Economia deu uma 'desacelerada forte' no começo do ano, diz Levy.


O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira que não houve surpresa nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro referentes ao ano passado, mas que os números apontaram para um início de 2015 sem impulso na atividade doméstica. "Vamos descobrir (adiante) que a economia deu uma desacelerada forte neste começo de ano", disse Levy a jornalistas, em entrevista para comentar os dados divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, no entanto, as questões que geravam incertezas já estão sendo respondidas. "Na medida em que a gente também vai construindo essa estratégia da retomada do crescimento, certamente a economia vai responder, porque o principal fator era a incerteza que havia na virada do ano", afirmou. Levy repetiu que o Brasil vive um momento de transição e que os ajustes em curso na política econômica são necessários para que a confiança seja retomada e os investimentos cresçam. O ministro afirmou ainda que o real mais depreciado ajudará as exportações, beneficiando a economia brasileira à frente. Em relação aos investimentos, ele espera uma recuperação no segundo semestre deste ano. "Começa a haver espaço para uma recuperação das exportações. No ano passado, a contribuição das importações e exportações foi neutra, uma compensou a outra. Este ano, nós esperamos que haja recuperação das exportações e que, portanto, o setor externo possa ajudar no crescimento da economia", afirmou o ministro.


Para o ministro, empresas que desejem "se aparelhar" não só para exportar, mas para atender o mercado local, podem alavancar a compra de máquinas e equipamentos e, consequentemente, elevar a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - uma medida de investimento - e a própria taxa de investimento da economia brasileira. O ministro ressaltou ainda que a estratégia vem sendo desenvolvida pelo governo em conjunto com o Congresso Nacional. Levy tem mantido conversas com deputados e senadores nas últimas semanas para diminuir a rejeição das medidas de ajuste fiscal entre os parlamentares. O IBGE divulgou que a economia brasileira cresceu 0,3% no quarto trimestre na comparação com os três meses anteriores, beneficiada pela expansão do setor agropecuário. No acumulado de 2014, porém, a atividade teve expansão mínima de 0,1%, com a FBCF recuando 4,4%, o pior resultado desde 1999.





Fonte: JESP

Economia brasileira cresce 0,1% em 2014, diz IBGE.

Soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões. Em relação ao terceiro trimestre, PIB avançou 0,3%.

A economia brasileira cresceu 0,1% em 2014, segundo informou nesta sexta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões. Em relação ao terceiro trimestre, o PIB do quarto trimestre de 2014 avançou 0,3%. Em 2013, de acordo com dados revisados, a economia havia crescido 2,7%. O resultado de 2014 foi puxado pela agropecuária, que cresceu 1,8% e pelo setor de serviços, que teve expansão de 0,3%. Por outro lado, a indústria mostrou leve queda de 0,1%. A previsão mais recente do Banco Central era de que o PIB tivesse recuado 0,1%, próxima à do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), chamado de "prévia do PIB", que estimava uma contração de 0,15% no ano passado. Já a expectativa dos analistas do mercado financeiro era positiva, porque indicava uma alta de 0,15%, segundo o boletim Focus, do Banco Central.
Novo cálculo
O cálculo que mede as riquezas do país ficou diferente a partir deste ano. A nova metodologia incluiu dados que não existiam, deslocou informações e mudou a classificação de alguns itens, deixando a medição mais precisa. Novos dados foram incorporados a partir de 2010, gerando uma revisão de toda a série, até 1995. O novo cálculo do PIB foi aperfeiçoado para seguir padrões internacionais recomendados por órgãos como a ONU, OCDE e Banco Mundial e que devem ser adotados pelos países até 2016. A mudança serve para garantir uma comparação e calibragem mais apurada entre as economias. A última mudança na metodologia havia ocorrido em 2007.








Fonte: G1

BC prevê contração de 0,5% na economia e inflação de 7,9% este ano, bem acima da meta.

Autoridade monetária melhorou projeções para 2016, indicando que juros devem continuar a subir.

O Banco Central abandonou de vez a ideia de uma recuperação da economia brasileira neste ano. A autarquia prevê agora uma retração da atividade de 0,5%. A informação foi dada no relatório trimestral de inflação, publicado na manhã desta quinta-feira. No documento, a autoridade monetária também revisou a projeção para a inflação oficial (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA) de 6% para 7,9% em 2015. No entanto, melhorou a expectativa para o ano que vem. Mesmo assim, a autarquia indicou que os juros devem continuar a subir. “A propósito, o Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido. Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação — a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo — ainda não se mostram suficientes”, disse o relatório. A previsão da autoridade para a inflação no ano que vem passou de 5% para 4,9% e se aproximou do centro da meta. Ela foi calculada no chamado “cenário de referência” do BC, ou seja, os técnicos usam o câmbio e a taxa básica da época para fazer as contas. Isso significa que, se os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) continuarem a aumentar os juros, a previsão muda. As mudanças apresentadas hoje mostram que as estimativas da autarquia estão mais próximas da realidade. Os analistas do mercado financeiro apostam em retração de 0,83% neste ano. E esperam que o IPCA fiquem em 8,12%. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o índice está em nada menos que 7,7%.
DÓLAR ALTO DEVE ELEVAR INVESTIMENTOS
A meta do que o BC deveria alcançar é deixar a inflação em 4,5%. No entanto, há uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Nos últimos anos, o IPCA esteve acomodado nesse intervalo. Agora, promete estourar o teto de 6,5%. Se isso ocorrer, o presidente do BC tem que mandar uma carta pública ao ministro da Fazenda para explicar os motivos da sua falha na missão. Desde setembro do ano passado, o BC passou a admitir que não conseguirá conduzir a inflação para a meta em 2015. E isso só ocorrerá nos primeiros trimestres de 2016. A avaliação interna é deixar todos os grandes impactos — como o aumento das tarifas públicas — ocorrerem agora para então tentar a resgatar a credibilidade no ano que vem. E o Banco Central tem dado sinais de que estaria disposto a elevar ainda mais a taxa básica (Selic), que já está em 12,75% ao ano. Desde que voltou a apertar a política monetária logo após as eleições, os juros básicos subiram 1,75 ponto percentual. É assim que o BC tenta controlar a inflação: torna o custo do dinheiro mais caro para desestimular o consumo e evitar uma alta de preços na economia. Por isso, o BC afirma que o consumo mais fraco neste ano deve ajudar o combate à inflação porque crescerá menos do que o potencial da economia brasileira. Quando a demanda está mais acelerada que a capacidade de uma economia crescer, o resultado é aumento de preços. Para melhorar o quadro, o Copom espera que os investimentos aumentem. Nesse ponto, o dólar alto deve ajudar. Ele incentiva a cambaleante indústria brasileira voltar a investir para exportar. E ainda inibe gastos dos brasileiros no exterior e com importações. Isso ajusta naturalmente as contas externas que estão há anos no vermelho.




Fonte: O Globo

Dilma assina MP que prorroga correção do salário mínimo até 2019.

Texto mantém o cálculo atual, que leva em conta a inflação mais a variação do PIB de dois anos antes, mas adia discussão sobre ganhos reais para os aposentados.

