O Dragão baixa o trem de pouso

Ao apagar das luzes de um ano marcado por incertezas, consolidam-se perspectivas de um 2012 ainda mais complicado para a economia global. Nos últimos meses, enquanto as atenções andaram voltadas para a Europa, outro foco de preocupações ganhou vulto: a China. Isso não quer dizer que a locomotiva asiática tivesse deixado, em algum momento, de despertar questões e desconfianças acerca da viabilidade de manutenção do seu virtuoso ciclo de crescimento. Muito pelo contrário. A tese de que o país assumiria o posto de maior potência mundial em futuro próximo, no entanto, tornou-se fato consumado no inconsciente coletivo de agentes econômicos; virou uma realidade ex-ante. Embora os sinais provenientes do dragão não apontem uma derrocada iminente, eles transmitem a certeza de que seu ritmo de expansão declinará sensivelmente. Por quanto tempo a trajetória de arrefecimento perdurará e o quanto essa queda de atividade repercutirá no restante do planeta são perguntas que suscitam temores e especulações.
Desde 1996, a taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês se manteve em 9% ao ano. No pico, o ritmo alcançou 14% a.a., pouco antes do crash global de 2008/2009. Pode-se dizer que o mundo se acostumou a esse padrão e a ele se adequou. Mais que isso, a partir de 2008, com o agravamento da crise financeira internacional e seus desdobramentos, a economia global ficou totalmente dependente do elevado desempenho da China para não desabar de vez. O apetite do dragão por matérias-primas vem impulsionando as exportações de outros emergentes, como Brasil e Austrália, tendo possibilitado a esses países uma rápida recuperação do baque que sucedeu à quebra do banco americano Lehman Brothers.

O poder de fogo e relevância chinesa ficam evidenciados no fato de o país ter sido capaz de adquirir mais de US$ 1,1 trilhão em bônus do Tesouro norte-americano. O montante representa cerca de 26% do total de títulos dos EUA em poder de estrangeiros. Há um consenso, inclusive nos Estados Unidos, de que, sem esse aporte, Tio Sam teria sido forçado a rever sua política de endividamento há muito tempo. A qualquer ameaça econômica que surja no planeta, as soluções vislumbradas contam sempre com a participação pró-ativa de Pequim. É o caso da Europa hoje, cujas autoridades buscam ansiosamente a ajuda chinesa para engordar os fundos de resgate a países e bancos em dificuldades.

É óbvio que a pujança econômica dos EUA, Europa e Japão, que sempre se traduziu em consumo e investimentos, foi o que, antes de qualquer fator, possibilitou à China implementar o seu modelo desenvolvimentista até 2008, quando esse padrão teve que ser revisto. Apesar de a recuperação do dito Primeiro Mundo interessar ao país, a equação para distribuição de riqueza no planeta, via globalização, já não funciona como há 20 anos. Daqui por diante, fica claro que, se a atual arquitetura econômica e financeira mundial não for reformulada, o conflito de interesses entre nações se agravará. Tudo leva a crer que mudanças substanciais nos paradigmas que têm regido esse arranjo são requisitos essenciais para uma retomada harmônica do crescimento econômico e do desenvolvimento humano, a nível planetário. O problema é que não há consenso algum sobre essas mudanças e nem sobre qualquer linha de ação nesse sentido, no âmbito supranacional. Diga-se de passagem, nem mesmo nos domínios internos de cada país ou bloco existe a certeza de como agir ante os imensos desafios globais que vão se avolumando.

Um dos sustentáculos do milagre chinês, paralelamente às exportações, vem sendo o alto nível de investimentos em projetos de infraestrutura. Notadamente após 2008, com o declínio nas vendas externas, o governo central apostou suas fichas no aporte em capital fixo e na expansão do crédito interno, para atenuar domesticamente os efeitos da crise internacional. Os recursos para essas obras têm sido levantado por governos locais, normalmente por meio da venda de terras. Se, porventura, os empreendedores estiverem sem dinheiro em caixa para a compra de terrenos, a engrenagem trava. Esse é o primeiro problema que desponta.

