Senado aprova novo marco do saneamento básico


O plenário do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (24), por 65 votos a 13, o novo marco legal do saneamento básico. A proposta cria novas regras para o setor e abre caminho para uma participação mais efetiva da iniciativa privada na exploração dos serviços. Agora, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O projeto de lei (PL 4.162/2019), sob a relatoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), era acompanhado com atenção pelo mercado e é visto como um passo importante na direção da atração de investimentos para o setor considerado um dos maiores gargalos do país e para a privatização de estatais.
O novo marco legal busca apresentar alternativas para que a meta de universalização do acesso a água potável e de ao menos 90% da população a serviços de coleta e tratamento de esgoto seja alcançada até o final de 2033, conforme prevê o Plano Nacional do Saneamento Básico, que será balizador de novos contratos. As porcentagens são calculadas sobre a população da área atendida.
Pelo texto, fica extinto o modelo de contratos de programa – que não têm concorrência e são fechados diretamente entre os titulares dos serviços e as concessionárias. Os contratos de programa ou de concessão vigentes poderão ser reconhecidos e, por acordo entre as partes até 31 de março de 2022, renovados por 30 anos. No entanto, deverão comprovar viabilidade econômico-financeira.
O novo marco torna obrigatória a abertura de licitação, envolvendo empresas públicas e privadas em novos contratos e cria exigências de investimentos às empresas concessionárias, além de acabar com o direito de preferência das companhias estaduais.
O texto também prevê que a Agência Nacional de Águas (ANA) deverá estabelecer normas de referência sobre padrões de qualidade e eficiência na prestação, na manutenção e na operação dos sistemas de saneamento básico.
Também ficarão a cargo da ANA a regulação tarifária dos serviços públicos de saneamento básico, a padronização dos contratos de prestação de serviços de saneamento básico e redução progressiva e controle da perda de água.
O texto altera a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, prorrogando o prazo para o fim dos lixões. A lei em vigor previa que os lixões deveriam encerrar suas atividades até 2014. Agora, a lei determina que o fim dos lixões deverá ocorrer até 31 de dezembro de 2020.
A data não valerá para os municípios que elaboram plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Nesses casos, os prazos variam de agosto de 2021 a agosto de 2024, a depender da localização e do tamanho do município.

Realidade preocupante

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, 16,4% dos brasileiros não tinham acesso à rede de abastecimento de água até o ano passado. Do lado do tratamento do esgoto, os números são ainda mais alarmantes: apenas 53,2% tinham acesso ao serviço em 2018.
O levantamento, que é parte dos Diagnósticos da Prestação dos Serviços de Saneamento Básico 2018, elaborados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), mostra que 46,3% de todo o esgoto gerado no país é efetivamente tratado.
Um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o Brasil acumulou em 2018 três anos consecutivos de redução nos investimentos do setor de água e esgoto. Segundo dados do SNIS, o Brasil investe em média R$ 10,9 bilhões por ano, quase metade dos R$ 21,6 bilhões calculados como necessários para o cumprimento das metas estabelecidas.
O debate sobre o novo marco legal para o saneamento básico se insere em um contexto de crise fiscal e restrições do orçamento público, o que limita a capacidade de os governos atacarem o problema urgente da falta de acesso a tais serviços básicos por metade da população brasileira.
O governo federal estima que a universalização dos serviços de saneamento deve envolver investimentos de R$ 600 bilhões a R$ 700 bilhões. Para isso, a atual administração considera o ingresso da iniciativa privada fundamental.
As mudanças trazidas pelo novo marco são aguardadas pelo setor privado, que hoje está em apenas 6% das cidades e vê boas oportunidades de expansão.
Na bolsa, há três ações de estatais que terão impacto direto do novo marco do saneamento. São elas: Sabesp (SBSP3), Copasa (CSMG3) e Sanepar (SAPR11), com destaque para a companhia paulista, já que o caminho da privatização deve ser facilitado com a aprovação das novas medidas.
Já no caso da Copasa, mesmo com o governo mineiro tendo a intenção de privatizar a companhia, o processo ainda enfrenta resistência dentro da Assembleia Legislativa.
Diversas tentativas de se mudar as regras para serviços de saneamento básico foram feitas ao longo dos últimos anos. Duas medidas provisórias sobre o tema (844/18 e 868/18), editadas durante o governo Michel Temer (MDB), perderam a validade sem serem votadas pelo Congresso Nacional.
Um texto foi aprovado sobre o assunto no Senado, sob a relatoria de Tasso Jereissati (PSDB-CE), mas em versão desidratada. Na Câmara, ele chegou a ser discutido, mas deputados firmaram um acordo para votar uma nova proposição de autoria do governo, considerada mais audaciosa e que recuperava pontos perdidos na outra versão.
A principal polêmica no debate é a viabilidade de abastecimento de locais com pouca atratividade para a iniciativa privada.
Críticos da proposta dizem que ela acaba com o chamado financiamento cruzado, pelo qual áreas com maior renda atendidas pela mesma empresa financiam parcialmente a expansão do serviço para cidades menores e periferias.
Já defensores dizem que o texto permite a organização de municípios em aglomerações, o que poderia trazer atratividade comercial para os projetos e garantir a presença da iniciativa privada.
O texto foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado e encaminhado para apreciação dos senadores. O recesso parlamentar e, depois, a pandemia do novo coronavírus prejudicaram a tramitação da proposta, além da resistência de alguns senadores.
Nas últimas semanas, no entanto, o projeto ganhou tração e foi possível costurar um acordo entre os senadores para sua aprovação – mesmo à distância, com deliberações virtuais.
Defensores argumentam que iniciativas que possam garantir acesso a água tratada e coleta de esgoto e lixo se tornam ainda mais importantes no contexto de pandemia do novo coronavírus.

