Shoppings fecham mais lojas do que abrem pela 1ª vez em 12 anos.


Dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) apontam queda de 12,9% na quantidade de estabelecimentos.


O segmento de lojas de shoppings encolheu em 2016, encerrando o ano com menos pontos de venda em operação do que 2015, apesar de novos empreendimentos terem sido inaugurados. Dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) apontam uma queda de 12,9% na quantidade de lojas este ano, que chegou a 121,6 mil ao final de 2016 ante 139,7 mil no ano anterior. É a primeira vez que a Alshop detecta uma diminuição na quantidade de lojas ao longo de um ano pelo menos desde a transição de 2004 para 2005, quando começou a ser feito o levantamento sobre a indústria de shoppings brasileira.
O recuo na quantidade de lojas acontece mesmo com a inauguração de shopping centers novos em 2016. De acordo com a Alshop, foram 19 empreendimentos que entraram em operação este ano, uma desaceleração em relação às 25 inaugurações de 2015. Para o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, o número de lojas encolheu como resultado do fechamento de pontos de venda no ano. Já a inauguração de shoppings novos, diz, tem ocorrido com uma menor taxa de ocupação desses empreendimentos. Ele avalia que shoppings inaugurados nos últimos três anos ainda estão com ocupação fraca.

Fonte: Veja

Mercado reduz projeção de crescimento em 2017 para 0,5%


É o que mostra pesquisa semanal do BC. Em suas projeções, o Ministério da Fazenda trabalha com a estimativa de crescimento de 1% para o próximo ano.



Em novo relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, analistas estimam uma retração maior do PIB em 2016 e crescimento menor em 2017.
Há duas semanas, o BC informou que seu índice de atividade (IBC-Br) recuou 0,48% em outubro ante setembro. O resultado reforçou a expectativa de que a economia volte a crescer apenas em 2017. Mas o mercado agora prevê para o País um crescimento de 0,50% no próximo ano, abaixo do 0,58% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 0,98%. Em suas projeções, o Ministério da Fazenda trabalha com a estimativa de crescimento de 1,00% para o próximo ano.

Fonte; BC

Pedidos de recuperação judicial crescem mais entre pequenas e médias empresas

Com a crise, vendas caíram e empresas ficaram sem caixa para pagar as contas; empresas menores têm mais dificuldade de obter crédito, dizem economistas.

As micro e pequenas empresas sofrem os efeitos da crise com mais intensidade que as médias e grandes. De janeiro a novembro deste ano, os pedidos de recuperação judicial e falência das pequenas empresas cresceram mais na comparação com 2015 do que entre as companhias maiores, segundo pesquisas da Serasa Experian e da Boa Vista SCPC.

Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, afirma que “a crise afeta mais intensamente as pequenas empresas porque elas têm uma estrutura menor de capital, e menos condição de sobreviver por um tempo maior num ambiente econômico ruim”. “A pequena empresa não tem tantos recursos como uma grande. Na questão de crédito, dependem praticamente única e exclusivamente dos bancos, não têm acesso ao mercado de capitais.”

Flavio Kalil, economista da Boa Vista SCPC, aponta ainda outras causas para as dificuldades serem mais desafiadoras para pequenos e médios empresários. “Por terem menos recurso em caixa, as pequenas empresas têm menos capacidade de diversificar com suas receitas, de diversificar produtos. E, muitas vezes, suas receitas acabam sendo diminuídas ainda porque as grandes empresas param de contratar os serviços das pequenas para cortar seus próprios custos.”




Segundo dados da Serasa Experian, nos primeiros 11 meses do ano a quantidade de pequenas empresas que pediram recuperação judicial aumentou 80% na comparação com o ano passado. A variação é bem maior que a registrada pelas médias e grandes empresas, de 28% e 5%, respectivamente.

Dados da Boa Vista SCPC também apontam essa tendência. Enquanto os pedidos de recuperação judicial de pequenas empresas subiram 57%, os de médias tiveram alta de 11% e os de grandes, queda de 66%.

