Empresas destinam 68% aos fiscos.

O pagamento de tributos consumiu 68% da riqueza gerada pelas empresas do setor elétrico. É a conclusão a que chegou o Instituto Acende Brasil, após analisar balanços de 39 empresas de geração, transmissão e distribuição no ano de 2012. Os balanços de 2011 mostram um resultado semelhante, porém menor: 58%. Essa foi a parcela do chamado valor adicionado pelas empresas que foi destinada aos fiscos federal e estaduais. O valor adicionado é a diferença entre o que a empresa vendeu e os insumos que ela adquiriu de terceiros. Por isso, ela reflete a riqueza produzida por ela. O mesmo levantamento mostra que os gastos com pessoal consumiram 14% do valor agregado e a remuneração de capital de terceiros, 16%. "A energia elétrica é um serviço de consumo universal que está na base da cadeia produtiva", comentou o presidente do Instituto, Claudio Sales. "Fazer com que ela carregue um peso morto significa tirar competitividade da economia brasileira." Ele observa que há uma tendência mundial de redução da carga tributária. Os países adotaram essa linha para tornar suas empresas mais fortes. Aqui, pelo contrário, o governo aumentou a tributação federal sobre a eletricidade em cerca de 4% quando mudou a forma de cálculo do PIS-Cofins, de um sistema cumulativo (cobrado de uma só vez) para o não cumulativo (cobrado a cada etapa de produção). Ao fazer a alteração, o governo elevou as alíquotas prometendo que elas seriam "calibradas" de forma a manter a arrecadação no mesmo nível. Outro efeito "perverso" apontado por Sales é o impacto nos orçamentos das famílias. Pelas contas do instituto, a conta de luz consome 3,4% da renda daquelas que ganham até R$ 1.245 por mês. Já naquelas com renda superior a R$ 10.375, a eletricidade custa 1,2%. (L.A.O.)



Fonte: JC

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