Governo Dilma anuncia rombo inédito de R$ 17,2 bi no caixa do Tesouro; saiba causas e consequências.

A presidente Dilma Rousseff fechou o último ano de seu primeiro mandato com um rombo inédito no caixa do Tesouro Nacional. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29), as despesas do governo com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos superaram as receitas de 2014 em R$ 17,2 bilhões.
Com o impulso do calendário eleitoral, os gastos foram acelerados e chegaram a R$ 1,031 trilhão; já a arrecadação, prejudicada pela fragilidade da economia e por medidas de alívio tributário, ficou em R$ 1,014 trilhão.


Isso significa que o governo teve de tomar dinheiro emprestado no mercado para cobrir seus compromissos cotidianos e as obras públicas -em economês, houve um deficit primário. Trata-se do primeiro deficit do gênero apurado pelo Tesouro desde o Plano Real, lançado em 1994; antes disso, a hiperinflação corroía o valor das despesas e ajudava a equilibrar o Orçamento. Utilizando outra metodologia, o Banco Central apontou um pequeno resultado negativo no caixa federal em 1997. Ainda mais sem precedentes é o contraste entre os números obtidos no ano passado e a meta fiscal anunciada pela administração petista: até setembro, a equipe de Dilma sustentava que seriam poupados R$ 80,8 bilhões -um superavit primário- para o abatimento da dívida pública.
CAUSAS
Trata-se do ápice de um processo de deterioração das contas públicas iniciado em 2009, quando o governo Lula enfrentou os efeitos da crise internacional com aumento de gastos e redução de impostos, além de mais empréstimos nos bancos públicos. Na época, caiu a tributação de automóveis e outros produtos e foi lançado o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, entre outras medidas. O consumo e os investimentos foram reativados, e a economia cresceu 7,5% em 2010, ajudando a eleição de Dilma. A presidente tentou repetir a estratégia em seu primeiro mandato, quando houve nova piora do cenário internacional. No entanto, os resultados foram declinantes. A população, mais endividada, não tinha mais como ampliar seu consumo no ritmo de antes; os empresários, temendo pelo futuro da política econômica, passaram a investir menos. Com a economia parada, também piorou o desempenho da arrecadação de impostos; a insistência do Planalto em novas rodadas de desoneração tributária e aumento de despesas criou um círculo vicioso.
CONSEQUÊNCIAS
O impacto mais imediato da piora fiscal é o aumento da dívida pública, que nos últimos quatro anos saltou do equivalente a 53% para 63% do PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda do país). Mas há consequências mais palpáveis no cotidiano, como o aumento da inflação -afinal, os salários e benefícios sociais pagos pelo governo injetam dinheiro no consumo, que cresce acima da capacidade de produção de bens e serviços. A oferta insuficiente de produtos nacionais também eleva as importações, o que faz o país perder divisas. Para conter a alta dos preços e a saída de dólares, o Banco Central precisa elevar os juros do país, que já estão entre os mais altos do mundo. De positivo, a política de Dilma conseguiu manter o desemprego em baixa, em especial porque caiu a tributação sobre as folhas de pagamento das empresas. Essa vantagem, porém, está em xeque, porque agora será necessário elevar impostos e cortar gastos públicos para reequilibrar as contas do governo -que promete um superavit de R$ 55,3 bilhões neste ano.




Fonte: Folha de SP

Inscrições para o Simples Nacional terminam nesta sexta-feira.

Para ingressar no regime tributário, empresa deve ter faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano.

Empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano têm até esta sexta-feira, 30 de janeiro, para ingressar no Simples Nacional, regime de tributação que combina oito impostos federais em um boleto. Após esse prazo, a opção pelo modelo só poderá ser feita no ano que vem. Neste ano, após a mudança na legislação sancionada pelo governo em agosto passado, 140 novas atividades poderão aderir ao modelo e a expectativa de especialistas é que 450 mil companhias estejam aptas a adotar o sistema, por causa da menor quantidade de restrições. Quem fizer a inscrição já pagará os impostos referentes a janeiro por meio do regime simplificado. As inscrições para o Simples estão abertas desde janeiro. Para ingressar, é preciso entrar no site da Receita, informar CNPJ e o CPF do responsável pela empresa e seguir o passo a passo. A opção pode ser deferida ou não, de acordo com os critérios do Fisco. Para as empresas em início de atividade, ou seja, aquelas formalizadas há menos de 180 dias, o prazo para ingressar no Simples é de 30 dias depois do deferimento da inscrição. Ou seja, se a empresa foi criada no dia 15 de janeiro, tem até 15 de fevereiro para fazer a adesão ao Simples Nacional. Os efeitos são retroativos à abertura do negócio.
SAIBA TUDO QUE MUDOU NO SIMPLES NACIONAL
Apesar da flexibilização de regras garantida pela última mudança na legislação, ainda há uma série de restrições que impedem determinadas empresas de ingressar no regime. A principal delas é o limite de faturamento, de R$ 3,6 milhões anuais. Negócios com sócios no exterior também estão proibidos de participar, bem como empresas de cigarro e bebida alcoólica. A lista completa, com mais de 30 itens, pode ser consultada aqui. Antes de ingressar no Simples, é importante verificar se o modelo simplificado é vantajoso. Essa escolha depende de uma série de fatores, como o segmento em que a empresa atua e os gastos com folha de pagamento — que influenciam diretamente nas contas, já que os gastos com funcionários são tributados de formas diferentes em cada regime de tributação. Para facilitar a decisão, o Sebrae lançou um simulador que permite comparar os gastos no Simples Nacional e no lucro presumido. A ferramenta está disponível neste link. A recomendação, no entanto, é que cada empreendedor procure um contador.
COMO É FEITO O PAGAMENTO
A partir do momento em que a Receita aceita o pedido de inclusão da empresa, já é possível começar a fazer o pagamento de oito impostos federais em uma guia única. O ajuste de contas é feito pelo PGDAS-D, aplicativo de cálculo também disponível no portal do Simples. O documento de arrecadação vence no dia 20 do mês seguinte. Além do ajuste mensal, a empresa será obrigada a fornecer informações socioeconômicas e fiscais à Receita anualmente, por meio da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis), uma espécie de declaração de Imposto de Renda das empresas. Para as empresas que começarem a participar do Simples em 2015, o prazo para fazer esse ajuste termina em 31 de março de 2016. Para participar do Simples, a empresa precisa ter a inscrição municipal e CNPJ. No caso das atividades sujeitas a cobrança de ICMS, a inscrição estadual também é obrigatória. A Receita lembra que optar pelo Simples não interfere no número do CNPJ.
GOLPE DO BOLETO
Na semana passada, a Receita Federal divulgou um alerta para um boleto para um suposto pagamento da renovação da inscrição no Simples Nacional, que vinha sendo distribuído para alguns empresários. O falso documento, reproduzido no site do órgão, cobrava uma taxa de R$ 219,75 para renovar a inscrição no sistema. O Fisco destacou, no entanto, que não há qualquer cobrança para permanecer no regime tributário. “Alertamos às empresas optantes que NÃO EXISTE TAXA DE RENOVAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL. Aliás, não existe nem renovação do Simples Nacional. Uma vez optante pelo Simples Nacional, a ME ou EPP somente sairá do referido regime quando excluída, por opção, por comunicação obrigatória, ou de ofício”, informou o órgão, em comunicado.




Fonte: O Globo

Mercado projeta inflação próxima de 7% neste ano.

Pela 4ª semana seguida, expectativa para o IPCA é elevada, agora a 6,99%, contra 6,67% anteriormente. A última vez que a taxa ficou acima de 7% foi em 2004, quando subiu 7,6%.