FONTE: infomoney.com.br

Produção de petróleo e gás no Brasil cai 6,7% em maio


A produção de petróleo e gás natural no Brasil caiu 6,7% em maio, para 3,484 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia, contra 3,738 milhões de boe/d em abril, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), refletindo a queda de demanda trazida pela pandemia do covid-19.
A produção de petróleo recuou 6,5%, para 2,765 milhões de barris diários, ante 2,958 b/d em abril, enquanto a produção de gás natural cedeu 7,7%, para 114,3 milhões de metros cúbicos.
A produção do pré-sal continua liderando o volume produzido (67,8%), mas caiu 9,02% em relação ao mês anterior.
O campo de Lula, no pré-sal da bacia de Santos, continua como maior campo produtor, mas registrou volume 13,9% menor em maio, com produção de 888,6 mil barris diários de petróleo, contra 1,032 milhão de barris dia em abril.

FONTE: infomoney.com.br

Após 18 semanas seguidas de queda, projeção para o PIB se estabiliza em retração de 6,5% em 2020

Após 18 quedas semanais seguidas, a projeção dos economistas consultados pelo Banco Central (BC) para o boletim Focus para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020 se estabilizou, com mudança marginal de retração de 6,51% para 6,5%.
Para 2021, as estimativas permaneceram inalteradas em relação à semana passada, indicando uma expansão da atividade econômica da ordem de 3,5%.
Os demais indicadores também não tiveram alterações relevantes no boletim desta semana – no que tange à inflação, os economistas ouvidos pela autoridade monetária preveem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com alta de 1,61%, ante 1,60% na semana anterior.
Para o ano que vem, a projeção aponta para uma inflação de 3% do índice, mantendo-se estável em relação ao boletim anterior.
As previsões para a taxa de cambio também não sofreram alterações na comparação com a semana passada, seguindo em R$ 5,20 para 2020, e em R$ 5,00, para 2021.
Em relação à Selic, após o Comitê de Política Monetária (Copom) renovar a mínima histórica para 2,25% ao ano na semana passada, a expectativa dos agentes continua a mesma da semana passada, de que a taxa básica de juros seguirá estável até dezembro. Para 2021, a estimativa aponta para uma Selic de 3%, também igual ao boletim anterior.

