Desemprego é de 8,7% no trimestre até agosto.

É o maior resultado da série do IBGE, iniciada em janeiro de 2012. No período, 1,089 milhão de pessoas perderam o emprego com carteira em relação ao total de igual etapa de 2014.


A recessão tem levado um número cada vez maior de pessoas a buscar uma vaga na tentativa de recompor a renda da família. Na ausência de oportunidades, 2 milhões de brasileiros engrossaram a fila do desemprego no trimestre até agosto em relação a igual período de 2014, assim, a taxa de desocupação atingiu 8,7%, a maior da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012. A renda média real do trabalhador foi de R$ 1.882,00 trimestre até agosto de 2015. O resultado representa alta de 1% em relação ao período de junho a agosto de 2014 e recuo de 1,1% ante os três meses até maio deste ano. Esta comparação é feita com o trimestre até agosto ante o trimestre até maio para que não haja repetição das informações coletadas, já que a cada mês, segundo o IBGE, são visitados 33% dos domicílios da amostra. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 167,8 bilhões no trimestre até agosto de 2015, alta de 1,2% ante igual período de 2014 e recuo de 1,1% ante o trimestre até maio deste ano. Recorde A alta no número de desempregados também foi recorde, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São jovens que antecipam a procura por uma vaga e adultos mais velhos, principalmente mulheres, que deixam a inatividade na tentativa de ajudar no orçamento doméstico. “A busca por estabilidade faz com que mais pessoas sigam para o mercado de trabalho, que não está contratando”, observou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do órgão. No trimestre até agosto, 1,089 milhão de pessoas perderam emprego com carteira assinada em relação a igual período do ano passado. “Quando isso acontece, ela perde a cobertura social, a possibilidade de planejar decisões de consumo. Há ainda impacto na arrecadação, pois para de recolher à Previdência”, diz a economista Maria Andréia Lameiras, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Como resultado, a piora não aparece apenas em indicadores como a taxa de desemprego ou o número de pessoas que buscam colocação. Tanto Azeredo quanto outros especialistas afirmaram que a mudança mais preocupante é na qualidade. “No momento em que alguém perde o emprego formal, não é só ele que sai atrás de uma vaga, e é aquela história: o que conseguir, conseguiu”, disse Maria Andréia. O “jeitinho” encontrado pelos brasileiros, segundo a economista do Ipea, foi recorrer ao emprego informal. Em um ano, 926 mil pessoas se inseriram no mercado por conta própria, uma posição marcada, sobretudo, pela ausência de registro e de benefícios sociais. Estão nessa categoria os vendedores ambulantes. O rendimento médio também é menor. “Em geral, todos os grupamentos estão perdendo formalização, principalmente o comércio, que é canal de entrada para aquele que perde o emprego e acaba montando o próprio negócio”, disse Azeredo, do IBGE. Sem sinais positivos para a atividade econômica, especialistas esperam que o mercado de trabalho siga piorando nos próximos meses. Para José Marcio Camargo, economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, a taxa de desemprego vai a 12% em meados de 2016. “Certamente a taxa vai continuar aumentando em 2016”, disse. (Colaborou Gabriela Lara)




Fonte: JC

Déficit primário do governo central no ano é o pior desde 1997.


Diante da forte frustração de receitas provocada pela desaceleração da economia e dificuldade de reduzir despesas, o governo central registrou déficit primário de R$ 6,932 bilhões em setembro. O governo central reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC). Com isso, no acumulado do ano, o déficit chegou a R$ 20,938 bilhões, o equivalente a 0,49% negativo do PIB. Em valores nominais, o resultado acumulado é o pior para o período desde 1997, início da série histórica. Em 12 meses, a situação também não é nada fácil. O resultado negativo, corrigido pelo IPCA, somou R$ 22,3 bilhões (­0,39% do PIB). O desempenho só confirmou a necessidade de alterar a meta de resultado primário para este ano para prever um déficit primário. Em julho, o governo já havia feito um ajuste na meta e nesta semana fez uma nova correção. A meta do setor público consolidado saiu de superávit primário de R$ 8,7 bilhões (0,15% do PIB) para um déficit primário de R$ 48,9 bilhões (0,8% do PIB). Considerando apenas o governo central, a meta passou de superávit de R$ 5,8 bilhões (0,10% do PIB) para um déficit de R$ 51,8 bilhões (­0,90% do PIB). Para os governos estaduais, a meta foi mantida em R$ 2,9 bilhões (0,05% do PIB). Segundo os números do Tesouro Nacional, divulgados nesta quinta-feira, o desempenho de setembro é reflexo de um superávit do Tesouro Nacional de R$ 2,807 bilhões e déficits de R$ 9,690 bilhões da Previdência Social e de R$ 49,6 milhões do Banco Central (BC).






Fonte: Valor Econômico

Em três pontos: O que significa para o Brasil fechar 2015 no vermelho?

Governo revisa suas previsões e agora admite que vai gastar mais do que deve arrecadar neste ano. Entenda as consequências desse anúncio.

O governo da presidente Dilma Rousseff fez sua segunda revisão para o resultado das contas públicas deste ano. Em janeiro, previa economizar 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto), ou R$ 66,3 bilhões, para pagar os juros da dívida pública. Em julho, a meta mudou para 0,15% do PIB, ou R$ 8,7 bilhões, já causando alvoroço nos mercados financeiros. A nova revisão deve fazer ainda mais barulho: segundo a proposta encaminhada ao Congresso, o governo não só já está prevendo que não vai economizar nada, como ainda vai gastar mais do que conseguiu arrecadar em 2015, gerando o que é conhecido no jargão econômico como "déficit primário". A nova previsão é de que as despesas ultrapassem as receitas da União em 0,8% do PIB, ou R$ 51,8 bilhões, segundo a minuta dessa proposta, divulgada pelo Ministério do Planejamento nesta terça-feira. O deputado federal Hugo Leal (Pros-RJ), relator do projeto de lei para o Orçamento de 2015, diz que a previsão não contabiliza os repasses que o governo ainda precisa fazer a bancos públicos. Também pode mudar se houver problemas com o leilão das hidrelétricas, adiado recentemente para o fim de novembro e com o qual o governo pretende arrecadar R$ 11 bilhões. Segundo a equipe econômica, suas previsões tiveram de ser revistas porque, em função da desaceleração econômica, o governo deve arrecadar neste ano menos em impostos do que estimava. Mas, afinal, por que isso importa? E o que significa para o Brasil fechar 2015 no vermelho? Especialistas consultados pela BBC Brasil explicam essas questões em três pontos:

