Agenda Econômica Comentada (28/02/2011)


A semana abre com o desempenho da Produção Industrial no Japão, em janeiro. Espera-se que continue acelerando o ritmo, com um incremento da ordem de 4% no mês. Nos Estados Unidos, o destaque da segunda fica por conta do Índice PMI de Atividade Manufatureira de Chicago, relativo a fevereiro, cuja expectativa é de que registre uma pontuação de 67, além da Renda e Gastos do Consumidor, em janeiro. Para este último, o consenso aponta um aumento – em ambos (renda e gastos) – de 0,4% no mês. Na China, ainda na segunda-feira, serão divulgados os Índices PMI da Manufatura e o PMI do HSBC, da Indústria. Para o primeiro, a previsão é de uma pontuação de 52,1, enquanto para o segundo, estima-se que marque 52,5 pontos. Ambos fornecem um bom panorama da tendência atual da atividade industrial chinesa.
Na terça-feira, as atenções se voltam para o Índice de Preços ao Consumidor (HICP) na Zona do Euro, referente a fevereiro. A taxa de 2,4% ao ano, apurada em janeiro e cujo resultado (revisado) final será informado na segunda-feira, está acima da meta de 2%, o que causa apreensões quanto à política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Qualquer medição superior a 2,4%, que é o esperado também para fevereiro, certamente causará alvoroço nos mercados, podendo impulsionar a venda de dólares e compras de moedas europeias. No mesmo dia, nos Estados Undidos, sai o Índice ISM da Manufatura, com perspectivas de que marque 60,5 pontos, numa leve queda ante os 60,8 aferidos em janeiro.
Na quarta-feira, nos Estados Unidos, é dia de Livro Bege do Federal Reserve, contendo a leitura atual do órgão sobre a economia do país. Investidores estarão atentos a sinais que indiquem os próximos passos para a política monetária. No Brasil, no mesmo dia, será anunciada a meta do Copom para a Taxa Selic. As apostas recaem sobre 11,75%, num aumento de 0,5 pontos percentuais. No mesmo dia, sai o ritmo da Produção Industrial brasileira em janeiro, sendo esperado um decréscimo de 0,3% no mês, com um aumento de 1,8% em termos anuais.
Na quinta-feira, será conhecida a Decisão Monetária do Banco Central Europeu (BCE). É esperado que a taxa referencial de juros seja mantida em 1%. Qualquer elevação seria uma enorme surpresa e, certamente, causaria grande rebuliço nos mercados. No mesmo dia, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, se pronunciará sobre a visão do órgão acerca da economia, incluindo o tema do momento: pressões inflacionárias. Nos EUA, ainda na quinta-feira, será divulgado o Índice ISM de Não-Manufaturados, relativo a fevereiro. A pontuação esperada é de 59,6, numa leve piora em relação aos 59,4 pontos de janeiro. No Brasil, também na quinta, o IBGE informa o crescimento do PIB do País no quarto trimestre, e o acumulado em 2010. Os números esperados pelo mercado são, respectivamente, 0,8% e 7,5%.
Sexta feira é dia de payroll nos EUA. Será informado o número de contratações fora da agricultura em fevereiro, com expectativas de que atinjam 175 mil, ante as 36 mil de janeiro. Já para a Taxa de Desemprego, o esperado é que fique em 9,1%, contra 9% de desocupados em janeiro. Fecha a semana nos EUA o informe sobre Pedidos de Fábricas em fevereiro, com previsão de que tenham aumentado 2,2% no mês, o que seria muito bom, considerando-se o incremento de apenas 0,2% em janeiro. No Brasil, a variação do IPCA em fevereiro poderá causar frissons. O esperado é que a elevação de preços atinja 0,83% no mês e 6,04% em base anual. A inflação é a grande precupação de agentes do mercado e autoridades do País.
Fonte: P.Guimarães JC

Calor do RJ faz OAB dispensar o uso do terno para advogados no estado


Determinação vale até o fim do verão, em março. Segundo órgão, decisão foi tomada com autorização do CNJ.

