Doze indicadores para resumir a crise brasileira em números.

Nos últimos 60 dias, os índices de referência da economia atingiram seus piores níveis em muito tempo - ou, em alguns casos, na história; vistos em conjunto, eles resumem o quadro atual.
01 - O enfraquecimento da atividade econômica, a alta do desemprego e da inflação e o aumento da incerteza têm levado a quedas sucessivas do índice de confiança do consumidor, medido pela Fundação Getúlio Vargas. Em setembro, o indicador atingiu o menor nível de sua série histórica iniciada em 2005.

02 - O total de desempregados soma 1,9 milhão de pessoas. Segundo o IBGE, em agosto, o índice atingiu seu maior nível desde março de 2010 nas seis principais regiões metropolitanas do país, quando também chegou a 7,6.%

03 - A inflação medida pelo IPCA, indicador de referência da economia brasileira, acumula alta de 7,6% até setembro, segundo o IBGE. Esse é o maior nível da inflação para esse período desde 2003. O centro da meta de inflação, que serve de norte para as decisões sobre taxa de juros do Banco Central é de 7,64%.

04 - As incertezas sobre a economia brasileira e também sobre o cenário político têm na cotação do dólar um de seus termômetros mais precisos. Em setembro, quando às crises econômica e política somou-se a perda do selo de bom pagador dado ao país pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

05 - A recuperação judicial é um instrumento que serve para que as empresas ganhem mais tempo para renegociar débitos - e, com isso, tentar evitar a falência. Foram 913 pedidos registrados entre janeiro e setembro, o maior volume para esse período desde 2006, segundo o Serasa Experian.

06 - A indústria de transformação é um dos setores que mais têm sofrido com a piora do quadro econômico. Em 2015, o aumento da produção industrial só ocorreu em dois dos oito primeiros meses do ano, segundo o IBGE. A queda ocorrida em agosto em comparação com agosto de 2014, foi a mais forte para o mês nessa base de comparação desde o início da série histórica, em 2003.

07 - A elevação da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, ocorreu como parte da tentativa do Banco Central de conter a inflação, já que a Selic mais alta eleva o custo do crédito, o que tende a reduzir o consumo (e portanto a alta dos preços) Foram sete elevações consecutivas, que levaram a Selic para seu maior nível desde outubro de 2006.

08 - A queda da bolsa não diz respeito apenas a quem tem dinheiro aplicado em ações. Ela é um dos termômetros da confiança de investidores e empreendedores na economia brasileira. Em setembro, o Ibovespa, principal indicador da Bovespa desceu a seu menor nível desde abril de 2009.

09 - Embora tenha sido positivo em quase todos os meses de 2015 até o momento, o saldo da balança comercial (diferença entre importações e exportações) também é uma evidência do momento ruim vivido pela economia brasileira. 

10 - A produção de veículos em setembro foi a menor para esse mês em 12 anos. Segundo a Anfavea, entidade que reúne os fabricantes, o ano de 2015 deve encerrar com 2,4 milhões de unidades produzidas, volume 23,2% menor do que o do ano passado. 

11 - O saques da poupança, que já somam mais de 50 bilhões de reais em 2015, tiveram em setembro seu maior volume de retiradas para o mês desde 1995. Os saques refletem a alta dos juros, que leva os aplicadores a buscar investimentos de melhor retorno. 

12 - Mais um quadro que se reflete a piora das finanças do brasileiro comum é o de cheques sem fundos. Segundo o indicador Serasa Experian, os cheques devolvidos somaram 2,11% em agosto, o pior resultado para esse mês desde que o acompanhamento começou a ser feito em 1991.

















Nos últimos 60 dias, alguns dos principais indicadores da economia brasileira atingiram seus piores níveis em muito tempo. Alguns deles, como o índice de confiança do consumidor, jamais foram tão negativos. Os números são ainda mais eloquentes quando se pensa no quadro de crédito farto e euforia do consumo vivido até pouco tempo atrás. Assim, avaliados em conjunto, eles deixam mais às claras o que vive hoje a economia brasileira. "E ainda não atingimos o fundo do poço", diz Alexandre Espírito Santo, economista da Simplific Pavarini e professor do IBMEC-RJ. Veja na galeria alguns dos indicadores de referência da economia - e por que eles são sintomas da debilidade atual.



Fonte: Veja

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