FONTE: infomoney.com.br

Ibovespa cai forte com renovadas preocupações de 2ª onda do coronavírus e em meio a saída de Mansueto; dólar sobe a R$ 5,17


O Ibovespa tem expressiva queda nesta segunda-feira (15) com os investidores no mundo todo preocupados com uma possível segunda onda do coronavírus. Regiões que flexibilizaram o isolamento social como a Ásia e os Estados Unidos experimentam um crescimento no número de casos.
Por aqui, a principal notícia do dia é o pedido de demissão do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, que está no cargo desde 2018. Mansueto é um dos principais nomes da defesa do ajuste fiscal e da responsabilidade nos gastos públicos. Ele deve sair do governo em agosto.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Mansueto minimizou o impacto de sua saída na confiança do investidor afirmando que “o fiador do ajuste fiscal é o [ministro da Economia] Paulo Guedes”. “O próprio Tesouro Nacional passou por mudanças institucionais importantes nos últimos quatro, cinco anos. Há continuidade muito grande no Tesouro. Foram criados, desde 2015, comitês de governança. Tudo isso dá segurança institucional”, disse.
Às 10h10 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha queda de 2,42% a 90.554 pontos.
Já o dólar futuro para julho opera em alta de 2,24% a R$ 5,169. O dólar comercial subia 2,47%, a R$ 5,1672 na compra e R$ 5,17 na venda.
No mercado de juros futuros, DI para janeiro de 2022 tem alta de quatro pontos-base a 3,10%, DI para janeiro de 2023 registra ganhos de seis pontos-base a 4,18% e DI para janeiro de 2025 avança nove pontos-base a 5,75%.
Entre os indicadores nacionais, foi divulgado hoje o Relatório Focus do Banco Central. Segundo o documento, os economistas projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caia 6,51% em 2020, uma previsão mais pessimista que a da semana anterior, que era de retração de 6,48%. Para 2021, a expectativa se manteve em um avanço de 3,50%.
Já para o medidor oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os economistas projetam um crescimento de 1,60% este ano, contra 1,53% projetado na semana passada. Para 2021, a previsão foi de alta de 3,10% para 3%.
A projeção dos economistas é que ao final deste ano, Selic seja de 2,25% ao ano, projeção igual das últimas quatro semanas. Para a Selic em 2021, os economistas preveem uma taxa de 3%, ante estimativa de 3,50% na semana passada.

FONTE: infomoney.com.br

Bolsonaro diz que vetará novas parcelas de auxílio se Câmara aumentar valor


O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou na sua transmissão ao vivo semanal que vetará a prorrogação do auxílio emergencial a informais por mais duas parcelas mensais se a Câmara dos Deputados aumentar o valor para além dos R$ 300 que o Ministério da Economia defende ser possível pagar.
“Na Câmara, vamos supor que chegue uma proposta de duas (novas parcelas) de R$ 300. Se a Câmara quiser passar para R$ 400, R$ 500, R$ 600, qual vai ser a decisão minha para que o Brasil não quebre? É o veto”, disse o presidente na quinta-feira, 11, à noite. “Se pagar mais duas (parcelas) de R$ 600, vamos ter uma dívida cada vez mais impagável.”
No vídeo transmitido ao vivo, o mandatário sustentou que o gasto do governo federal com as três parcelas do auxílio emergencial previstas atualmente “deve chegar a R$ 150 bilhões”.
Isso porque, segundo Bolsonaro, entram na conta desembolsos “atrasados” para “o pessoal que está na malha fina” e, portanto, não teve autorização para receber o dinheiro.
“Não pode gastar mais R$ 100 bilhões, não tem como. Se fosse possível, gostaria de gastar”, disse ele, em referência ao que seria o custo de duas parcelas adicionais de R$ 600.
Antes de iniciar a explicação sobre um eventual veto à extensão do auxílio emergencial, Bolsonaro chegou a comentar que o gasto total de recursos dos cofres federais com medidas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus “vai chegar na casa de R$ 1 trilhão”.

