Taxa de desemprego sobe a 13,6% em abril, e país já tem 14 milhões de desocupados.

População 1,1 milhão de pessoas passaram a buscar emprego, um crescimento de 8,7%.

RIO - A taxa de desemprego ficou em 13,6% no trimestre encerrado em abril, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Mensal divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. Com isso, o país já tem 14 milhões de desocupados. A taxa ficou um ponto percentual acima da taxa do trimestre que terminou em janeiro (12,6%). Na comparação com o mesmo período de 2016 (11,2%), o quadro também foi de aumento (2,4 pontos percentuais).

A expectativa de analistas consultados pela Bloomberg era de que a taxa ficasse em 13,8%.

A população desocupada cresceu 8,7% em relação ao registrado entre novembro de 2016 e janeiro de 2017 (12,9 milhões de pessoas), um acréscimo de 1,1 milhão de pessoas à procura por trabalho. Já frente ao mesmo trimestre do ano passado, esta estimativa subiu 23,1%, um aumento de cerca de 2,6 milhões de desocupados.

A população ocupada, que soma 89,2 milhões de pessoas, caiu 0,7%, quando comparada com o trimestre de novembro de 2016 a janeiro de 2017 (89,9 milhões de pessoas). Em comparação com igual trimestre de 2016, quando o total de ocupados era de 90,6 milhões de pessoas, houve queda de 1,5%, uma redução de 1,4 milhão de pessoas.

O desemprego não cai desde novembro de 2014, quando o indicador atingiu o ponto mínimo da série histórica, 6,5%. Foi justamente o último ano de crescimento da economia brasileira, que entrou em recessão nos dois anos seguintes. A retomada do mercado de trabalho é apontada como uma das condições para uma recuperação sólida do Produto Interno Bruto (PIB), que depende do consumo das famílias.

Nos últimos meses, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) chegaram a mostrar sinais positivos. Em abril, o país criou 59,8 mil postos de trabalho com carteira assinada, no saldo entre admissões e demissões. Foi o segundo mês de resultado positivo do levantamento, depois de fevereiro. Em janeiro e março, no entanto, o Caged ficou no vermelho.

Fonte: Jornal o Globo

Copom inicia hoje, em Brasília, reunião para definir taxa de juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje (30), em Brasília, a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Instituições financeiras, consultadas pelo BC, esperam que a Selic seja reduzida em 1 ponto percentual caindo para 11,25% ao ano.

Hoje, pela manhã, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, e diretores do banco fazem a análise de mercado. À tarde, é feita a análise de conjuntura. Amanhã (31), à tarde, no segundo dia de reunião, após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para a Selic, a diretoria do BC define a taxa. A decisão será anunciada às 18h. Para o mercado financeiro, a Selic continuará a ser reduzida em 2017, encerrando o período em 8,5% ao ano.

Queda da Selic começou em outubro

A taxa Selic vem sendo reduzida desde outubro do ano passado, quando passou de 14,25% para 14% ao ano. Em novembro, houve mais um corte de 0,25 ponto percentual, seguido por reduções de 0,75 ponto percentual em janeiro e em fevereiro. Em abril, o Copom acelerou o ritmo de cortes para 1 ponto percentual.

Com a crise política, o mercado financeiro aumentou levemente a projeção para a inflação, após 11 reduções seguidas. Entretanto, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continua abaixo do centro da meta a ser perseguida pelo BC, que é 4,5%. Para o mercado financeiro, a inflação vai encerrar 2017 em 3,95%.

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e consequentemente a inflação. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Fonte: Istoé.com

Indústria naval já demitiu 50 mil e tem dívida bilionária.

Sem encomendas, com o caixa debilitado e, em alguns casos com sócios envolvidos na Lava Jato, cinco estaleiros entraram em recuperação judicial.

São Paulo – Símbolo de um Brasil que dava certo e atraía investimentos bilionários, o setor naval entrou em colapso. De um conjunto de 40 estaleiros instalados no País, 12 estão totalmente parados e o restante está operando bem abaixo da capacidade.

Sem encomendas, com o caixa debilitado e, em alguns casos com sócios envolvidos na Operação Lava Jato, cinco desses estaleiros entraram em recuperação judicial (ou extrajudicial).

Dos tempos de euforia, sobraram uma dívida bilionária para pagar no mercado e quase 50 mil trabalhadores demitidos, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval).

Entre os estaleiros que ainda estão em operação, uma parte é voltada para a construção de embarcações fluviais, como barcaças, ou de transporte de passageiros, como os catamarãs comuns no Norte do País.

A indústria voltada para a construção de plataformas e navios offshore, que nasceu para atender às demandas da Petrobras, está em contagem regressiva com os últimos projetos em fase final de construção.

Alguns grandes estaleiros têm pouco mais de dois meses de trabalho e depois podem engrossar a lista de estabelecimentos parados.

A euforia de investimentos em estaleiros começou no governo Lula com a descoberta do Pré-Sal pela Petrobras. A partir daí, começaram a pipocar projetos de novos estaleiros em todo o litoral brasileiro, uma grande notícia para o governo que queria gerar emprego e turbinar a economia.

Para quem aceitasse o maior porcentual de conteúdo local nas embarcações, o governo se propunha a financiar até 90% do projeto.

De 2007 para cá, algo em torno de R$ 45 bilhões foram desembolsados do Fundo de Marinha Mercante (FMM) por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e demais bancos públicos e privados para financiar o setor.

Até 2014, a política do governo se mostrava positiva, apesar de alguns atrasos na entrega de projetos. A essa altura o setor empregava 82 mil pessoas e desenvolvia uma enorme cadeia produtiva.

Mas, com a Operação Lava Jato que atingiu em cheio a Petrobras, a queda no preço do petróleo e a derrocada da Sete Brasil, empresa responsável pela contratação de navios para a estatal, a indústria naval brasileira desmoronou com uma sequência de cancelamentos de encomendas de embarcações. “Foi a tempestade perfeita”, diz André Carvalho, da Veirano Advogados.

Para complicar a situação, a Petrobras fez um pedido à agência reguladora do setor (ANP) para reduzir os porcentuais de conteúdo local na construção de uma plataforma para o Campo de Libra, alegando que a produção no Brasil encarece em 40% o produto.

“Os investimentos foram feitos baseados na política de conteúdo local. A eliminação seria muito complicada”, afirma Rodrigo Mattos, diretor da Alvarez & Marsal (A&M).

A crítica é que a crise veio num momento em que a curva de aprendizado estava crescendo, com milhões de reais investidos em treinamento de pessoal.

“Pior. A crise pegou alguns estaleiros ainda na curva de investimentos”, diz o presidente da A&M, Marcelo Gomes. É o caso por exemplo do Enseada Paraguaçu, que tem como sócia as empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC, envolvidas na Lava Jato, além da japonesa Kawasaki. Com 82% das obras concluídas, o estaleiro está parado e em recuperação extrajudicial.

A solução tem sido buscar novas atividades para a área. O presidente da empresa Fernando Barbosa afirma que a opção em análise é a criação de um polo industrial e logístico. Outros estaleiros seguem o mesmo caminho e buscam reestruturar suas atividades, como o Inhaúma (RJ), afirma Sergio Leal, do Sinaval.

No caso do Estaleiro Rio Grande, também em recuperação judicial, a solução em estudo é criar uma unidade produtiva isolada e vender em leilão a parte que inclui todos os equipamentos. “Se nada for feito, em dois anos estará tudo destruído”, diz Leal.

Sem dinheiro

Jorge Roberto Peixoto da Fonseca, de 46 anos, é uma das vítimas do colapso que vivem os estaleiros no Brasil. Há dez anos, ele deixou o Rio de Janeiro para se aventurar na implementação do polo naval de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Foi trabalhar na Ecovix, dona do Estaleiro Rio Grande, que em dezembro do ano passado demitiu cerca de 3 mil funcionários, depois de ter seus contratos rescindidos com a Petrobras.

Fonseca foi um dos dispensados pela empresa, que em seguida entrou em recuperação judicial. Desde então, o desempregado vive um pesadelo.

Com 26 anos de carreira na área de tubulação, ele já passou por grandes empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima, projetos da Companhia Siderúrgica Nacional e uma fábrica da Nissan.

Hoje, no entanto, não consegue nenhum emprego. “O máximo que consegui foi um bico de limpador de fossa”, afirma Fonseca.