A recuperação judicial é o mecanismo pelo qual as empresas em dificuldade financeira tentam reestruturar sua dívida com credores. A lei de 2005 acabou com o instrumento da "concordata" no Brasil e permite que a empresa endividada apresente a sua própria proposta para os credores.




Os números sobre pedidos de falência dos primeiros onde meses do ano também mostram que a crise tem sido mais pesada para os pequenos empresários. Segundo a Serasa, houve aumento de 7% no número de pequenas empresas que pediram falência de janeiro a novembro, enquanto para as médias a alta foi de menos de 1%. Já entre as grandes empresas, houve queda de 0,2%. Já de acordo com a SCPC Boa Vista, o aumento no número de falências solicitadas foi de 12% entre as pequenas empresas, contra 3% entre as médias. Entre as grandes, houve aumento de 16%.

Empresas tentam se reerguer

O empresário Victor Sarue conta que a crise atingiu em cheio as contas de sua confecção de roupas masculinas em São Paulo, que vende as peças para lojas do varejo em todos os estados. O acúmulo de dívidas levou a empresa a pedir recuperação judicial, em novembro de 2015, depois de 20 anos de funcionamento. “Eu nunca passei por nada parecido”, afirma o sócio e diretor industrial MVS Industria e Comercio de Confecções, de São Paulo.

“A principal causa foi a queda brusca da demanda, de 50%, o consumo está muito baixo. O faturamento caiu na mesma proporção”, diz Saue, que prefere não divulgar valores. “Fora isso, a carga tributária é elevadíssima. Para ‘ajudar’, teve a inflação e as taxas bancárias cada vez mais crescentes, e mais a concorrência do importado”, lista o empresário. Ele aponta também que “o crédito escasso” também prejudicou a empresa no último ano.

Depois que o pedido de recuperação foi aceito, as principais mudanças para a realidade da empresa foram o aumento da restrição ao crédito e o enxugamento de custos, segundo Sarue. A confecção, que já chegou a ter cerca de 100 funcionários, tem hoje aproximadamente 50. Sarue aponta que a prioridade no corte de gastos é reduzir a quantidade de maquinário e de unidades. “Esse é o tamanho do mercado hoje. O mercado consumidor encolheu.”

Com a recuperação em andamento, as dívidas das empresas ficam suspensas temporariamente. Foi o que aconteceu com o grupo de fabricação de itens plásticos Canguru, de Criciúma (SC), que produz materiais como embalagens plásticas.

No pedido de recuperação, em julho de 2016, a empresa pedia, entre outras medidas, para que não fossem cortados os serviços de energia elétrica, telefone, água e gás, que estavam com pagamentos atrasados. A Justiça aceitou o argumento, apontando em decisão que os serviços são essenciais para a manutenção das atividades. A empresa continua na ativa.

No pedido, a empresa apontou entre as causas das dificuldades o endividamento acima das receitas, além da oferta de crédito menor e demanda fraca por causa da crise. A alta do dólar também aumentou os custos de produção. O endividamento chegou a R$ 200 milhões.

Luis Alberto de Paiva, presidente da Corporate Consulting, que cuida do processo da empresa, diz que ela está conseguindo reverter a situação. “Até a recuperação, a empresa já tinha acumulado prejuízo de R$ 12 milhões. O quadro deve fechar em R$ 8 milhões negativos em 2016. Já o ano de 2017, devemos fechar com cerca de R$ 18 milhões de lucro, que serão usados para amortização de dívidas.”

Segundo Paiva, a Canguru adotou práticas como redução de custos, como a matéria prima. “A empresa representava um risco de não pagamento, e os fornecedores se aproveitavam dessa situação. Fizemos a renegociação com fornecedores, e alguns foram até substituídos.”

Os gastos com a folha de pagamentos também tiveram corte. A empresa, que tem 45 anos, já chegou a ter 2 mil funcionários. Quando pediu recuperação, tinha 850 empregados. Hoje, são 400.

O Grupo Zanatta, dono da Canguru, tinha outras duas empresas em dificuldades. A Inza, de descartáveis, foi fechada. Já a Imbralit, de telhas e caixas d’água, também está em recuperação judicial.