FONTE: infomoney.com.br

Mercado financeiro vê contração de 6,48% do PIB em 2020, segundo Focus


Com a deterioração da economia brasileira em meio à pandemia de coronavírus, o mercado financeiro já estima uma contração de 6,48% da atividade em 2020. É o que mostra o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (8).
A projeção, que vem sendo reduzida há 17 semanas consecutivas, é pior do que a divulgada na última semana, quando os economistas previam uma retração de 6,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Antes da chegada do coronavírus no Brasil, o mercado estimava um crescimento de 2,30% do PIB, percentual que passou a ser reduzido a partir de 17 de fevereiro.
No primeiro trimestre, o Brasil registrou uma queda de 1,5% do PIB, mostrando os impactos iniciais da pandemia.
Para 2021, a expectativa foi mantida em uma expansão de 3,50% da economia.
As medidas de isolamento social e a crise econômica que já se instaura no país também levaram a uma nova redução – a 13ª consecutiva – na projeção para a inflação neste ano.
Agora, é esperada uma alta de 1,53% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020, ante expectativa de 1,55% na semana passada. Para 2021, a projeção é de 3,10%, sem alterações em relação ao último levantamento.
Com relação à taxa básica de juros, o Focus vê a Selic encerrando dezembro a 2,25% a.a. (sem mudanças na comparação com a semana passada), com um corte de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece entre os dias 16 e 17 de junho.
Ainda segundo o relatório do BC, a Selic deve subir para 3,50% a.a. ao fim de 2021, frente expectativa de 3,38% anteriormente. Já para 2022, houve queda na estimativa, de 5,13% para 5,00% ao ano.
Por fim, no que tange às previsões para o câmbio, o Focus revelou que a estimativa para o dólar neste ano é de R$ 5,40 e de R$ 5,08, em 2021, sem alterações em relação ao boletim passado.

FONTE: infomoney.com.br

Guerra comercial desvia fluxo de fundos da Ásia para América Latina


Quando se trata das tensões EUA-China, as perdas da Ásia têm se convertido em ganhos para a América Latina.
Fundos de índice listados nos EUA que investem em títulos e ações da Ásia registraram vendas líquidas de US$ 1,4 bilhão nas últimas duas semanas até 29 de maio, ampliando um período de retiradas iniciado em fevereiro. ETFs semelhantes que investem na América Latina atraíram cerca de US$ 60 milhões em recursos durante o período de duas semanas, apesar da região ter se tornado o novo epicentro do coronavírus.
Ativos asiáticos têm mostrado melhor desempenho desde a mínima atingida na onda vendedora provocada pelo coronavírus. Um índice de ações na região agora mostra queda de apenas 6% neste ano. Ações latino-americanas ainda registram queda superior a 30%.
Como ativos asiáticos correm risco de serem atingidos pelo fogo cruzado pela deterioração das relações entre as duas maiores economias do mundo, ativos da América Latina começam a identificar uma série de aspectos positivos.
Os preços de commodities como petróleo e cobre, que estão entre as principais exportações da região, começam a se recuperar, enquanto os valuations são vistos como relativamente atraentes devido ao pior desempenho do mercado latino-americano em relação aos pares globais.
“Podemos ver isso no contexto de uma transferência de liderança do nordeste da Ásia, que foi mais bem-sucedida em derrotar o vírus, para a América Latina, que ainda não reduziu tanto os casos, mas já mostra melhora da atividade”, disse Morgan Harting, que ajuda a administrar US$ 1,2 bilhão no fundo de multiativos de mercados da AllianceBernstein, em Nova York. “Os investidores parecem muito focados nos dados da atividade.”
Os sinais de recuperação na América Latina ainda estão ameaçados pelo agravamento do surto de vírus. Mesmo com a reabertura da atividade em algumas partes do Brasil, incluindo o epicentro São Paulo, o país registrou recorde de mortes diárias de Covid-19 na quarta-feira. O México teve o primeiro aumento diário de mais de 1 mil mortes.
Para Mark Mobius, cofundador da Mobius Capital Founders, o impacto do vírus na América Latina não será tão grande devido à população mais jovem. Segundo ele, os ativos de mercados emergentes estão em forte tendência de alta, e o movimento deve continuar em meio à recuperação em forma de V.
Ian Beattie, codiretor de investimentos e responsável por mercados emergentes da NS Partners, em Londres, disse que a empresa está ajustando a estratégia do portfólio de mercados emergentes para refletir eventos monetários recentes, com maior exposição a mercados, setores e ações cíclicos. “Tivemos um bom desempenho na China no acumulado do ano e agora pensamos em reduzir nossa alocação lá para aumentar no Brasil e em outros lugares”, disse.