O mesmo acontece com a mulher, Maria Angélica Rocha de Oliveira, de 49 anos. “No Rio, trabalhei no Itaú, numa indústria farmacêutica e em empresas de telemarketing. Aqui não consigo emprego nem como caixa de supermercado. Eventualmente aparece algum trabalho de faxina.”

Para sobreviver, os dois contam com a ajuda do filho de Maria Angélica, que ainda vive no Rio, e de vizinhos. “Tem dia que a gente não tem nem o que comer”, diz ela, que sofre de hipertensão e precisa seguir uma alimentação saudável por recomendação médica. “Eles me pedem para comer bastante fruta. Não temos dinheiro nem para comprar o básico.”

O aluguel da imóvel onde o casal vive com uma filha adolescente está atrasado há dois meses. “E já pediram para desocupar a casa”, afirma Fonseca, que ainda acredita na recuperação do setor naval de Rio Grande.

Na semana em que a reportagem esteve na cidade, ele e outras dezenas de desempregados protestavam na frente do estaleiro da QGI, que ainda está em operação, em busca de trabalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame.com

Procuradoria do Rio cobra R$ 2,8 bi de dívidas.

São 7 mil devedores ao estado. Cerca de 10% deles são pessoas físicas.

Em meio à grave crise fiscal por que passa o Rio, a Procuradoria Geral do Estado iniciou a cobrança de R$ 2,8 bilhões devidos por 7 mil pessoas e empresas inscritas na dívida ativa estadual. Será a última chance de acertar as contas antes da execução fiscal, quando o governo recorre à Justiça para bloquear bens dos devedores. Cerca de 10% deles são pessoas físicas.

Entre os 7 mil devedores, há dívidas que vão de R$ 1.051 a R$ 433 milhões e empresas de ramos diversos, incluindo alimentício, petroquímico e varejo. São contribuintes que deixaram de pagar Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), IPVA ou ITCMD (imposto que incide sobre doações ou sobre imóveis repassados a terceiros em caso de morte), comprometendo a arrecadação estadual.

Quando alguém não paga algum tributo, cabe à Secretaria da Fazenda ou a outro órgão responsável pela arrecadação — como o Detran no caso do IPVA — cobrar do contribuinte. Se as esferas administrativas de cobrança se esgotam, o crédito é inscrito na dívida ativa. A partir daí, os procuradores têm dois caminhos: protestar os títulos da dívida ou realizar a execução fiscal.

No primeiro caso, esses títulos são encaminhados a um cartório, que se encarrega de comunicar aos devedores a cobrança e dar a eles um prazo para regularizar a situação. Se isso não for feito, o nome do devedor vai para o Serasa e outros órgãos com bancos de dados de inadimplência. Como o nome “sujo”, os devedores têm dificuldade de ter acesso a crédito, por exemplo.

— É uma forma que temos de constrangê-los, para fazêlos honrar os débitos — diz Marcus Vinícius Barbosa, procurador do estado responsável pela dívida ativa. MÉDIA DE RECUPERAÇÃO DE 3% O lote de títulos com R$ 2,8 bilhões em dívidas foi recentemente encaminhado ao cartório. O montante é igual ao volume de créditos protestados pela Procuradoria ao longo dos últimos oito anos. Segundo Barbosa, essa nova leva têm um perfil de dívida melhor que o usualmente encaminhado ao cartório, pois foi feito um pente-fino dos devedores. São pessoas ou empresas que já reconheceram a dívida e que, muitas vezes, iniciaram o pagamento parcelado do débito mas, por alguma razão, interromperam o pagamento.

— Temos mais chance de negociar o pagamento agora e, numa eventual briga na Justiça, nossa chance de receber também aumenta porque o devedor já confessou o débito — explica Barbosa.
Ainda assim, a chance de recuperar os créditos é pequena, reconhecem os procuradores. Nessa fase de cobrança (protesto de títulos), apenas 3% dos valores costumam ser reavidos, o que daria R$ 84 milhões. Montante insuficiente para honrar a folha de pagamento, em média de R$ 2,2 bilhões mensais, incluindo ativos, inativos e pensionistas.

Paralelamente, a PGE está trabalhando em parceria com o Banco do Brasil para recuperar depósitos judiciais que foram feitos como garantia de dívidas questionadas na Justiça. Em muitos casos, o estado ganhou os processos, mas não conseguia localizá-los por serem muito antigos. ALÍVIO NA CRISE Hoje, há R$ 1,5 bilhão em depósitos com esse perfil no Banco do Brasil. A Procuradoria já identificou que R$ 16 milhões podem ser sacados porque se referem a ações já encerradas em favor do governo estadual.

— A gente sabe que a dívida ativa não é a solução para a crise do estado. Mas é possível melhorar bastante. Não podemos nos conformar com índices tão baixos de recuperação — disse Leonardo Espíndola, procurador geral do Estado.

Fonte: Jornal o Globo



Confiança do Comércio cai 0,5 ponto em maio ante abril, para 88,6 pontos diz FGV.

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 0,5 ponto na passagem de abril para maio, saindo de 89,1 pontos para 88,6 pontos, informou nesta quinta-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ocorre após cinco altas consecutivas, período em que o indicador acumulou um avanço de 11,1 pontos.

“Mesmo após ter avançado expressivamente nos meses anteriores, a acomodação da confiança do Comércio em maio ocorre em um patamar ainda baixo em termos históricos”, avaliou Aloisio Campelo, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Houve queda na confiança em maio em seis dos 13 segmentos pesquisados. O recuo no Icom foi determinado pela piora no Índice de Expectativas (IE-COM), que caiu 1,0 ponto no mês, para 94,8 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA-COM) ficou estável em 82,9 pontos.

“Nota-se recentemente uma melhora de humor nos segmentos relacionados às vendas a prazo, um possível reflexo da tendência de queda dos juros e liberação de recursos do FGTS. A coleta de dados para a pesquisa de maio já estava quase terminando quando foi deflagrada uma crise política, no dia 17, com potencial para aumentar o grau de incerteza econômica e afetar o ritmo (já lento) de recuperação do setor”, completou Campelo.

A maior contribuição para a queda do IE-COM no mês foi do quesito que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses seguintes, que recuou 1,1 ponto em relação ao mês anterior, para 94,3 pontos.

Apesar da estabilidade do ISA-COM em maio, o Indicador de Desconforto sinalizou melhora do ambiente de negócios no ano. O quesito é construído com dados da Sondagem do Comércio que agregam as proporções de empresas que apontam três fatores limitativos à melhoria dos negócios diretamente relacionados ao mau humor empresarial: demanda insuficiente, custo financeiro e acesso a crédito bancário.

Após dois meses de estabilidade, o Indicador de Desconforto caiu em maio, mostrando que, ao menos até a nova crise política, o ambiente de negócios no comércio começava a dar sinais de melhora em 2017. A coleta de dados para a edição de maio da sondagem foi realizada entre os dias 2 e 23 do mês e obteve informações de 1.118 empresas.

Fonte: Istoé.com

Crise política já afeta dia a dia de empresas e adia tomada de decisões.

Exatamente no momento em que as empresas começavam a recuperar o fôlego após dois anos seguidos de recessão, a delação dos executivos da JBS, que envolveu o presidente Michel Temer, jogou o Brasil em uma nova onda de incerteza. A consequência imediata, apurou o ‘Estado’, foi a paralisia em acordos que estavam para ser fechados – como fusões e renegociações de dívidas – e a suspensão de projetos de abertura de capital. Em um período em que as vendas começavam a se reanimar, empresas também já sentiram os primeiros impactos negativos em seu dia a dia.

O presidente da fabricante de MAN/Volkswagen no Brasil, Roberto Cortes, desistiu de participar de uma reunião de acionistas na matriz da fabricante de ônibus e caminhões, na Alemanha. “Achei melhor ficar aqui, acompanhar a situação e continuar o trabalho para a recuperação do mercado”, disse.

Na agência de viagens CVC, a ordem é garantir que a equipe esteja focada nas vendas. “É claro que a alta do dólar afeta um pouco o passageiro internacional, mas não temos de perder tempo pensando no governo. Aqui é ‘varejão’, abrimos a lojinha todo dia”, disse Luiz Falco, presidente da agência de viagens, que fechou a aquisição do Grupo Trend, por R$ 258 milhões, no início deste mês. “Temos mostrado resistência à crise, tanto que crescemos entre 5% e 6% nos últimos anos, mas claro que a situação não é um passeio no parque.”