A pesquisa semanal Focus do Banco Central divulgada ontem mostrou que a projeção média dos analistas de mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 se aproxima de 7%. Pela quarta semana consecutiva, a alta de inflação oficial foi elevada, agora para 6,99%, contra 6,67% anteriormente. A última vez que o IPCA ficou acima de 7% foi em 2004, quando subiu 7,6%. A meta oficial é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais. A forte revisão da projeção no Focus aconteceu depois que o Ministério da Fazenda anunciou pacote de aumento de impostos, com destaque para tributos sobre combustíveis, como parte da investida do governo para colocar as contas públicas em ordem. A alta dos preços administrados é uma das maiores fontes de pressão neste ano, e a estimativa subiu para 8,7%, alta de 0,5 ponto percentual sobre a semana anterior. O IPCA-15, prévia da inflação oficial, divulgado na semana passada, acelerou a alta para 0,89% em janeiro, maior nível em quase quatro anos, como resultado dos preços de alimentos e tarifas públicas, acumulando aumento de 6,69% em 12 meses. Para o final 2016, entretanto, a perspectiva para o IPCA no Focus foi reduzida em 0,1 ponto percentual, a 5,6% Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto, para 2015 a estimativa despencou a 0,13%, contra 0,38% no levantamento anterior, quarta semana seguida de redução. A economia deve melhorar em 2016 na visão dos especialistas consultados, mas a projeção foi reduzida em 0,26 ponto percentual, a 1,54%. Sobre 2014, os economistas consultados ajustaram a perspectiva e projetam agora expansão de 0,1%, contra 0,12% anteriormente. Com a perspectiva de inflação mais pressionada, mas diante da fraqueza da economia, os agentes consultados não mudaram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao final deste ano, e continuam vendo nova elevação de 0,25 ponto percentual em março, com a taxa básica de juros encerrando 2015 a 12,5%. O Banco Central elevou a Selic pela terceira vez seguida na semana passada, para 12,25% ao ano, e sinalizou nova alta no curto prazo, mas deixou em aberto o ritmo que poderá imprimir. Os agentes econômicos aguardam agora a divulgação da ata da reunião na quinta-feira em busca de mais pistas sobre os próximos passos. Para o final de 2016, a perspectiva da Selic também não mudou, ficando em 11,5%.




Fonte: JC

BC: ajuste vai derrubar a inflação.


A política fiscal mais rigorosa ajudará o Banco Central no esforço de levar a inflação de volta à meta. A afirmação foi feita na sexta-feira pelo presidente do BC, Alexandre Tombini. Ao ressaltar a complementaridade das políticas monetária e fiscal, ele admite que as medidas recentes anunciadas pela equipe econômica devem elevar ainda mais a inflação no curto prazo. O rigor fiscal, porém, tira um peso das costas do BC ao colaborar com o trabalho de estabilidade de preços em horizonte mais amplo. "As políticas fiscal e monetária são independentes, mas elas têm complementaridade. Naturalmente, uma política fiscal consistente implementada de maneira rigorosa acaba por ajudar no processo de convergência da inflação para a meta", disse durante entrevista no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Após meses de direções opostas das políticas fiscal (expansionista) e monetária (restritiva), o discurso sinaliza que a chegada de Joaquim Levy ao Ministério da Fazenda deverá aliviar a carga de trabalho do BC no esforço de conter a inflação. Dias após aumentar o juro para 12,25%, Tombini ficou longe de comentar qualquer influência do "efeito Levy" na taxa Selic, mas destacou positivamente a queda das previsões de mercado para a inflação de médio e longo prazos. "Temos visto algum impacto na expectativa de inflação de médio prazo com leve recuo para 2016, 2017, 2018 e 2019. Esse recuo não víamos há muito tempo", disse Tombini. As séries históricas da pesquisa Focus mostram que o recuo mais significativo nas previsões para a mediana do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ocorre no cenário para 2018. A mediana para a inflação do último ano do governo Dilma caiu de 5,5% em 8 de janeiro para 5,2% oito dias depois, em 16 de janeiro. Para 2019, a aposta dos analistas caiu de 5,06% em 9 de janeiro para 5%. As quedas, porém, pararam por aí. As expectativas de 2017 não caíram ainda, e estão no pico de 5,5% desde maio de 2014. As expectativas de 2016 também estão praticamente estáveis. Eram de 5,56% no início de novembro, subiram para 5,7% e continuaram nesse nível, com exceção de dois dias, 9 e 10 de dezembro, quando tiveram uma pequena alta, para 5,75%. Tombini também disse que a queda do preço do petróleo vai provocar impacto positivo no curto prazo. "O Brasil será importador líquido do combustível até 2018. Portanto, no curto prazo, os preços têm impacto positivo na balança comercial", disse Tombini. Após "cálculo rápido", ele disse que "o Brasil teria uma economia de até US$ 12 bilhões no ano". Nos seus compromissos em Davos, uma das principais mensagens de Tombini tem sido a de que a maioria dos países da América Latina está bem mais preparada hoje para um novo ciclo de elevação de juros nos Estados Unidos – que se combina com uma queda do preço de commodities e cria pressões de desvalorização cambial – do que esteve em eventos similares no passado. "As perspectivas para a América Latina este ano são desafiadoras, mas eu me mantenho cautelosamente otimista", disse Tombini. Segundo ele, boa parte dos países latino-americanos exibe hoje arcabouços de política econômica mais sólidos, indicadores fiscais preservados, câmbio flutuante para absorver choques e reservas para evitar volatilidade excessiva nos movimentos cambiais. "Ajustes antes de ser atingido por uma turbulência não são um comportamento típico da América Latina - desta vez as autoridades estão muito conscientes e isso é muito louvável, elas estão se antecipando, tomando medidas antes do evento", analisou Tombini.




Fonte: JC

Pacote europeu terá efeitos positivos no Brasil.

Especialistas veem potencial para mais investimentos, exportações e menor efeito do câmbio sobre a inflação.

Enquanto os Estados Unidos devem começar a elevar os juros em meados deste ano, a Europa segue a cartilha de afrouxamento monetário e tenta relançar as economias estagnadas do bloco. O timing favorece o Brasil. Mesmo que o programa europeu seja de menor porte e de mais curta duração que o americano, a injeção de mais de € 1 trilhão na economia europeia deve compensar em parte as perdas com o encerramento dos estímulos nos Estados Unidos. Com juros mais altos — a Taxa Selic acaba de ser elevada para 12,25% ao ano —, o Brasil volta a se tornar atraente para capitais de curto prazo e, com isso, terá uma ajuda do câmbio para tentar conter a inflação. — Será uma ajuda em termos de fluxo de capitais e de exportações, além de minimizar os riscos de uma desvalorização excessiva do câmbio, com reflexos benéficos sobre a inflação e as expectativas — afirma Carlos Langoni, economista da FGV e ex-presidente do Banco Central (BC). O economista Luiz Carlos Prado, professor da UFRJ, também vê efeitos positivos:— Para nós é uma boa notícia porque significa mais recursos disponíveis na Europa. O cenário de maior pressão sobre o câmbio que estava previsto vai ser compensado pelo programa europeu.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Quando o pacote europeu tomar força, no segundo semestre de 2015, a economia brasileira já terá realizado grande parte dos ajustes, o que favorecerá a atração de investimentos. — O Brasil, com seus juros altos, será favorecido pelo chamado carry trade (quando investidores tomam emprestado dinheiro a juros baixos e aplicam em países com juros altos) — diz Patrick Behr, da FGV/Ebape. Langoni frisa, porém, que o programa europeu não altera o cenário de preços mais baixos para as commodities. (Colaborou Rennan Setti)




Fonte: O Globo

Copom eleva Selic a 12,25%.

Aumento de 0,5 ponto percentual, a terceira alta consecutiva da taxa básica, foi decidido por unamidade. No curto comunicado ao mercado divulgado ao final da reunião, foi retirada a expressão ‘parcimônia’, indicando ação mais enérgica do BC no combate à inflação.

