ainda que o pacto São José da Costa Rica, que assegura ao cidadão o direito à proteção judicial e, assim, ao julgamento rápido de um recurso, é mais um argumento de peso para que o fator retorne rápido à pauta.“O pacto não tem status de norma constitucional, mas como o País aderiu, há a obrigação de cumpri-lo perante a Corte Internacional”, explica.

O que diz o Pacto São José

O Pacto São José da Costa Rica é de 1969, mas só foi assinado pelo Brasil no ano de 1992. É no Artigo 25 que a garantia da proteção judicial para todos os cidadãos está prevista:“Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais”.

Fonte: O Dia

Inclusão dos aposentados de 1988 a 1991

INSS perde recurso e terá que pagar, até 31 de dezembro, revisão pela ação do teto

Aposentados e pensionistas com benefícios concedidos entre 5 de outubro de 1988 e 5 de abril de 1991, e que foram limitados ao teto previdenciário à época, podem ainda ser incluídos pelo INSS na lista de pagamentos automáticos. Isso porque o juiz federal Marcus Orione, da 1ª Vara Previdenciária de São Paulo, negou recurso do instituto contra sentença que mantém os segurados do chamado ‘buraco negro’ no calendário do acordo — que estabeleceu data limite para o pagamento até 31 de dezembro.

O INSS, no entanto, poderá recorrer da decisão à segunda instância no Tribunal Regional Federal de São Paulo e Mato Grosso do Sul (TRF3). Mas, até o julgamento do recurso pelo tribunal, tanto os efeitos da sentença como o cronograma de pagamentos continuarão valendo. Em caso de descumprimento da decisão, o instituto será obrigado a pagar multa diária no valor estipulado de de R$ 300 mil.

RECURSO EM ESTUDO

O INSS informou que estuda alternativas para recorrer da decisão. O que pode englobar tanto o pedido de suspensão da sentença do TRT3 ou, até mesmo, a apresentação de uma nova proposta que prevê a extensão do prazo para pagamento dos segurados incluídos no período até então ignorado.
A Advocacia Geral da União informou que aguarda ser intimada oficialmente pela Justiça para se posicionar a respeito da possibilidade de recorrer da decisão.

Entenda a negociação

Em agosto deste ano, o TRF da 3ª Região homologou o acordo celebrado entre o INSS, o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas e o Ministério Público Federal. Na negociação ficou determinado como seria efetuado o recálculo dos benefícios previdenciários atingidos pelas emendas 20/1998 e 41/2003, que alteraram o valor do teto previdenciário.
Para viabilizar o acordo, devido à questão orçamentária, ficou acertado que o cronograma de pagamento dos benefícios incluídos no ‘buraco negro’, além de outros que tiveram revisões judiciais e administrativas e que não se encontram refletidas nas cartas de concessão, seria efetuado até o dia 31 de dezembro. O pagamento dos demais benefícios seria feito em 30 de outubro, mas o crédito foi antecipado para o começo do mês.

Categoria busca apoio para aumento

Descrentes de uma mudança no posicionamento do governo sobre um aumento real aos segurados que recebem acima do mínimo, entidades representativas dos aposentados apostam agora em uma manobra política. A ideia é convencer deputados e senadores a aprovarem emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias que concede reajuste de 11,7% — que considera a inflação em 5,7% mais 80% do PIB.
“Já temos mais de 150 deputados apoiando a proposta. Estaremos reunidos amanhã (hoje) com a Previdência para discutir o reajuste, mas o que se tem ouvido é que o governo não vai retroceder ”, disse Warley Martins, presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados.

Brasil tem boa condição fiscal e monetária para enfrentar agravamento da crise, diz Mantega

A solidez do sistema financeiro e consecutivos superávits, que permitiram o acúmulo de reservas, são fatores que protegem o país de eventuais choques e o deixam preparado para enfrentar um possível agravamento da crise econômica internacional, disse nesta sexta-feira (30) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao participar de fórum promovido pela revista Exame.
“O Brasil reúne hoje condições fiscais e monetárias para uma eventual ação anticíclica que poderá se fazer necessária”, observou Mantega. Ele disse que a solidez do sistema financeiro e os superávits são os pontos fortes do país neste momento. “Nós temos espaço para estímulos fiscais, embora eu dê preferência para os estímulos monetários que forem necessários”.
Ele explicou que essa preferência se justifica pelo fato de os ajustes não terem nenhum ônus, enquanto a concessão de estímulos fiscais gera custos. “Estímulo monetário não custa nada. Pelo contrário, quando se reduz a taxa de juros, reduz-se uma das principais dívidas que nós temos”, avaliou.
Os juros podem cair ainda mais, de acordo com ele, caso haja a necessidade de o país combater os efeitos de um agravamento da crise. “As elevadas taxas de juros não são exatamente uma vantagem, mas, em uma situação como essa, têm margem para serem reduzidas”, ressaltou.
A recente queda na taxa básica de juros foi apontada por Mantega como responsável pela regulação do câmbio que, de acordo com ele, estava desequilibrado. “O nosso câmbio estava meio desregulado. Estávamos com excesso de valorização. O governo tomou várias medidas. Eu acho que a redução da taxa de juros ajudou a melhorar esse preço relativo [do dólar]”.
Outra vantagem do Brasil no enfrentamento da crise é, na opinião do ministro, a força do consumo interno. “Um fator muito importante que dá sustentação à economia brasileira é o dinamismo do mercado interno, o nível da demanda brasileira”, destacou. Segundo ele, o mercado brasileiro tem despertado o interesse dos países que dependem de exportações e estão com problemas para vender seus produtos. “Essas economias que dependem da exportação estão desesperadas e fazendo o diabo para poder exportar”, disse.
Para combater os danos dessa “concorrência predatória” foi que, de acordo com Mantega, o governo adotou o novo regime de tributação para veículos que elevou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados.


Fonte: JC