‘Bomba atômica’. Falco percebeu a nova crise política de forma imediata – ele participava de um evento do Itaú, em Nova York, ao lado de outros executivos brasileiros, e disse que o comportamento dos investidores sobre o País mudou da água para o vinho. “Estava todo mundo otimista e, de repente, explodiu uma bomba atômica. Teve gente desmarcando reunião”, disse. “E tem estrangeiro com o dedo no gatilho para investir no Brasil.”

Embora tenha sentido um impacto direto nas vendas após a divulgação da delação dos irmãos Batista, da JBS, o presidente e sócio da Kalunga, Roberto Garcia, afirmou que a verdade sobre a política brasileira precisa continuar a vir à tona. “É claro que não é bom para economia, especialmente no curtíssimo prazo, mas acho que temos de saber de tudo o que está se passando”, disse. “A política brasileira está parecendo série da Netflix, sempre tem um capítulo novo.”

A situação é de cautela mesmo para empresas como a Bayer, que atua em dois dos setores que menos foram afetados pela crise até o momento, como medicamentos e agronegócio. Para o presidente da multinacional alemã Bayer no Brasil, Theo Van der Loo, o cenário brasileiro voltou a ficar turvo. “É difícil ainda saber o impacto da crise. E não é o momento para a tomada de decisões importantes.”

Na opinião de Ricardo Knoepfelmacher, da RK Partners, especializada em recuperação de empresas – e que trabalha para companhias como a construtora PDG e a Bombril, por exemplo -, o Brasil viverá um “hiato” de tomada de decisões enquanto a situação política não se resolver. “Tudo depende do tempo em que vão durar essas incertezas.” A tendência, segundo Ricardo K., é que os ativos brasileiros se desvalorizem, abrindo a chance de investidores estrangeiros aproveitarem essas oportunidades.

Longa espera

A tão aguardada recuperação econômica, que já vinha sendo celebrada, pode ser adiada até o ano que vem, segundo Alexandre Bertoldi, sócio-gestor da Pinheiro Neto Advogados, que assessora grandes processos de fusões e aquisições. “O Brasil estava dando sinais de recuperação. Mas as operações de mercado de capitais vão parar durante esse período de volatilidade – e tinha muita coisa engatilhada”, afirmou Bertoldi. “Os investimentos em infraestrutura vão sofrer um atraso enorme. Dependendo do que acontecer, (o retorno do crescimento) fica abortado até 2018.”

Para Moacir Zilbovicius, sócio do Mattos Filho, ainda é cedo para dizer que o ano de 2017 está perdido, embora ele acredite que várias decisões de negócios vão ficar em “stand-by”. “Acho natural, neste momento, entender melhor para onde o mercado vai. É um intervalo de um jogo de futebol. Virá um segundo tempo”, disse Zilbovicius, que também assessora importantes fusões e aquisições. “Havia uma sinalização de estabilidade. Os investidores que conhecem o Brasil e estão aqui conseguem interpretar melhor. Já os que não conhecem o mercado brasileiro não vão entrar nesta hora.”

Fontes ouvidas pelo Estado afirmaram que neste atual momento de incertezas o Brasil voltou a ficar barato – e neste vácuo que entrarão investidores menos avessos a riscos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Fonte : Istoé.com

S&P coloca rating do Brasil em observação negativa, cita crise política.

(Reuters) - A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou nesta segunda-feira que colocou em observação negativa a perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil, hoje em BB (SA:BBAS3), citando aumento das incertezas políticas.

Segundo a S&P, após recentes alegações de corrupção contra o presidente Michel Temer, o cenário político do Brasil voltou a se tornar mais complicado.

"As incertezas de curto prazo sobre a viabilidade política do presidente Temer, o potencial de processo de transição prolongado aumentou o risco de queda para a classificação do Brasil", diz trecho do documento.

Segundo a S&P, a observação negativa reflete o risco de corte no rating nos próximos três meses em meio ao maior estresse na dinâmica política.

Logo após o anúncio, o Ministério da Fazenda afirmou em nota que está focado na recuperação econômica e na realização das reformas e que a S&P informou que a atual nota de crédito pode ser mantida se a incerteza política for de curta duração e se a equipe econômica tiver apoio do Congresso.

"O Ministério da Fazenda reafirma o seu compromisso com a recuperação da economia brasileira por meio de reformas estruturais que objetivam o equilíbrio das contas públicas, a sustentabilidade da dívida pública e a construção de novas bases para o crescimento sustentado", diz a nota.

Na sexta-feira, a agência Fitch reafirmou o rating do Brasil em "BB" com perspectiva negativa, citando os repetidos episódios de instabilidade política que têm implicações para a economia.

As decisões das agências acontecem após os desdobramentos da divulgação de áudios de conversa de Temer com o empresário Joesley Batista, um dos controladores da JBS (SA:JBSS3), na qual o presidente da República supostamente dá aval para manter pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha em troca de silêncio sobre denúncias contra o governo. Temer nega as acusações.


Fonte: Investing.com

Prévia da confiança da indústria no Brasil indica maior nível em 3 anos em maio, diz FGV.

A preliminar do ICI subiu 1,2 ponto e foi a 92,4 pontos neste mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, o que se for confirmado representará o maior nível desde abril de 2014, quando chegou a 97,0 pontos.

O resultado deriva principalmente da indicação de avanço de 1,3 ponto do Índice da Situação Atual (ISA), para 89,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, aponta alta de 0,8 ponto, para 95,2 pontos.

Já a prévia do Nível de Utilização da Capacidade Instalada, segundo a FGV, indica recuo de 0,2 ponto percentual, para 74,5 por cento, após avanço de 0,3 ponto percentual em abril.

A produção industrial brasileira terminou o primeiro trimestre com recuo de 1,8 por cento em março, acima do esperado e marcando o pior desempenho para esses meses, de acordo com dados do IBGE.

Fonte: Investing.com

Risco Brasil tem aumento de quase 30%.

O Risco Brasil medido pelo indicador CDS (Credit Default Swap) – um tipo de seguro contra calote – operou em forte alta nesta quinta-feira, 18, e chegou aos 269 pontos após o pronunciamento do presidente Michel Temer, o que representa uma alta de 28,7% em relação ao nível do fim da tarde de quarta-feira.

No dia 15 de maio, o CDS de cinco anos havia fechado abaixo de 200 pontos pela primeira vez no governo do presidente Michel Temer, a 199,32 pontos. Esse foi o menor patamar desde 26 de janeiro de 2015.

O movimento era uma resposta ao otimismo do mercado com o andamento de reformas propostas pelo governo Temer, e pela expectativa de melhora da atividade econômica. Também estava em linha com a situação de outros países emergentes que também viram o indicador cair, em uma sinalização de redução de risco. Foi o caso de China, África do Sul e Índia.

Embora tenha atingido nesta semana o menor patamar para o CDS em dois anos, o Brasil continuava sendo o 11º país mais arriscado para se investir entre 42 países, segundo dados da agência Bloomberg.

Histórico

O contrato de CDS atravessou o patamar de 300 pontos em 11 de julho do ano passado e começou a ceder. Nos dias seguintes ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, o contrato permaneceu na casa de 255 pontos base. Em setembro de 2015, o CDS havia atingido o maior nível recente, aos 539,40 pontos.

O que é. O CDS é um contrato que tem de um lado uma instituição financeira comprando proteção para a sua carteira de crédito e do outro, uma seguradora ou outra instituição vende essa proteção. É como se fosse um seguro.

O CDS é medido em pontos base. Se um país tem um CDS de 100 pontos, isso significa que o credor terá de pagar o equivalente a 1% de sua carteira de crédito para adquirir esse seguro. Quanto maior o CDS, maior é o risco de o país dar um calote, o que significa que fica mais caro comprar um seguro para a dívida desse país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Istoé.com

Petrobras desaba 18% no pré-market dos EUA; Vale -12%, Itaú -16%.

Investing.com - A bomba da JBS (SA:JBSS3) que estourou ontem no colo de Michel Temer no Palácio do Planalto já dá seus primeiros sinais de repercussão no mercado financeiro nesta manhã.

As ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) mostram o tom de pessimismo do investidor internacional com a incerteza que tomou conta do país após a notícia de que Temer teria incentivado a compra do silêncio de Eduardo Cunha. O papel afunda 19% no pré-market do mercado de Nova York, quando as operações têm volumes limitados, e vai a US$ 8,39, menor valor desde agosto do ano passado.

As ADRs Vale (NYSE:VALE) registra recuo de 12% frente ao fechamento de ontem e vai a US$ 7,50, enquanto o Itaú Unibanco (NYSE:ITUB) despenca quase 15%.