O Comitê de Política Monetária decidiu ontem, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros para 12,25% ao ano. Pesquisa do Jornal do Commercio e da agência Bloomberg, publicada na edição de segunda-feira, mostrou que as expectativas dos analistas do mercado eram praticamente unânimes de alta de 0,5 ponto da Selic, diante do quadro de inflação elevada e de um cenário cada vez mais claro de estagnação econômica. No enxuto comunicado divulgado após a reunião, a primeira de 2005, foi retirada pelos diretores do Banco Central (BC) a expressão "parcimômia". Segundo o texto, "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,5 p.p., para 12,25%, sem viés". A expectativa é que na quinta-feira da semana que vem a ata do encontro de ontem aprofunde os motivos que levaram o colegiado a tomar essa decisão. A próxima reunião está marcada para os dias 3 e 4 de março. A terceira elevação consecutiva dos juros pelo BC se dá logo depois de um anúncio de alta da carga tributária e faz com que a taxa atinja o maior nível desde julho de 2011, quando estava em 12,5% ao ano. Em março de 2013, a Selic foi fixada em 7,25%, seu menor nível histórico. De lá para cá, ela foi majorada 12 vezes. A decisão de ontem foi tomada dois dias depois que o Ministério da Fazenda aumentou impostos de importação, sobre o crédito, sobre o setor de cosméticos e sobre os combustíveis, além de anúncios de reajustes nas contas de luz. As medidas podem ser um agravante para a já esperada estagnação da economia este ano. Mais cedo, na Suíça, onde está para o Fórum Econômico Mundial, o titular da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o Brasil poderá ter Produto Interno Bruto (PIB) negativo em algum dos trimestres de 2015 e que o desempenho da economia estaria próximo a zero. Apesar disso, as ações do governo foram bem recebidas pelo mercado porque significariam maior austeridade, ajudam na eficácia da política monetária e auxiliaram até na valorização do real, o que é um problema a menos para a inflação que o BC promete controlar. A questão é que, ao mesmo tempo, esse aumento da carga gera outras pressões sobre os preços, principalmente os administrados pelo governo, que já estão mais sobrecarregados este ano. O BC vem alertando desde o final do ano passado que a inflação do começo de 2015 será elevada – no relatório de mercado Focus, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, por exemplo, está em 1,1%. O presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, porém, afirma que entregará a inflação na meta de 4,5% no encerramento de 2016, num processo de desaceleração que começaria
ainda este ano.
Acima do teto
Depois do anúncio de mais impostos na segunda-feira, no entanto, as estimativas para a inflação deste ano subiram e já indicam que o IPCA vai romper o limite superior de tolerância de 6,5%. Já é esperada taxa acima de 7%, o que seria a maior desde 2004, quando ficou em 7,6%. O discurso da autoridade monetária, no entanto, é de que ao longo do ano haverá enfraquecimento das taxas a ponto de permitir que o BC entregue a inflação no centro da meta de 4,5% em 2016. As incertezas internacionais também formaram um cenário de fundo para a decisão da diretoria do BC. Há expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) adote em breve um relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) já testado pelos Estados Unidos, Reino Unido e Japão, o preço do petróleo está cada vez mais baixo e o franco suíço acumula uma valorização de quase 40% em uma semana. Para discutir as transformações econômicas globais de perto e levar uma mensagem de confiança sobre o Brasil aos investidores internacionais, o presidente do BC, Alexandre Tombini, embarca para a Suíça e se junta a Levy em Davos. O economista do banco Barclays Bruno Rovai acredita que o curto comunicado do BC indica que o Copom pode adotar mais dois aumentos de juros nas reuniões de março e abril, em razão do cenário menos favorável para a inflação no primeiro semestre. "A mensagem do BC deve ter sido influenciada por uma condição mais difícil para o IPCA até junho, especialmente com maiores pressões de alta dos preços vindas sobretudo de aumentos de gasolina e de eletricidade", comentou.
Mudança
Rovai avaliava, antes do comunicado divulgado pelo BC, que o terceiro ciclo de aperto monetário do governo Dilma Rousseff, iniciado em outubro, seria encerrado no dia 4 de março, quando a taxa básica avançaria de 12,25% para 12,5%. Contudo, ele pondera que mais uma elevação poderá ser adotada no dia 29 de abril. E acredita a Selic encerrará o ano em 12,25%, pois estima que o Copom voltará a cortar a taxa no dia 25 de novembro, quando será encerrada a última reunião de 2015. Com a confirmação da elevação em 0,5 ponto percentual da Selic, a agência classificadora de risco de crédito Austin Rating projeta que o BC deve realizar mais dois aumentos de 0,5 ponto nas reuniões de março e abril, encerrando o ciclo de alta de juros iniciado em outubro de 2014. De acordo com o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, essa projeção leva em conta um cenário marcado por uma inflação alta e que, portanto, ainda exigirá uma "ação enérgica" do Banco Central por meio da política de juros. O analista pondera, contudo, que trabalha com um cenário alternativo, caso os indicadores de inflação arrefeçam, com altas de 0,5 ponto em março e de 0,25 ponto em abril. "Depois disso, a Selic ficaria um tempo estável até ao menos o final do ano. Seria aquela parada técnica do Banco Central para avaliar os efeitos do aumento de juros", afirmou Agostini. Diante desse cenário e com o recente aumento de impostos anunciado pelo governo, a Austin Rating projeta que o IPCA deve encerrar 2015 em 7%, ante previsão anterior de 6,8%. Na avaliação da economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro, o comunicado divulgado pelo Copom deixa espaço para diferente movimentos na política de juros no futuro. "É um comunicado que deixa espaço tanto para redução de ritmo do aumento de juros ou manutenção. Não é um comunicado que dá muitas pistas", afirmou. A economista destacou que a decisão ficou em linha com o consenso do mercado e que também era esperado que houvesse essa alteração no comunicado. Mesmo com o conteúdo mais sucinto do comunicado do Copom, Alessandra disse que mantém inalterada a sua previsão para a trajetória da Selic nos próximos meses. "Em março, acreditamos em mais uma alta de 0,5 ponto e uma alta derradeira de 0,25 ponto em abril", afirmou.
Indústria
A Confederação Nacional da Indústria criticou a decisão do Copom. Segundo a CNI, o aumento dos juros dificultará recuperação da economia, pois os efeitos diretos da elevação dos juros são o aumento dos custos dos financiamentos, a dificuldade de acesso ao crédito e a consequente redução do consumo das famílias e dos investimentos das empresas. De acordo com a entidade, manter a estabilidade e buscar o ajuste fiscal é importante para criar um ambiente de credibilidade e confiança no País, que estimule os investimentos e a competitividade da indústria brasileira. Para a Força Sindical, a alta da Selic vai deprimir ainda mais a economia, que cresceu muito pouco no ano passado, e vai agravar a situação da indústria. Em nota, a entidade diz que a medida é contrária a qualquer projeto de desenvolvimento para o País. "Esta medida nefasta, além de manter a taxa Selic em patamares proibitivos e colocar à mostra a insensibilidade do governo ante as demandas da classe trabalhadora, impede o crescimento da produção, do consumo e a geração de empregos", cita a nota da Força Sindical, assinada pelo presidente da entidade, Miguel Torres. (Com agências)






Fonte: JC

Crédito ao consumidor fica mais caro a partir desta quinta-feira.

Alta do IOF em empréstimos para pessoas físicas faz parte de pacote que pretende aumentar receitas em mais de R$ 20 bilhões.