A presidente Dilma Rousseff assinou a Medida Provisória (MP) que prorroga a atual política de reajuste do salário mínimo para o período entre 2016 e 2019. A MP mantém a atual fórmula de reajuste, que leva em conta a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, mas adia a discussão sobre a manutenção do mecanismo para aposentados e pensionistas. "A política nacional de valorização do salário mínimo começou a valer ainda no governo Lula. Em 2011, mandamos um projeto (para o Congresso) que cobria até 2015, e a agora o novo projeto cobre até 2019. Portanto, até 2019, essa política que representou ganho real do salário dos trabalhadores mais pobres passa a ser novamente uma realidade", afirmou Dilma, em cerimônia no Palácio do Planalto. A presidente disse que a política de valorização do mínimo ajudou o País a atravessar a crise internacional sem que os trabalhadores fossem penalizados. O governo concorda com a manutenção da fórmula atual, mas temia a mesma indexação aos aposentados e pensionistas. Por isso, costurou um acordo com o PMDB e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), retirou o projeto sobre o mínimo da pauta de votações. Lideranças da base ouvidas pelo Broadcast afirmaram que o Planalto ficou de estudar uma proposta que garanta ganhos reais para os aposentados e que deve ser apresentada antes da votação da nova MP. As Medidas Provisórias têm força de lei e entram em vigor imediatamente após sua publicação. Depois, obrigatoriamente, toda MP é analisada pelo Congresso Nacional (primeiro vai para a Câmara, depois para o Senado) e precisa ser aprovada em até 120 dias para, definitivamente, virar lei. Do contrário, o texto perde validade. 1º de maio. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), disse que Cunha, ao decidir sobre o tema de ofício, quebrou um compromisso público de só retirar itens da pauta após consultar o Plenário. "Estamos desapontados com o presidente", disse. O peemedebista reagiu e afirmou que não cedeu qualquer pressão. "Esse projeto não iria virar lei até o 1º de maio. O objetivo era ter uma lei em vigor para o dia 1º de maio, uma política conhecida para o trabalhador", afirmou. Dilma também se manifestou sobre o assunto e disse, logo após assinar a MP, que o Palácio do Planalto não está "atropelando nada nem ninguém". "Temos no dia 1º de maio, daqui a um mês, nós temos o Dia do Trabalhador. Tradicionalmente foi sempre o Executivo que enviou as Medidas Provisórias de valorização do salário mínimo. Essa não foi a primeira vez que fizemos, é a segunda que eu assino", disse. "Então o que temos certeza é que essa Medida Provisória tem urgência e tem toda a justificativa para ser enviada. Sempre fizemos isso. Não há nada de diferente. Estamos exercendo uma coisa que é característica do governo: o direito de iniciativa em algo que gera despesas", comentou a presidente.
Ganho salarial.
Dilma disse que nos últimos anos houve um reajuste acumulado em torno de 70% no salário mínimo. "Isso representou, certamente, um dos motivos pelos quais nós conseguimos passar por esse momento de dificuldade da crise, sem que os efeitos da redução do crescimento econômico caíssem sobre as costas dos trabalhadores", completou. A presidente citou ainda que, no passado, chegar a US$ 100 o salário mínimo era o objetivo de uma luta política. "Mas agora temos uma situação de sistemático reajuste e valorização do salário mínimo. Creio que esse é um sustentáculo do desenvolvimento neste momento especifico do Brasil", acrescentou. Dilma agradeceu a base aliada do Congresso, reforçando o acordo para que a MP do mínimo possa ser aprovada pelo Parlamento com urgência imediata. A presidente também citou as centrais sindicais e os movimentos sociais, que, segundo ela, também ajudaram na construção da política do salário mínimo. "Sei que houve temor e debate sobre a continuidade dessa política, mas o Brasil soube superar isso", completou.






Fonte: JESP

S&P mantém nota de crédito e grau de investimento do Brasil.

Agência confirmou rating do país em BBB-, com perspectiva estável.
País segue com classificação de local seguro para investir.

Apesar dos desafios econômicos e políticos que o Brasil enfrenta, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) manteve nesta segunda-feira (23) em "BBB-", com perspectiva estável, a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira. O patamar é o mais baixo dentro do grau de investimento.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de risco que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local. De acordo com a S&P, a avaliação reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em andamento "vai continuar recebendo apoio da presidente Dilma Rousseff e do Congresso, restaurando gradualmente a credibilidade política perdida e abrindo caminho para uma perspectiva de crescimento mais forte no próximo ano".
Rebaixamento em 2014
Há um ano, a agência rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil. À época, a agência já incorporava as expectativas de uma deterioração do cenário econômico e desajuste fiscal em 2015, em relação a anos anteriores.


A nota também incorporava as expectativas de que um segundo mandato da presidente Dilma Rousseff seria marcado por uma margem menor para o governo lidar com os problemas econômicos, e uma trajetória de instabilidade na condução de suas políticas. A S&P também reafirmou o rating do país em moeda estrangeira e nacional, de curto prazo, em 'A-3' e 'A-2', respectivamente. Em março do ano passado, a Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil de "BBB" para "BBB-", mudando a perspectiva do rating de negativa para estável. Com esta classificação o país ainda mantém o grau de investimento, mas fica a um passo de perder o "selo de qualidade" em um novo rebaixamento. A perspectiva estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo. O Brasil segue com grau de investimento na classificação das 3 principais agências e o governo Dilma Roussef tem defendido a aprovação das medidas do ajuste fiscal para manter o selo de local seguro para investidores e, com isso, garantir a atração de investimentos internacionais ao país. Em 2008, o Brasil ganhou o grau de investimento, saindo do grau especulativo, quando a agência passou a classificar sua nota de crédito de "BB+" para "BBB-". A Moody's havia sido a última agência a anunciar uma ação de rating da nota do Brasil. Em setembro, a agência alterou a perspectiva do rating dos títulos do governo brasileiro de "estável" para "negativa". Em outubro de 2013, a Moody's já havia rebaixado a perspectiva da nota da dívida do Brasil de "positiva" para "estável".
Já a Fitch reafirmou a nota "BBB" e perspectiva estável do Brasil em julho do ano passado. A agência é outro termômetro importante de avaliação de risco. A Fitch anteve a nota do Brasil em BBB, acima do grau de investimento. 








Fonte: G1

Crise econômica deve afetar mercado de trabalho de forma clara, diz especialista.

Cenário prejudica qualidade dos empregos, com reflexo nas negociações de sindicatos.