O ETF que reúne os papéis brasileiros negociados nos EUA, iShares MSCI Brazil Capped (NYSE:EWZ), perde 16% e vai a US$ 32,90, menor valor do ano.

Sem impacto direto no mercado brasileiro, que só abre às 10h, a movimentação dos ativos no pré-market da bolsa norte americana é acompanhado de perto pelos investidores estrangeiros e apontam a tendência de uma retirada massiva de recursos da bolsa brasileira, derrubando as cotações aqui.

Às 9h a abertura das negociações do Ibovespa Futuro poderá dar um indicativo ainda mais preciso do tombo que a bolsa deverá observar hoje no início do pregão. Se o índice cair mais de 10%, o circuit breaker poderá ser utilizado pela primeira vez em quase 10 anos. Entenda aqui como o mecanismo funciona.

Os investidores também ficam de olho na movimentação do dólar frente ao real com a expectativa de uma disparada na moeda estrangeira no Brasil. Ontem o par USD/BRLfechou a R$ 3,13.


Fonte: Investing.com

Emprego reage e criação de vagas é a maior em 3 anos.

Especialistas alertam, porém, que recuperação deve ser lenta.

Abertura de 59.856 postos com carteira assinada em abril foi a melhor para o mês desde 2014. Mas, no Estado do Rio, foram fechadas 2.554 vagas. Liberação de contas do FGTS ajudou nas contratações.

No mês passado, foram criadas no país 59.856 vagas com carteira assinada, segundo dados do Ministério do Trabalho. O resultado é o melhor para o mês de abril desde 2014 e mais um sinal da retomada da economia. Houve contratações em sete dos oito principais setores, com destaque para o segmento de serviços, o que, segundo analistas, reflete o impacto da liberação do dinheiro das contas inativas do FGTS. Apesar do resultado favorável de abril, nos últimos 12 meses o mercado formal de trabalho fechou 969.896 vagas. Economistas avaliam que a taxa de desemprego só deve começar a cair no segundo semestre. No Estado do Rio, diferentemente do que ocorreu no restante do país, houve mais demissões do que contratações, com fechamento de 2.554 vagas. -BRASÍLIA- O mercado formal de trabalho brasileiro registrou em abril a geração líquida (admissões menos demissões) de 59.856 empregos — o melhor resultado para o mês desde 2014. Com o desempenho positivo de fevereiro deste ano, quando foram abertas 35.612 vagas, o país começa a reverter a trajetória dos últimos dois anos de eliminação de postos com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho.

No primeiro quadrimestre deste ano, o saldo ainda está negativo, mas em 933 postos — praticamente estável em relação ao estoque de empregos existente em dezembro de 2016. Entre janeiro e abril do ano passado, o resultado estava negativo em 378.481, e nos últimos 12 meses, o país perdeu 969.896 postos com carteira assinada.

Ao divulgar os dados, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, destacou que as contratações superaram as demissões em sete dos oito setores relevantes da economia. Segundo ele, os resultados positivos de fevereiro e de abril deste ano apontam para uma reversão de seguidos resultados negativos do mercado de trabalho:

— Os resultados de fevereiro e abril de 2017 são um sinal muito forte de que o emprego retorna à sua condição de normalidade no Brasil.

Ele mencionou que outros indicadores econômicos apontam nessa direção, como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Banco Central (BC) de alta de 1,12% no primeiro trimestre, revelando que a recessão pode ter ficado para trás.

15 DE 26 SUBSETORES FICARAM POSITIVOS

Em abril, os empregos foram puxados pelo setor de serviços, que respondeu por 24.712 contratações contra um saldo negativo de 9.937 em abril do ano passado. Entre os subsetores que mais empregaram estão serviços médicos e odontológicos, ensino, alojamento e alimentação.

A agricultura também teve bom desempenho, com saldo positivo de 14.648; seguida pela indústria de transformação, que abriu 13.689 vagas, sobretudo nos subsetores de fabricação de produtos farmacêuticos e alimentos e bebidas. Já o comércio, principalmente varejista, respondeu por 5.327 novas contratações. O único setor que demitiu foi a construção civil, que fechou 1.760 postos. Mesmo assim, bem menos do que no mesmo período do ano passado: 16.036 desligamentos.

Segundo o especialista Rodolfo Torelly, do site Emprego Hoje, 15 dos 26 subsetores do Caged aumentaram as contratações no primeiro quadrimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, isso acontecia em apenas sete deles.

Torelly destaca que o perfil desta melhora é diferenciado, já que setores como comércio varejista e construção civil diminuíram suas perdas:

— O crescimento do emprego começa a se disseminar, ainda que lentamente, por toda a cadeia produtiva haja visto o crescimento do emprego em setores básicos, como a indústria, que responde à demanda dos mercados interno e externo.

Entre os estados que mais empregaram em abril estão São Paulo, com saldo positivo de 30.227 postos, seguido por Minas Gerais, Bahia, Goiás e Paraná. Do outro lado, Alagoas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro foram os que mais demitiram.

Para analistas da Rosenberg Associados, o resultado de abril pode ter sido beneficiado pelas contratações do comércio em resposta à liberação das contas inativas do FGTS. Eles acreditam, no entanto, que a recuperação do mercado de trabalho deve se dar de maneira mais concreta no segundo semestre deste ano.

Fonte: Jornal o Globo

IGP-10 cai 1,10% em maio e tem resultado mais fraco desde 1993, diz FGV.

SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou em maio a leitura mais fraca da série iniciada em 1993 ao recuar 1,10 por cento, após deflação de 0,76 por cento em abril, com forte queda nos preços no atacado.

Segundo a FGV, em maio o Índice de Preços ao Produtor Amplo-10 (IPA-10), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60 por cento do índice geral, acelerou a queda a 1,74 por cento, ante recuo de 1,29 por cento em abril.

No IPA, o maior recuo de preços foi registrado entre as Matérias-Primas Brutas, de 5,56 por cento, contra queda de 3,49 por cento antes. Colaboraram principalmente para esse resultado os recuos de 13,57 por cento minério de ferro e de 2,66 por cento da cana-de-açúcar.

Os preços ao consumidor mostraram menor pressão com a desaceleração da alta do Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10), que por sua vez responde por 30 por cento do índice geral, a 0,21 por cento, após 0,42 por cento no mês anterior.

O principal destaque ficou com o grupo Alimentação, que desacelerou a alta a 0,23 por cento, ante 0,92 por cento em abril, influenciado principalmente pelas frutas.

O Índice Nacional de Custo da Construção-10 (INCC-10), por sua vez, repetiu em maio a variação negativa de 0,02 por cento vista em abril.

O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Fonte: Investing.com

Prévia do PIB do Brasil sobe 1,12% no 1º tri, aponta BC.

Em março, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,44 por cento ante fevereiro, em números dessazonalizados.

Brasília – A economia brasileira voltou ao azul no primeiro trimestre após um longo período recessivo, conforme dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, que entretanto ainda não apontam uma retomada linear ou forte.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve um crescimento de 1,12 por cento de janeiro a março sobre os três últimos meses de 2016, em dado dessazonalizado.

Em março, contudo, o índice caiu 0,44 por cento ante fevereiro, embora tenha vindo melhor que recuo de 0,95 por cento projetado em pesquisa Reuters.

Analistas já vinham pontuando que a recente mudança de metodologia das pesquisas de comércio e serviços do IBGE –que embasam os cálculos do mercado para o comportamento do índice– vinha turvando as expectativas.

O resultado negativo em março se deu na esteira de uma fraqueza generalizada em indicadores econômicos recentes.

No mês, o setor de serviços caiu 2,3 por cento sobre fevereiro, pior resultado em cinco anos e abaixo do esperado por analistas.

O varejo, por sua vez, recuou 1,9 por cento na mesma base de comparação, no dado mensal mais fraco em 14 anos.

Enquanto isso, a produção industrial despencou 1,8 por cento sobre o mês anterior, leitura mais fraca para março na série histórica iniciada em 2002.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.

No trimestre, o resultado positivo do índice também já era esperado pelo mercado. Numa investida pouco usual, o ministério do Planejamento chegou inclusive a divulgar uma expectativa de 1,3 por cento para a performance do IBC-Br no período.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou que PIB crescerá no primeiro trimestre, mas também reconheceu que os efeitos da recessão ainda pesam sobre o país.

No último trimestre de 2016, a economia brasileira aprofundou a crise e encolheu 0,9 por cento sobre o terceiro trimestre, encerrando o ano com tombo de 3,6 por cento, de acordo com dados do IBGE. Em 2015, a retração do PIB havia sido de 3,8 por cento.