Conforme apurado pelo jornal Financial Times (FT), as vendas de terras na cidade de Guangzhou (que é uma ótima referência) despencaram esse ano. As previsões do governo municipal eram de 50 bilhões de iuans em vendas, o que superaria um pouco o total registrado em 2010. Nos primeiros nove meses de 2011, contudo, o município arrecadou somente 14 bilhões de iuans. Uma receita inferior implica em menor capacidade para se gastar em projetos grandiosos, o que, por sua vez, traduz-se em menor crescimento do PIB. O segundo complicador, que começa a comprometer a fórmula adotada pelo Partido Comunista, diz respeito ao relacionamento entre bancos e governos locais, que usam terras como garantias para a tomada de empréstimos. Caso o preço desses terrenos caia significantemente e os municípios, que já estão endividados, encontrem dificuldades para levantar mais dinheiro e continuar honrando suas dívidas, deduz-se que o sistema bancário incorrerá em perdas vultosas.

Edward Chancellor, em artigo publicado no FT, enfatiza que “a presente taxa de expansão do crédito na China excede a verificada nos EUA, nos anos que antecederam a quebra do Lehman Brothers. Uma simples freada nesse ritmo de expansão poderia impactar seriamente a economia chinesa.” No começo de dezembro, o Banco Popular da China (o BC chinês) demonstrou que o recuo da atividade e mesmo a possibilidade de um estrangulamento mais forte no crédito já preocupam as autoridades, ao reduzir em 0,5 ponto percentual o nível dos depósitos compulsórios exigido aos bancos, além de acenar com mais reduções. Os sinais realmente não são bons. Até a metade desse ano, por incrível que pareça, Pequim adotava medidas para conter a inflação e desacelerar o ritmo de crescimento. Àquela altura, era clara também a intenção do governo de esvaziar a bolha imobiliária. Como a história demonstra, no entanto, esse processo pode ser extremamente doloroso, dependendo, acima de tudo, de quão inflados estejam os preços.

O relevante Índice dos Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) afere a quantidade de produtos e serviços que estão sendo adquiridos por empresas. Ele é um apurado indicador do momento empresarial. Pois bem, os últimos PMI divulgados sugerem que a atividade industrial na China está diminuindo no ritmo mais acelerado em quase três anos. Para o banco sul-africano Standard Bank, a economia chinesa deverá crescer 7,5% no primeiro trimestre de 2012 (em termos anuais), o que já estaria bem aquém da média dos últimos quinze anos. A maior incorporadora do país – a China Vanke – relatou que suas vendas em novembro declinaram 36% em comparação com igual período de 2010. Vale lembrar que uma menor demanda por propriedades significa menos recursos para novos empreendimentos. Segundo o banco Credit Swiss, 80% das companhias chinesas que fornecem produtos e serviços a empresas incorporadoras estão reclamando de atrasos nos pagamentos.

Em se tratando de China, é sempre muito difícil fazer projeções. É de se estranhar, porém, que o governo tenha interferido nos mercados de câmbio no começo de dezembro, não para manter o renminbi depreciado contra o dólar (o que vinha sendo uma prática comum durante anos), mas para fortalecê-lo, evitando uma desvalorização mais pronunciada. A julgar pelos mercados acionários, contudo, a intervenção pode fazer sentido. O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong se desvalorizou 20,7% em dólares esse ano, o que reflete uma fuga de capitais.

Dezembro de 2011 trouxe a constatação de que os mecanismos que permitiram, até então, evitar, abrandar ou adiar, em diferentes graus, correções nos ciclos econômicos de alguns países e blocos começam a ratear. No contexto global, em vez de as nações mais afetadas em um primeiro instante se recuperarem enquanto os bastiões de resiliência amorteciam o choque inicial, a crise recessiva parece estar tomando outra dinâmica. A resistência concentrada principalmente nos países emergentes vai se exaurindo, até mesmo por causa da incapacidade de reação do mundo desenvolvido. Resta torcer para que janeiro traga, realmente, uma grande virada.


