Em evento na sede do CJF, especialista em marketing digital defende
uso de Twitter e Facebook para atender demanda da sociedade por informação.
Ouso qualitativo de redes sociais
como Twitter e Facebook é o caminho para o diálogo direto com o cidadão
brasileiro ávido por informações do Poder Judiciário. Após vencer a barreira da
imagem, ao ocupar as mídias digitais, os tribunais brasileiros precisam, agora,
investir na interação com a sociedade e garantir mais qualidade à comunicação. A
avaliação foi feita ontem pelo coordenador de MBA e pós-MBA em Marketing Digital
da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Nino Carvalho, durante o Encontro Nacional de
Comunicação do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) na sede do Conselho de Justiça Federal (CJF), em Brasília. "Na minha
visão, este seminário pode ser um marco. O Judiciário recebe forte demanda dos
cidadãos brasileiros por informações e precisa dar conta dela sem a
intermediação da imprensa", sugeriu Carvalho. Na visão do especialista,
está ocorrendo uma mudança cultural e uma conversão de mentalidade nas
organizações, privadas e do setor público, sobre o papel dos profissionais de Comunicação.
A expectativa agora é de que, na nova fase das mídias sociais, a
contextualização da informação ganhe destaque, sobretudo no Facebook. "O
Face, muito mais que o Twitter, é o espaço ideal para os tribunais aprofundarem
as informações de interesse da sociedade", disse. Carvalho alertou que os
órgãos do Judiciário devem fugir da armadilha de usarem a internet como um
pedestal, a exemplo dos artistas famosos, e deixarem de lado o retorno ao
cidadão. "A chave principal é o quanto você se relaciona", reforçou o
professor da FGV. Segundo ele, o uso da internet nos próximos anos será crucial
para os órgãos públicos, sobretudo os do Judiciário. A avaliação é de que as
redes sociais se tornem instrumento estratégico das organizações para
"coletar inteligências" da sociedade e participar da competição por
seguidores na rede. Ao lado do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o CNJ, na avaliação de Carvalho, tem
feito importante trabalho para vencer as barreiras culturais do Judiciário, ao
utilizar as mídias sociais como um canal de comunicação com a sociedade. Até
ontem, o CNJ registrava um total de 141,4 mil seguidores no Facebook. O Conselho
mantém ainda conta no Twitter e no YouTube. O secretário-geral do CNJ, Fábio
Cesar dos Santos de Oliveira, defendeu diálogo mais amplo com a sociedade. “Não
se pode imaginar o Judiciário, hoje, como uma instituição hermética”, afirmou.
Ele destacou, no entanto, a necessidade de se cuidar da relevância das
informações. “Esse é um trabalho ao qual a comunicação social precisa ficar
atenta, em função da premência do tempo, pois muitas vezes alguns assuntos
perdem importância apenas porque não são divulgados no tempo adequado”,
afirmou. O secretário defendeu também que a comunicação social dos tribunais
não seja instrumentalizada. “A comunicação precisa ser afinada com a finalidade
institucional do Judiciário e não com os interesses pessoais. Precisa atender
ao interesse público.” Fabio Cesar abriu a segunda parte do primeiro dia do
encontro. (Com Agência CNJ).
Email
para ouvir internautas
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou na semana
passada o email ideias@cnj.jus.br, um espaço no Facebook para que os
internautas possam dizer que assuntos eles querem ver debatidos nas redes
sociais do órgão. A iniciativa foi provocada pelos próprios internautas e
aprovada pela Secretaria de Comunicação Social do CNJ como um novo canal de
comunicação.Atualmente, o CNJ conta com 159 mil seguidores no Twitter e 142 mil
no Facebook.“O públlico quer informações sobre seus direitos, como recolhimento
de impostos e a destinação desses recursos”, afirmou a editora da Comunicação Institucional
do CNJ,Andréa Mesquita, no Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário,
ontem, em Brasília. A evolução do conteúdo publicado e do projeto editorial dos
perfis do CNJ nas redes sociais, e o lançamento do Manual de Redes Sociais do
Poder Judiciário foram os temas da apresentação. O perfil do CNJ no Twitter foi
lançado em abril de 2010 e um ano depois no Facebook. A ferramenta, que no
início servia apenas para reproduzir matérias do portal do CNJ, tornou-se um
poderoso recurso multimídia para atender milhares de seguidores. “A partir de
2012, passamos a traduzir as demandas da sociedade por informação.Os seguidores
dos perfis do CNJ no Facebook e no Twitter queriam saber coisas práticas”,
afirmou Andréa.
Fonte: JC