Para este ano, a expectativa dos economistas segundo o boletim Focus mais recente é de uma alta de 0,5 por cento do PIB, idêntica à estimativa oficial do governo.

Fonte: Exame.com


No Rio, 54 lojas fecham as portas por dia.

Mais de 54 lojas por dia encerraram atividades no Estado do Rio em janeiro, último dado do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio). Foram 1.678 lojas, das quais 732 na capital.

Em todo o ano de 2014, quando a recessão começava e foi registrado o primeiro resultado negativo da série história iniciada em 2005, foram fechadas 178 lojas. Em 2016 o Estado já perdera quase 12 mil lojas, sendo cerca de 4,7 mil no município. Em 2015 foram fechadas cerca de 8 mil lojas em todo o Estado.

“Essa situação resulta de quatro problemas principais”, enumera Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio. “Dois são nacionais: o desemprego e a inflação. Quem não tem emprego não pode gastar, então deixa de comprar. A inflação corrói o poder de compra e faz as pessoas deixarem de adquirir o que consideram supérfluos, além de consumirem marcas mais baratas”.

No centro da capital fluminense a onda atingiu até mesmo sucursais de empresas tradicionais, como a C&A, e a Casas Pedro. Ao mesmo tempo, o número de camelôs aumentou.
“Os dois problemas específicos são a falência do Estado e a crise da Petrobrás”, continua Gonçalves. “Os servidores recebem com muito atraso, e a crise do setor petrolífero aumentou o desemprego”.

Gonçalves cita ainda a violência, que tem se agravado nos últimos meses na cidade. “Ainda que seja menos decisivo, também colabora para o fechamento das lojas”.

Ele afirma que o único problema que está mais sob controle é a inflação, que tende a cair. Para os demais, não vê perspectiva de melhora. Por isso, embora as reformas do governo federal, em sua opinião, ajudem, por enquanto a perspectiva de melhora é só para o final do ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Istoé.com.br

Comércio recua 1,9% em março frente a fevereiro, diz IBGE.

Na comparação com março de 2016, queda é de 4%, a 24ª taxa negativa seguida.

RIO - As vendas do varejo recuaram 1,9% em março, frente a fevereiro, na segunda queda seguida na comparação com o mês anterior. O desempenho do setor de hipermercados e supermercados ajudou a pressionar o resultado para baixo. Frente a março de 2016, a perda é de 4%, a 24ª taxa negativa consecutiva. No primeiro trimestre do ano, a queda foi de 3%. Esta é a menor redução trimestral desde o primeiro trimestre de 2015, quando caiu 0,8%. No resultado acumulado em doze meses, o recuo é de 5,3%.

Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

METADE DOS SEGMENTOS EM QUEDA

Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE, quatro registraram queda nas vendas na passagem entre fevereiro e março. O pior desempenho foi de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com perda de 6,2%. Também tiveram recuo os segmentos de tecidos, vestuários e calçados (-1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,5%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-0,5%).

Por outro lado, as vendas de móveis e eletrodomésticos foram destaque positivo, com alta de 6,1%, seguidas por livros, jornais, revistas e papelarias (5,6%), combustíveis e lubrificantes (1,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,9%).


Fonte: Jornal o Globo


Inflação em 12 meses atinge o menor nível em dez anos, a 4,08%.

É a primeira vez desde agosto de 2010 que o índice fica abaixo do centro da meta do BC, de 4,5%.

RIO - Ao cair para 4,08%, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) no acumulado em 12 meses atingiu o menor nível em dez anos em abril e voltou a ficar abaixo do centro da meta estabelecida pelo BC, de 4,5% no ano. Em abril do ano passado, a taxa estava em 9,28% no acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores. Em relação a março, o índice desacelerou para 0,14%. No ano passado, a taxa havia ficado em 0,61% nesse mesmo mês. Em 2017, o índice acumulado é de 1,10%.

De acordo com analistas consultados pela Bloomberg, a previsão era de o índice desacelerar 0,16% na passagem de mês e de 4,57% para 4,10% no acumulado de 12 meses.

A perspectiva de economistas para a inflação neste ano permaneceu em trajetória de queda na pesquisa Focus divulgada há dois dias pelo Banco Central (BC). Porém, para 2018 aumentou pela primeira vez após quatro semanas. Agora, a projeção para a alta da inflação oficial do país, em 2017, é de 4,01%, contra 4,03% no levantamento anterior. Essa foi a nona redução consecutiva. Em relação ao ano que vem, porém, os especialistas passaram a prever uma inflação de 4,39%, 0,09 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.



Fonte: Jornal o Globo

Petrobras ainda não decidiu modelo de venda da BR Distribuidora.

Petroleira disse que "está analisando o reinício de um novo processo de desinvestimento" de sua participação na BR Distribuidora.

São Paulo – A Petrobras informou que não há nenhuma deliberação de sua diretoria executiva ou Conselho de Administração sobre o modelo de venda da unidade de combustíveis, a BR Distribuidora, segundo comunicado da companhia nesta terça-feira.

A Petrobras disse que “está analisando o reinício de um novo processo de desinvestimento” de sua participação na BR Distribuidora, seguindo procedimentos de uma sistemática para vendas de ativos que foi revisada e aprovada pela diretoria e “está alinhada às orientações do Tribunal de Contas da União”.


Fonte: Exame.com

'Há mais de 1 milhão de desempregados, não há sinal mais claro da crise'.

Economista da Firjan analisa situação econômica do Rio e como ela afeta as cidades fluminenses.

RIO - Economista-chefe da Firjan, Guilherme Mercês aponta como e que regiões a crise fluminense mais impacta na atividade econômica do estado e, consequentemente, na vida da população. Citando números do último Boletim de Mercado de Trabalho divulgada pela Federação, ele afirma que o desemprego é um dos retratos mais nítidos do fundo do poço ao que o Rio chegou. Além disso, ele ressalta a influência desse quadro para o agravamento da situação da segurança no estado. Como mostrou O GLOBO neste domingo, cidades que antes eram consideradas eldorados fluminenses estão entre as mais afetadas pela crise, com consequências que se mostram, por exemplo, na perda de empregos e no aumento da violência.

O GLOBO: Quais os principais impactos que o prolongamento da crise fluminense tem tido no dia a dia da população e das cidades do Rio?

Guilherme Mercês: Entre 2015 e 2016, foram 472 mil postos de trabalho fechados no Rio. Chegamos a uma taxa de desemprego de 13,4%. Há mais de 1 milhão de pessoas desempregadas no estado, não há sinal mais claro da crise do que esse. A atividade econômica está debilitada como nunca antes. A renda diminui. Do outro lado, o setor público que sente. Particularmente, acredito que a situação da segurança pública resume a crise econômica. Em pouco tempo, voltamos uma década atrás. Obviamente que tantos postos de trabalho fechados tem um impacto nisso, uma vez que a queda da renda pode estimular as práticas ilícitas. A situação se torna mais grave em cidades com alta densidade demográfica, como Campos dos Goytacazes e Macaé, fortemente afetadas pela crise.

Quais são as regiões mais afetadas?

A cidade do Rio e a Região Metropolitana foram as que mais sentiram os efeitos da crise. No primeiro trimestre deste ano, a capital fechou mais de 27 mil postos de trabalho. Foi a cidade do Brasil que mais demitiu. Para se ter uma ideia, a segunda colocada foi Fortaleza, no Ceará, com 8 mil postos de trabalho fechados. São Paulo, teve cerca de 5 mil, número parecido com o de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Outras cidades do Rio estão entre as que mais demitiram, como Nova Iguaçu e Niterói. Mas o interior também sofre muito, principalmente o Sul e o Norte Fluminense. No Sul, municípios como Porto Real e Resende, onde a crise afeta fortemente o setor automotivo. No Norte há economias muito ligadas ao petróleo, como a de Macaé.

Além disso, muito dos megaempreendimentos previstos para o Rio ficaram pelo caminho, como o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), em Itaboraí...

Segundo a própria Petrobras, a retomada das obras do Comperj depende da recuperação econômica. A posição oficial é que devem recomeçar só em 2022, eventualmente em 2018.

Quais as chances dessa recuperação econômica a curto prazo?

