Em valores correntes, PIB do ano passado chegou a R$ 4,84 trilhões. Agropecuária
cresceu 7%, a maior taxa desde o inicio da série em 1996.
A
economia brasileira cresceu 2,3% em 2013, acima da alta de 1% no ano anterior.
A alta teve forte influência do
desempenho da agropecuária, que teve expansão de 7% – a maior desde 1996. Em
valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas em 2013 chegou a
R$ 4,84 trilhões e o PIB per capita (por pessoa) atingiu R$ 24.065. Nos últimos
três meses de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,7%, depois de uma
contração de 0,5% no terceiro trimestre. Os números foram divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27). O
dado veio em linha com as projeções do governo e dos analistas. A previsão dos
economistas do mercado financeiro era de um crescimento de 2,28% em 2013,
segundo o boletim Focus, bem próximo ao projetado pelo Banco Central, que,
depois de seguidas reduções ao longo do ano, a manteve em 2,3%. Já a estimativa
do IBC-Br, que pretende ser uma “prévia” do PIB, mostrou uma alta de 2,52% na
atividade em 2013, parecida com a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de
2,5%.
3º maior crescimento
Entre
uma lista de países selecionados e apresentados pelo IBGE, o crescimento da
economia brasileira em 2013 aparece como o terceiro maior, atrás apenas da
expansão de 7,7% da China e de 2,8% da Coreia do Sul. Atrás do Brasil, aparecem
os Estados Unidos, Reino Unido e África do Sul (todos com expansão de 1,9%),
Japão (1,6%), México (1,1%), Alemanha (0,4%), França (0,3%) e Bélgica (0,2%). Dados
do FMI, no entanto, apontam que outros países tiveram crescimento superior ao
brasileiro: a Índia, por exemplo, cresceu 3,8%; Bolívia, 5,4% e Costa Rica,
3,5%.
Setores
Os
três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB mostraram avanço, com
destaque para a agropecuária, que cresceu 7%, influenciada pela safra recorde
de grãos. Segundo o IBGE, é a maior taxa desde o inicio da série, em 1996. Na
sequência, aparecem os serviços, com alta de 2%, e a indústria, que cresceu
1,3%. Em 2012, o avanço do PIB havia sido puxado pelo desempenho do setor de
serviços, o único que, na ocasião, mostrou taxa positiva.
Na
agricultura, o destaque partiu da produção de soja (24,3%), de cana de açúcar
(10%), de milho (13%) e de trigo (30,4%). Já o crescimento da indústria foi
puxado pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
(2,9%). Dentro do setor de serviços, o maior avanço foi verificado no setor de
serviços de informação (5,3%), seguido por transporte, armazenagem e correio
(2,9%) e comércio (2,5%).
Investimentos e gastos do
governo
Em
2013, na análise pela demanda, a formação bruta de capital fixo (investimentos)
foi o que mais cresceu, 6,3%, influenciada pelo aumento da produção de máquinas
e equipamentos. Dentro dessa mesma avaliação, o consumo das famílias, que por
muito tempo puxou o crescimento da economia brasileira, mostrou taxa positiva
pelo 10º ano seguido. No entanto, o aumento foi menos expressivo, 2,3% – em
2012, a alta foi de 3,2%. "Tal comportamento foi favorecido pela elevação
da massa salarial e pelo acréscimo do saldo de operações de crédito do sistema
financeiro com recursos livres para as pessoas físicas", afirmou o IBGE em
nota.
A
despesa do consumo da administração pública (gastos do governo) foi o item que
menos subiu dentro da análise da demanda, 1,9%. Em 2013, a taxa de investimento
foi de 18,4% do PIB, um pouco acima do registrado em 2012, de 18,2%. Já a taxa
de poupança foi de 13,9% em 2013, valor abaixo do visto no ano anterior, de
14,6%. Quanto ao setor externo, as exportações cresceram 2,5%, puxadas pelos
produtos agropecuários. O percentual foi inferior ao das importações de bens e
serviços, cujo avanço foi de 8,4%, influenciado pela indústria petroleira. Na
comparação com o 3º trimestre do ano, os serviços apresentaram expansão de
0,7%, a agropecuária teve variação nula e a indústria variação negativa de
0,2%. Nos serviços, todas as atividades apresentaram resultados positivos, com
destaque para serviços de informação (4,8%). Intermediação financeira e seguros
cresceu 2,0%, seguida por outros serviços (1,2%), comércio (0,8%), transporte, armazenagem
e correio (0,4%), administração, saúde e educação pública (0,4%) e atividades
imobiliárias e aluguel (0,2%).
Análises trimestrais
Na
comparação com o terceiro trimestre de 2013, os resultados do quarto ficaram
descolados dos observados no ano. O setor de serviços foi o único que mostrou
taxa positiva, de 0,7%, influenciado pelos serviços de informação. A
agricultura, por sua vez, não teve variação e a indústria recuou 0,2%.
De
acordo com o IIBGE, todos os componentes da demanda interna registraram alta.
Os gastos do governo tiveram a maior aumento, de 0,8%, seguidos pelas despesas
das famílias (0,7%) e pelos investimentos (0,3%). Ao contrário do que ocorreu
no ano fechado, as exportações de bens e serviços cresceram, 4,1%, e as
importações tiveram queda de 0,1%. Já na comparação com o quarto trimestre de
2012, o PIB, que cresceu 1,9%, foi a agropecuária quem puxou o crescimento, com
uma taxa positiva de 2,4%. Na sequência, aparece a indústria, com avanço de
1,5%, influenciada pela produção de máquinas e equipamentos. O avanço do setor
de serviços foi menor, de 1,8%, com destaque para os serviços de informação
(7,6%) e para o comércio (atacadista e varejista), com alta de 2,9%. Nessa base
de comparação, os investimentos cresceram 5,5%; o consumo das famílias teve
avanço de1,9% - a 41ª variação positiva seguida, e os gastos do governo
cresceram 2%. As exportações cresceram
mais que as importações: 5,6% contra 4,8%.
Fonte: G1