Fonte: JC

Ouro surge como a primeira aposta para 2012

O ano novo chegou. Pelo menos na cabeça da grande maioria de analistas de mercados financeiros. Embora haja quem ainda vislumbre fortes ralis no restante de novembro e dezembro, bem como quem ande esperando por um crash a qualquer momento, o consenso é de que o quadro de alta volatilidade, sem viés definido, deverá permanecer até o fim de 2011. As atenções agora se voltam para 2012. Em meio a muita controvérsia nas previsões para o desempenho de ativos como ações, commodities em geral e dólar no ano que vem, sem demonstrações de firmes convicções a respeito de nenhum deles, o ouro saiu na frente, no que tange a estimativas mais criteriosas, que abrangem detalhes como a banda dentro da qual a cotação do metal deverá oscilar no ano vindouro. As perspectivas são boas e merecem a atenção do investidor.
Esse ano, a performance do ouro demonstrou ser mais influenciada (do que por qualquer outro fator) pelo que acontece nos mercados de câmbio. A commodity dourada, na verdade, vem sendo tratada praticamente como moeda. A regra básica tem sido que o enfraquecimento de índices que aferem a força do dólar contra cestas de (outras) divisas empurra para cima o preço do ouro. Dólar cai, ouro sobe. Conforme abordado recorrentemente pela coluna, essa correlação tem uma lógica: com a referência monetária mundial (o dólar) sob fogo cerrado e perdendo valor, o metal precioso, que era o padrão monetário predecessor à unidade norte-americana, serve como porto seguro, como um refúgio para investidores. Principalmente tendo-se em vista a total falta de uma nova opção.

Após a expressiva correção ocorrida no preço do metal em setembro – quando o valor à vista da onça-troy nos mercados internacionais despencou de US$ 1.921 (maior cotação já registrada) para uma mínima de US$ 1.532 (um recuo de 20%) –, as cotações começaram a subir novamente, com a onça-troy valendo no fechamento de sexta-feira US$ 1.788. Há poucos meses, quando o preço caminhava para o recorde histórico do início de setembro, esta coluna ponderou sobre a possibilidade de uma correção mais acentuada a qualquer momento (naquela ocasião), e chegou a apontar US$ 1.600 como sendo um primeiro bom ponto para entrada (compra) e US$ 1.500 um segundo, sendo que não dava para dizer se esse último patamar seria alcançado, caso o recuo se confirmasse. A correção aconteceu e, dadas as estimativas que começam a pipocar para 2012, quem comprou entre esses dois níveis está hoje extremamente bem posicionado.

Para o analista James Steel, do HSBC, a onça do ouro será negociada no ano que vem entre US$ 1.700 e US$ 2.300. A opinião de Steel está em linha com a da maioria dos estrategistas que já se pronunciaram. Na sua visão, os mercados de ativos financeiros de primeira classe (ouro incluído) manterão o padrão atual, predominando as séries de sessões extremamente voláteis, pelo menos durante o próximo ano-calendário. Para ele, o preço médio do metal durante 2012 ficará em torno de US$ 2.025. Tendo-se em vista que a onça hoje está sendo transacionada em torno de US$ 1.788, até o preço médio haveria margem para valorização da ordem de 12%. Para quem adquirir ouro no preço atual, considerando-se o valor máximo da banda (US$ 2.300), o potencial de ganho atinge 29%. No lado negativo, tomando-se como base o preço mínimo da banda (US$ 1.700), haveria um risco de perda de até 5% no ano. Levando-se em conta que surpresas impensáveis têm ocorrido em anos recentes, e que erros grotescos em previsões vêm se multiplicando, mesmo assim a análise de Steel soa bastante sensata e coloca o ouro como uma ótima opção para alocação de parte do portfólio, se a compra for feita no presente patamar de preço.


Fonte: JC

O Leão faz a festa

Chega a festa natalina, mas do saco de presentes do Papai Noel a prenda mais generosa é a chamada parte do Leão. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o consumidor deve preparar-se para a alta tributação dos itens da ceia de Natal, como 29,31% no caso do chester ou peru, 59,49% no do champanha e 34,63% no do panetone. Quem optar pelo almoço ou jantar de festas em um restaurante também não estará livre do apetite do Leão: do total da conta, 32,31% serão revertidos em impostos municipais, estaduais e federais. No tradicional ato de enfeitar a árvore de Natal, os tributos chegam a 39,23% do valor total, e, nos enfeites, mais 48,02% é a parte da fera símbolo do Fisco. Quer montar o presépio natalino? Separe 35,93% para depositar na juba do animal. Comemorar a data com fogos de artifício é uma mordida pirotécnica: 61,56% do preço dos artefatos são revertidos em tributos. Agora, prepare o bolso para os presentes: do perfume importado, 78,43% vão para o Fisco; do aparelho de MP3 ou iPod, 49,45%; da bicicleta, 45,93%; e, dos brinquedos, 39,70%. O videogame, um dos prediletos da garotada, traz a maior carga tributária entre os eletrônicos: 72,18%. Feliz Natal!