Vai ser difícil uma retomada sem uma solução da crise fiscal do estado, que vem impactando nas demandas dos servidores e do governo. Nas condições atuais, o Rio demoraria bastante para se recuperar. Precisaria de medidas adicionais (além do plano de recuperação fiscal em discussão em Brasília). O problema é que não vejo no horizonte estratégias do estado para sair dessa situação. Pelo contrário, o impedimento de incentivos fiscais, por exemplo, mesmo a empresas novas, afasta investimentos. E o que Rio precisa é de atração de novos negócios. Mas a opção, desde 2015, tem sido o aumento da carga tributária, o que cria um ambiente ainda mais hostil aos investimentos. O efeito disso, no fim, é uma queda na arrecadação.

Por que o Rio enfrentou uma deterioração tão drástica, em tão pouco tempo?

Só na indústria, de 2012 a 2016, a queda na produção foi de 20%, pior do que na década de 1990, que foi um período muito ruim para o Rio. Por um lado, a economia do Rio tem como um de seus pontos fortes justamente alguns dos setores mais impactados pela crise nacional, como o do petróleo, a construção civil, o automotivo e a metalurgia. Soma-se a isso a questão política do estado. Por isso vimos a economia fluminense se deteriorar ainda mais rápido do que a nacional.

Há alguma luz no fim do túnel?

Um ponto importante é que a indústria extrativista, no caso a do petróleo, tem se recuperado. É o carro-chefe do estado. Pode ter efeitos positivos no Norte Fluminense e na capital. A retomada econômica do país pode ajudar o polo automotivo do Sul Fluminense.


Fonte:Jornal o Globo 

Ibovespa sinaliza abertura em queda com commodities e realização.

Investing.com - O Ibovespa sinaliza a abertura em baixa nesta segunda-feira acompanhando o cenário internacional em movimento de realização após a esperada vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas.

Os futuros do Ibovespa cedem 0,4% e vão a 66.160 pontos. No último pregão, o Ibovespa se descolou do ambiente externo e avançou 1,3%.

Emmanuel Macron superou as dificuldades dos últimos momentos da eleição com o vazamento de documentos da campanha misturados com informações faltas após o fim da campanha eleitoral e garantiu a vitória no segundo turno, sobre a eurocética Marine Le Pen. A vitória de Macron fortalece os planos da União Europeia e da Zona do Euro e afasta o fantasma da saída da segunda maior economia da região do bloco comum.

Minério de ferro pressiona

A commodity registra novo dia de queda na China com -2,5% para entrega imediata no Porto de Qingdao, para US$ 60,15 a tonelada. Os futuros negociados em Dalian perderam 0,2% para fecharem a 466,5 iuanes a tonelada.

A Vale (SA:VALE5) avançou 2% na última sexta-feira ignorando a queda do minério de ferro. No exterior, as mineradoras negociadas em Londres operam em queda. Anglo American (LON:AAL), BHP Billiton e Rio Tinto (LON:RIO) perdem 2%.

O petróleo opera em leve baixa a US$ 46,20/barril em Nova York e a US$ 49,10 no Brent, em Londres. No início da manhã, a commodity zerou os ganhos de 1,5% da madrugada com o retorno das preocupações em relação à sobreoferta global.

Previdência no radar

A comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados deverá começar amanhã a votar os destaques do texto base, aprovado na semana passada. Até o momento não há prazo para a reforma ir a Plenário, pois o governo assume ainda não ter os 308 votos necessários para assegurar uma vitória.

Outro grande evento político será o depoimento de Lula a Sergio Moro, em Curitiba, na quarta-feira. É a primeira vez que o ex-presidente ficará frente a frente com o juiz.

Mundo corporativo

O Banco do Brasil (SA:BBAS3) deverá atrair o interesse dos investidores nesta segunda-feira com a decisão do Tesouro de vender os R$ 2 bilhões de ações do banco em posse do Fundo Soberano. A alienação deverá ocorrer ao longo de dois anos e poderá limitar o avanço do papel.

A BB Seguridade (SA:BBSE3) teve lucro líquido de R$ 992,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 3,7% por cento em relação ao mesmo período de 2016.

Fonte:Investing.com

Bolsa de São Paulo cai 1,86% com temor sobre Previdência.

Queda de ‘commodities’ também pesa no mercado. Dólar tem alta de 0,79%, a R$ 3,184.

A Bolsa de São Paulo fechou ontem em queda de 1,86%, aos 64.862 pontos, com os investidores preocupados com o calendário da reforma da Previdência e em meio a dados fracos da economia chinesa, que derrubaram os preços das commodities no mercado internacional. Já o dólar comercial subiu 0,79%, a R$ 3,184.

Apesar de o texto da reforma da Previdência ter sido aprovado, na quarta-feira, na comissão especial, analistas temem atraso na votação no plenário da Câmara. Segundo Leonardo Monoli, sócio da Jive Asset Management, as concessões e as mudanças no cronograma têm prejudicado o ambiente de negócios no Brasil, aumentando a incerteza entre os investidores:

— O ruído político está chegando ao limite. As reformas precisam ser aprovadas. É uma questão apartidária trabalhar pela recuperação do país.

O resultado da votação, com 23 votos a favor e 14 contra, não tranquilizou os investidores.

Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos, considera haver “um ruído quanto ao timing da votação”. Ele disse temer que a reforma da Previdência, cuja votação era esperada para a última semana de maio, possa não ser votada este mês. Com relação à alta do dólar, ele cita, ainda, o avanço do riscopaís, medido pelos credit default swaps (CDS, espécie de seguro contra calote da dívida soberana). O indicador subiu 2,86%, aos 216 pontos.

PETRÓLEO PERDE 4,86% Já a queda das commodities no mercado externo se deveu à desaceleração do setor de serviços na China. O Índice de Gerentes de Compras do Caixin/Markit recuou de 52,2 para 51,5 pontos em abril. O barril do petróleo tipo Brent caiu 4,86%, a US$ 48,32, e o minério de ferro desabou 6%.

As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras perderam 2,56%, enquanto as preferenciais (PN, sem volto) caíram 3,88%. Já os papéis da Vale recuaram 4,10% (ON) e 3,97% (PN).


Fonte:Jornal o Globo



Com dívida de US$ 73 bi, Porto Rico decreta falência.

Ilha se torna maior entidade pública dos Estados Unidos a declarar insolvência.

O governo de Porto Rico decidiu ontem decretar falência. O território tem dívidas de US$ 73 bilhões e se torna a maior entidade pública dos Estados Unidos — a ilha é associada ao governo americano — a declarar que não tem condições de cumprir com o pagamento de suas dívidas. Antes disso, o recorde era da cidade de Detroit, com dívidas de US$ 18 bilhões, em 2013.

A ilha sofre com graves problemas fiscais e econômicos, já que grande parte de seus jovens profissionais aproveitam a cidadania americana para migrar para o continente. A recessão ocorre desde 2006. O status de território associado também cria dificuldades, já que a ilha não tem acesso a todos os instrumentos orçamentários comuns aos 50 estados americanos.

PREOCUPAÇÃO SOBRE COMO TRUMP VAI REAGIR Mas o caso da ilha não deverá ser formalmente chamado de falência, uma vez que Porto Rico é impedido de usar o Capítulo 9 da lei americana sobre o tema, a rota de falência normalmente usada por insolventes governos locais. Em vez disso, o governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, pediu alívio sob o Título III de uma nova lei federal para governos territoriais insolventes. Rosselló disse que a ilha teve de se abrigar no Tribunal de Falências para economizar dinheiro e, assim, garantir a prestação de serviços públicos essenciais.

Além de Porto Rico, uma série de outros governos, notadamente prefeituras, vêm enfrentando problemas fiscais e, em muitos casos, pedindo falência. Mas o tamanho do caso de Porto Rico pode ser um exemplo para saber como o governo americano socorrerá — ou não — estados que estão perto da insolvência, como Illinois. O fato de Donald Trump estar na Casa Branca pode complicar a situação da ilha, uma vez que governos republicanos tendem a adotar um maior rigor fiscal.

Porto Rico vive também uma crise de identidade e, em meados de julho, os cerca de 3,4 milhões de cidadãos — número que se reduz a cada ano — da ilha voltaram a votar, em referendo, se pretendem se tornar o 51º estado americano, ser uma nação independente ou se manter no status de território associado. O resultado do referendo, contudo, é apenas indicativo, cabendo ao Congresso americano decidir o futuro político da ilha.


Fonte:Jornal o Globo

O BNDES mudou e quem dependia do crédito teve de “se coçar”.

Uma nova política operacional é adotada pelo banco estatal, e as empresas brasileiras correm atrás de alternativas para financiar seus negócios.

