Na Caixa Econômica
Federal, juro quase dobrou; linha é indicada para emergências ou para
substituir dívidas com custos maiores.
Antecipar a restituição do Imposto de Renda
ficou ainda mais caro esse ano. A alta da taxa básica de juros, a Selic – que
passou de 10,75% ao ano em março de 2014 para 12,75% na última reunião –
pressionou para cima os juros cobrados neste tipo de financiamento, tanto nos
bancos privados como nos públicos. Mesmo a Caixa Econômica Federal – que em
2014 foi o único banco a manter inalterada a taxa dessa modalidade – adotou
dessa vez a postura oposta. Nesse ano, o juro mínimo mensal quase dobrou,
passando de 1,57% para 2,92% – o maior dentre as opções disponíveis no mercado.
Questionada, a instituição financeira não se posicionou sobre o assunto. Já o
Banco do Brasil oferece a taxa mais atrativa, a partir de 1,93%. Mesmo assim, é
superior à de 2014, quando estava em 1,69%. No Bradesco, o juro mínimo passou
de 2,27% ao mês para 2,31%. Os clientes que recebem salário por meio de crédito
em conta podem antecipar 100% da restituição, até o limite de R$ 20 mil. Os
demais, 80%. No Santander, os juros iniciais passaram de 2,20% para 2,29%,
enquanto no HSBC saltaram de 1,79% para 1,99%. O Itaú Unibanco, por sua vez,
informou que ainda está avaliando a abertura dessa linha de crédito.
Dívidas.
Apesar da alta verificada em todos as
instituições financeiras, a modalidade ainda tem um dos juros mais baixos do
mercado, por ter menor risco de inadimplência. Por isso, pode ser alternativa
para substituir dívidas mais caras, como cheque especial e cartão de crédito
(que superam 10% ao mês) e empréstimo pessoal (em média, 6% ao mês). Mas é
necessário pesquisa. A supervisora de assuntos financeiros do Procon-SP, Renata
Reis, alerta que o contribuinte deve comparar o custo efetivo total oferecido
por cada banco. Além dos juros, esse custo inclui tarifas, impostos e serviços
adicionais, como seguros. “A taxa por si só não vai mostrar o real custo da
operação”, diz. Além disso, o consumidor deve pesquisar as condições do crédito
consignado (com desconto em folha), que também tem taxas mais baixas. Se
decidir contratar o empréstimo, o contribuinte não deve contar apenas com o
valor da restituição para quitar a dívida. “Trata-se de um evento futuro
incerto, sem data definida”, alerta Renata. As devoluções serão realizadas em
sete lotes, de junho a setembro. Quanto mais tarde vier o pagamento, maior o
desembolso com juros. Esse tipo de empréstimo vence no momento em que a
restituição é creditada ou em datas que variam de dezembro de 2015 a fevereiro
de 2016, o que ocorrer primeiro. Se cair na malha fina, portanto, o
contribuinte irá se complicar com uma nova dívida. Por esse motivo, é preciso
ter outra fonte de renda que garanta o pagamento da obrigação.
Fonte:
JESP
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