Ao contrário do que aconteceu até agora, a crise econômica deve afetar o mercado de trabalho brasileiro de forma clara em 2015, destaca Marcelo Weishaupt Proni, professor e diretor associado do Instituto de Economia da Unicamp, em conversa com o JB. Haverá impacto no número de empregos ao longo do ano, assim como na qualidade deles. Os sindicatos, por exemplo, podem assistir a uma menor capacidade de pressão em negociações, e dificuldades para manter o que já foi conquistado. Os jovens seriam os mais afetados, pelo maior esforço para inserção no mercado. Nesta semana, a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do IBGE revelou queda de 0,1% na produção industrial de janeiro, comparada ao mês anterior. Mas, em relação a janeiro do ano passado o recuo foi mais acentuado, de 4,1%. Para explicar o que leva o cenário macroeconômico atual a gerar impactos maiores que crises anteriores, Proni destaca a diferença entre uma crise conjuntural e uma crise estrutural na economia. Da mesma forma que ocorre quando a economia está crescendo, em momentos de baixa na atividade econômica, os empresários esperam para verificar se aquele movimento deve persistir. "Existe um delay entre o movimento do PIB, o comportamento da atividade econômica, e o seu reflexo no mercado de trabalho." As perspectivas atuais, contudo, são mais severas. Quando se trata de uma crise econômica conjuntural, quando você tem uma desaceleração, as empresas não demitem imediatamente, elas aguardam uma retomada. Nos últimos anos, o Brasil teve uma trajetória de crescimento sustentado. Com a crise de 2008, houve um período de recessão e a resposta veio relativamente rápido, o impacto no mercado de trabalho foi pequeno, considerando o cenário mundial. Em 2010, já havia uma perspectiva muito positiva. "Isso é uma crise conjuntural, que é absorvida e você continua numa trajetória de crescimento." Nos últimos quatro anos, apesar da desaceleração, o desemprego continuava caindo e o rendimento médio aumentando, porque havia ainda um conjunto de circunstâncias positivas. A necessidade de ajustar as contas públicas agora, entretanto, gera efeitos recessivos, com forte impacto na expectativa empresarial, na maioria dos ramos de atividade econômica, em relação ao que é esperado para os próximos dois anos.
Mercado de trabalho pode sofrer grandes perdas em 2015
"Com esse horizonte, a tendência é que você vai abortar aquele processo de desenvolvimento econômico que vinha desde a década passada. Então, não se trata simplesmente de um movimento conjuntural desfavorável, a dúvida que a gente passa a ter é se vai ser possível sustentar ou retomar, daqui a algum tempo, aquela trajetória de crescimento sustentado. E isto, no momento em que governo tem que cortar gastos, e também a iniciativa privada adia investimentos, certamente vai ter um impacto no mercado de trabalho", salienta Proni. Apesar de ainda ser difícil de mensurar o peso disso, devido também a questões sazonais e ao impacto, como no caso da construção civil, da situação de grandes empreiteiras, está claro para a maioria dos especialistas, indica o professor, que ao contrário do que aconteceu até o ano passado esta crise econômica de agora deve afetar o mercado de trabalho de forma clara. O setor de comércio e de construção civil, por exemplo, já tiveram um começo de ano muito ruim, e muitos ramos industriais vêm num processo de redução de postos. O país deve ter uma elevação da taxa de desemprego aberto ao longo do ano, que pode não ser tão forte, mas que existirá. O impacto também poderá ser visto de outras formas, como na qualidade dos empregos. Muitas vezes, quando a situação piora, piora principalmente para os jovens, pela sua dificuldade de inserção no mercado de trabalho. "Quando você tem uma crise assim, geralmente aumenta a informalidade, aumentam estratégias de sobrevivência nos grandes centros urbanos. Então, essa piora na qualidade dos empregos provavelmente vai ser sentida ao longo do ano. A outra coisa é que os sindicatos, geralmente, veem diminuída sua capacidade de pressionar a negociação. Provavelmente, vão ter dificuldades crescentes para negociar reajustes, para manter determinadas conquistas", aponta. O real desvalorizado como está, por outro lado, pode ser uma esperança para a indústria nacional, com a restauração de forças de determinados setores exportadores. O problema é que muitas empresas passaram a produzir com insumos importados. Seria preciso restaurar a capacidade de produzir internamente ou se adaptar a essa nova taxa de câmbio, o que aumenta o custo de produção e pressiona a redução de gasto em outro custo, como com os salários.
Dólar alto pode melhorar situação da indústria brasileira
"Nossas regras protegem o trabalhador por um tempo de no máximo seis meses. Esse seguro desemprego funciona quando a economia está bem, quando a economia está aquecida, que é para permitir transição de um emprego para outro. Num período de recessão, o seguro de desemprego se torna muito mais importante como um mecanismo de proteção dos trabalhadores. O seguro desemprego que a gente tem hoje no Brasil é muito limitado, não abarca esse problema de longa duração", ressalta. As mudanças atuais no seguro desemprego, para Proni, ajudam a reduzir gastos do governo, mas podem fragilizar ainda mais os trabalhadores mais vulneráveis. Sobre outras medidas de ajuste fiscal, ele diz que o ideal seria ter claro quanto esse movimento deve durar. "Era necessário fazer um ajuste, mas não desta maneira como está sendo feito", acredita.




Fonte: JB

Poderoso dólar.

Mercados emergentes excessivamente endividados correm o risco de trombar de frente com um dólar fortalecido.

No mundo da economia, há uma autoridade acima de todas as outras. A presidente do banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, controla uma economia de US$ 17 trilhões. O império de seu concorrente mais próximo, Mario Draghi, do Banco Central Europeu, chega a comparativamente mirrados US$ 10 trilhões. Além do mais, o papel desempenhado pelo dólar na economia mundial significa que as ações de Yellen têm um impacto que vai muito além das fronteiras americanas, influenciando mais de US$ 9 trilhões em empréstimos denominados em dólares, contratados por empresas não financeiras de outros países - uma quantia que seria mais que suficiente para comprar todas ações das empresas listadas nas bolsas de valores de Xangai e Tóquio. Com o fortalecimento do dólar, motivado tanto pelo crescimento mais robusto da economia americana, quanto pela expectativa de que o Federal Reserve (o BC dos EUA) esteja se preparando para aumentar a taxa de juros, começa a ficar difícil carregar o fardo desse endividamento. Contrair dívidas em dólar é uma prática generalizada - o mundo inteiro faz -, mas é nos mercados emergentes que mais cresceu esse tipo de endividamento. Entre 2009 e 2014, as dívidas denominadas em dólar dos países em desenvolvimento, tanto sob a forma de empréstimos bancários, como de títulos emitidos, mais que dobrou, passando de aproximadamente US$ 2 trilhões para cerca de US$ 4,5 trilhões, segundo o BIS (Banco de Compensações Internacionais). Países como Brasil, África do Sul e Turquia, cujo volume de exportações é muito menor que o de importações, financiam seus déficits em conta corrente contraindo empréstimos no exterior.