São Paulo – Os executivos da montadora de caminhões americana DAF aguardam ansiosos a autorização para a abertura de seu banco no país — o pedido já foi feito e em 30 dias o plano de negócios será apresentado ao Banco Central. Assim como faz em outros mercados, o banco da montadora, parte do grupo Paccar, com receita global de 17 bilhões de dólares, vai ajudar a financiar os clientes na aquisição de veículos.

Por aqui, essa não era uma necessidade urgente quando a empresa chegou, em 2011, e investiu 1 bilhão de reais na construção de uma fábrica na cidade de Ponta Grossa, no Paraná, com capacidade para produzir 10 000 unidades por ano. Na época, a economia brasileira crescia 4% ao ano, a venda de caminhões batia recorde e o crédito era farto e barato. Passados alguns anos, já com a fábrica em operação, o cenário é outro. A economia encolheu e os clientes cortaram as encomendas.

Como se não bastasse, desde 2015 o acesso ao crédito ficou mais difícil. OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que chegou a oferecer 77% do dinheiro para a compra de caminhões no país a uma taxa de juro de 2,5% ao ano, mudou de estratégia. O BNDES passou a financiar uma fatia menor do valor dos veículos. E quem dependia do crédito também teve de mudar.

Com seu banco, a DAF espera vender mais caminhões — hoje são 1 500 por ano. “Queremos estar com nosso banco pronto para quando o mercado reagir”, diz Luis Gambim, diretor comercial da DAF. Nos cálculos da DAF, em 2022 os recursos do BNDES vão representar metade do valor usado na compra de caminhões no país, abrindo espaço para o banco da montadora gradualmente crescer nos empréstimos — parte com repasses do BNDES, parte com capital próprio.

Não foi só a DAF que teve de encontrar uma saída diante do recuo do BNDES. Empresas dos setores de energia, máquinas, autopeças e outros estão convivendo com o fato de o banco não ser mais aquela fonte abundante de distribuição de dinheiro público a taxas camaradas. A ideia do governo é afastar o BNDES da orientação reforçada em 2009, após a crise econômica mundial, de anabolizar o setor produtivo.

De 2007 a 2014, a carteira do banco cresceu mais de quatro vezes, atingindo 11% do produto interno bruto e um quinto do crédito do país. Para um grupo seleto de empresas, as chamadas “campeãs nacionais”, foram destinados 40 bilhões de reais, em crédito e em participação acionária. O objetivo era que elas crescessem e representassem o Brasil pelo mundo. O avanço só foi possível porque o Tesouro Nacional aportou mais de 400 bilhões de reais no banco, em operações que embutiam subsídios também bilionários.

O fluxo de dinheiro era tanto que o BNDES chegou a financiar anualmente um valor três vezes maior do que o do Banco Mundial — organização multilateral que atende dezenas de países de renda média e baixa. Com a nomeação da economista Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do BNDES em junho de 2016, o governo Michel Temer deu um basta ao crescimento exponencial que contribuiu para ampliar o rombo das contas públicas e não elevou o nível de investimento no país. “A mudança é positiva porque a política anterior trazia problemas fiscais e não se sustentaria no médio prazo”, diz Ricardo Carvalho, diretor da agência de classificação de risco Fitch.

De fato, não tinha como durar muito. Por isso, a política do BNDES começou a ser revista já em 2015, quando o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy decidiu fechar a torneira. A recessão também foi determinante para reduzir a demanda por empréstimos subsidiados. Por fim, o avanço da Operação Lava-Jato, que colocou no olho do furacão muitos dos grandes clientes do banco, ajudou a encolher ainda mais a atuação do BNDES — aos poucos, as delações de executivos da Odebrecht levantaram suspeitas de favorecimento envolvendo o banco durante os anos PT.

No começo de abril, Emílio Odebrecht, principal acionista do grupo, narrou que pediu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para “prestigiar” e evitar “dificuldades” na extensão do valor de uma linha de crédito do BNDES para um serviço da empreiteira em Angola. O ex-presidente Marcelo Odebrecht e o ex-diretor de infraestrutura da construtora João Nogueira contaram que a empreiteira pagou 12 milhões de reais à empresa DM Desenvolvimento de Negócios Internacionais, indicada pelo ex-assessor do Ministério da Fazenda Luiz Eduardo Melin, para que ela ajudasse o grupo com informações nas demandas de financiamento para obras no exterior.

Em nota pública, o BNDES informou que instaurou uma comissão interna para apurar o caso. É fato, de todo modo, que o banco financiou quase 10 bilhões de dólares de empreitadas internacionais da Odebrecht, sobretudo na América Latina. Um dos exemplos foi o crédito de 682 milhões concedido à Odebrecht para a construção do porto de Mariel, em Cuba. No Peru, as investigações apontam que a distribuição de propina da Odebrecht envolve três ex-presidentes da República.

Independentemente de novos enroscos que o banco tenha ter de apurar no futuro, sob o comando de Maria Silvia foi colocada em curso uma nova política operacional que limita o acesso a dinheiro barato. O BNDES estipulou que sua participação nos empréstimos com taxas subsidiadas será de, no máximo, 80% do valor do projeto ou do bem a ser adquirido. Há gradações, dependendo do negócio — esse máximo é para projetos considerados de bom retorno social ou ambiental.

O restante terá de ser bancado pelo tomador ou por outras fontes de financiamento. “Daremos ênfase a uma atuação focada em projetos, e não mais em setores”, respondeu Maria Silvia a EXAME por e-mail. A taxa de longo prazo cobrada pelo banco, principal instrumento para financiamentos desse tipo no país, também vai mudar. Até dezembro, continuará valendo a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), que é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e hoje está em 7% ao ano.

Segundo o economista Roberto Castello Branco, diretor do centro de estudos Crescimento & Desenvolvimento da Fundação Getulio Vargas, a TJLP foi concebida para flutuar ao longo do tempo, mas foi alterada apenas nove vezes de 2007 a 2016. Em quase todo esse período, ela ficou muito abaixo da taxa básica da economia — e daí surgia um subsídio implícito do governo nessas operações, já que o Tesouro captava os recursos a uma taxa superior àquela que era cobrada ao emprestar.

Em seu lugar, entrará gradualmente nos próximos cinco anos a nova taxa de longo prazo, a TLP, que seguirá um título público com prazo de cinco anos que rende um juro fixo mais a taxa de inflação. Um estudo feito pela economista Adriana Dupita, do banco Santander, mostra que, ao final dos cinco anos de transição da regra, a TLP deverá estar em 8,5% ao ano, acima da taxa básica de juro.

Por isso, muitas companhias já começaram a se movimentar diante das novas políticas. No ano passado, pela primeira vez em uma década, o mercado de capitais superou o banco de desenvolvimento como fonte de financiamento das empresas, segundo o Centro de Estudos do Instituto Ibmec. Dados da consultoria Inter.B mostram que, no financiamento à infraestrutura, a participação do BNDES caiu de 73%, em 2014, para 62%, em 2016 — já a emissão de títulos de dívida para financiar a infraestrutura subiu de 11% para 15% no período.

“Há muito tempo as emissões no mercado de capitais como um todo estão no patamar de 100 bilhões de reais”, diz José Eduardo Laloni, diretor da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. “Com as mudanças no BNDES, os investidores podem ter mais apetite para financiar projetos de longo prazo.”

Um exemplo ocorreu nos leilões recentes de infraestrutura. A empresa espanhola Arteris venceu no final de abril a disputa para administrar os 720 quilômetros da rodovia dos Calçados, entre as cidades de Itaporanga e Franca, no interior de São Paulo. A concessão do governo paulista prevê investimentos de 5 bilhões de reais em 30 anos. Num projeto desse, no passado, o BNDES chegava a financiar 70% do valor com taxas subsidiadas. Agora, a fatia é de até 50%.

Porém, bancos internacionais se interessaram pelo projeto. Isso porque foi criada uma regra que permite ao concessionário abater a variação cambial do valor da outorga devida, numa espécie de proteção cambial. O International Finance Corporation, uma instituição do Banco Mundial, ofereceu 400 milhões de dólares à concessionária. “Temos mais alternativas e estamos avaliando todas as possibilidades”, afirma David Díaz, presidente da Arteris.

Com menos dinheiro barato do BNDES, as concessionárias terão de acessar fontes de crédito mais custosas, e o efeito será um pedágio mais caro. Estudos acadêmicos mostram que a retirada da TJLP poderia encarecer 20% as tarifas — e isso tem sido uma das críticas em relação ao recuo do BNDES. “O problema maior é que antes eram criadas tarifas artificialmente baixas, mas toda a sociedade pagava a conta dos subsídios do BNDES”, diz Diogo Berger, chefe da área de projetos de infraestrutura do Santander.