O governo federal publicou nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União, decreto que aumenta a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos bancários para pessoas físicas. A medida entra em vigor a partir desta quinta-feira. Essa é uma das quatro decisões anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na segunda-feira. O pacote busca "atingir o reequilíbrio fiscal" e "atingir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015". O decreto dobra o IOF nessas operações, de 1,5% para 3%. O documento aumenta, especificamente, a alíquota de 0,0041% ao dia, limitada a 365 dias, para 0,0082% ao dia, também limitada a 365 dias - mantendo a alíquota adicional de 0,38% em cada operação, independentemente de prazo.



Segundo o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, isoladamente o aumento do IOF não teria grande impacto no consumo. “Mas, levando em conta outras as medidas, como a volta da Cide sobre combustíveis, aumento da tarifa de energia elétrica, reajuste da passagem de ônibus e outras pressões inflacionárias por causa do dólar em alta num ambiente de baixo crescimento e os juros subindo desde abril de 2013, o aumento do IOF vai afetar negativamente o consumo”, prevê o economista. Ele lembra de outras pressões que vão afetar a disponibilidade de renda dos brasileiros neste início de ano, como o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na cidade de São Paulo. Nas contas do diretor executivo da Anefac, o valor da prestação de um veículo, cujo preço à vista é R$ 25 mil, financiado em 12 vezes, com juros de 1,84% ao mês e IOF de 3% é de R$ 2.419,94. A alta é de R$ 35,11 em relação à prestação com o imposto menor, de 1,5%. Ao final de 12 meses, o comprador terá desembolsado R$ 421,32 a mais só por causa do aumento do imposto sobre financiamento.
Pacote fiscal.
As outras três medidas fiscais, ainda não publicadas, consistem em decreto equiparando o atacadista a industrial para efeito de incidência do IPI; Medida Provisória elevando a alíquota de PIS/Cofins sobre a Importação, de 9,25% para 11,75%; e decreto alterando as alíquotas de PIS/Cofins e CIDE-Combustíveis.



As quatro medidas irão proporcionar, segundo o governo, um aumento de receitas estimado em R$ 20,63 bilhões ao longo de 2015. Somadas a outras decisões, o aperto fiscal deste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff está estimado em quase R$ 46 bilhões.





Fonte: O Estadão

IMPOSTO DE RENDA - Dilma veta correção de 6,5%.

Justificativa para o veto é que reajuste na tabela do IR levaria à renúncia fiscal de R$ 7 bilhões, sem vir acompanhada da devida estimativa do impacto orçamentário-financeiro. Nova MP será enviada ao Congresso propondo percentual menor, de 4,5%.

Quem esperava uma correção na tabela do Imposto de Renda (IR) na fonte mais perto da taxa de inflação para aliviar o orçamento ficou frustrado e vai continuar pagando pelo aumento de gastos do governo federal. A presidente Dilma Rousseff vetou a correção de 6,5% da tabela de IR para pessoas físicas no ano-calendário de 2015. Em 2014, a inflação medida pelo IPCA foi de 6,41%. Um reajuste na tabela abaixo desse patamar significa, na prática, um aumento real do imposto. Segundo justificativa do veto publicada no Diário Oficial da União de ontem, a proposta de correção da tabela em 6,5% "levaria à renúncia fiscal da ordem de R$ 7 bilhões, sem vir acompanhada da devida estimativa do impacto orçamentário-financeiro, violando o disposto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal". O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, informou que nova Medida Provisória (MP)com correção menor da tabela será enviada ao Congresso nos próximos dias. Segundo ele, o governo fará uma correção de 4,5% na tabela de IR. Esse percentual já havia sido proposto por Dilma por meio de MP no ano passado, mas o Congresso ampliou a correção para 6,5%. "O espaço fiscal que temos hoje é de (um reajuste de) 4,5%", afirmou Vargas ontem, durante café da manhã com jornalistas setoristas do Palácio do Planalto. "Ao não atualizar a tabela, temos um ’aumento inverso’ do Imposto de Renda", comentou Antônio Teixeira Bacalhau, analista da IOB Sage, consultoria especializada em legislação tributária. "Enquanto não temos uma nova lei, o Imposto de Renda retido na fonte vai sendo recolhido com base nos valores de 2014. Isso pode se prorrogar por mais alguns meses, colaborando para reforçar o caixa do governo", acrescenta. Nos últimos oito anos, a tabela foi corrigida em 4,5%, que é o centro da meta de inflação do Banco Central. Mesmo assim, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem ficado mais perto do teto da meta, de 6,5%, há uma defasagem nos ajustes do IRPF, estimada por alguns especialistas em mais de 60% nos últimos 20 anos. Editada em meados do ano passado, a Medida Provisória 644 corrigia a tabela em 4,5%, mas perdeu validade no fim de agosto, em meio às discussões políticas às vésperas da eleição. Na ocasião, a Receita Federal estimava que a correção geraria uma perda de arrecadação de R$ 5,3 bilhões em 2015. Para João Luiz Mascolo, professor de economia do Insper, o veto à correção de 6,5% na tabela do IR é uma forma de o governo arrecadar mais, o que vai ao encontro das outras medidas anunciadas pela nova equipe econômica. "O que aconteceu nos últimos anos é uma deterioração da situação fiscal em função de um aumento de gastos, que agora se resolve aumentando impostos. Não é o ideal, mas a outra opção seria permitir uma alta da dívida pública, que colocaria em risco nosso rating no grau de investimento", comenta.
Superávit
A possibilidade de a atual tabela do IRPF ser prorrogada por alguns meses sem correção deve facilitar na tarefa do setor público consolidado de atingir um superávit de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, algo em torno de R$ 66,3 bilhões. A meta do governo central é de R$ 55,3 bilhões, mas a União pode ser obrigada a compensar a parte de estados e municípios, de R$ 11 bilhões. Na segunda-feira, Levy anunciou uma série de medidas para impulsionar a arrecadação, em um pacote de R$ 20,63 bilhões. O governo elevou o IOF sobre operação de crédito para pessoa física, aumentou PIS-Cofins sobre importados, tributou distribuição de cosméticos e subiu os impostos que incidem sobre combustíveis. Juntando com a recomposição do IPI de automóveis, que deve render R$ 5 bilhões este ano, e as mudanças no seguro desemprego, abono salarial e pensões do INSS, que podem gerar economia de US$ 18 bilhões, o pacote total já se aproxima de R$ 43,6 bilhões. O governo também anunciou um bloqueio provisório de um terço dos gastos discricionários dos ministérios. Se fosse mantido até o fim do ano, poderia representar uma economia de R$ 22,7 bilhões. Para Mascolo, "não há dúvida" de que o governo vai atingir um superávit de 1,2% do PIB este ano. Na verdade, ele acha que Levy pode até surpreender, com um resultado ainda maior, perto de 1,4%. "Ele vai para o Fórum Econômico Mundial esta semana com um discurso bem diferente dos seus antecessores. Quanto mais rápido ele reconquistar a credibilidade, mais rápido isso se refletirá na confiança nos empresários e chegará na economia real", comenta. (Com agências)




Fonte: JC

Selic pode subir mais 0,5 ponto.

De 24 economistas ouvidos em pesquisa do Jornal do Commercio e da agência Bloomberg, 22 acreditam que Banco Central manterá o aperto monetário para tentar controlar a inflação e elevará a taxa básica de juros a 12,25% ao ano nesta semana.