FONTE: infomoney.com.br

Tesouro Nacional anuncia que vai emitir títulos de 5 e 10 anos no mercado externo


O Tesouro Nacional concedeu mandato para emissão de títulos em dólares no mercado internacional. Serão emitidos dois novos títulos, um de 5 anos, com vencimento em 2025, o Global 2025, e um de 10 anos, com vencimento em 2030, o Global 2030, conforme comunicado da manhã desta quarta-feira (3).
“O objetivo da operação é dar continuidade à estratégia do Tesouro Nacional de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira”, destaca a secretaria.
A operação será liderada pelos bancos Bank of America, Deutsche Bank, Itau BBA e JP Morgan. Os títulos serão emitidos no mercado global e o resultado será divulgado ao final desta quarta.

FONTE: infomoney.com.br

Governo publica MP que pode destravar crédito às pequenas e médias empresas


O governo federal editou a Medida Provisória 975/2020, que institui o Programa Emergencial de Acesso a Crédito e faz alterações em duas leis na tentativa de destravar o crédito para as pequenas e médias empresas do País durante a pandemia do novo coronavírus.
Dentre os vários pontos, o texto autoriza a União a aumentar em até R$ 20 bilhões a sua participação no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), gerido pelo BNDES, exclusivamente para a cobertura das operações contratadas no âmbito do programa instituído pela MP.
A medida está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira e trata-se de mais uma iniciativa do governo voltada para o segmento, que enfrenta dificuldades para se financiar e cumprir obrigações como o pagamento da folha de salários.
O programa será vinculado ao Ministério da Economia e o aporte ao fundo será feito por ato do ministro da pasta.
Antes dessa MP, o governo já havia lançado outros programas para os pequenos negócios. No entanto, os resultados ficaram aquém do esperado.
Desde o início da turbulência econômica deflagrada pelo novo coronavírus, os bancos já emprestaram mais de R$ 900 bilhões em recursos novos, renovações e suspensão de parcelas de empréstimos, conforme balanço da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) publicado nesta Segunda.
Apesar de o volume beirar R$ 1 trilhão, o recurso à pequena e média empresa ainda enfrenta dificuldades para chegar na ponta, seja por problemas na oferta seja até mesmo pelo baixo apetite por endividamento frente às restrições impostas para cessão aos empréstimos.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu nesta segunda que as políticas para pequenas e médias empresas têm que ser intensificadas e que o governo discutiu no fim de semana medidas para que a ajuda chegue de forma mais rápida à ponta.
“Esse é nosso principal problema hoje. O Banco Central deve anunciar medidas em breve com esse direcionamento”, disse ele nesta segunda-feira durante audiência pública virtual na comissão mista que acompanha medidas de combate à pandemia no País.
A linha criada pela MP vai atender empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões. Após a publicação da MP, a modalidade ainda deve levar algumas semanas até estar pronta. Isso porque há todo um trâmite de aprovação necessário e questões operacionais.
O orçamento de R$ 20 bilhões a ser injetado no FGI já está aprovado, mas a liberação do recurso vai ocorrer por meio da subscrição de quatro tranches de até R$ 5 bilhões sequenciais cada. Segundo a MP, o aporte global deverá ser concluído até 31 de dezembro de 2020.