1. Aumento da dívida pública
Uma pessoa que gastou mais do que ganhou em um certo mês pode cobrir o rombo em suas contas pedindo um empréstimo. Suponhamos que essa pessoa já esteja endividada - então precisa de dinheiro emprestado não só para fechar as contas do mês, mas também para pagar as parcelas dessa dívida antiga, que no mês seguinte será ainda maior em função do novo empréstimo. Em uma situação de déficit primário é mais ou menos isso o que acontece com o governo. "Os recursos para fechar as contas e pagar os juros da dívida são obtidos emitindo mais títulos públicos", explica Marcio Salvato, coordenador do curso de Economia do Ibmec-MG. Ou seja, o governo emite mais dívida. "O problema é que essa emissão tende a aumentar ainda mais a dívida pública, que já cresceu de 55% para 65% do PIB em 2014. E isso impulsiona as suspeitas sobre a capacidade do Brasil pagar o que deve, levando ao aumento dos juros cobrados sobre a dívida." A perda do grau de investimento - uma espécie de "selo de bom pagador" emitido por agências de classificação de risco - é um reflexo dessas suspeitas. A agência Standard & Poor's rebaixou em setembro a nota de crédito brasileira de BBB- para BB+, considerado grau especulativo. Pelas classificações de outras duas agências, a Fitch e a Moody's, o Brasil está a apenas um degrau de perder esse grau de investimento e, segundo analistas, a trajetória da dívida será "decisiva" para essa definição, que pode reduzir - e encarecer - o crédito (ou seja, o dinheiro disponível para empréstimos) ao país e às empresas aqui sediadas.

2. Armadilha da conta de juros
Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, embora a queda na arrecadação deva fazer um "barulho" nos mercados, o que mais preocupa na atual situação fiscal brasileira é os custos relacionados à dívida e às despesas financeiras do governo, que também vêm crescendo. Ou seja, o governo precisa ganhar mais do que gasta para pagar os juros da dívida e outras despesas financeiras, mas o problema é que não só está arrecadando menos como essa conta de juros está crescendo de forma acelerada. "De janeiro a agosto já tivemos um aumento de cerca de 100% na conta de juros, que chegou a um total de R$ 338 bilhões", diz Perfeito. A alta, segundo o economista da Gradual, ocorreu em função de três fatores. Primeiro, a elevação da taxa básica de juros - ou Selic - que hoje é de 14,25%. Para se ter uma ideia, há dois anos essa taxa era de 8,5%. O segundo fator seria a alta da inflação, já que alguns títulos do governo também são corrigidos por esse índice. Além disso, os compromissos financeiros do governo também teriam crescido em função de uma série de leilões de contratos de swap cambial - instrumentos que equivalem à venda futura de dólares e que teriam custado mais de R$ 70 bilhões neste ano. "O governo começou a fazer esses contratos, nos quais se compromete a vender dólar a um determinado valor, para ajudar as empresas endividadas em moeda americana a se protegerem. Mas como o dólar subiu muito, acabou no prejuízo", afirma Perfeito. Salvato acrescenta o próprio crescimento da dívida como um quarto fator que também impulsiona a conta dos juros. E um problema adicional, segundo analistas, é que se o déficit primário faz a dívida crescer e aumenta as suspeitas sobre a capacidade de o Brasil pagar o que deve, também faz com que seja mais difícil reduzir os juros. "Isso porque os investidores pedem uma remuneração maior para assumir o risco de emprestar para o Brasil", diz Fábio Klein, economista da consultoria Tendências. O resultado seria um ciclo vicioso em que o governo não consegue pagar a conta de juros porque ela é muito alta e, ao mesmo tempo, porque o governo não consegue pagar, os juros não cedem e a conta continua aumentando.

3. Ajuste fiscal
Quando o governo estabelece uma meta fiscal e a cumpre, sinaliza que as contas públicas estão sob controle e a economia está caminhando na direção prevista. O anúncio da meta também tem como objetivo dar previsibilidade a investidores e agentes econômicos. A primeira revisão da meta em julho já enfureceu os mercados. A expectativa dos analistas era que a nova meta fosse de 0,4% ou 0,5% do PIB. Quando foi anunciado que seria 0,15%, o dólar disparou, a bolsa caiu e aumentaram as apostas de que os juros deveriam continuar subindo. No corte drástico, porém, a equipe econômica justificou que seria preferível uma meta menor, mas "realista". A nova revisão pode pôr em xeque esse suposto "realismo" e o próprio ajuste fiscal. Para alguns economistas e analistas do mercado, a mudança representa um afrouxamento do compromisso com o ajuste e a recuperação das contas públicas. Na visão desse grupo, o governo deve cortar mais gastos e aumentar os impostos para se mostrar "comprometido" com o equilíbrio das contas. Já economistas heterodoxos tendem a ver a queda na arrecadação como um sinal de que as medidas recessivas que já vêm sendo adotadas pelo governo não estão funcionando, ou são duras demais. Para eles, o ajuste fiscal e o aperto da política monetária estariam acabando com o "dinamismo" da economia. Ambos tendem a concordar, porém, com a necessidade de medidas estruturais, como uma mudança nas regras da Previdência, para colocar as contas públicas em uma trajetória mais sustentável no longo prazo. "Medidas estruturais que mostrem o compromisso em reduzir o déficit e controlar as contas públicas no longo prazo poderiam reverter um pouco a frustração com esses resultados de curto prazo", diz Klein. "O problema é que no atual cenário político seria difícil o governo conseguir uma base de apoio para tirar essas medidas do papel."





Fonte: G1

Juro do cheque é o maior em 20 anos e do cartão supera 410% ao ano.

Taxa do cheque somou 263,7% ao ano em setembro, maior desde 1995. Juro do cartão de crédito é maior da série, que começa em março de 2011.

Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cheque especial atingiram, em setembro, o maior patamar em 20 anos, ao mesmo tempo em que a taxa média cobrada pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo superaram a marca dos 410% ao ano, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (27). 
No caso do cheque especial, informou a autoridade monetária, os juros cobrados em setembro somaram 263,7% ao ano, o que representa um aumento de 10,5 pontos percentuais em relação ao patamar do mês anterior, quando estavam em 253,2% ao ano. É o maior patamar desde setembro de 1995, quando estavam em 271,4% ao ano, ainda de acordo com dados do BC. Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 115 pontos percentuais nos últimos 19 meses. Somente neste ano, a alta foi de 62,7 pontos percentuais, segundo informações da autoridade monetária.

Cartão de crédito
Já os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, a modalidade mais cara do mercado, voltaram a subir em setembro e atingiram a marca de 414,3% ao ano, informou o Banco Central. O patamar é o maior desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito. Juntamente com o cheque especial, os juros do cartão de crédito rotativo são os mais caros do mercado. A recomendação de economistas é que os clientes bancários paguem toda a sua fatura do cartão no vencimento, não deixando saldo devedor, e que evitem também usar o cheque especial.

Alta dos juros básicos da economia
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias.
A taxa subiu entre outubro do ano passado e setembro deste ano - avançando de 11% para 14,25% ao ano, uma alta de 3,25 pontos percentuais. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa. Reportagem publicada recentemente pelo jornal norte-americano “The New York Times” diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”, citando os dos cartões de crédito. Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais do que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos somou 118,3% ao ano em setembro, contra 119,9% ao ano em agosto. Nesse caso, houve uma queda de 1,6 ponto percentual. Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 27,6% ao ano em setembro – o que representa um recuo de 0,2 ponto percentual em relação a agosto (27,8% ao ano). Segundo o BC, a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 25,6% ao ano em setembro, contra 24,8% ao ano em agosto deste ano. Neste caso, houve um aumento de 0,8 ponto percentual.





Fonte: G1

CONDOMÍNIO - Inadimplente contumaz é punido além da multa.

STJ decide que condômino que não cumpre com seus deveres poderá, se aprovado em assembleia, ser obrigado a pagar até dez vezes o valor atribuído à taxa.

Condômino inadimplente que não cumpre com seus deveres perante o condomínio poderá, desde que aprovada sanção em assembleia, ser obrigado a pagar multa em até dez vezes o valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade da falta e a sua reiteração. Foi esse o entendimento da Quarta Tuma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao negar provimento a recurso interposto pelo Grupo Ok Construções e Empreendimentos LTDA. A construtora, segundo consta nos autos, é devedora recorrente e desde o ano de 2002 tem seus pagamentos efetuados mediante apelo na via judicial, com atrasos que chegam a mais de dois anos. O Grupo OK foi condenado a pagar os débitos condominiais acrescidos das penalidades previstas em lei, tais como multa de mora de 2%, além de juros e correções. Deveria incidir ainda penalidade de até 10% sobre o valor da quantia devida, conforme regimento interno do condomínio. A empresa questionava a aplicação de sanções conjuntas, alegando estar sendo penalizada duas vezes pelo mesmo fato, o que por lei seria inviável. O relator do caso, ministro Luis Felipe Salomão, reconheceu que não há controvérsia ao definir aplicação da penalidade pecuniária de 10% sobre o valor do débito cumulada com a multa moratória de 2% para o caso em questão, já que, conforme versa o artigo 1.337 do Código Civil, a multa poderá ser elevada do quíntuplo ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais. “Uma coisa é a multa decorrente da execução tardia da obrigação, outra (juros moratórios) é o preço correspondente à privação do capital que deveria ser direcionado ao condomínio”, apontou o ministro. Salomão fundamentou sua tese baseando-se ainda na doutrina e na jurisprudência do STJ, que prevê punição nos casos em que o condômino ou possuidor é devedor recorrente, não cumpre seus deveres perante o condomínio e enquadra-se como antissocial ante os demais. “Assim, diante dessas constatações, entendo que a conduta do recorrente se amolda ao preceito legal do caput do artigo 1.337 do CC/2002, pois se trata de evidente devedor contumaz de débitos condominiais, apto a ensejar a aplicação da penalidade pecuniária ali prevista”, concluiu o relator. (Com informações do STJ)




Fonte: JC

E-financeira, a nova obrigatoriedade do contribuinte brasileiro.


Os contribuintes brasileiros devem se atentar à nova obrigatoriedade para declarações de dados financeiros previstos a partir da publicação da Instrução Normativa 1.571/2015, alterada pela IN 1.580/2015, pela Receita Federal. A nova modalidade de prestação de informações e operações financeiras, por meio da declaração fiscal e-Financeira, atinge tanto Pessoas Físicas quanto Pessoas Jurídicas. Assim, essas informações devem ser disponibilizadas quando o montante global movimentado ou saldo em cada mês, por operação financeira for superior a R$ 2 mil para Pessoas Físicas e R$ 6 mil no caso de empresas. Esta transmissão dos dados deve ser acompanhada do nome, nacionalidade, residência fiscal, número de conta, CPF ou CNPJ, Número de Identificação Fiscal (NIF) e o nome da empresa. A e-Financeira visa cumprir o acordo entre o Governo Federal e os Estados Unidos para melhoria da observância tributária internacional e implantação do Foreign Account Tax Compliance Act (FACTA). Por sua vez, o FATCA é uma tentativa mundial iniciada como diretiva dos EUA para combater práticas de evasão fiscal e, assim, impulsiona vários países, como o Brasil, a adotarem medidas similares. Como resultado, a medida pode trazer mais transparência para o mercado e criar dificuldades para a prática de corrupção. Isso, porque haverá um intercâmbio de informações cada vez mais em formato digital. Cria-se, portanto, um banco de dados para ser acessado de forma instantânea e muito mais rápido que hoje. Além disso, o pacto deve auxiliar no monitoramento das operações de valores financeiros ligados ao terrorismo e tráfico de armas e drogas. Com a implantação do e-Financeira, no leiaute estipulado pela RFB, não será mais necessário apresentar a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira (DIMOF) a partir de 2016. Ainda, é importante lembrar que as informações referentes às contas de dezembro de 2015 deverão ser entregues em maio do ano que vem.





Fonte: JC

Taxa de juros fica em 14,25%.

Esta é a segunda vez consecutiva em que o colegiado, por unanimidade, decide congelar a Selic. Mercado financeiro também apostava que não haveria mudanças. Mais detalhes sobre o que levou o Copom a definir pela estabilidade, só na quinta-feira.