A taxa básica de juros da economia, a Selic, deve iniciar 2015 com nova alta de 0,5 ponto percentual. Esta é aposta quase unânime de 24 economistas ouvidos em pesquisa do Jornal do Commercio e da agência Bloomberg sobre a reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), a primeira do ano. Para 22 analistas, o Banco Central manterá o aperto monetário, e com isso, a Selic subirá para 12,25% ao ano. Na última reunião de 2014, no dia 4 de dezembro, a taxa também foi elevada em 0,5 ponto, para 11,75%. Caso este novo aumento esperado pelos analistas seja confirmado, a Selic atingirá o seu maior patamar desde agosto de 2011. Ao longo do ano passado, a taxa básica chegou a ser mantida em quatro reuniões consecutivas, ficando em 11% ao ano de abril a setembro, até ser aumentada em 20 de outubro para 11,25%. A partir daí, com a preocupação crescente do governo em conter a inflação, que fechou 2014 em 6,41%, pouco abaixo do teto da meta de 6,5%, o Banco Central resolver intensificar o aperto. Para o diretor gestão de recursos da Ativa Investimentos, Arnaldo Curvello, na reunião seguinte à desta semana, em março, a autoridade monetária poderá optar por continuar elevando a taxa para conter a alta dos preços, mas o ritmo deverá ser menor, de 0,25 ponto percentual. "O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no começo do ano deverá ser bastante pressionado pela correção de preços administrados, como da energia elétrica, além do reajuste das tarifas de transporte público", avaliou. Curvello, contudo, prevê que após a segunda reunião do ano, a Selic deverá manter-se estável no restante de 2015, atingindo 12,5%. "O BC vem trabalhando e estamos perto do fim do ciclo, que deverá ser nesta reunião ou na próxima reunião", completou. 
Nova equipe
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Marcel Balassiano também espera aumento de 0,5 ponto percentual, na reunião que começa amanhã e termina quarta-feira, e posterior elevação de 0,25 ponto percentual. Para ele, o BC deve trabalhar para que a inflação diminua de alguma forma. “Com a nova equipe econômica, talvez isso possa se concretizar", ressaltou. Balassiano afirmou que a inflação ficou quatro anos longe do centro da meta, de 4,5%, e nos últimos dois anos se manteve próxima de 6,5%, o teto da meta. Já o diretor da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, acredita que a pressão inflacionária no primeiro trimestre ainda será pesada, o que justificará a elevação em 0,5 ponto percentual. Mas ele diz que a partir de março, a taxa poderá ter elevações de 0,25% em cada reunião, até chegar a 13% ao fim do ano, patamar no qual deverá se manter. "Tudo dependerá do que possa ocorrer em termos de medidas fiscais pelo governo", analisou, referindo-se à disposição do governo de cumprir a política fiscal projetada, que é de fazer superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Já o professor de Economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio (Ibmec-RJ) e economista da Simplific Pavarini, Alexandre Espírito Santo, diz que muitos analistas previam a taxa Selic chegando a 13% neste ano ou a 13,5%. No entanto, após o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sinalizar mudanças na política fiscal, muitos passaram a rever as projeções. Com isso, segundo ele, os juros não podem subir muito. "Seria um tiro no próprio pé. Ajuda a conter os preços, mas, por outro lado, algumas empresas acabam repassando parte dos juros ao produto final", alertou. Por isso, ele também aponta que a reunião de março poderá representar o fim do ciclo de elevação da Selic.
Esforço
Para o economista-chefe da Concordia, Flávio Combat, o esforço por parte do Ministério da Fazenda, atuando ao lado do BC para combater a alta da inflação, é um sinal importante para a Selic ficar estável a partir de março. "Até então, cabia quase que exclusivamente ao BC essa tarefa árdua. Se o governo estiver disposto em cumprir a meta de superávit, não haverá necessidade de elevar a Selic ao longo do ano", disse ele, que também prevê aumento de 0,5 ponto percentual na reunião desta semana. Guilherme Maia, economista da Votorantin Corretora, afirma que o preço da energia elétrica influenciará no aumento de 0,5 ponto percentual, além da variação cambial e do aumento da gasolina, concedido no ano passado, mas que ainda vem se refletindo na inflação. "Nesse ambiente, é necessário um aperto monetário buscando o controle da inflação", concluiu.





Fonte: JC

Ajustes na política: economistas apontam impactos e retornos.

Mercado dá sinais de aprovação após anúncio de primeiras medidas.

As declarações do ministro da Fazenda do segundo mandato de Dilma Rousseff, Joaquim Levy, têm agradado o mercado, que conta com os efeitos de possíveis ajustes em tributos e cortes de gastos do governo. As medidas que podem ser adotadas, conforme destacam economistas, comprometeriam o crescimento da economia no curto prazo. Prometeriam, contudo, um crescimento mais sustentável no futuro. Para Levy, que negou que um "saco de maldades" esteja sendo preparado, o momento é de reequilíbrio para retomada de investimentos. Nesta semana, ele esteve com jornalistas para uma conversa informal. Na ocasião, salientou que 2015 já não está sendo como 2014, ano de Copa do Mundo e de acontecimentos inesperados, e que se trata de um ano de ajuste, de reequilíbrio, de organização para retomada de investimentos e da confiança. No ano passado, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia adiantado que, para garantir um cenário mais positivo, seria necessário fazer corte nas despesas públicas, que poderia ocorrer em relação ao seguro desemprego, auxílio doença e pensão por morte. Poderia haver, sinalizou Levy, alterações nas tributações de empresas com apenas um funcionário, das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agrícola (LCA). Nove medidas de corte de despesas também já estão em estudo -- R$ 9 bi que iriam para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), por exemplo, não seriam utilizados. O mercado financeiro já deu alguns sinais de aprovação, como com oscilações positivas na bolsa brasileira, influenciadas pelos comentários sobre o direcionamento da política fiscal. "Se a gente trabalhar forte, temos que ter a ambição de chegar a um 'rating' de A [nas agências de classificação de risco]. Não há razão para o Brasil não estar entre os melhores do mundo", destacou Levy. Mauro Rochlin, professor de economia dos MBAs da FGV, em conversa com o JB por telefone, indicou que as propostas de Levy são necessárias neste momento. "É fundamental que as contas do governo estejam equilibradas." Este equilíbrio, acredita, afasta o risco de uma perda do grau de investimento dos títulos do governo, e também de o governo ter que se financiar de forma inflacionária, cumprindo, desta forma, um duplo objetivo -- manter a credibilidade do governo e colaborar para uma queda mais acentuada da inflação. "Na medida que a política fiscal for contracionista, for austera, isso tende a conter demanda, e no contexto de alta de inflação, é uma medida positiva. Mais do que uma medida, é uma estratégia necessária", salienta Rochlin. Sem dúvida, pondera o professor, o caminho que deve ser adotado pelo Ministério da Fazenda de Levy é contra o crescimento da economia no curto prazo. É necessário, entretanto, para alcançar um crescimento sustentável mais à frente. Não é, então, uma política voltada para um crescimento imediato. "É uma política que implica em custo maior de curto prazo, em termos de crescimento, que não vai haver, em termos de emprego, que vai ser cortado, mas que aponta para um segundo momento de crescimento mais sustentável." O segundo momento, de crescimento sustentável, por sua vez, dependeria de alguns condicionantes para surgir efetivamente, destaca Rochlin. Vai depender muito da condução da política econômica, da resposta da inflação e da própria execução do orçamento. "A gente tem que ver se essas medidas, no final das contas, acabam representando um reequilíbrio das contas. O mercado vai pagar para ver isso, vai ter que esperar, quatro, cinco, seis, oito meses para ver a extensão dos efeitos dessas medidas. Mas eu imagino que a retomada do crescimento certamente é uma coisa que não é coisa para este ano", ressaltou. Francisco Lopreato, professor do Instituto de Economia da Unicamp, reforça a necessidade de ajustes fiscais, mas alerta para o perigo de uma mudança brusca no caminho desenvolvimentista dos últimos anos de governo Lula e Dilma, para uma mais voltada ao mercado financeiro, o que pode comprometer a sustentação do emprego e a melhoria da renda. "Tem que separar um pouco o que é política com algum ajuste e o que é uma mudança radical de política. (...) ajuste, eu sou favorável também, eu acho que tinha que ser feito. Mas o que está em jogo é uma mudança de direcionamento." De fato, por várias razões, a política fiscal brasileira sofreu um processo de deterioração significativo nos últimos dois anos, principalmente no ano passado, aponta o professor. A aposta do governo em oferecer isenções fiscais diretas e indiretas a empresários não garantiu a esperada recuperação do PIB, por razões que poderiam ser discutidas, mas que, de qualquer forma, deixou marcas nas contas públicas que precisariam ser solucionadas. Além dos subsídios, o seguro desemprego, entre outras questões como as pensões, também precisava ser melhor discutido, considerando o crescimento exagerado enquanto a taxa de desemprego caía em grande proporção. "Vai ter um controle fiscal, sim. Isso, o Levy prometeu, ele vai fazer, o cara é competente para isso, ele vai fazer. A dívida vai se ajustar, o déficit nominal do governo vai cair", ressalta Lopreato, ponderando sobre o perigo de realização não apenas de ajustes, mas de uma mudança de rota de governo. Pedro Rossi, também professor do Instituto de Economia da Unicamp, por outro lado, descarta a necessidade de ajustes em um momento de baixo crescimento. Para ele, medidas contracionistas podem comprometer ainda mais a situação, poderiam ser adotadas quando o crescimento dos índices fosse recuperado. "No geral, a receita do Levy não vai funcionar, porque ela é impregnada por um aspecto ideológico muito forte. No fundo, ele está dizendo que basta fazer o ajuste fiscal para o crescimento aparecer, e o ajuste que ele está propondo não vai trazer crescimento, eu acho que vai trazer mais recessão." Para Rossi, um ajuste fiscal pode ser muito bom para um país, mas também pode ser muito ruim. Na atual circunstância, em que o Brasil cresce pouco e a taxa de investimento é muito baixa, o ajuste fiscal só pioraria a situação, sugere o professor. "Eu sou a favor de corte de gastos quando o país está crescendo muito, quando o país cresce muito ele arrecada muito, então ele acaba gastando mais, e nessa circunstância eu acho que tem que fazer ajuste fiscal. Mas quando você está num período recessivo, isso é muito prejudicial, não é o momento para fazer ajuste forte como ele está propondo." O ideal, acredita Rossi, seria a formulação de uma estratégia para buscar crescimento, que passasse pelo investimento público e pelo privado. "O empresário não investe porque o governo fez ajuste fiscal, investe porque ele acha que vai ter comprador para o produto dele, ele precisa de uma perspectiva de crescimento, se o setor público assinalar nessa direção, dizer "olha, existem projetos de infraestrutura", "o setor público está investindo", "o Brasil vai crescer", se souber administrar, coordenar esse conjunto de investimentos, você pode recuperar uma trajetória de crescimento." O Banco Mundial, em relatório divulgado nesta terça-feira (13), disse que as incertezas sobre a política econômica do Brasil continuam elevadas, falando sobre a política monetária e fiscal e sobre agenda de reformas estruturais. Destacou, contudo, que a nova equipe econômica do governo deve fortalecer políticas pró-crescimento e reforçar pouco a pouco os investimentos. O jornalista Jânio de Freitas destacou em artigo publicado na Folha de S. Paulo que, no Brasil, "propor aumento de impostos é mais perigoso do que charge com o profeta". "Antes mesmo de assumir, porém, Joaquim Levy falou em aumentar imposto -- e nada, nenhum editorial, nenhuma entrevista chiadora. Isso é que é confiança, saber o que esperar de alguém, e receber mesmo."