Fonte: JC

CRC promove palestra sobre Sped

Com objetivo de entender os temas e os reflexos sobre o cenário fiscal e contábil para as empresas, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro, CRC/RJ,promove no dia 14 de dezembro próximo, uma palestra sobre EFD-PIS/Confins, em sua sede às 9 horas. Todos sabem, mais nunca é demais lembrar que a EDF-Pis/Cofins é um arquivo digital instituido no Sistema Público de Escrituração Digital ( Sped) a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da contribuição para Pis/Pasep da da cofins. A conferência é gratuíta e as inscrições deverão ser feitas através do site www.crc.org.br. O CRC/RJ solicita a doação de leite em pó.

Fonte: JC

O inverno em NY

Muitos brasileiros sonham passar o inverno em Nova York, ver a neve, curtir a virada do ano no Times Square e na Quinta Avenida decorada. A cidade mais densamente povoada do mundo exerce um impacto significativo sobre o comércio, finanças, mídia, arte, moda, pesquisa, tecnologia, educação e entretenimento de todo o planeta. Sabedor do fascínio que NY exerce sobre os visitantes, um amigo da coluna, carioca da gema, que trabalha e vive na Big Apple, anotou algumas dicas que podem tornar mais agradável uma estada durante a gélida estação que se inicia no próximo dia 21 e se estende até 21 de março. Ei-las:

Dica um. Woodbury Outlet? Garden State? Nova York é, com a Quinta Avenida, um paraíso para quem vai às compras, mas como resistir aos fantásticos malls com descontos? A viagem ao Woodbury ou a Garden State pode ser feita por ônibus a partir da rodoviária (Port Authority Bus Station) na Rua 42 com Oitava Avenida.

Dois. Locomover-se no frio é complicado? É claro. Vale a pena saber que o cartão de uma semana do metrô permite uso ilimitado (por uma só pessoa, já que exige três minutos entre um uso e outro) e garante acesso a todas as linhas de metrô, ônibus regulares e até o interessante bondinho da Ilha Roosevelt.

Três. Vai ficar em Manhattan? Se for próximo à Rua 34, o indicado, ao chegar ao JFK, é usar o Airtrain até a estação de trem de Jamaica e de lá pegar os confortáveis trens para a Penn Station. Mas, atenção: se sua chegada ocorrer de manhã, esteja preparado para trens mais cheios. À tarde é a melhor opção, especialmente em dias chuvosos ou com nevascas.

Quatro. Saudades do Brasil durante a estada? Além da Rua 46, alguns outros “polos” de restaurantes brasileiros se destacam. Os mais recentes são dois points na Avenida das Américas (Sexta Avenida): Cachaçaria Boteco e O Café.

Cinco. A despeito do frio, é interessante conferir uma das empresas que fazem cruzeiros em volta de Manhattan. Consulte do lado oeste os piers, notadamente Chelsea Piers, onde há diversidade e navios confortáveis. Pode ser a melhor forma de avistar vários pontos da cidade, com o máximo de conforto.

Seis. Internet de graça? Além da tradicional loja da Apple que nunca fecha, use e abuse dos cafés e bares que oferecem acesso wifi gratuito. O lobby da maioria dos hotéis também oferece acesso gratuito.

Sete. Precisa de dinheiro? Em geral, todos os ATMs de Nova York cobram tarifa, mas os clientes do Banco do Brasil levam vantagem: o bancão tem uma loja na Rua 42 com diversos ATMs e atendimento em português.

Oito. Adaptador para seu carregador? Pare em uma das várias lojas da Radio Shack na cidade. Lá pode ser encontrado todo tipo de gadget eletrônico.

Nove. Alguns hotéis da cidade já oferecem TV a cabo do Brasil, fruto do crescente número de hóspedes brasileiros. Entre eles, o Park Lane, de frente para o Central Park e em geral com tarifas atrativas quando reservadas com antecedência.

Dez. “To stay ou to go?” É assim que é identificado o popular “para agora ou para viagem?”. Evite também itens em tamanho grande, porque, para os padrões brasileiros, são gigantescos.

Onze. Sexta-feira é dia de visitar museus sem gastar nada. Em geral, recomenda-se evitar andar à noite pela congestionada Quinta Avenida ou pela Times Square. Se quiser passar por esses lugares, vá mais cedo: é mais tranquilo e fácil de tirar fotos.