No dia em que se soube que a inflação acumulada em 12 meses superou a marca de 10% em algumas regiões do País, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica Selic estável em 14,25% ao ano. Também sinalizou, no comunicado, que o IPCA não irá convergir para a meta, que tem como teto 6,5%, nem em 2016. Esta é a segunda vez consecutiva que o colegiado, por unanimidade, decide congelar os juros. O mercado financeiro também apostava em peso que não haveria mudanças. Para a diretoria do BC, o foco na meta não está mais em 2016, como pregava até então. A diretoria já discutia internamente a possibilidade de rever esse prazo de atuação. Em setembro, o recado foi o de que a manutenção desse patamar por período “suficientemente prolongado” é necessária para a “convergência da inflação para a meta no final de 2016”. Agora, o comunicado do Copom traz que a manutenção por tempo prolongado é necessária para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária. Esse período, como é sabido, é de dois anos a frente da data atual. Além disso, o comitê ressaltou que a política monetária se manterá “vigilante” para a “consecução desse objetivo”. Mais detalhes sobre o que levou o Copom a definir pela estabilidade da Selic serão conhecidos na quinta-feira da semana que vem, quando o Banco Central divulgará a ata da reunião. Antes disso, porém, o mercado financeiro já mostrará sua reação por meio das previsões para inflação, juros e outras variáveis econômicas no Relatório de Mercado Focus. Entre as duas reuniões, o cenário econômico e político se deteriorou ainda mais e a questão fiscal continua como a grande algoz da ineficácia da política monetária. Um dos pontos que mais mostraram abalo foi o das expectativas para a inflação, que estão cada vez mais distantes do centro da meta de 4,5% não apenas para o ano que vem como também para os seguintes - as deste ano já encostam em 10%. A elite dos cinco economistas que mais conseguem antecipar o resultado da inflação (Top 5) já prevê estouro da meta também no ano que vem. A tarefa do BC é não deixar que o IPCA ultrapasse a marca de 6,5%, mas esse grupo já calcula o índice em 6,72% em 2016. Isso é mais do que um “desvio significativo” que a diretoria escreveu nas últimas atas como praticamente uma senha de que poderá elevar a Selic. O BC nunca explicitou, no entanto, quanto um desvio tem de subir para tornar-se significativo. Mesmo com a disparada dos preços, a decisão do comitê também levou em conta a recessão econômica, que não permite alta dos juros. Até por conta disso, as estimativas do mercado sobre a possibilidade de corte têm sido adiadas semana a semana e também passam por redução de magnitude. O mais recente levantamento revela consenso sobre queda em julho do ano que vem, para 14% ao ano. Analistas já não acreditam mais que o BC conseguirá cumprir a meta também no ano que vem. Até meados do ano, as instituições financeiras ainda consideravam essa uma possibilidade, mas com a mudança orçamentária para 2016 e outras notícias ruins das contas públicas jogaram por terra essa hipótese. Internamente, a instituição já calcula os impactos positivos e negativos de estender mais uma vez seu foco de atuação, para 2017, ainda que negue oficialmente. O efeito do câmbio sobre os preços é outra variável que não pode ser colocada de lado nos cálculos da autoridade monetária. A diminuição da nota soberana brasileira pela Fitch foi mais um vetor negativo para o ambiente macroeconômico, ainda que o Brasil não tenha perdido o selo de bom pagador por essa agência de classificação. A perspectiva, porém, continuou negativa, como temia o BC. Do lado externo, pesou na decisão a indefinição nos Estados Unidos sobre os juros, que ainda podem aumentar a qualquer momento.






Fonte: JC

Prévia da inflação oficial tem maior índice para outubro desde 2002.

Em setembro, IPCA-15 chegou a 0,39% e, em outubro, em 0,66%. Gasolina, gás de cozinha e comida fora de casa pressionaram o indicador.

Os preços da gasolina, do botijão de gás e das refeições que os brasileiros fazem foram de casa aumentaram e puxaram a alta da prévia da inflação oficial, que avançou de 0,39% em setembro para 0,66% em outubro. Esse índice foi o mais elevado para um mês de outubro desde 2002, quando o IPCA-15 atingiu 0,90%.


Os números foram divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a prévia da inflação oficial acumula alta de 8,49%. De acordo com a série histórica da pesquisa, é o maior resultado, considerando o período de janeiro a outubro, desde 2003. Naquele ano, o indicador ficou em 9,17%. Em 12 meses, o IPCA-15 chegou a 9,77%, bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5%. O resultado em 12 meses está acima do que previram os economistas do mercado financeiro no boletim Focus mais recente. Para 2015, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 9,75%. Se confirmada a estimativa, representará o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando somou 12,53%. De setembro para outubro, o que mais pesou para que o índice avançasse foi o aumento de preços dos grupos de gastos relativos a habitação (de 0,68% para 1,15%), a transportes (de 0,78% para 0,80%) e a alimentação e bebidas (de -0,06% para 0,62%). De acordo com o IBGE, entre todas as pressões sobre o IPCA-15, a maior foi a do botijão de gás, que ficou 10,22% mais caro em outubro. Esse aumento ainda ficou abaixo do reajuste máximo permitido pela Petrobras a partir de setembro. Depois do gás de cozinha vem a gasolina, cujo preço subiu 1,70%, reflexo do reajuste de 6% nas refinarias autorizado pela Petrobras e que começou a valer no final do mês passado. Mas não foi só a gasolina que ficou mais cara. O preço do litro do álcool avançou 4,83% nas bombas, "contribuindo também para a alta da gasolina, já que faz parte de sua composição". No grupo de gastos com alimentação bebidas, os alimentos consumidos em casa subiram 0,39% e os fora de casa, 1,06%. Os reajustes ocorreram porque ficaram mais caros o frango inteiro (5,11%), a batata-inglesa (4,22%), o arroz (2,15%), o pão francês (1,14%) e as carnes (0,97%).
Brasília
Entre os locais pesquisados pelo IBGE, a que mostrou o maior aumento de preços foi Brasília (1,28%), e o menor foi a região metropolitana de Recife (0,24%).





Fonte: G1

Doze indicadores para resumir a crise brasileira em números.