Mas até países com a balança comercial equilibrada vêm se endividando pesadamente. Com a taxa de juros que incide sobre os ativos americanos em nível tão baixo - um título do Tesouro dos EUA com cinco anos de vencimento paga só 1,5% - quem tinha dólares para investir vinha procurando negócios mais atraentes. As empresas dos mercados emergentes pareciam candidatas perfeitas. Algumas são figurinhas carimbadas: gigantes estatais do setor de energia, como a russa Gazprom e a brasileira Petrobrás emitem títulos em dólares por meio de subsidiárias com sede em Luxemburgo ou nas Ilhas Cayman. Outras são de menor porte. Nos últimos meses, a incorporadora indiana Lodha, a geradora de energia sul-africana Eskom e a turca Yasar, que atua no ramo de refeições congeladas, também realizaram emissões em dólar. Ao tomar empréstimos em moeda americana, pagando juros vários pontos percentuais abaixo da taxa incidente sobre suas moedas locais, os CEOs dessas empresas impulsionaram seus lucros no curto prazo. O problema é que o mercado financeiro raramente oferece almoço grátis. A queda acentuada nos preços do setor energético fez que empresas como Gazprom e Petrobrás passassem a operar com receitas em dólares muito inferiores às projetadas quando da contratação dos empréstimos. No caso de outras empresas, como Lodha, Eskom e Yasar, reduziram-se os lucros em dólar. Contrair dívidas pouco antes de uma mudança nas taxas de câmbio pode ser ruinoso. Em 2010, uma empresa turca que tomasse um empréstimo de US$ 10 milhões por meio de um título com prazo de dez anos e juros nominais de 5% esperava pagar 22,5 milhões de liras (US$ 15 milhões) até a data de vencimento do papel. Mas como a lira sofreu uma desvalorização de 43% em relação ao dólar, os desembolsos agora somariam mais de 39 milhões de liras. Nos países onde a balança de pagamentos está equilibrada não há motivo para inquietação. As dívidas em moeda estrangeira das companhias asiáticas triplicaram entre 2008 e 2014, passando de US$ 700 bilhões para US$ 2,1 trilhões, um avanço, em termos do PIB regional, de 7,9% para 12,3%, segundo economistas do banco americano Morgan Stanley. Com o intuito de verificar se a região tem condições de enfrentar alta do dólar, esses economistas examinaram a contabilidade de 762 empresas asiáticas. O resultado do estudo é tranquilizador: em média, 22% das dívidas dessas empresas são denominadas em dólar, mas isso também acontece com 21% de seus lucros. Ainda que as empresas asiáticas tenham tido participação significativa na febre de endividamento que tomou conta dos mercados emergentes, no geral elas parecem bem posicionadas para aguentar o tranco da valorização do dólar. Apesar disso, há dois elementos que inspiram cautela. Em primeiro lugar, a situação na China é um enigma. O país detém US$ 1,2 trilhão em títulos do Tesouro americano, muitos dos quais nas mãos do fundo soberano do país. Quando o dólar se fortalece, esse fundo se valoriza. Mas mesmo num país rico em dólares, pode haver nichos problemáticos. As companhias chinesas acumulam um desequilíbrio cambial preocupante. Quase 25% do endividamento do setor privado do país é denominado em dólar, mas isso só se aplica a 8,5% de seus lucros. E o pior, segundo o Morgan Stanley, é que 50% desse endividamento está concentrado em 5% das empresas. O ponto de maior vulnerabilidade na economia chinesa são as incorporadoras. Empresas como Evergrande, China Vanke e Wanda constroem e vendem salas comerciais e residências, de modo que auferem em yuans a maioria de seus lucros. Proibidas de contrair empréstimos junto a instituições financeiras, essas empresas têm realizado inúmeras emissões de títulos em dólar. De acordo a agência de classificação de risco Fitch, elas também levantaram recursos com companhias fiduciárias, que se encontram, elas próprias, bastante alavancadas, tendo contraído empréstimos em dólar por meio de subsidiárias em Hong Kong. As consequências disso para a economia chinesa como um todo podem ser ainda mais graves se os preços do mercado imobiliário continuarem a cair, como têm feito nos últimos meses. O segundo problema é que em certos países é a economia como um todo, e não apenas o setor privado, que parece exposta à alta da moeda americana. No Brasil e na Rússia, por exemplo, operações de resgate de empresas excessivamente endividadas em dólar confundem os limites que separam Estado, bancos e grandes corporações. O apetite generalizado por dólares contribuiu para a queda do real e do rublo. Outros países se arriscam a trilhar o mesmo caminho. Na Turquia, o endividamento em dólar tem crescido muito desde 2009: além dos empréstimos contraídos pelo setor privado, a dívida externa turca chegou a quase 50% do PIB, bem acima da média (23%) registrada pelos chamados MICs (sigla em inglês para "países de renda média", um agrupamento que, segundo os critérios do Banco Mundial, reúne nações em que o PIB per capita esteja entre US$ 1 mil e US$ 12,5 mil). Na África do Sul, a situação também parece preocupante: o país tem o maior déficit em conta corrente de todos os mercados emergentes, e a dívida externa pública é de 40% do PIB. Uma onda de inadimplência dificilmente causaria problemas em tão larga escala como a crise do subprime de 2008. A maioria dos títulos emitidos por empresas dos mercados emergentes está em mãos de investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras, que têm à disposição um farto volume de recursos para amortecer o impacto. Os bancos que concederam empréstimos agora têm de se submeter a normas muito mais severas do que há oito anos e, de modo geral, estão muito mais bem capitalizados. Uma debacle generalizada nos mercados emergentes não deve ter os efeitos catastróficos da crise que se iniciou com a quebra do Lehman Brothers. Mas levaria as empresas mais atingidas a realizar demissões em massa. E, com a reprecificação do risco a que os investidores devem proceder, provavelmente haverá também um brusco enxugamento do crédito. Países como África do Sul e Turquia, onde a economia desacelera a olhos vistos, não estão livres de sofrer uma colisão frontal com o dólar.





Fonte: JESP.

RISCO - Fitch começa reuniões para avaliar nota do País.


A Fitch começa hoje, em Brasília, as reuniões com a equipe econômica para o processo anual de avaliação da nota de risco de crédito do Brasil com atenção redobrada dos investidores do mercado financeiro. Segunda agência internacional de classificação de risco a enviar uma missão ao Brasil este ano, a Fitch permanece, desde 2011, com a nota de grau de investimento do Brasil dois níveis acima do grau especulativo e viés estável. Como a Standard & Poor’s e a Moody’s –as outras duas grandes agências – fizeram movimentos da nota do Brasil, no ano passado, quando a deterioração dos indicadores econômicos brasileiros já havia se acentuado, é grande a expectativa em torno do processo de revisão da Fitch porque a agência ainda não se mexeu até agora. A percepção no governo brasileiro, segundo apurou a reportagem, permanece otimista de que conseguirá uma trégua da agência. A avaliação é de que a Fitch tem a tradição de levar em consideração na sua análise os compromissos dos governos dos países analisados e deve aguardar a reposta da economia às medidas de ajuste fiscal e de política monetária implementadas pela nova equipe econômica. "O compromisso do ministro Levy é forte. Não há razão para a Fitch se movimentar para baixo", destacou uma fonte do governo. A avaliação é de que a mensagem de compromisso com a meta fiscal das contas públicas é clara e crível, permitindo a estabilização da dívida pública. Levy também deve reforçar que o crescimento da economia vai se recuperar a partir do segundo semestre. O governo avalia que precisa entrar "no jogo" do convencimento da agência transmitindo muita confiança na capacidade de as medidas adotadas darem uma resposta positiva ao quadro negativo da economia. Em julho do ano passado, quando a Fitch manteve a nota do Brasil com viés estável, o comunicado da agência justificou a decisão dizendo que a diversidade econômica do País, as instituições relativamente desenvolvidas, uma alta capacidade de absorção de choques com uma robusta posição externa líquida e um sistema bancário adequadamente capitalizado contrabalanceavam a fraqueza estrutural das contas públicas. A manutenção da nota do Brasil ocorreu meses depois de a Standard & Poor’s ter rebaixado o seu rating do Brasil. Logo em seguida, em setembro, a Moody’s, às vésperas das eleições presidenciais, rebaixou de estável para negativa a perspectiva da nota do Brasil. Em comunicados recentes, a Fitch tem destacado que a estratégia do governo para incentivar o crescimento e enfrentar os desequilíbrios macroeconômicos, como a inflação elevada e os altos déficits fiscal e de conta corrente, será fundamental para a trajetória do rating soberano do País. Em comunicado distribuído ontem, a Fitch afirmou que os mercados emergentes estão passando por uma desaceleração generalizada e, em alguns casos, até contração. A agência ressalta que o Brasil está em recessão desde meados de 2014 e prevê queda de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2015. Em 2016, o País deverá ter crescimento de "apenas" 1,5%, afirmou a Fitch em relatório. O documento alimentou expectativas ruins sobre a avaliação da agência em relação ao Brasil. Uma das preocupações da agência é com os efeitos das investigações de corrupção na Petrobras e das dificuldades políticas enfrentadas pela presidente Dilma. O governo quer mostrar para agência que com diálogo com o Congresso vai conseguir enfrentar as resistências às medidas. A missão é chefiada pela diretora senior de rating soberanos, Shelly Shetty. (Colaborou Lucas Hirata)