Doze. As farmácias são excelentes lugares para revelar fotos. Mas atenção: a legislação dos EUA proíbe a venda de antibióticos e anti-inflamatórios. É prudente levar na bagagem sempre seus remédios do Brasil, incluindo um adicional para evitar ficar preso na cidade por nevascas e sem ter como comprar medicamentos.

Treze. As lojas de eletrônicos que pipocam pela cidade têm vitrines que atraem todo tipo de visitante, mas, em geral, não oferecem a garantia e o respeito das tradicionais. Mesmo tendo que pagar um pouco mais, prefira uma BestBuy, Staples ou Radio Shack para as compras de eletrônicos.

Quatorze. Restaurantes em Nova York não gostam de dividir pratos e nem de fazer combinações entre eles, mas muitos se ajustam ao paladar e gosto dos visitantes e permitem algumas pequenas adaptações. Esteja pronto para um “não”.

Quinze. Passeios imperdíveis: a HighLine, o porta-aviões Intrepid, os principais museus, o bonde da Ilha Roosevelt, simplesmente andar por locais como Tribeca, Soho, Times Square e Central Park.

Dezesseis. Broadway? Não desista, e, além da oferta de tíquetes a preços promocionais de última hora, consulte os sites para as peças, em especial de início da semana. Os preços quase sempre são mais baixos que para o fim de semana.

Dezessete. Quer voar para outra cidade? Boston, Washington, não importa. Tenha sempre em mente que os preços serão atraentes até 14 dias antes da partida, mas se tornam proibitivos depois disso. Se realmente quiser visitar uma delas, opções mais econômicas de última hora são o bolt bus e os trens regionais (Amtrak).

Dezoito. Às vezes vale a pena ficar em Newark ou em Queens, próximos aos aeroportos. A tarifa dos hotéis chega a ser US$ 100 mais barata, e o transporte não custa caro, mas se perde pelo menos meia hora nas viagens até Manhattan.

Dezenove. Gorjeta? Lembre-se de que em Nova York (e nos EUA) gratifica-se opcionalmente. No entanto, entregadores têm sua renda única e exclusivamente nas gorjetas e por isso não se esqueça de gratificá-los. Nos restaurantes, uma conta que ajuda é multiplicar por dois o valor do imposto (tax). Nas lojas, não é necessário gratificar.



Fonte:JC

A ENCRUZILHADA DO PETRÓLEO

A oferta de petróleo barato, ou a preços que nunca chegaram efetivamente a comprometer e nem limitar o seu uso, definiu o modo de vida contemporâneo. A de pendência do homem moderno da commodity se tornou tão abrangente, que seus derivados são utilizados até mesmo na fabricação e instalação de equipamentos para geração de energia alternativa (como eólica, por exemplo). Somente nos Estados Unidos, há cerca de 210 milhões de automóveis e caminhões de pequeno porte em circulação. A frota brasileira é estimada 70 milhões, embora inclua veículos movidos a etanol. Na China, já são mais de 100 milhões de carros. Em um contexto globalizado, graças ao ouro negro, o homem se acostumou a viver distante do seu local de trabalho de onde é produzida sua comida, bem como outros itens básicos que consome no seu dia a dia. Do petróleo provêm 50% da energia que abastece o planeta. a humanidade se tornou refém desta situação, ou seja, da oferta abundante de óleo a um custo que inviabilize suas múltiplas aplicações. Até quando esse padrão conseguirá ser mantido?

POR CAUSA DO ÓLEO BARATO, metade da população americana fincou residência nos subúrbios. Por causa do óleo barato, mercadorias fundamentais em nosso cotidiano nos chegam por caminhões, navios ou aviões, a milhares de quilômetros de distância de onde são produzidos, normalmente com peças, componentes, insumos ou maquinário originados a outros tantos milhares de quilômetros. O comércio entre nações é garantido por esse paradigma. Para manter o estilo de vida atual, o modelo de desenvolvimento e o processo de globalização, o mundo terá que seguir descobrindo gigantescas reservas de óleo cru e de gás natural e continuar expandindo a produção de combustíveis líquidos, de forma a atender a crescente demanda. Essa conta, entretanto, não é nada fácil de ser fechada.As outras opções seriam desenvolver muito rapidamente alternativas viáveis que possibilitem a manutenção do presente padrão, ou rever praticamente todos os alicerces que vêm sustentando a economia planetária.