É verdade que muita gente aproveitou os tempos de dinheiro fácil para atualizar e ampliar sua estrutura. A fabricante gaúcha de carrocerias para caminhões Randon investiu nos últimos anos para expandir a capacidade de produção para 26 000 semirreboques por ano em suas três fábricas. No entanto, as vendas anuais da empresa estão em 10 000 unidades. “Nossa capacidade seria suficiente para abastecer todo o mercado brasileiro de semirreboques hoje”, afirma Geraldo Santa Catharina, diretor financeiro da Randon. “Olhando no retrovisor, houve um exagero.”

Apesar de reconhecer a necessidade de mudanças, os empresários reclamam da velocidade, do formato e da dose das mudanças em curso. Com o BNDES no futuro oferecendo juros de mercado, parte da indústria argumenta que as margens, já apertadas, serão ainda mais espremidas. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo elaborou um estudo em que mostra que, com a adoção da nova modalidade de juros, os financiamentos com recursos do BNDES ficarão mais caros a ponto de fazer cair em 0,5 ponto do PIB o investimento médio anual das empresas no país. Com isso, deixariam de ser criados 500 000 empregos, sempre segundo a Fiesp.

“Sem a participação do BNDES, a vida será muito mais difícil e a retomada da produção industrial para níveis sustentáveis não acontecerá”, diz Alcides Braga, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. No setor de infraestrutura, há reclamações sobre a alta exigência de garantias por parte do banco, deixando pouco para os demais financiadores do projeto. Em resposta, o BNDES diz que está em estágio avançado de negociação com os bancos para compartilhar garantias.
Lentidão nos empréstimos

Outra frente de insatisfação é a demora na liberação dos empréstimos, o que obriga os empresários a buscar recursos temporários nos bancos privados, pagando juros altos. “A morosidade do BNDES aumentou nos últimos dois anos”, diz Eduardo Sattamini, presidente da geradora de energia Engie. “Temos casos em que recebemos os recursos juntamente com a entrada em operação comercial.”

No Complexo Eólico Santa Mônica, um projeto de 460 milhões de reais da Engie no município de Trairi, no Ceará, a entrada em funcionamento se deu no segundo semestre do ano passado, mas os recursos do BNDES só chegaram em fevereiro deste ano. Um levantamento feito pelo próprio BNDES mostra que, nas operações não automáticas (o que exclui as feitas por agentes financeiros e de até 20 milhões de reais), o prazo médio de liberação é de 315 dias, podendo chegar a 2 518 dias. A meta do BNDES é já neste ano fechar pelo menos metade das liberações em até 180 dias, aprimorando os processos.

Para que os planos de Maria Silvia de fato se concretizem, ela tem o desafio de convencer os próprios funcionários de carreira do banco das mudanças que estão sendo feitas. Segundo EXAME apurou, muitos técnicos reclamam da nova diretoria. Um exemplo da resistência foi a mobilização de 600 funcionários contra a nova taxa de longo prazo, a TLP, em assembleia realizada em fevereiro.

Na cultura do banco, a hierarquia sempre foi seguida à risca e esse tipo de manifestação é considerado inédito. “Seja no setor público, seja no privado, é natural que o que é novo cause resistência, principalmente nos funcionários mais antigos”, diz Eliane Lustosa, diretora da área de mercado de capitais do BNDES. “Mas nossa avaliação é que o banco precisa discutir as melhores formas para que se torne mais eficiente.”

Os críticos reclamam que não houve diálogo com os técnicos nem apresentação de pesquisas que justifiquem a TLP. Dizem ainda que a nova diretoria teria alegado que a mudança seria feita via projeto de lei, garantindo uma discussão mais aprofundada sobre a nova metodologia. No dia 26 de abril, porém, o presidente Michel Temer editou uma medida provisória instituindo a nova taxa, o que enfurece parte do corpo técnico do banco.

Em nada melhora o clima entre os funcionários o fato de operações consideradas nebulosas voltarem à tona. Além das pressões que envolvem os novos desdobramentos da Lava-Jato (a rodada de depoimentos de executivos da empreiteira OAS deve ocorrer em breve), em abril, o Tribunal de Contas da União avançou em outro ponto sensível: determinou que se investigue o empréstimo de 750 milhões de dólares do BNDES à JBS, uma das empresas eleitas da política de campeões nacionais, para a compra do frigorífico americano Swift em 2007.

De acordo com o tribunal, há indícios de favorecimento à JBS na liberação do recurso. O banco alegou que ajuda nas investigações. A JBS diz que as operações foram feitas com lisura. As investigações têm efeito dentro do BNDES: geram um temor de técnicos em assinar documentos, reduzindo a celeridade dos processos. Desde janeiro, quando a Justiça Federal de Mato Grosso do Sul confirmou uma liminar de bloqueio de bens de 23 funcionários do BNDES, entre técnicos, diretores e até o ex-presidente Luciano Coutinho, no caso do financiamento à Usina São Fernando, do pecuarista José Carlos Bumlai, há tensão pelos corredores do banco.

Que a vida ficou mais dura para quem depende do BNDES é óbvio. Mas, no longo prazo, as mudanças trarão impactos positivos para a economia. Um desses benefícios está na política de combate à inflação. Economistas apontam que o crédito subsidiado torna a política monetária menos eficiente. Metade do crédito no Brasil é de alguma forma subsidiado, sendo 42% operados pelo BNDES. Isso exige que o Banco Central tenha de fazer movimentos mais fortes na taxa básica de juro para conseguir efeito sobre a outra metade do volume de crédito, que responde à flutuação dos juros de mercado. O governo estima que a taxa Selic poderá cair 1 ponto com uma nova postura do BNDES.

“Mexer no juro cobrado pelo banco foi uma das maneiras encontradas de arrumar essa distorção na política monetária e fazer o juro básico cair”, diz um técnico da equipe econômica que participou da decisão. Também há impactos na política fiscal: o Tesouro Nacional economiza 5 bilhões de reais a cada 1 ponto de redução da diferença entre o juro do BNDES e a taxa básica da economia, segundo um estudo do banco Santander.

Assim como em outros aspectos da economia, a mudança no BNDES expõe as disfunções do país nos últimos anos. À medida que o Banco Central puder reduzir mais o juro básico, investidores antes acomodados pelos retornos altos dos títulos públicos terão de buscar a rentabilidade no financiamento aos negócios. É fato também que reduzir apenas a participação do BNDES na economia não resolve todos os problemas da nação.

“Se o governo não fizesse nada do ponto de vista fiscal, encolher o BNDES seria negativo para a atividade”, diz Solange Srour, economista-chefe da gestora de recursos ARX. “Por isso, outras coisas precisam andar juntas. A agenda de reformas também precisa passar para reduzir o risco do país.” Parece coerente que a política fiscal e a monetária caminhem juntas, o que não aconteceu nos últimos anos. O novo BNDES é apenas mais uma peça nesse processo de reorganização do Brasil.



Fonte:Exame.com

IPC-S recua em seis capitais na última semana de abril.

A única cidade com alta na taxa foi Porto Alegre, onde o IPC-S subiu 0,05 ponto percentual.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) recuou em seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na passagem da terceira para a quarta semana de abril.

A maior queda foi observada em Salvador: 0,65 ponto percentual. Na capital baiana, o índice recuou de uma inflação de 0,12% para uma deflação (queda de preços) de 0,53%.

Outra cidade que deixou de registrar inflação (0,07%) e passou a ter deflação (-0,10%) foi São Paulo, onde a taxa recuou 0,17 ponto percentual. Em Belo Horizonte, que já tinha registrado deflação (-0,12%) na terceira semana de abril, a queda de preços se acentuou em 0,11 ponto percentual (-0,23%).

Mais três cidades tiveram queda no IPC-S, mas continuaram registrando inflação: Rio de Janeiro (-0,23 ponto percentual, ao passar de 0,85% para 0,62%), Recife (-0,18 ponto percentual, ao passar de 0,48% para 0,30%) e Brasília (-0,14 ponto percentual, ao passar de 0,35% para 0,21%).

A única cidade com alta na taxa foi Porto Alegre, onde o IPC-S subiu 0,05 ponto percentual, ao passar de 0,32% para 0,37%. A média nacional do IPC-S, divulgada ontem (2), caiu 0,19 ponto percentual e chegou a 0,12%.



Fonte:Exame.com