Fonte: JC

Novo CPC é sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

 (link de acesso ao texto aprovado, no final desta publicação)

Foi sancionado nesta segunda-feira (16), em cerimônia no Palácio do Planalto, o texto do Novo Código de Processo Civil (CPC), aprovado em dezembro pelo Senado (PLS 166/2010). Durante a sanção, a presidente da República, Dilma Rousseff, não detalhou se houve algum veto ao texto aprovado pelo Senado Federal em dezembro passado. O CPC define como tramita um processo na Justiça, com prazos, tipos de recursos, competências e formas de tramitação. Uma das principais inovações do novo texto é a maior agilidade no andamento dos processos judiciais. — Incentiva-se a redução do formalismo jurídico sempre que a serviço da busca pelo consenso. Democratiza ainda mais o acesso à Justiça ao ampliar e facilitar a gratuidade ou o parcelamento das despesas judiciais — disse a presidente Dilma Rousseff durante a cerimônia de sanção. O texto incorpora soluções que devem ajudar a destravar a máquina do Judiciário. Uma das mais importantes é a criação de centros de solução consensual de conflitos em todos os tribunais, o que deve resultar na troca da atual visão litigiosa pela busca da resolução pacífica das demandas. Nas audiências prévias de conciliação, as partes serão ouvidas e estimuladas ao acordo. As ações só vão prosseguir quando não houver entendimento. Além disso, o novo CPC também faz alterações no atual sistema de recursos, reconhecido como um dos obstáculos à celeridade dos processos na esfera cível, que abrange matérias relativas às pessoas, aos atos e aos negócios jurídicos, bens e direitos, contratos e relações de família. Além de extinguir diversos recursos, o novo CPC restringe o uso de outros. Além disso, foram elevadas as multas para punir o mau uso desses instrumentos, quando manejados apenas para atrasar os processos e assim adiar a hora da sentença. — Trata-se de um instrumento que reforça as garantias constitucionais do processo, o contraditório, a ampla defesa, publicidade, impessoalidade, celeridade, moralidade, transparência nas decisões judiciais. É, sem dúvida, a mais importante matéria que nós deliberamos aqui, nesses últimos dois anos – disse o presidente do Senado, Renan Calheiros, em pronunciamento recente.
Participação
Presente na cerimônia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que presidiu a comissão de juristas responsável pelo anteprojeto do novo código, destacou a colaboração da sociedade na construção do texto. Ele informou que foram mais de 80 mil e-mails e cerca de 200 livros com sugestões para o novo Código Civil. Um dos relatores do novo código no Senado, Vital do Rêgo, atualmente ministro do TCU, elogiou o presidente Renan Calheiros pela agilidade com que conduziu a tramitação do projeto. Ele definiu a nova legislação como um código “moderno”, que enfrentou “com ousadia vários problemas da sociedade”. — Hoje, a liberdade, a democracia e a justiça celebram um novo código. Estamos diante de uma obra de toda a nação brasileira — disse Vital.
Histórico
A modernização do CPC foi iniciada pelo então presidente do Senado José Sarney, que, em 2009, instituiu uma comissão composta de juristas para elaborar o anteprojeto. A iniciativa de Sarney foi lembrada durante a cerimônia pela presidente Dilma Rousseff. A comissão foi presidida pelo agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que à época integrava o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A comissão de juristas apresentou um anteprojeto de lei que foi convertido no PLS 166/2010 e passou a ser analisado por uma comissão especial de senadores. Depois, o texto foi aprovado em Plenário e seguiu para a Câmara dos Deputados, onde recebeu alterações, como as regras especiais para favorecer a solução consensual de demandas no âmbito das ações de família, com previsão de apoio multidisciplinar para ajudar os envolvidos. De volta ao Senado, em 2014, na forma de um substitutivo, o projeto passou mais uma vez pelo exame de uma comissão especial de senadores. Depois, seguiu para o Plenário para votação final, que ocorreu em dezembro. Renan Calheiros enviou o texto final à sanção em fevereiro após minuciosa revisão técnica. O novo CPC, primeiro a ser elaborado em plena vigência de regime democrático no país, tramitou no Congresso por mais de cinco anos. O CPC vigente foi editado em 1973, durante o regime militar. Foi obra concebida pelo então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid. O anterior nasceu no contexto ditatorial do Estado Novo, sob o comando de Getúlio Vargas, em setembro de 1939.

