"É o fim da era dos amigos do rei, da
política de escolha de campeões" na economia. A avaliação foi feita
reservadamente por dois empresários à Folha –um deles com interlocução no
Palácio do Planalto –diante do discurso do novo ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, em cerimônia de transmissão de cargo. Para eles, a fala do ministro
sinalizou que, a partir de agora, o governo Dilma deve buscar tratar todos os
setores da economia de forma igual, sem beneficiar esse ou aquele grupo como
ocorreu no primeiro mandato. A expectativa sobre os primeiros sinais sobre a
linha de atuação do novo ministro da Fazenda trouxe nesta segunda-feira (5) a
Brasília representantes peso-pesado do PIB brasileiro, especialmente do mercado
financeiro. Em comum, os empresários repetiram que o novo comando da pasta traz
confiança e segurança para a economia diante de um cenário que promete
turbulências. Os recados de Levy foram bem recebidos pelo empresariado.
Presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco afirmou que "a fala do
ministro mostrou o rumo certo, de realidade fiscal e retomada dos
investimentos". Jorge Gerdau disse que o sucessor de Guido Mantega
"tem um nível de confiança muito elevado entre o empresariado" e
"tem de ser político sob base técnica". Presidente da CNI
(Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade avaliou que Levy trará
mais "previsibilidade" para o empresariado investir.
CONSUMO
Para a empresária Luiza Trajano, do Magazine
Luiza, os ajustes do governo não devem afetar o varejo, uma vez que emprego e
renda representam conquistas. "Nós esperamos que a economia se estabeleça,
não tenha desemprego e o PIB volte a crescer. A crise mundial é pesada. Vamos
viver um ano de ajustes." Ex-presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles avaliou que a nova equipe econômica vai retomar a confiança à medida
que as decisões estejam sendo tomadas e implementadas. "Confiança se ganha
devagar".
SETUBAL
Presente ao evento, o presidente do Itaú
Unibanco, Roberto Setubal, repetiu que Levy traz "segurança e confiança à
economia". Ele não havia comparecido à posse da presidente Dilma. Nas
eleições deste ano, o executivo afirmou que via "com naturalidade" a
eleição de Marina Silva à Presidência, candidata que terminou na terceira
colocação. Empresários da indústria, como do setor automotivo, construção civil
e metalurgia, também estiveram presentes na cerimônia realizada no Banco
Central.
Fonte:
Folha SP
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