Fonte: JB

Imposto maior para ‘PJ’ é visto com ressalva.

Parlamentares reagem à proposta de Levy e tributaristas veem distorções maiores no IR.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou haver uma discrepância entre os assalariados com carteira assinada, que recolhem IR com alíquotas entre 7,5% e 27,5%, e parte dos prestadores de serviço, que atua como pessoa jurídica (PJ) e paga cerca de 4% em impostos, segundo ele. Candidato ao comando da Câmara, o atual líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirma que o tema ainda “é controverso” entre os parlamentares. “A polêmica é muito grande e acredito que vai ter dificuldades de passar, porque há uma pulverização de setores atingidos e impacto na classe média.” O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), avalia que o governo erra ao insistir no aumento de tributos em detrimento do corte de gastos. “Quanto maior a tributação, mais difícil ficará a saída para a competitividade. Você tem de promover o equilíbrio fiscal por meio da racionalização dos gastos. Seremos contrários”. Já o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas (PT-RS), responsável por conduzir as negociações do governo com o Congresso, acredita haver espaço para tratar do tema. “Não existe ainda nada encaminhado. Mas, caso seja, minha posição será a de defender os interesses do governo. Vamos conversar e tentar votar”, afirmou. Vice-presidente do PT, o deputado José Guimarães (CE) adotou a mesma linha: “Da nossa parte, faremos de tudo para sustentar politicamente as iniciativas que venham a ser tomadas pela área econômica”. Embora o governo ainda não tenha uma estimativa de elevação da arrecadação com essa medida, o Estado apurou que a tendência é encaminhar a proposta via projeto de lei ao Congresso. Em 2004 e 2006, o governo petista optou por alterar a situação com uma medida provisória. Mas, nas duas ocasiões, as tentativas fracassaram após reação de empresários, inclusive com passeatas e manifestações contra a medida.
Distorções.
Segundo tributaristas, as “distorções” no IR são muito mais amplas do que a questão dos prestadores de serviço levantada por Levy. O principal tributo direto do País, alertam os especialistas, vem perdendo parte da progressividade por causa de fenômenos que afetam tanto a base como o topo dos contribuintes. O primeiro caso está relacionado à defasagem da tabela progressiva em relação à inflação, atualmente na casa dos 65% - o que aumenta o alcance do Fisco sobre os assalariados. Enquanto o segundo diz respeito, além do forte crescimento dos empregados PJs, às rendas financeiras e a artifícios de planejamento tributário. Em todos esses últimos casos, os valores recebidos escapam das maiores alíquotas do IRPF. E esse fenômeno ocorre em meio a um sistema tributário já altamente regressivo - que onera, sobretudo, os mais pobres. Segundo os dados mais recentes do Fisco, referentes a 2013, os tributos sobre a renda respondem por 18,1% do total da arrecadação, enquanto aqueles que incidem sobre o consumo são responsáveis por 51,28%. Para o economista José Roberto Afonso, do Ibre-FGV, a distorção é mais grave no topo do que na base. Isso porque grande parte dos trabalhadores que deixam de ser isentos acaba, ao final, tendo direto à restituição. “A falta de correção da tabela transforma esses trabalhadores em financiadores compulsórios e temporários do governo”, diz. É como se esses contribuintes financiassem o “capital de giro” público. Já na outra ponta, diz Afonso, escapam da tabela progressiva do IRPF rendas como a financeira e os lucros e dividendos - todos isentos ou tributados apenas na fonte com alíquotas menores. No caso de um prestador de serviço, ele paga menos imposto quanto menos sacar a título de pró-labore e salário e quanto mais receber como lucro. Há ainda altos executivos que recebem ações da empresa como forma de remuneração e, com isso, pagam apenas 15% de IR sobre o ganho de capital quando vendem o papel com lucro.  “Se o dividendo não fosse isento, a carga tributária poderia ser melhor equalizada entre pessoas física e jurídica”, avalia Vanessa Rahal, professora de direito tributário da FGV. Paulo Rabello de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente, diz que a discussão sobre o IR deve ser mais ampla e dentro de um contexto de reforma. “Primeiro é necessário colocar o gasto público no lugar, depois olhar os impostos indiretos e só então revisar o IR.”






Fonte: O Estadão

Inflação poderá subir para 7%.