Conheça os principais pontos do novo CPC.
Depois de mais de cinco anos de discussão no Congresso, o Senado concluiu a votação do novo Código de Processo Civil (CPC), que vai à sanção presidencial. No texto abaixo, você pode conferir os principais pontos do novo código que entrará em vigor um ano após a sua publicação.
Agilidade
Causas repetidas: Ações judiciais com o mesmo objetivo poderão ser julgadas de uma única vez por um tribunal, que mandará aplicar a decisão para todos os casos. O instrumento de resolução de demandas repetitivas trará rapidez para milhares de ações iguais contra bancos, concessionárias de serviços públicos (luz e telefonia), Previdência e FGTS.
Limites aos recursos: Para evitar que os recursos continuem sendo instrumentos para adiar o fim dos processos, com o propósito de retardar pagamentos ou cumprimento de outras obrigações, o novo CPC extingue alguns desses mecanismos, limita outros e encarece a fase recursal (haverá pagamento de honorário também nessa etapa, além de multas quando a parte recorrer apenas para atrasar a decisão).
Transparência
As ações serão julgadas em ordem cronológica de conclusão, ressalvados os atos urgentes e as preferências legais, ficando a lista de processos disponível para consulta pública.  Os juízes serão ainda obrigados a detalhar os motivos de suas decisões, não bastando transcrever a legislação que dá suporte à sentença.
Menos conflitos
As pessoas serão chamadas pela Justiça para participar de audiências prévias para tentar acordo. Para isso, os tribunais serão obrigados a criar centros judiciários de conciliação e mediação, com profissionais especializados.  De modo geral, também poderá haver acordo sobre procedimentos do processo, como a definição de calendário ou a contratação de perícia.
Ações de família
Acordo: o juiz deverá dispor do auxílio de profissionais de outras áreas para facilitar ao máximo a conciliação em processos de divórcio, filiação, guarda de filhos e outros temas de família. A audiência se dividirá em quantas sessões forem necessárias para viabilizar o consenso, sem se afastar as providências para evitar a perda de direitos.
Abuso: em casos relacionados a abuso ou alienação parental, a presença de especialista na tomada de depoimento da criança ou incapaz passa a ser obrigatória.
Prisão: é mantida a prisão fechada para o devedor de pensão, mas agora com a garantia de que ficará separado dos presos comuns.
Garantia para credores
Fica mantida a regra atual que permite o bloqueio e penhora antecipada (antes da sentença) de dinheiro, aplicações recursos e outros bens do devedor, para assegurar o pagamento de crédito de terceiros. A novidade é que, para garantir a execução da sentença, o juiz poderá determinar a inclusão do nome do devedor em cadastros de inadimplentes.
Reflexos nas empresas
Personalidade Jurídica: o novo Código definirá procedimentos para a desconsideração da personalidade jurídica das sociedades, medida que pode ser adotada em casos de abusos e fraudes. Assim, os administradores e sócios respondem com seus bens pelos prejuízos. Hoje os juízes se valem de orientações jurisprudenciais ainda consideradas incompletos.
Intervenção: Saiu do texto final, em último momento, regra que atribuía aos juízes poder para determinar a intervenção judicial em empresas, para fazer valer uma sentença com obrigação a cumprir.
Conquistas para advogados
Honorários: os advogados públicos poderão receber, além do salário, honorários quando obtiverem sucesso nas causas. Lei futura definirá condições e forma de pagamento.  Já os advogados liberais, nas ações vencidas contra a Fazenda Pública, agora terão tabela de honorários de acordo com faixas sobre o valor da condenação ou do proveito econômico. Os honorários também serão pagos na fase dos recursos.
Descanso anual: Para que os advogados tenham férias e não percam prazos, os processos ficam suspensos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. Nesse período também não haverá  audiências nem julgamentos, sendo mantidas demais atividades exercidas por juízes, membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública, além dos serviços dos auxiliares da Justiça.
 Participação social
Será regulamentada a intervenção do amicus curiae em causas controversas e relevantes, para colaborar com sua experiência na matéria em análise, em defesa de interesse institucional público. Poderá ser uma pessoa, órgão ou entidade que detenha conhecimento ou representatividade na discussão. A participação poderá ser solicitada pelo juiz ou relator ou ser por eles admitida, a partir de pedido das partes ou mesmo de quem deseja se manifestar.







  


Fonte: Agência Senado

Antecipar a restituição do Imposto de Renda está mais caro.

Na Caixa Econômica Federal, juro quase dobrou; linha é indicada para emergências ou para substituir dívidas com custos maiores.

Antecipar a restituição do Imposto de Renda ficou ainda mais caro esse ano. A alta da taxa básica de juros, a Selic – que passou de 10,75% ao ano em março de 2014 para 12,75% na última reunião – pressionou para cima os juros cobrados neste tipo de financiamento, tanto nos bancos privados como nos públicos. Mesmo a Caixa Econômica Federal – que em 2014 foi o único banco a manter inalterada a taxa dessa modalidade – adotou dessa vez a postura oposta. Nesse ano, o juro mínimo mensal quase dobrou, passando de 1,57% para 2,92% – o maior dentre as opções disponíveis no mercado. Questionada, a instituição financeira não se posicionou sobre o assunto. Já o Banco do Brasil oferece a taxa mais atrativa, a partir de 1,93%. Mesmo assim, é superior à de 2014, quando estava em 1,69%. No Bradesco, o juro mínimo passou de 2,27% ao mês para 2,31%. Os clientes que recebem salário por meio de crédito em conta podem antecipar 100% da restituição, até o limite de R$ 20 mil. Os demais, 80%. No Santander, os juros iniciais passaram de 2,20% para 2,29%, enquanto no HSBC saltaram de 1,79% para 1,99%. O Itaú Unibanco, por sua vez, informou que ainda está avaliando a abertura dessa linha de crédito.
Dívidas.
Apesar da alta verificada em todos as instituições financeiras, a modalidade ainda tem um dos juros mais baixos do mercado, por ter menor risco de inadimplência. Por isso, pode ser alternativa para substituir dívidas mais caras, como cheque especial e cartão de crédito (que superam 10% ao mês) e empréstimo pessoal (em média, 6% ao mês). Mas é necessário pesquisa. A supervisora de assuntos financeiros do Procon-SP, Renata Reis, alerta que o contribuinte deve comparar o custo efetivo total oferecido por cada banco. Além dos juros, esse custo inclui tarifas, impostos e serviços adicionais, como seguros. “A taxa por si só não vai mostrar o real custo da operação”, diz. Além disso, o consumidor deve pesquisar as condições do crédito consignado (com desconto em folha), que também tem taxas mais baixas. Se decidir contratar o empréstimo, o contribuinte não deve contar apenas com o valor da restituição para quitar a dívida. “Trata-se de um evento futuro incerto, sem data definida”, alerta Renata. As devoluções serão realizadas em sete lotes, de junho a setembro. Quanto mais tarde vier o pagamento, maior o desembolso com juros. Esse tipo de empréstimo vence no momento em que a restituição é creditada ou em datas que variam de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, o que ocorrer primeiro. Se cair na malha fina, portanto, o contribuinte irá se complicar com uma nova dívida. Por esse motivo, é preciso ter outra fonte de renda que garanta o pagamento da obrigação.









Fonte: JESP

Gastos e juros em alta, economia parada: a hora é de planejar.

Especialistas recomendam passar pente-fino nas despesas do dia a dia.