Nos últimos 60 dias, os índices de referência da economia atingiram seus piores níveis em muito tempo - ou, em alguns casos, na história; vistos em conjunto, eles resumem o quadro atual.
01 - O enfraquecimento da atividade econômica, a alta do desemprego e da inflação e o aumento da incerteza têm levado a quedas sucessivas do índice de confiança do consumidor, medido pela Fundação Getúlio Vargas. Em setembro, o indicador atingiu o menor nível de sua série histórica iniciada em 2005.

02 - O total de desempregados soma 1,9 milhão de pessoas. Segundo o IBGE, em agosto, o índice atingiu seu maior nível desde março de 2010 nas seis principais regiões metropolitanas do país, quando também chegou a 7,6.%

03 - A inflação medida pelo IPCA, indicador de referência da economia brasileira, acumula alta de 7,6% até setembro, segundo o IBGE. Esse é o maior nível da inflação para esse período desde 2003. O centro da meta de inflação, que serve de norte para as decisões sobre taxa de juros do Banco Central é de 7,64%.

04 - As incertezas sobre a economia brasileira e também sobre o cenário político têm na cotação do dólar um de seus termômetros mais precisos. Em setembro, quando às crises econômica e política somou-se a perda do selo de bom pagador dado ao país pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

05 - A recuperação judicial é um instrumento que serve para que as empresas ganhem mais tempo para renegociar débitos - e, com isso, tentar evitar a falência. Foram 913 pedidos registrados entre janeiro e setembro, o maior volume para esse período desde 2006, segundo o Serasa Experian.

06 - A indústria de transformação é um dos setores que mais têm sofrido com a piora do quadro econômico. Em 2015, o aumento da produção industrial só ocorreu em dois dos oito primeiros meses do ano, segundo o IBGE. A queda ocorrida em agosto em comparação com agosto de 2014, foi a mais forte para o mês nessa base de comparação desde o início da série histórica, em 2003.

07 - A elevação da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, ocorreu como parte da tentativa do Banco Central de conter a inflação, já que a Selic mais alta eleva o custo do crédito, o que tende a reduzir o consumo (e portanto a alta dos preços) Foram sete elevações consecutivas, que levaram a Selic para seu maior nível desde outubro de 2006.

08 - A queda da bolsa não diz respeito apenas a quem tem dinheiro aplicado em ações. Ela é um dos termômetros da confiança de investidores e empreendedores na economia brasileira. Em setembro, o Ibovespa, principal indicador da Bovespa desceu a seu menor nível desde abril de 2009.

09 - Embora tenha sido positivo em quase todos os meses de 2015 até o momento, o saldo da balança comercial (diferença entre importações e exportações) também é uma evidência do momento ruim vivido pela economia brasileira. 

10 - A produção de veículos em setembro foi a menor para esse mês em 12 anos. Segundo a Anfavea, entidade que reúne os fabricantes, o ano de 2015 deve encerrar com 2,4 milhões de unidades produzidas, volume 23,2% menor do que o do ano passado. 

11 - O saques da poupança, que já somam mais de 50 bilhões de reais em 2015, tiveram em setembro seu maior volume de retiradas para o mês desde 1995. Os saques refletem a alta dos juros, que leva os aplicadores a buscar investimentos de melhor retorno. 

12 - Mais um quadro que se reflete a piora das finanças do brasileiro comum é o de cheques sem fundos. Segundo o indicador Serasa Experian, os cheques devolvidos somaram 2,11% em agosto, o pior resultado para esse mês desde que o acompanhamento começou a ser feito em 1991.

















Nos últimos 60 dias, alguns dos principais indicadores da economia brasileira atingiram seus piores níveis em muito tempo. Alguns deles, como o índice de confiança do consumidor, jamais foram tão negativos. Os números são ainda mais eloquentes quando se pensa no quadro de crédito farto e euforia do consumo vivido até pouco tempo atrás. Assim, avaliados em conjunto, eles deixam mais às claras o que vive hoje a economia brasileira. "E ainda não atingimos o fundo do poço", diz Alexandre Espírito Santo, economista da Simplific Pavarini e professor do IBMEC-RJ. Veja na galeria alguns dos indicadores de referência da economia - e por que eles são sintomas da debilidade atual.



Fonte: Veja

Mercado revisa para pior previsões de IPCA e PIB.


Na semana de decisão do Banco Central sobre o rumo dos juros, o Relatório de Mercado Focus trouxe mais uma avalanche de revisões negativas de previsões para a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, 2016 e também para os anos seguintes. Mesmo assim, ficou mais leve a estimativa para o corte da taxa básica de juros (Selic) no ano que vem. O PIB deverá encolher 3% este ano e 1,22% no próximo, com a produção industrial puxando a recessão econômica. Para as cerca de 120 instituições financeiras que participam da pesquisa semanal do BC, o setor manufatureiro terá queda de 7% em 2015 e de 1% em 2016. Este é um dos motivos pelos quais há uma unanimidade entre os economistas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá os juros em 14,25% ao ano na reunião de hoje e amanhã. O ponto central do boletim Focus revela também que houve altas das estimativas para o IPCA em todos os anos. Em 2015, a nova rodada mostra variação de 9,75% e no próximo, de 6,12%. Para 2017, a previsão é de taxa de 5%; para 2018, de 4,7%, e para 2019, de 4,5%. Entre os analistas que mais acertam as previsões, denominados Top 5, o prognóstico sobre o comportamento dos preços é ainda pior: este ano, a inflação deve encerrar em 9,81% e o próximo, em 6,72%. Para 2017, o consenso é de taxa de 5,8%; para 2018, de 6%, e, para 2019, de 5,50%. As pressões vindas dos preços administrados ou monitorados pelo governo, como o de combustíveis e de tarifas como energia, água e gás, devem continuar, segundo o boletim Focus. Para 2015, esse conjunto de preços deve ter alta de 16%, conforme o documento divulgado ontem. Já para o ano que vem a projeção subiu para 6,35%. Apesar disso, a pesquisa mostrou que os especialistas continuam esperando redução dos juros apenas em julho do ano que vem, mas em menor intensidade. Até a semana passada, o prognóstico era o de que haveria um corte dos atuais 14,25% para 13,75% ao ano. Agora, a previsão de queda é menor, de 14%. Essa mudança desencadeou uma série de ajustes ao longo da segunda metade de 2016 e do início de 2017. Para o fechamento do ano que vem, a previsão agora é de Selic a 12,75% e, em março de 2017, último dado disponível, de 12% ao ano.
Câmbio
A disparada do dólar também segue no radar dos analistas, mas não houve piora das previsões esta semana. Ao contrário. A perspectiva de que o câmbio encerraria em R$ 4,15 em 2016 foi substituída pela cotação de R$ 4,13 e a expectativa de fechamento do dólar em R$ 4,00 em 2015 ficou congelada. Mesmo assim, são os ajustes domésticos em relação ao setor externo que vêm mostrando alguma melhora de comportamento na pesquisa Focus. Para a balança comercial, por exemplo, os participantes projetam superávit de US$ 13,2 bilhões em 2015 e um saldo positivo de US$ 25 bilhões no ano que vem. Esse desempenho no azul colabora para que o rombo das transações correntes fique menor nos dois anos: US$ 65 bilhões em 2015 e US$ 47,75 bilhões em 2016. Pelos cálculos dos economistas, os ingressos de Investimentos Diretos no País (IDP), que são os recursos voltados para o setor produtivo, vão ficar maiores este ano (US$ 62,5 bilhões), mas ainda não serão suficientes para cobrir integralmente o rombo das transações correntes. Já no caso de 2016, a perspectiva é de que o volume de entradas, atualmente estimado em US$ 60 bilhões, dê com folga para fechar as contas.