O SITE FUTUREMONEYTRENDS compilou dados alarmantes sobre o tema, que são reproduzidos a seguir.Entre 1995 e 2005,a China elevou o seu consumo de petróleo em 3,6 milhões de barris por dia (adicionais à base de 1995). Durante o mesmo período, os EUA aumentaram seu consumo em 3 milhões de barris por dia. Em dez anos, a demanda norte-americana saltou de 17,7 milhões para 20,7 milhões de barris diários, o que representa um acréscimo de 17%. Enquanto isso, em termos de percentagem, a demanda chinesa explodiu 400%. Poucos sabem que há vinte anos a China era exportadora (líquida) de óleo bruto. Hoje, o dragão asiático é o segundo maior importador de petróleo e maior consumidor de energia do planeta. O seu gasto atual é de nove milhões de barris por dia. As estimavas são de que, em 2015, esse dispêndio atinja 15 milhões de barris diários. Ou seja, daqui a menos de quatro anos, considerando-se somente a necessidade chinesa, o planeta precisará estar produzindo seis milhões de barris a mais por dia. A questão que se coloca, em caráter emergencial, é se há capacidade produtiva para tal e mesmo se existe tal quantidade de petróleo disponível em reservas, por quanto tempo. Sim, e não. Especialistas acreditam que ainda há óleo para ser explorado. A primeira parte do problema,no entanto,é que os custos de exploração e produção dos campos existentes serão muito mais altos daqui para frente.

ATUALMENTE , O MUNDO UTILIZA cerca de 85 milhões de barris por dia, sendo que os EUA são responsáveis por 20 milhões deste total.Todo campo petrolífero tem um começo e um fim, com um pico de produção em determinado momento. Após ser atingido esse ponto máximo, o óleo remanescente vai se tornando mais difícil de ser extraído, e mais caro. Olhando-se para a trajetória norte americana, os números são contundentes e didáticos. A primeira perfuração bem sucedida na América aconteceu em 1859, na Pensilvânia. As descobertas no país continuaram aumentando até 1930, quando ocorreu o ápice. Colocando-se de outra forma, até 2011, o ano em que mais se encontrou petróleo em solo americano foi 1930, apesar do fantástico avanço tecnológico do setor no último século.

EM 1965, OS ESTADOS UNIDOS eram o maior produtor mundial da commodity. Em 1970, o país atingiu o pico de sua produção doméstica, quando retirava 9,6 milhões de barris diariamente. Apesar de todos os esforços nas últimas décadas, a extração, hoje, gira em torno de 5,5 milhões de barris por dia. Em termos globais, o mundo chegou ao clímax da descoberta de reservas de óleo em 1964, ano em que foram encontrados na Terra campos com capacidade de 500 bilhões de barris. De lá para cá esse número vem recuando consistentemente. Em 2010,os novos achados ficaram abaixo de 100 bilhões de barris.

DURANTE A ÚLTIMA DÉCADA, verificou-se um decréscimo ano após ano no número de países exportadores de petróleo, tanto pela expansão da demanda doméstica em praticamente todas as nações, quanto pelo escasseamento das reservas nacionais. O México, que nos próximos anos se tornará importador, ilustra bem essa dinâmica. Atualmente, o país ainda é um dos maiores vendedores mundiais.Isso significa que os EUA perderão em breve o seu terceiro maior fornecedor. Dos quatro maiores campos em atividade no planeta – Cantarell (no México), Samotlor (na Rússia), Burgan (no Kuwait) e Ghawar (na Arábia Saudita) – três estão oficialmente em declínio. Embora as autoridades do país neguem que o campo saudita tenha alcançado o pico, muitos analistas acreditam que sim, ou que esteja próximo a isso. Esse, por sinal, é um mistério que vem sendo muitíssimo contestado, já que as reservas do reino têm se mantido no mesmo nível por décadas (de acordo com informações do governo). Observadores e mesmo investidores como Jim Rogers apostam que os príncipes sauditas mentem acerca do verdadeiro status de seus depósitos.Ou essa suposição é verídica, ou os poços árabes têm uma intrigante e inédita capacidade de não apresentar perdas produtivas com o tempo, o que seria, na visão técnica, altamente improvável. Segundo o site Wikileads, baseado em comunicações confidenciais das embaixadas norte-americanas, a Arábia Saudita teria superestimado os seus depósitos em 40%.De acordo com esses documentos, o pico de produção do país poderia acontecer em 2012.