Conta de luz mais cara, gasolina acima de R$ 3 em diversas capitais e reajuste nos preços dos supermercados são apenas alguns dos itens que estão esvaziando o bolso do consumidor. E, com a economia crescendo menos, os ganhos de renda ficam mais difíceis. Um cenário que requer cuidado redobrado com as finanças, afinal, se o ritmo de crescimento dos gastos não for contido, a conta pode não fechar no fim do mês. Temendo essa possibilidade, o analista de sistemas Luís Antônio Pestana Junior buscou um consultor financeiro para aprender a controlar melhor suas despesas. O primeiro passo foi detalhar os gastos mensais e estabelecer prioridades, mas sem deixar de levar em conta objetivos futuros, que exigem um desembolso maior. A partir daí, Pestana abriu mão de alguns confortos para manter o orçamento sob controle. — Vi o que era supérfluo e onde dava para economizar. O melhor foi aprender a pensar não só no que posso economizar, mas a ter uma visão de maior prazo, do quanto aquela economia vai representar em um ano. Um corte de R$ 100 no mês vai resultar em R$ 1.200 ao final de um ano, que já é quase o valor do IPVA do carro — explica.
É PRECISO MUDAR HÁBITOS
Ao analisar seu orçamento, Pestana decidiu com a mulher que era possível economizar com as saídas nos fins de semana. A despesa não foi eliminada, apenas reduzida. Ele optou por ficar em casa um fim de semana do mês, dedicando-se a projetos pessoais. Isso reduziu essa despesa de uma média de R$ 1 mil para R$ 700 mensais. Pestana ainda aprendeu que, às vezes, para economizar é preciso investir. A conta de gás, de R$ 180, era considerada alta. A opção foi comprar, em julho do ano passado, um novo aquecedor, de R$ 1.050, com sistema de controle de gastos. Após a mudança, a conta caiu para R$ 60 ao mês, ou seja, o investimento já está praticamente pago. Esse controle é importante, segundo especialistas, porque gastos acima da renda podem levar ao aumento do endividamento, em um momento de alta dos juros, ou mesmo à necessidade de resgatar dinheiro das aplicações para dar conta das despesas cotidianas. Jansen Costa, planejador financeiro, conta que tem visto crescer, entre seus clientes, o sentimento de que o custo de vida está dificultando o controle do orçamento. A saída, explica, é passar um pente-fino nas despesas. Isso não significa ser radical, apenas agir com racionalidade. — Tem de fazer um raio-X para saber como se controlar. Alguns consumidores já sentiram, por exemplo, o impacto na conta de luz e estão mudando hábitos, como deixar o ar-condicionado ligado por menos tempo — diz. Costa lembra que é mais difícil mexer nas contas básicas, como a de luz e transporte para o trabalho, mas, nas demais despesas, sempre há espaço para economia. O consultor diz ainda que, em alguns casos, a revisão de orçamento para lidar com o aumento de custos só acontece quando se percebe que as contas não fecham. Ele cita o exemplo de uma cliente, profissional liberal, que teve de recorrer às economias para pagar as contas do mês. Isso aconteceu porque, além da inflação, ela ainda perdeu alguns clientes no início do ano. — A reserva financeira serve para isso, mas fazer esse tipo de resgate não pode ser recorrente — alerta Costa, lembrando que é sempre bom ter alguma economia para lidar com imprevistos, como perder o emprego. O consultor financeiro do Banco Mercantil Carlos Eduardo Costa lembra que, para ter um bom controle financeiro, é importante que o consumidor saiba fazer escolhas. Se optar por tudo, muito provavelmente a despesa vai ficar bem acima da renda. Ou seja, endividamento à vista. — As escolhas são importantes, porque talvez não dê mais para fazer tudo aquilo a que a pessoa estava acostumada ou que gostaria de fazer — explica. Ele também defende a redução de gastos, como mudanças nos planos do celular ou da TV por assinatura. Pesquisar preços também é importante neste momento.
DEIXE O CARTÃO EM CASA
Para os mais descontrolados, Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, sugere trocar as dívidas mais caras, com o cartão de crédito, por exemplo, por aquelas de custo menor, como um consignado. E recomenda sair de casa sem o cartão, cujo uso demanda planejamento: — O cartão de crédito dá a sensação de que não é preciso desembolsar dinheiro para comprar um bem, mas uma hora a fatura chega. E se não der para pagar essa conta, a pessoa vai entrar no rotativo, e a dívida vai virar uma bola de neve.

SEIS PASSOS PARA APERTAR O CINTO

LEVANTAMENTO: Comece fazendo uma lista de todos os gastos mensais

ESSENCIAL: Estabeleça quais são as prioridades, ou seja, o que não pode ser cortado. Neste caso estão, por exemplo, mensalidade escolar e prestação da casa própria

CORTES: Reavalie as demais despesas para ver o que pode ser reduzido — dos planos de celular e TV a cabo a refeições em restaurantes e idas ao salão de beleza

COMPARAÇÃO: Pesquisa de preços não se restringe ao supermercado. Pode ser aplicada a todos os itens de consumo

PLANOS: Veja o que pode ser adiado, como a troca do carro. Com os juros em alta, não é o momento para contrair novas dívidas

FINANCIAMENTO: Quem já tem dívidas deve trocar aquelas que são caras, como parcelamento no cartão de crédito, por opções que apresentam uma taxa de juros menor, caso do empréstimo consignado








Fonte: O Globo



O descompasso da Presidenta.


Com cinco anos de atraso, um mandato desperdiçado e um monte de problemas acumulados, incluída uma inflação à beira de 8% ao ano, a presidente Dilma Rousseff admitiu: sua política de combate à crise de 2008­-2009 está esgotada. Esse reconhecimento foi feito, publicamente, como justificativa do arrocho necessário para arrumar a economia brasileira. Não houve, nessa declaração, o mínimo sinal de autocrítica. A presidente parece acreditar, sinceramente, no acerto da ação "anticíclica" de seu primeiro governo, apesar do amplo fiasco apontado pelos dados oficiais da produção, do investimento, dos preços, do comércio exterior e também do emprego. Ela já havia tentado transmitir essa mensagem, mas nunca se havia esmerado como no discurso de quinta­feira passada no Porto do Futuro, no Rio de Janeiro: "Nós, e eu digo isso porque passamos por uma conjuntura... eu vou repetir isso: uma conjuntura é um momento. Esse momento significa o seguinte: nós esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou lá em 2009, e que nós combatemos contra todas as características que são próprias da crise internacional deste período". Segundo a presidente, essas características ­ "elevadíssimo desemprego" e "redução violenta da taxa de crescimento" ­ se prolongaram por seis anos, mas o Brasil, graças à política econômica, foi poupado desses males. A economia brasileira foi, portanto, uma ilha de estabilidade, talvez até de prosperidade, num vasto oceano de crise. Mas há um abismo entre a fala presidencial e os fatos. Em 2011, quando o dilmês se tornou o idioma oficial da Presidência da República, a economia mundial cresceu 3,9%. O crescimento americano ficou em 1,6% e nos anos seguintes ganharia impulso, com firme redução do desemprego, agora em torno de 5,5%. A Alemanha nunca deixou de crescer nos últimos seis anos, com desemprego abaixo de 6%. A expansão chinesa foi sempre superior a 7% ao ano. A Índia e outras potências da Ásia se mantiveram dinâmicas. A América Latina cresceu em média, nesses anos, sempre mais que o Brasil, com inflação bem mais baixa. Pela velha contabilidade nacional, a economia brasileira cresceu 2,7% em 2011, 1% em 2012 e 2,5% em 2013. O resultado de 2014 deve ter ficado muito próximo de zero. Os novos números devem sair no fim de março, mas nenhuma alteração metodológica mudará alguns fatos bem estabelecidos: a indústria ficou estagnada nesse período, o investimento fixo declinou, a infraestrutura continuou deficiente, as contas públicas pioraram muito e houve uma devastação das contas externas, com redução do saldo comercial e aumento do buraco em transações correntes. O desemprego brasileiro, de 6,8% no trimestre de novembro a janeiro, é maior que o de 19 dos 34 países­membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mas o discurso oficial normalmente compara os números do Brasil com os de alguns países com taxas muito altas, como França, Itália e Espanha, sem levar em conta os dados de outras grandes economias, como Estados Unidos, Alemanha, Coreia, México, Japão e Austrália. Muitos desses países têm crescido mais que o Brasil, embora tenham sido afetados mais seriamente pela crise de 2008­2009. Têm conseguido melhorar suas condições de emprego, suas indústrias permanecem mais competitivas que a brasileira e, de modo geral, suas contas públicas têm melhorado de forma significativa. Além disso, na maior parte do mundo civilizado, inflação tão alta quanto a do Brasil é raridade. O mundo percebido pela presidente Dilma Rousseff ­ e revelado em suas falas ­ tem sido muito distinto daquele mostrado pela observação do dia a dia e pelas melhores fontes de informação. Esse descompasso entre a realidade e seu registro pela presidente é evidenciado também quando ela descreve as condições do Brasil. Mas, apesar de tudo, vale a pena ouvi-­la. "O Brasil, senhoras e senhores, precisa de trabalhadores que tenham oportunidade de trabalho", disse a presidente no Rio. É preciso reconhecer: quem mais diria algo semelhante com o mesmo ar de seriedade?