A decisão do governo de acabar com subsídio do Tesouro Nacional para energia elétrica pode elevar a inflação ao consumidor, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para 7% em 2015, meio ponto percentual acima do teto da meta, segundo a LCA Consultores. "A nossa projeção é conservadora", afirma o economista da consultoria, Fabio Romão. Como esse custo adicional depende de as distribuidoras reivindicarem o reajuste e de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por sua vez, autorizá-lo, o economista considerou nos cálculos da projeção de inflação um repasse para a tarifa de energia que não será mais coberto pelo governo de R$ 4,5 bilhões. É a metade do aporte de R$ 9 bilhões inicialmente previsto para o fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que foi suspenso. A projeção do IPCA deste ano foi revisada ontem por causa do fim do subsídio. O reajuste de energia elétrica inicialmente projetado para este ano era de 26,7% para uma IPCA de 6,8%. Agora, a conta de luz a deve subir 31,2% em 2015 e a inflação pode atingir 7%. Nessa projeção do IPCA estão incluídos a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e o reajuste de ônibus urbano. A Tendências é outra consultoria que aumentou ontem a projeção de inflação para 2015, de 6,4% para 6,8%, por causa do reajuste da energia. Segundo a economista da consultoria Adriana Molinari, inicialmente a previsão era de um reajuste da energia elétrica para este ano de 18,5%. "Agora com as bandeiras tarifárias e o aumento da energia de Itaipu de 46%, a alta prevista para este ano deve ser 24,4%", diz Adriana. Nesse cálculo, a economista não considerou diretamente o fim do subsídio do governo à conta de luz. Reajuste das tarifas de ônibus da ordem 12% (antes de 8,8%) e o aumento do preço do cigarro de 8,5% influenciaram a revisão para cima da projeção do IPCA para este ano. Mas o fator preponderante na mudança foi o aumento da energia elétrica. Da inflação de 6,8% esperada para este ano, 0,72 ponto percentual virá do aumento da tarifa de energia elétrica, explica Adriana. Se forem acrescentados nessa conta o reajuste da passagem de ônibus urbano e a alta da gasolina por conta da volta da Cide, esses reajustes responderão por 1,5 ponto percentual do IPCA de 2015. "O reajuste da energia elétrica deve ser o grande vilão da inflação este ano", prevê o economista da Rosenberg Consultores Associados, Leonardo França Costa. Ele projeta que a inflação deste ano fique em 6,5% e que a energia elétrica responda por 0,8 ponto percentual, considerando um reajuste anual de 26,5% da eletricidade. Ele ressalta que a energia elétrica responde por 2,95% do IPCA e é o sétimo maior item em peso, superando até mesmo as carnes, que têm importância fundamental no custo de vida do brasileiro, com 2,78% de participação.





Fonte: JC

Consumidor pagou em dezembro os maiores juros em quase três anos.

Taxa média nas operações de crédito para pessoa física alcançou em dezembro o maior nível desde março de 2012, atingindo 6,30% ao mês.

A taxa média de juros nas operações de crédito para pessoa física alcançou em dezembro o maior nível desde março de 2012, ao passar de 6,14% ao mês em novembro para 6,30%, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (12) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Com o aumento, os juros médios ao consumidor passaram de 104,43% ao ano para 108,16% ao ano. Em março de 2012, a taxa média mensal era de 6,33% e a anual, de 108,87%. Todas as linhas de crédito para pessoa física apresentaram elevação no mês de dezembro. A maior variação foi registrada no cheque especial, que passou de 8,56% ao mês (167,94% ao ano) em novembro para 8,92% ao mês (178,80% ao ano). A taxa é a maior desde setembro de 2003, quando os juros do cheque especial eram de 9,03% ao mês e 182,20% ao ano. O cartão de crédito continua sendo a modalidade mais cara e no fim de 2014 registrou a maior taxa desde julho de 1999. Na passagem de novembro para dezembro houve alta de 10,90% ao mês (246,08% ao ano) para 11,22% ao mês (258,26% ao ano). Há 15 anos, a taxa era de 11,74% ao mês e 278,88% ao ano. Para o coordenador da pesquisa e diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o aumento das taxas está relacionado à alta dos juros básicos (Selic) promovida pelo Banco Central. "Outro fator é o atual cenário econômico nacional, que sofre consequências das altas inflacionárias e da aplicação de juros maiores que implicam, diretamente, redução da renda familiar e aumento da inadimplência."
Pessoa Jurídica.
Assim como para pessoas físicas, a pesquisa da Anefac mostra que as três linhas de crédito pesquisadas para pessoas jurídicas também apresentaram crescimento no mês de dezembro. A média geral das taxas de juros para pessoa jurídica passou de 3,49% ao mês (50,93% ao ano) em novembro para 3,54% ao mês (51,81% ao ano) em dezembro. Essa é a maior taxa desde junho de 2012.





Fonte: O Estadão

Inflação não dará trégua.

Tombini afirma que custo de vida continuará pesando no bolso dos consumidores nos próximos meses e Levy reforça cenário traçado pelo Banco Central de que IPCA só convergirá para o centro da meta (fixado em 4,5%) no final de 2016

O último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff terminou com inflação beirando o limite máximo de tolerância da meta de inflação. De janeiro a dezembro de 2014, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cravou alta de 6,41%, o maior patamar para o custo de vida desde 2011, quando ficou no teto da meta, de 6,5%. Por poucos décimos, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não foi obrigado a enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se justificando por não ter conseguido manter os preços dentro da meta, de 4,5%, com tolerância de dois pontos para baixo ou para cima. Não por outro motivo, horas após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o resultado da inflação oficial em 2014, na sexta-feira, Tombini divulgou nota para comentar o resultado. No comunicado, o presidente do BC lembra que a variação do ano passado posicionou-se “dentro do intervalo de tolerância”, que vigora desde 21 de junho de 1999. Também atribuiu o resultado elevado de 2014 à alta do dólar sobre o real e aos reajustes de preços controlados pelo governo, como gasolina e tarifas de energia e transportes. “Em grande medida, esse patamar de inflação reflete a ocorrência de dois importantes processos de ajuste de preços relativos ora em curso na economia brasileira, a saber: (1) o realinhamento dos preços domésticos em relação aos preços internacionais e (2) o realinhamento dos preços administrados em relação aos preços livres”, disse.
Ajuste fiscal
Tombini disse que, nos próximos meses, o custo de vida vai continuar incomodando o bolso do brasileiro, mas assegurou que a autoridade monetária fará o que estiver ao seu alcance para derrubar os preços e garantir o poder de compra da população. “Embora a inflação tenda a mostrar resistência no curto prazo, o Banco Central reafirma que irá fazer o que for necessário para que este ano a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016.” O ministro Joaquim Levy prevê um início de 2015 com o IPCA mais alto por causa dos reajustes de preços em setores como educação e transportes. Em bate-papo com internautas, Levy disse que o governo pode ajudar a trazer a inflação para níveis mais confortáveis se reduzir os gastos públicos e reforçou o cenário traçado pelo Banco Central de que inflação fechará 2015 abaixo do teto, mas só convergirá para o centro da meta (fixado em 4,5%) no fim de 2016. "Para a gente segurar a inflação é preciso que o governo não gaste demais. Se a gente fizer isso agora, vamos poder ter a inflação caindo no ano que vem", disse o ministro aos internautas no Facebook. Apesar do tom informal, Levy reforçou o discurso de ajuste fiscal e redução de subsídios do governo ao afirmar que é preciso gastar menos que arrecada e que empréstimo barato, subsidiado pelo governo, só em situações especiais. "Empréstimo barato também é pago pelo contribuinte", disse. "Tudo que o governo dá, é pago pelo contribuinte. Então, a gente tem que ter muito cuidado em como usa o dinheiro, para garantir que as pessoas certas, às quais a lei dá o direito, sejam as que receberão os benefícios que precisam". Entre as medidas de ajuste já anunciadas, o governo elevou as taxas de juros das linhas de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que contam com subsídio do Tesouro Nacional.
Impostos
Levy também deu sinais de que haverá elevação de tributos em um segundo momento do ajuste fiscal. "A gente provavelmente terá que pensar em rebalancear alguns impostos, até porque alguns foram reduzidos há algum tempo. E essa receita está fazendo falta. Mas, se houver alguma mudança, vai ser com cuidado e depois de a gente esgotar outras possibilidades". E disse que o governo está tentando acertar as coisas antes de entrar numa crise. "Estamos podendo consertar o telhado em dia de sol." O ministro da Fazenda admitiu que se o governo tiver que "ficar aumentando imposto" para conter o endividamento público "vai ser mais difícil a economia melhorar". Por isso, destacou a importância de o governo gastar menos do que arrecada. Ele evitou responder quais impostos podem ser elevados e não respondeu perguntas sobre a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Levy também não garantiu a correção real dos benefícios previdenciários, mas apenas com base na inflação. E defendeu as alterações nas regras do seguro-desemprego, abono salarial e pensões, anunciadas pelo governo como o primeiro ajuste nas contas públicas e que levará a uma economia de R$ 18 bilhões. Ele também citou o corte promovido no Orçamento deste ano. (Com agências)