Fonte: JC

Sem proteção na crise.

Com alta do desemprego, quase meio milhão de brasileiros ficou sem plano de saúde.


A crise econômica afetou a saúde, e quase meio milhão de brasileiros deixou de contar com a proteção de planos de assistência médica nos primeiros sete meses deste ano. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que o universo de 50,69 milhões de usuários registrado em janeiro foi encolhendo mês a mês e chegou em julho a 50,19 milhões. A queda inverte a curva de crescimento do setor nos últimos anos e acompanha o aumento do desemprego, sobretudo no mercado formal. Das 492 mil pessoas que ficaram sem plano ou seguro-saúde, a grande maioria tinha plano empresarial, aquele pago pelas companhias para seus funcionários. O movimento é percebido pelas operadoras, que consideram, porém, se tratar mais de uma desaceleração. — O mercado de saúde suplementar tem registrado um avanço mais lento da base de beneficiários. Claro que uma das razões é o menor volume de contratação de planos empresariais, resultado da redução da atividade econômica. Mas a preocupação com a saúde faz com que as famílias mantenham os planos e seguros de saúde mesmo após episódios de desemprego ou queda de remuneração — pondera Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde, entidade que representa 24 seguradoras de saúde.
FALTAM PLANOS INDIVIDUAIS
Mas, mesmo quando um trabalhador que ficou desempregado ou se aposentou faz um esforço para pagar um plano por conta própria, ele encontra obstáculo: contratar um plano individual é missão quase impossível. Hoje, menos de 20% dos segurados contam com essa modalidade (veja o infográfico com os tipos de plano de saúde). — A oferta de planos individuais é quase inexistente, e o que existe é monopolizado por poucas empresas, que cobram caro pelo serviço — avalia Joana Cruz, advogada especialista em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Uma pesquisa realizada pelo Idec nas 27 capitais, no fim do primeiro semestre deste ano, identificou que em cinco delas (Belo Horizonte, Salvador, Macapá, São Luís e Vitória) o consumidor não tem qualquer opção de plano individual com cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia). Em outras 11 capitais (Rio Branco, Maceió, Manaus, Salvador, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Belém, Boa Vista, Porto Alegre e Florianópolis), somente uma operadora — a Unimed — oferecia o serviço. — O agravante é que, quando o consumidor encontra essa opção, pesa demais no bolso. A mensalidade inicial média de um plano com abrangência nacional para um usuário na faixa dos 30 anos compromete 40% de sua renda média. Diante disso, ou a pessoa opta por pagar, ou usa particular quando precisa ou vai parar no SUS (Sistema Único de Saúde) — complementa Joana. No Rio, a oferta também é escassa. Levantamento feito pelo GLOBO na última quinta-feira com as dez operadoras com o maior número de beneficiários da cidade — 70% dos clientes da capital — mostra que apenas três vendem planos individuais (Unimed-Rio, Assim e Grupo Cemeru). Para uma mulher de 45 anos, as mensalidades variaram entre R$ 454,29 e R$ 721,48. Amil, Bradesco Saúde, Golden Cross, Sul América Seguros, Memorial Saúde e Central Nacional Unimed não trabalham com a modalidade. As repórteres não conseguiram contato com a Notre Dame Intermédica, que está entre as dez maiores. Foi por causa dessa dificuldade que o microempresário Ricardo Bahouth Kimaid se esforçou para manter o seguro-saúde da Sul América na categoria empresarial, que paga há cerca de dez anos. O contrato cobria três pessoas — ele, um dependente e uma funcionária. O problema é que, após a aposentadoria da empregada, ele ficou com apenas duas pessoas no plano, número insuficiente para caracterizar a modalidade empresarial. Kimaid descobriu, então, que a operadora não vendia planos individuais.— Se, após pagar por quase dez anos o plano de saúde como empresa, ela for diluída, eu fico descoberto, pois não há plano individual. Essa é mais uma das covardias que cometem com o cidadão, refém da inoperância e indiferença de nossos governantes. Isso porque, nos planos individuais, os aumentos giram em torno da inflação do período, já nos coletivos, o reajuste, que é livre, tem ficado muito maior, em torno dos 17% — reclama. A SulAmérica informou que, por estratégia, não vende planos individuais desde 2004. Segundo a advogada especialista na área de saúde Renata Vilhena, para as operadoras não é vantajoso trabalhar com planos individuais porque, ao contrário do que acontece nas modalidades coletivas, o reajuste é regulado pela ANS, que determina o percentual máximo de aumento. Este ano, foi de 13,55%, o maior da última década. Além disso, por ser um produto caro, em geral, quem paga os planos individuais são idosos ou pessoas com doenças crônicas, que usam muito os serviços, ou seja, custam caro para as operadoras. — O mercado suspendeu a venda de planos individuais para driblar a proteção legal e poder cobrar uma mensalidade maior. Além disso, manter a venda dessa modalidade de plano leva as operadoras a incorporarem em sua carteira grupos de risco, como pessoas idosas, que estão amparadas pelo rigor do limite dos reajustes e que usariam mais os serviços — diz a advogada.
OPERADORAS CONTRA TETO
O setor de saúde suplementar não esconde o descontentamento com a regulação. Para Coriolano, o controle de preços é um entrave que desestimula a venda de planos individuais. — A política de reajustes desconsidera a evolução dos custos médicos, que crescem a índices superiores aos aumentos autorizados pelo regulador. A atuação da regulação deveria estimular a livre concorrência e o bom funcionamento dos livres mercados — disse Coriolano, ressaltando que os recursos dos planos de saúde são finitos e obtidos unicamente por meio do pagamento de mensalidades por cidadãos e empresas. Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), reforça a crítica da FenaSaúde e acrescenta que o controle dos reajustes provoca desequilíbrio econômico-financeiro insustentável às empresas. A extinção da Unimed Paulistana e a crise na Unimed-Rio, empresas fortes no mercado de planos individuais, reforçam o ponto de vista de Ramos. A cooperativa médica carioca, que está sob direção fiscal da ANS, encerrou 2014 com um prejuízo de R$ 198 milhões. Uma parte, R$ 108 milhões, foi coberta pelo Fundo de Reserva. Os R$ 90 milhões restantes devem ser pagos pelos médicos cooperados, mas a decisão precisa ser aprovada em assembleia marcada para o próximo dia 26. Segundo a cooperativa, os resultados deste ano estão dentro da previsão e orçamento traçados, que estimavam um ano ainda de dificuldades. O plano previa várias medidas de redução de custos, cujos efeitos demorariam um certo período para aparecer. A Unimed Brasil, que representa as cooperativas do sistema, afirma não haver qualquer evidência “de que os desafios enfrentados por operadoras de grande porte estejam relacionados à oferta de planos individuais”. Hoje, 40% dos clientes Unimed têm essa modalidade de plano.
PALAVRA DOS ESPECIALISTAS
Na visão de Ligia Bahia, professora do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, é um escândalo não ter plano individual: — As empresas não fazem saúde. Dizem que têm margem de ganho pequeno, de 2%, mas são 2% de R$ 150 bilhões. Tanto que elas não querem mudar o sistema, qualquer proposta que a gente faz não é aceita. A maioria desses milhares de brasileiros que saíram dos planos de saúde este ano é terceirizado das empreiteiras. Não tinham plano de saúde, passaram a ter, perderam de novo junto com o emprego e agora não têm dinheiro para pagar por conta própria. E mesmo os que têm dinheiro não encontram planos individuais para comprar. Terão que optar por um plano por adesão, que é um falso coletivo. São mais caros e têm menos garantias. Isso é um escândalo. As empresas deveriam ser obrigadas a oferecer planos individuais e a preços razoáveis. Quanto à ANS, tenho cada vez mais clareza de que nossa reguladora é muito fraca. Já a advogada Renata Vilhena observa que as famílias costumam cortar o plano de saúde por último de seus orçamentos: — Apesar dos altos índices de demissões de trabalhadores com carteira assinada, o que indica a perda de benefícios como o plano de saúde, eu acredito que, por parte das famílias, é a última despesa a ser cortada no orçamento familiar. O consumidor pode ser demitido, ter o plano da empresa cortado, mas fará o possível e o impossível para contratar outro plano. A possibilidade de só ter o SUS para ser atendido assusta. Principalmente a classe média. Mas, justamente para poder cobrar uma mensalidade maior, fugindo da rigidez dos planos individuais, poucas empresas ofertam essa modalidade. Só é possível melhorar o acesso do cidadão à saúde suplementar mediante atuação transparente da Agência Nacional de Saúde, que deve ser administrada por pessoas isentas e não que tenham participado da diretoria de operadoras do setor.