O calor do verão carioca fez a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio, publicar uma resolução que dispensa o uso de ternos por advogados no estado. Segundo o órgão, a decisão tem autorização do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e vale até o fim da estação, no dia 21 de março.
Até lá, os profissionais que precisarem comparecer ao fórum para despachar com juízes, resolver questões em cartórios e realizar audiências podem usar calça e camisas sociais. Procurado pelo G1, o Tribunal de Justiça do Rio não se pronunciou sobre o assunto.
No documento, o órgão afirma que a “excepcional condição climática por que passa o Estado do Rio de Janeiro, e, em particular, a cidade do Rio de janeiro, onde têm-se registrado altíssimas temperaturas, que, na maior parte dos dias ultrapassam os 35° C (...) vem atingindo o “bem estar e a saúde dos advogados (...), com registros de casos de desmaios e alterações da pressão arterial entre outras morbidades”. A publicação fiz ainda que o uso do paletó e gravata “agrava em larga medida essas condições de insalubridade geradas pelo intenso calor”.
“Desde que haja dignidade no trajar, não vemos nenhum problema em relação a esta questão. Não me parece haver qualquer tipo de desrespeito à Justiça. É uma condição local, em razão de calor. Isso é uma questão muito cultural de cada região”, disse o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, lembrando que a resolução só existe no Rio. “Não há qualquer violação da lei. Desde que, evidentemente, as pessoas se vistam como dignidade, que ninguém vá ao Fórum de bermuda”, completou.

Reservas internacionais atingem US$ 300 bilhões, novo recorde histórico

Compras de dólares pelo BC são principal fator que eleva reservas.Neste ano, reservas avançaram R$ 11,7 bilhões, informa Banco Central.

Entrada de dólares soma US$ 15,5 bilhões, a maior desde junho de 2007
As reservas internacionais brasileiras avançaram US$ 478 milhões nesta última quarta-feira (9) e, com isso, atingiram a marca histórica de US$ 300 bilhões, novo recorde, segundo números divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Banco Central. Na comparação com o fim de 2010, quando as reservas estavam em US$ 288,57 bilhões, o crescimento foi de US$ 11,7 bilhões.
O governo acumula a moeda norte-americana de três formas: comprando dólares no mercado (via Banco Central) ou fazendo emissões de títulos da dívida pública - que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas. As reservas também variam por conta da remuneração das aplicações que são feitas com estes recursos - a maior parte em títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
O crescimento das reservas em janeiro deste ano está relacionado com o forte ingresso de recursos. No mês passado, ingressaram US$ 15,5 bilhões na economia brasileira, o maior valor desde junho de 2007. O mercado financeiro avalia que este ingresso está relacionado com captações externas de empresas brasileiras, estimadas em cerca de US$ 10 bilhões para o mês passado.
Compras de dólares pelo BCCom a forte entrada de dólares, o BC comprou US$ 7,99 bilhões no mercado à vista de câmbio em janeiro. Em fevereiro, até o dia 4, adquiriu mais US$ 2,83 bilhões. As compras de dólares são uma forma de a autoridade monetária tentar impedir uma queda maior da cotação da moeda norte-americana, juntamente com os leilões de "swap cambial reverso" (que funcionam como uma compra de divisas no mercado futuro) e os leilões de dólares no mercado a termo.
A vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e a crise financeira que atingiu a economia internacional no ano retrasado. Durante a crise financeira, quando as linhas de crédito externas escassearam, o BC vendeu dólares das reservas para empresas brasileiras.
Economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares. Isso por que, cada vez que o governo compra divisas, paga em real e, com isso, aumenta a dívida interna. Ao mesmo tempo, também tem de pagar mais juros, uma vez que as taxas oferecidas no mercado interno são mais altas do que no exterior. É o chamado "custo de carregamento" das reservas, que teria atingido, segundo cálculos de economistas, um valor ao redor de US$ 24 bilhões no ano passado.
HistóricoAs reservas internacionais brasileiras chegaram ao fundo do poço no fim de 1998 e início de 1999, logo após o anúncio de moratória (não pagamento da dívida externa) por parte da Rússia. Naquele momento, houve uma fuga de capitais de todos os países emergentes, inclusive do Brasil, e, para manter o câmbio fixo, o Banco Central, sob a tutela de Gustavo Franco, teve de lançar mão das reservas e vender dólares ao mercado financeiro para segurar a cotação do real. Naquela época, as reservas já haviam caído para US$ 24,4 bilhões.
Com a adoção do câmbio flutuante, ou seja, sem metas para a taxa de câmbio, as reservas deixaram de ser utilizadas para conter a subida do dólar. A conseqüência imediata foi a disparada da moeda norte-americana para cerca de R$ 3,00. Entretanto, até o fim daquele ano já retornaria para um patamar ao redor de R$ 2,00 por dólar em conseqüência ao aumento da taxa básica de juros da economia.
Com o processo de recomposição das reservas, iniciado em 2004, o Banco Central voltou a comprar dólares, o que tem elevado, desde então, o patamar das reservas cambiais. No fim de 2005, as reservas já estavam em US$ 53,8 bilhões, avançando para US$ 85,8 bilhões no fechamento de 2006 e para US$ 180 bilhões no final de 2007. No fechamento de 2008 e de 2009, respectivamente, as reservas alcançaram as marcas de US$ 206 bilhões e US$ 239 bilhões.
Fonte: BC