Fonte: JESP.

Os EUA têm muito petróleo e nenhum lugar para guardá-lo.

Sobras nos tanques de armazenagem podem levar a uma nova queda nos preços.

Sete meses atrás, os tanques gigantes em Cushing, Oklahoma, a maior armazenagem de óleo bruto na América do Norte, estavam três quartos vazios. Após passar os últimos anos iluminados, o óleo bruto liberado pela revolução da perfuração de xisto, os tanques seguravam pouco menos de 18 milhões de barris no final de julho, ante 52 milhões no início de 2013. Novos dutos de refinarias ao longo da região da Costa do Golfo drenaram de Cushing mais de 30 milhões de barris em menos de um ano. Tão rápido quanto foi esvaziada, Cushing encheu novamente. Desde outubro, a quantidade de petróleo armazenado lá quase triplicou para mais de 51 milhões de barris. Assim como os preços do petróleo caíram, de mais de US$100 por barril no final do ano passado para abaixo de US$50 agora. Grandes companhias estão armazenando seu petróleo bruto na esperança de vende-lo por preços mais altos no futuro. Com a contínua expansão da produção dos EUA, a soma desses fatores leva ao aumento mais rápido de estoques já visto. Durante a maior parte desse ano, os EUA adicionaram quase 1 milhão de barris por dia ao seu armazenamento de material bruto. Enquanto isso, no dia 11 de março, os estoques nacionais estavam em 499 milhões de barris, o número mais alto de todos os tempos. Não são apenas os tanques de Cushing que estão cada vez mais cheios, mas os da maior parte dos Estados Unidos. Fábricas no Centro-Oeste estão cerca de 70% cheias, enquanto a Costa Leste está com capacidade de 85%. Alguns analistas começam a se perguntar se os EUA têm espaço o suficiente para armazenar todo esse petróleo. Ed Morse, chefe global de pesquisa em commodities do Citigroup, aumentou essa preocupação no dia 23 de fevereiro em um simpósio sobre petróleo do Conselho da Relações Internacionais em Nova York. “O fato que importa é o seguinte: estamos ficando sem capacidade de armazenamento nos EUA”, ele disse. Se a quantidade de petróleo superar a capacidade de armazenar, os EUA provavelmente precisarão cortar as importações e finalmente diminuir o ritmo de produção própria, já que não haverá onde pôr o excesso. Os preços também podem cair, talvez muito. Morse e sua equipe de analistas no Citigroup previram que em algum momento nessa primavera (no hemisfério norte), conforme os tanques atingirem seus limites, os preços do petróleo novamente cairão abruptamente, possivelmente para até US$20 por barril. Sem lugar para armazenar o bruto, produtores e companhias de comercialização provavelmente precisarão vender sua produção a refinarias com descontos, o que poderia finalmente persuadir os produtores a parar de bombear. Investidores de petróleo parecem estar mudando de opinião quanto à noção de que uma capacidade baixa de armazenagem poderia levar a outra queda de preços. Nos mercados futuros, os fundos de hedge passaram as últimas semanas diminuindo suas apostas de que os preços do petróleo aumentariam. Ao invés disso, eles construíram uma posição de baixa recorde, aumentando as apostas de que os preços cairão. Em uma entrevista em 11 de março na CNBC, o presidente do Goldman Sachs Gary Cohn disse que está preocupado que os EUA estejam ficando sem espaço de armazenagem, particularmente agora que as refinarias entram em um período de manutenção sazonal em preparação à temporada de verão. Durante esse período elas normalmente cortam as compras de bruto. Cohn disse que os preços podem chegar a uma mínima de US$30 por barril. A matemática pode ser um tanto traiçoeira. O Departamento de Energia dos EUA mede a capacidade de armazenamento de petróleo duas vezes ao ano: uma na primavera e outra no outono. Em setembro de 2014, o país possuía 521 milhões de barris em capacidade, ante 500 milhões em 2013. Isso inclui o espaço em tanques e em refinarias. Entretanto, não entra nas contas a quantidade de petróleo qie pode ser armazenada em dutos ou tanques próximos a poços de petróleo; nem a capacidade em navios-tanque fora da costa, em trânsito do Alasca, ou em trens. Dos 449 milhões de barris de bruto totais, cerca de 327 milhões estão em parques de estocagem ou em refinarias. De acordo com dados da Energy Information Administration, os EUA estão usando cerca de 63% da sua capacidade de armazenagem, ante 48% um ano antes. “Nós temos mais espaço do que algumas pessoas tendem a acreditar”, disse Andy Lipow, um consultor de energia de Houston. A estimativa mais recente de capacidade também não inclui tanques construídos a partir de setembro na Dakota do Norte, Colorado, Wyoming e Texas, de acordo com ele. Ainda assim, a capacidade em tanques de Cushing está ficando apertada. O núcleo de armazenagem ficará lotado aproximadamente no Memorial Day nos EUA (última segunda-feira do mês de maio), disse Stephen Schork, que administra a companhia de consultoria em energia Schork Group. Enquanto a commoditie estiver barata, ele diz, o comércio tem um incentivo para armazená-la. Cushing tem espaço para algo em torno de 71 milhões de barris de petróleo, ante 50 milhões em 2010. Um dos maiores donos de tanques por lá é a distribuidora canadense Enbridge. “Não temos muito espaço mais, mas ainda estamos atendendo a chamadas”, disse Mike Moelles, que gerencia o pátio da companhia na cidade. “Nem todos que ligam vão conseguir espaço”. Ele disse que mensalmente os preços da armazenagem no mercado foram de centavos por barril para mais de um dólar em alguns casos. Mesmo com os preços a menos da metade do que eram no verão passado e a capacidade de armazenagem diminuindo a saída de petróleo nos EUA continua a crescer. Durante fevereiro, a produção diária de petróleo bruto dos EUA atingiu 9,3 milhões de barris, aproximadamente 1 milhão a mais que um ano antes. O acúmulo massivo concedeu às companhias de petróleo uma demanda fantasma de seu bruto. Muitos restringem a produção antes dos preços caírem demais, fazendo contratos futuros que garantem determinado preço. Isso permite que vendam petróleo por um preço mais alto que a taxa atual de US$49 por barril, mantendo boa parte rentável apesar dos preços baixos. Ficar sem espaço pode ser a única maneira de frear o bombeamento por parte das companhias. “Essas produtoras continuam sugando quando deveriam estar diminuindo o ritmo”, diz Dominick Chirichella, co-presidente do Energy Management Institute, um grupo de conselho de Nova York. “Em algum momento, o fato de que a oferta será maior que a demanda deve aparecer”.







Fonte: Infomoney