Fonte: O Globo

Poder Legislativo não pode incluir 'contrabando' em lei.

STF decide que Congresso não incorpora, em medidas provisórias editadas pelo Executivo, emendas parlamentares que não tenham pertinência temática com a norma.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira que a partir de agora o Congresso Nacional não pode mais incluir, em medidas provisórias (MPs) editadas pelo Poder Executivo, emendas parlamentares que não tenham pertinência temática com a norma, o chamado contrabando legislativo. A decisão foi tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5127, por meio da qual a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) questionava alterações feitas na MP 472/2009, convertida na Lei 12.249/2010, que resultaram na extinção da profissão de técnico em contabilidade. A MP em questão tratava de temas diversos, que não guardam relação com a profissão de contador. Por maioria, o Plenário julgou improcedente a ação, mantendo a validade da norma questionada em razão do princípio da segurança jurídica. Contudo, o Tribunal decidiu cientificar o Congresso Nacional de que a prática é incompatível com a Constituição Federal. O julgamento teve início na sessão do dia 8 de outubro, quando o representante do Conselho Federal de Contabilidade, falando na condição de amicus curiae, defendeu a validade da norma. Para o advogado, a ADI deveria ser julgada improcedente, uma vez que a lei é de livre iniciativa de ambos os Poderes, de forma que o próprio Legislativo poderia fazer uma proposição de lei independentemente. Tampouco seria necessária lei específica sobre o tema da organização profissional, sendo necessária apenas lei no sentido formal.
Urgência e relevância
A relatora do caso, ministra Rosa Weber, lembrou em seu voto que o uso de medidas provisórias se dá por motivos de urgência e relevância da matéria, cuja análise compete ao chefe do Poder Executivo. De acordo com a ministra, a jurisprudência do STF aponta no sentido de que, em se tratando de matéria sob reserva de iniciativa do Poder Executivo, há necessidade de pertinência temática entre a emenda parlamentar e o conteúdo da norma original. Nesse ponto, a ministra lembrou que a Resolução 1/2002 do Congresso Nacional veda a apresentação de emendas sobre assuntos não pertinentes ao texto da MP. De acordo com a relatora, no caso concreto, a matéria versada na emenda, ainda que não sujeita à reserva de iniciativa do chefe do Poder Executivo, não foi considerada como de relevância e urgência a merecer o rito especial do processo de conversão de medida provisória em lei. Para Rosa Weber, "o chamado contrabando legislativo não denota mera inobservância de forma, mas um procedimento antidemocrático, em que se subtrai do debate legislativo – intencionalmente ou não – a discussão sobre normas que irão regular a vida em sociedade". A ministra salientou que ao seguir o rito da conversão de MP, impediu-se que os dispositivos questionados fossem analisados por comissões temáticas, fossem objeto de audiências públicas e que fosse debatido e refletido de forma mais aprofundada. Assim, votou pela procedência da ação.
Inconstitucionalidade
Acompanharam a relatora, pela procedência do pedido de inconstitucionalidade da norma, o ministro Marco Aurélio e o presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski. Ambos ressaltaram a inconstitucionalidade da inserção de matéria totalmente estranha à tratada inicialmente no ato do Executivo. O ministro Edson Fachin divergiu da relatora e será o redator do acórdão do julgamento. Para ele, a norma em questão, que trata da profissão de técnico em contabilidade, não contém inconstitucionalidade material. O tema deve ser tratado por lei, e a conversão de medidas provisórias produz leis em sentido estrito, explicou o ministro. Contudo, o ministro concordou que a prática de incluir emendas sobre temas estranhos ao conteúdo do texto original “não é desejável nem salutar”. Mas, para Fachin, reconhecer que essa prática sistemática de edição de emenda com conteúdo temático distinto desobedece a Constituição não significa, necessariamente, o reconhecimento da inconstitucionalidade de todas as leis que, por essa sistemática, foram promulgadas até hoje.
Improcedente
Com esse argumento, o ministro votou no sentido de julgar improcedente o pedido, declarando a constitucionalidade da norma questionada e frisando que ficam preservadas, até a data do julgamento, as leis oriundas de projetos de conversão de medidas provisórias, em obediência ao princípio da segurança jurídica. Seguiram esse mesmo entendimento os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Celso de Mello. O ministro Dias Toffoli também votou pela improcedência do pedido, mas quanto à matéria de fundo – "contrabando legislativo" – entendeu que não cabe ao STF apreciar ato que, na sua avaliação, encontra-se no âmbito da competência do Congresso Nacional referente ao processo legislativo. Na proclamação do resultado do julgamento foi afirmado que, por maioria de votos, a Corte decidiu cientificar ao Poder Legislativo que o STF afirmou, com efeitos ex nunc (de agora em diante), que não é compatível com a Constituição a apresentação de emendas sem relação de pertinência temática com medida provisória submetida à sua apreciação. (Com informações do STF)