Fonte: JC

Petição eletrônica


Desde ontem, o ajuizamento da petição inicial passou a ser feito obrigatoriamente na forma eletrônica na Seção Judiciário do Rio de Janeiro (SJRJ). O formulário específico está disponível no site da Justiça Federal do Rio de Janeiro na internetores (www.jfrj.jus.br). O peticionamento intercorrente relativo a processo eletrônico também passa a ser obrigatório por via eletrônica. A determinação consta da Portaria nº 8, da Direção do Foro, que está integrada à Consolidação de Normas da Dirfo. Somente poderão ser ajuizadas, por meio físico, excepcionalmente, as petições de competência dos juizados especiais federais propostas por partes sem advogado, casos urgentes previstos na Consolidação, ações que não puderem ser ajuizadas eletronicamente por problema técnico devidamente comprovado por Protocolo de Atendimento, entre outras. As ações criminais ainda não tramitam eletronicamente. Para efetuar o peticionamento eletrônico, advogado, procurador, defensor público ou membro do Ministério Público Federal deve estar cadastrado no site da JFRJ (www.jfrj.jus.br). Os arquivos referentes à petição devem respeitar o limite máximo de 4MB (Megabytes) cada um. Essas e outras normas podem ser consultadas nos Capítulos I e II, do Título VI, artigo 244 e seguintes, da Consolidação de Normas da Dirfo, disponível no sítio da JFRJ. (Com informações
do TJ-RJ e do TRF-2)



Fonte: JC

Aumento de impostos pode estar a caminho.


Com o impasse sobre o momento de anunciar um grande corte de despesas federais no Orçamento 2015, que precisa ainda ser aprovado pelo Congresso Nacional, o governo pode partir para o "plano B". Isto é, em vez de iniciar o aperto fiscal pelo lado das despesas, começaria pelas receitas. Em seu discurso de posse, o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falou abertamente sobre a necessidade de elevação de impostos de forma a seguir o "imperativo da disciplina fiscal". O mote foi inaugurado pela própria presidente Dilma Rousseff em sua mensagem ao Congresso. O governo deve voltar a elevar a Cide, o tributo que sobre os combustíveis, zerado desde junho de 2012. Se optar por iniciar o ajuste fiscal pelo lado das receitas, o governo pode anunciar a elevação da Cide na próxima semana, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Além disso, o governo tem uma importante carta na manga. A unificação e simplificação de dois dos tributos mais complexos do Brasil, o PIS e a Cofins, pode ser associada a uma elevação de impostos no curto prazo, dependendo da alíquota definida. Uma das ideias trabalhadas nos bastidores é "vender" a medida da seguinte forma: "Um aumento de tributos no curto prazo, mas uma simplificação total para sempre". A presidente Dilma Rousseff ainda não se decidiu sobre o formato dessa medida, que, em todo caso, somente entraria em vigor em 2016.
Despesas
O primeiro pacote de aperto fiscal anunciado pelo governo, nos dias finais de 2014, atacou justamente o lado das despesas, seguindo o que seria o "plano A": basear-se de forma mínima em aumentos de tributos e impostos. O pacote consistia em regras muito mais rígidas para a concessão de benefícios previdenciários, como pensão por morte e auxílio doença, e trabalhistas, como o seguro-desemprego e o abono salarial. Mas para se materializar efetivamente nas contas públicas essa medida de ajuste nos benefícios precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e, no caso do seguro-desemprego, aguardar um período de seis meses entre a aprovação da nova lei e a entrada em vigor das novas regras. A economia de R$ 18 bilhões em gastos federais apresentada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, não será, dessa forma, alcançada neste ano. Internamente, o governo avalia que, se for bem-sucedido, esse pacote poupará cerca de R$ 2 bilhões neste ano. A apreensão do governo com as contas públicas é grande. Neste primeiro semestre, a política fiscal estará no centro do escrutínio que as maiores agências internacionais de classificação de risco - Standard & Poors, Fitch e Moodys - farão da economia brasileira. O governo teme que as agências fiquem presas aos indicadores como estão agora e, com isso, acabem rebaixando a nota de crédito do Brasil, o que poderia prejudicar ainda mais a atração de investimentos. O objetivo do ajuste fiscal em preparação é justamente criar sinalizações de que, a partir deste ano, o quadro do País mudará drasticamente.




Fonte: O Estadão

Para empresários, 'era dos amigos do rei' chegou ao fim com posse de Levy.


"É o fim da era dos amigos do rei, da política de escolha de campeões" na economia. A avaliação foi feita reservadamente por dois empresários à Folha –um deles com interlocução no Palácio do Planalto –diante do discurso do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em cerimônia de transmissão de cargo. Para eles, a fala do ministro sinalizou que, a partir de agora, o governo Dilma deve buscar tratar todos os setores da economia de forma igual, sem beneficiar esse ou aquele grupo como ocorreu no primeiro mandato. A expectativa sobre os primeiros sinais sobre a linha de atuação do novo ministro da Fazenda trouxe nesta segunda-feira (5) a Brasília representantes peso-pesado do PIB brasileiro, especialmente do mercado financeiro. Em comum, os empresários repetiram que o novo comando da pasta traz confiança e segurança para a economia diante de um cenário que promete turbulências. Os recados de Levy foram bem recebidos pelo empresariado. Presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco afirmou que "a fala do ministro mostrou o rumo certo, de realidade fiscal e retomada dos investimentos". Jorge Gerdau disse que o sucessor de Guido Mantega "tem um nível de confiança muito elevado entre o empresariado" e "tem de ser político sob base técnica". Presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade avaliou que Levy trará mais "previsibilidade" para o empresariado investir.
CONSUMO
Para a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, os ajustes do governo não devem afetar o varejo, uma vez que emprego e renda representam conquistas. "Nós esperamos que a economia se estabeleça, não tenha desemprego e o PIB volte a crescer. A crise mundial é pesada. Vamos viver um ano de ajustes." Ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles avaliou que a nova equipe econômica vai retomar a confiança à medida que as decisões estejam sendo tomadas e implementadas. "Confiança se ganha devagar".
SETUBAL
Presente ao evento, o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, repetiu que Levy traz "segurança e confiança à economia". Ele não havia comparecido à posse da presidente Dilma. Nas eleições deste ano, o executivo afirmou que via "com naturalidade" a eleição de Marina Silva à Presidência, candidata que terminou na terceira colocação. Empresários da indústria, como do setor automotivo, construção civil e metalurgia, também estiveram presentes na cerimônia realizada no Banco Central.






Fonte: Folha SP