NO COMEÇO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, a população mundial era de um bilhão de pessoas. Agora, justamente quando a produção global de petróleo atinge o zênite, somos sete bilhões de humanos. Se a China – que hoje possui um número de carros per capita equivalente a um décimo do padrão americano – for se igualar aos Estados Unidos nesse quesito (afinal, é isso que se busca), seriam necessárias, segundo especialistas, sete (novas) Arábias Sauditas para atender a essa demanda.

A REPOSIÇÃO DO PETRÓLEO, contudo, é uma tarefa que extrapola a questão energética, já que ele ou subprodutos de sua extração são utilizados na confecção de diversos artefatos que passamos a associar diretamente ao nosso conforto.Tecidos, pneus, materiais plásticos, embalagens, fertilizantes, pesticidas, tênis e solas de sapatos, adornos como pulseiras, brincos e colares, cosméticos, protetores solares, escovas de dentes, escovas de cabelo, perfumes, óculos, balas, ipods, telefones celulares, e por aí afora. A lista inteira provavelmente não caberia nesta coluna. Fato é que o planeta se encontra muito próximo de um ponto de virada, numa encruzilhada,onde a demanda suplantará o estoque global. O Departamento de Energia dos Estados Unidos admite que existe a chance de o mundo experimentar um substancial declínio na produção de combustíveis líquidos entre 2011 e 2015.

CASO NÃO SEJAM VIABILIZADAS alternativas em tempo hábil, algumas implicações são previsíveis em termos de estilo de vida e que se imporiam à medida que o preço do óleo siga aumentando. A primeira e mais óbvia seria um movimento em sentido contrário à globalização, com a reestruturação de economias e maior ênfase em produções locais. Outra suposta consequência seria o êxodo populacional de regiões que não disponham de oferta local de trabalho. Esse fenômeno já é notado nos Estados Unidos,onde os subúrbios mais afastados dos centros de grandes cidades são as áreas mais golpeadas pela crise imobiliária, com devoluções em massa de propriedades aos bancos. O modelo corrente de produção e distribuição de alimentos,que requer enorme volume de combustível líquido,seria profundamente afetado. Que tal a volta das hortas caseiras? Resta torcer para que antes que um choque mais impactante na nossa maneira de viver se torne inevitável, o mundo consiga se libertar da dependência. Ou que a nossa adaptação a uma nova realidade possa ser gradual e suave.

Fonte:JC


Copom reduz Selic em 0,5 ponto percentual e taxa termina o ano em 11%

Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) promoveu ontem (30) a terceira redução consecutiva de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que baixou de 11,5% para 11% ao ano. Com isso, a taxa que remunera os títulos públicos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia, termina o ano próxima aos 10,75% do final de 2010.

De acordo com nota divulgada há pouco, o Copom justifica que "dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, decidiu por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 11% ao ano, sem viés". Ou seja, não há possibilidade de revisão da taxa. "O Copom entende que, ao tempestivamente, mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012."

No começo deste ano, o colegiado de diretores do BC retomou o processo de aperto monetário como forma de combater o aumento da inflação, fenômeno verificado desde outubro do ano passado. Com isso, o Copom elevou a Selic por cinco reuniões seguidas até atingir o pico de 12,5%, no dia 20 de julho. O aumento acumulado do período foi 1,75 ponto percentual.

A partir do segundo semestre, o comitê entendeu que era hora de afrouxar a política monetária, uma vez que a deterioração da economia externa – notadamente na Europa e nos Estados Unidos – contribuía para a redução de pressões inflacionárias no mercado interno. Mesmo contra críticos do mercado financeiro, e até de dentro do próprio BC, o Copom aprovou, por 5 a 2, a primeira redução de 0,5 ponto percentual no final de agosto.

Dosagem igual foi repetida ao fim da reunião de 18 e 19 de outubro, já com unanimidade do colegiado, pois o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que serve de parâmetro para a inflação dava sinais de declínio. O IPCA acumulado em 12 meses, findos em setembro, somava 7,31%. O índice acumulado até outubro caiu para 6,97%, mais próximo do teto da meta anual de inflação, que é 6,5%.

Depois da redução acumulada de 1,5 ponto percentual, promovida nas duas últimas reuniões, a maioria dos analistas financeiros consultados pelo BC acredita na possibilidade de pelo menos mais duas reduções na taxa Selic, no início de 2012, como reflexo dos últimos pronunciamentos do presidente do BC, Alexandre Tombini, nos quais ele tem acenado com a possibilidade de “ajustes moderados”.

Fonte: JB