Fonte: JC

Economia encolheu 0,76% em agosto, diz Banco Central.

É o terceiro mês seguido de contração do IBC-Br, divulgado nesta sexta-feira.

A retração da economia brasileira é maior que a esperada pelos analistas. A atividade caiu 0,76% em agosto, informou o Banco Central nesta sexta-feira, o terceiro mês seguido de queda. A expectativa dos economistas do mercado financeiro era de baixa de 0,6% do Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br) no mês. O indicador entrou numa trajetória de queda desde o início do ano passado. Esse movimento ficou mais acelerado neste ano. Agora, o índice chegou ao menor patamar desde março de 2012. Nas contas dos técnicos da autarquia, o IBC-Br de agosto foi de 140,01 pontos. Esse é o desempenho da economia na metodologia criada pelo Banco Central. Esse número já foi muito maior. Chegou a 148,98 pontos em junho de 2013. A partir daquele mês, a economia passou a sentir os impactos do processo político: as manifestações de rua contra a corrupção arrefeceram a atividade econômica. Em novembro do ano passado, quando o desempenho já era de 146,92 pontos, a retração ficou mais forte. Neste ano, a economia cresceu somente em fevereiro e maio pelos cálculos do BC. A expectativa do mercado financeiro para este ano é de uma retração de cerca de 3%. Nas contas do BC, a queda é de 3,01% no acumulado nos oito meses e de 2,28% nos últimos 12 meses. Diante desse cenário, o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, revisou sua projeção para o PIB no terceiro trimestre para recuo de 1,1% sobre os três meses anteriores, contra retração de 0,6% prevista antes. "Nossa projeção seria consistente com contração de 3% do PIB em 2015, seguido de outra contração de 0,8% em 2016", destacou ele, em relatório. Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, afirmou em relatório nesta sexta-feira que o recuo de 0,76% do IBC-Br reforça a expectativa de que o PIB tenha registrado contração de 1,1% no terceiro trimestre. A economia brasileira entrou em recessão técnica no segundo trimestre, quando encolheu 1,9% sobre os três meses anteriores. A retração em agosto era aguardada por causa de indicadores ruins de praticamente todos os setores. O impacto da crise econômica chegou até ao setor de serviços. Ontem, o IBGE divulgou que o faturamento do setor teve uma queda real de 3,5%, ou seja, mesmo descontada a inflação, a receita encolheu em agosto frente a igual mês do ano anterior. Com a renda corroída pela inflação e com medo da alta do desemprego, as famílias diminuíram os gastos. Foi o terceiro resultado negativo para o setor de serviços, que teve o pior agosto da série histórica, iniciada em 2012. A contração acumulada no ano é de 2,6%.
JUROS PIORAM QUADRO
Já a produção industrial encolheu 1,2% em agosto frente a julho: também a terceira queda mensal seguida. Mesmo no campo negativo, o resultado veio melhor do que o esperado pelos economistas, que projetavam queda de 1,6%. O desempenho acumulado no ano é de uma retração de 6,9%. No entanto, o comércio teve um desempenho pior que o esperado no mês. Os analistas apostavam em 0,6%, mas as vendas do comércio caíram 0,9% no país em agosto, frente ao mês de julho. O varejo apresenta taxas negativas desde o mês de fevereiro. Apenas em 2015, a queda acumulada do varejo é de 3%. A tendência é que o quadro fique ainda mais frágil por causa das altas taxas de juros, condições de financiamento desfavoráveis (os bancos estão mais exigentes), inflação alta e deterioração significativa do mercado de trabalho. Na opinião de Alberto Ramos, do Goldman Sachs, os "ventos contrários para a economia brasileira" contam a crise da indústria, tarifas públicas mais elevadas, alta de impostos, altos níveis de endividamento das famílias, fraca demanda externa, preços baixos das matérias-primas, incerteza política e consumidores e empresas extremamente deprimidos e sem confiança. "No lado positivo, uma taxa de câmbio mais competitiva e fracas condições da procura interna deverá gradualmente elevar a contribuição das exportações líquidas para o crescimento e fornecer um piso para a contração esperada de PIB real em 2015", pondera o analista.
DIFERENÇAS NA METODOLOGIA
O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia. O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços). Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.





Fonte: O Globo