Bolsonaro anula nomeação de Ramagem para o comando da Polícia Federal


Após sofrer uma derrota no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou atrás e editou, nesta quarta-feira (29), um decreto anulando a nomeação de Alexandre Ramagem, até então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para a direção-geral da Polícia Federal.
O movimento ocorre algumas horas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, suspender a nomeação. A decisão liminar atendeu a pedido feito pelo PDT, que alegou “abuso de poder por desvio de finalidade” do presidente.
O novo decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União e também cancelou a exoneração de Alexandre Ramagem do comando da Abin. Segundo a TV Globo, a Advocacia-Geral da União não recorrerá da decisão do magistrado e procurará outro nome para assumir a diretoria-geral da PF.
A posse de Ramagem estava prevista para as 15h (horário de Brasília), em meio a acusações de interferência de Bolsonaro sobre a Polícia Federal – episódio que culminou no pedido de demissão do ex-juiz Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Visto como símbolo da Operação Lava-Jato e figura popular no governo, Moro deixou o cargo alegando tentativa insistente do presidente em interferir nas atividades da corporação. O estopim foi a exoneração do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo – nome de confiança do ex-juiz.
Segundo o agora ex-ministro, “o presidente (…) queria ter uma pessoa do contato pessoal dele que ele pudesse ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência”. As acusações já são alvo de investigação pela Procuradoria-Geral da República, autorizada pelo ministro Celso de Mello, do STF.
Alexandre Ramagem é homem de confiança da família Bolsonaro. Delegado de carreira da Polícia Federal, ele se aproximou do clã durante a campanha de 2018 e cuidou da segurança do então candidato à presidência depois da facada sofrida em Juiz de Fora (MG). Passou a comandar a Abin em junho passado.

FONTE:infomoney.com.br

Taxas de títulos públicos recuam com redução nas projeções para a Selic em 2021 e 2022


Com novas reduções nas projeções para a Selic nos próximos dois anos pelo mercado financeiro, bem como com investidores atentos à reabertura da economia em alguns países europeus e estados americanos, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam queda nesta manhã, após forte aumento dos prêmios na sexta-feira (24).
Entre os papéis indexados à inflação, o juro do Tesouro IPCA+ 2026 cedia de 3,58% para 3,53% ao ano nesta segunda-feira (27), enquanto o prêmio do título com vencimento em 2045 recuava de 4,72% para 4,51% ao ano.
Com relação aos títulos prefixados, o com prazo em 2023 pagava 5,34% ao ano, ante 5,53% a.a. na tarde de sexta-feira (24). Já o retorno do Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 cedia de 8,43% para 8,24% ao ano.

Selic: projeções menores para 2021 e 2022

Com preocupações crescentes em relação aos impactos recessivos do coronavírus sobre a economia brasileira, o mercado financeiro tem aumentado as apostas de que os juros seguirão baixos por um período mais prolongado. Segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (27), as projeções para a taxa básica de juros foram reduzidas de 4,50% para 4,25% ao ano, em 2021, e de 6,00% para 5,88% ao ano, em 2022.
Para este ano, contudo, a projeção para a Selic foi mantida em 3,00% ao ano, o que implica um corte de 0,75 ponto percentual em relação ao patamar atual.
Com relação à mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, esta caiu pela 11ª vez consecutiva. Agora, os economistas veem uma contração da economia brasileira de 3,34% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 2,96%. Em 2021, o mercado espera que a atividade cresça 3,00%, também abaixo da expectativa anterior, que indicava expansão de 3,10%.
Já para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta foi cortada pela sétima vez consecutiva, de 2,23% para 2,20%, em 2020, e mantida em 3,40%, em 2021.

Noticiário

Entre os principais destaques do dia, investidores monitoram os novos estímulos monetários anunciados pelo Banco do Japão, como a compra de commercial papers e outros ativos no mercado, para minimizar os impactos do coronavírus sobre a economia japonesa.
Também animam os mercados notícias de reabertura gradual de alguns países europeus, como Itália e Grã Bretanha, bem como alguns estados americanos.
Enquanto nos Estados Unidos o governador de Nova York anunciou ontem a reabertura gradativa da economia – começando pela manufatura e pela construção –, na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte assinou um decreto para a “Fase 2” da reabertura, que valerá entre os dias 4 e 18 de maio.
No Brasil, a atenção recai sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro reforçando seu apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que o chefe da pasta é quem comanda a economia. “Acabei mais uma reunião aqui tratando de economia. E o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse Bolsonaro na manhã desta segunda-feira, de acordo com o jornal O Globo.
O discurso alivia o clima de tensão política que tomou conta dos mercados na sexta-feira, quando o ex-juiz Sergio Moro pediu demissão após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo e o site G1, Bolsonaro deve anunciar Jorge Oliveira, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, como o novo ministro da Justiça, e Alexandre Ramagem, chefe da Associação Brasileira de Inteligência, como o novo diretor da Polícia Federal.