FONTE: infomoney.com.br

Protestos com confrontos marcam fim de semana nos EUA e no Brasil


Protestos nos EUA, Europa e Brasil marcaram o fim de semana. No último domingo (31), os manifestantes voltaram às ruas das principais cidades dos Estados Unidos na sexta noite de manifestações no país após a morte de George Floyd, homem negro que foi asfixiado por um policial branco em Minneapolis, nos Estados Unidos.
Apesar do toque de recolher ser decretado em cerca de 25 cidades em 16 estados, os protestos antirracistas estão se espalhando para grandes municípios do país, como Nova York, Seattle, Los Angeles, Chicago, Cleveland, Dallas, Atlanta, entre outras.
Confrontos entre policiais e manifestantes já provocaram a morte de pelo menos cinco pessoas e a prisão de mais de mil.
Na noite do último sábado, a guarda nacional de Minnesota foi mobilizada para tentar controlar o vandalismo e lançou bombas de gás lacrimogêneo e granadas para dispersar a multidão.
Já no último domingo, novas manifestações se espalharam pelo país; os atos começaram pacíficos mas, ao anoitecer, houve violência em algumas cidades.
No sábado, o presidente americano, Donald Trump, reagiu mais uma vez aos tumultos, classificando a morte de Floyd como uma “tragédia”. Segundo o republicano, ele acabará com os atos realizados por “um pequeno grupo de criminosos, vândalos e anarquistas” que “desonram a memória” da vítima. Para Trump, a violência e vandalismo são o trabalho de antifascistas e outros grupos de extrema esquerda que aterrorizam inocentes, destroem empregos e empresas e queimam prédios.
O candidato democrata na corrida à Casa Branca, Joe Biden, condenou a violência no país, em um comunicado, mas enfatizou que os atos são um direito da população. “Protestar contra essa brutalidade é correto e necessário. É uma resposta absolutamente americana, mas inflamar comunidades e destruir desnecessariamente não é”, finalizou.
Além dos EUA, no último fim de semana diversas cidades do mundo registraram protestos após a morte de Floyd. Grupos de manifestantes foram às ruas nas capitais da Alemanha e Reino Unido, além de Toronto, no Canadá. Em Berlim, milhares de pessoas protestaram em frente à embaixada americana, enquanto que, em Londres, os grupos gritavam “Justiça por George Floyd”.
Floyd, de 46 anos, morreu na última segunda-feira (25) quando estava sob custódia da polícia de Minneapolis. Ele havia sido preso sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de US$ 20 em um mercado.
No principal vídeo postado nas redes sociais, de quase 10 minutos, é possível ver Floyd completamente imobilizado pelo agente Derek Chauvin, preso e acusado formalmente de homicídio culposo.
Diversas pessoas que estavam acompanhando a ação, pediam para que o policial branco tirasse o joelho do pescoço da vítima, que relatou por diversas vezes que não estava conseguindo respirar. Quando o homem ficou visivelmente imóvel, uma ambulância chegou e Floyd foi retirado do local. Na versão oficial, Floyd morreu “após um incidente médico durante uma operação policial”.

Manifestações no Brasil

Um protesto contra o fascismo e a favor da democracia foi registrado também no último domingo na avenida Paulista, no centro da cidade de São Paulo. A manifestação foi organizada pelas torcidas organizadas de futebol, entre elas a do Corinthians e do Palmeiras. O ato, que começou pacificamente, terminou com um confronto entre a polícia e os manifestantes próximo à estação Trianon Masp.
A via estava dividida em dois grupos, que fizeram simultaneamente uma manifestação de apoio e outra contra o governo. A Polícia Militar (PM) lançou bombas de efeito moral e spray de pimenta para separar a confusão.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado informou que houve “briga generalizada na avenida” e que a “PM atuou para impedir o conflito entre os grupos antagonistas”.
De acordo com a secretaria, um homem de 43 anos foi levado para a Santa Casa após ser agredido pelos investigados. A nota informa que cinco pessoas foram detidas e levadas ao 78° Distrito Policial (DP).
No Rio de Janeiro, manifestantes de posições divergentes entraram em confronto na Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana, na manhã do último domingo. De um lado estavam apoiadores do governo federal e que protestavam contra o Supremo Tribunal Federal (STF), vestindo roupas verdes e amarelas e levando bandeiras do Brasil. Na outra pista da avenida, acontecia uma manifestação de um grupo que se autodenominou antifascista, que se vestia de preto, gritava palavras de ordem e carregava faixas contra Bolsonaro. A Polícia Militar usou spray de pimenta e bombas de gás para dispersar os manifestantes.
De acordo, com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, um policial do 19º Batalhão de Polícia Militar (Copacabana) ficou ferido no rosto, após um manifestante jogar uma garrafa contra a equipe e foi encaminhado para o Unidade de Pronto Atendimento de Copacabana. Ainda conforme a secretaria, duas pessoas foram levadas para a 12ª Delegacia de Polícia.

FONTE: infomoney.com.br