Faturamento da indústria recua em dezembro, mas bate recorde em 2010

Fonte:JC

Indústria recua em dezembro e confirma desaceleração

A maior presença de importados no mercado interno, a formação de altos níveis de estoques e a retirada de incentivos fiscais fizeram com que a indústria brasileira perdesse fôlego após o dinamismo registrado até o primeiro trimestre do ano passado. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, ao recuar 0,7% em dezembro ante novembro, a produção fabril atingiu seu mais baixo resultado desde junho, na série com ajuste sazonal. A queda reforça a tendência de contração iniciada em abril – de lá para cá, apenas duas variações positivas foram registradas, uma de 0,4% em julho e outra de 0,3% em outubro. Apesar da desaceleração, no acumulado de 2010 a indústria nacional cresceu 10,5%, na comparação com 2009, quando sofreu perda de 7,4%. Na passagem de novembro para dezembro, o setor de bens de consumo, que tem sido o principal sustentáculo da economia, liderou o ranking das categorias de uso de pior desempenho, ao cair 0,9%. maior presença de importados no mercado interno, a formação de altos níveis de estoques e a retirada de incentivos fiscais fizeram com que a indústria brasileira perdesse fôlego após o dinamismo registrado até o primeiro trimestre do ano passado. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, ao recuar 0,7% em dezembro ante novembro, a produção fabril atingiu seu mais baixo resultado desde junho, na série com ajuste sazonal. A queda reforça a tendência de contração iniciada em abril – de lá para cá, apenas duas variações positivas foram registradas, uma de 0,4% em julho e outra de 0,3% em outubro. Apesar da desaceleração, no acumulado de 2010 a indústria nacional cresceu 10,5%, na comparação com 2009, quando sofreu perda de 7,4%. Na passagem de novembro para dezembro, o setor de bens de consumo, que tem sido o principal sustentáculo da economia, liderou o ranking das categorias de uso de pior desempenho, ao cair 0,9%.
Fonte: JC

Dono da dívida do PanAmericano é interrogação

A compra da participação majoritária de duas empresas de Silvio Santos no Banco PanAmericano pelo Banco BTG Pactual, do bilionário carioca André Esteves, deixou uma interrogação que até a noite de ontem ainda não havia sido respondida: a quem pertence a dívida feita por Silvio Santos no Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir o rombo na instituição? Segundo o diretor-executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva, o BTG Pactual assumiu a dívida de R$ 3,8 bilhões do Banco PanAmericano e não desembolsou dinheiro para a aquisição. De acordo com ele, houve apenas a assunção da dívida que, caso o BTG resolva liquidá-la hoje, corresponde aos R$ 450 milhões já anunciados. O montante desconta juros de 13% ao ano, o que, conforme o executivo, pode fazer o total chegar aos R$ 3,8 bilhões no novo prazo do empréstimo, de 17 anos e meio, disse. O BTG assegura que não assumiu a dívida. "O banco pagará R$ 450 milhões pela totalidade de ações do Grupo Silvio Santos no PanAmericano. A forma de pagamento será acertada entre as partes", informou o BTG em nota