Inadimplência

Para que o crescimento do número de pedidos de falência e recuperação judicial comece a desacelerar entre as micro e pequenas empresas, Luiz Rabi aponta que é preciso, primeiro, que o crescimento da inadimplência seja estancado.

Segundo a Serasa Experian, os dados mais recentes sobre a inadimplência mostram que o número empresas com contas em atraso vem aumentando, e chegou a 4,5 milhões até agosto, somando R$ 108 milhões em dívidas no total. O valor médio das dívidas por CNPJ é de R$ 24 mil, segundo a Serasa.

“A gente está ainda numa tendência de piora", diz Rabi. “As empresas começam a deixar de pagar uma série de compromissos antes de entrar com pedido de recuperação judicial. Enquanto a inadimplência não der nenhum sinal de queda, não vamos ver também sinal de queda nos pedidos de falência e recuperação judicial. ”

Retomada difícil

De cada quatro empresas que entram em recuperação judicial, apenas uma consegue retomar suas atividades depois do encerramento do processo. É o que revela outro estudo feito pela Serasa Experian logo após a entrada em vigor da Lei de Recuperação Judicial e Falência, em 2005.

O tempo médio de recuperação para empresas que entraram em Recuperação Judicial Deferida é de 4 anos e 7 meses. Segundo a pesquisa, entre junho de 2005 e dezembro de 2014, 23% das companhias que encerraram seu processo de recuperação judicial tiveram sucesso. Outros 77% dos casos terminaram em falência.

O economista Luiz Rabi aponta que uma das justificativas para os números é que algumas empresas solicitam a recuperação quando já estão numa situação irreversível.

Luis Alberto de Paiva, presidente da Corporate Consulting, diz que “a maioria das recuperações judiciais não tem sido tratada adequadamente”. “A maior parte das empresas não tem conseguido reverter a gestão. Pedem recuperação, mas continuam fazendo a mesma coisa, obtendo os mesmos resultados.”




Fonte: G1.

Oi espera novo plano de recuperação judicial até primeiro trimestre de 2017


O diretor financeiro da Oi, Ricardo Malavazi Martins, afirmou nesta segunda-feira, 19, que a companhia espera ter um novo plano de recuperação judicial, com aperfeiçoamentos negociados com os credores, no primeiro trimestre de 2017. A primeira versão foi entregue em setembro deste ano. O executivo também aguarda a divulgação da segunda lista de credores pelo administrador judicial em janeiro.

"Esperamos que no primeiro trimestre a gente consiga formular esse outro plano que possa ser encaminhado à assembleia de credores de forma negociada", afirmou após apresentação na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec) Rio.

A primeira lista trouxe uma dívida total em torno de R$ 65 bilhões com cerca de 67 mil credores. A nova lista será apresentada pelo administrador judicial que recebeu as habilitações e questionamentos dos credores. Após essa última publicação, os credores ainda poderão questionar os valores dos seus créditos, mas isso será feito diretamente para o juiz responsável pela recuperação judicial da Oi, Fernando Viana, titular da 7ª Vara Empresarial do Rio.

Segundo o executivo, o foco da companhia em 2017 será justamente a aprovação do plano de recuperação judicial. Ele disse ainda que não existe decisão sobre fatiamento de ativos da companhia, após ser questionado sobre a possibilidade de venda por novos acionistas da empresa.

Sobre o plano de recuperação judicial apresentado por um grupo de credores junto com o empresário egípcio Naguib Sawiris na última sexta-feira, diz que ainda está sendo analisado. Ele afirmou que no Brasil "não é comum" que se apresente um plano alternativo. Pela legislação brasileira, apenas a companhia pode apresentar o que será votado em assembleia de credores.

"Estamos encontrando com vários credores, vou encontrar outro grupo hoje que tem também sugestões. Aquilo será analisado dentro desse conjunto para que a gente possa oferecer alguns aperfeiçoamentos do que foi apresentado até o final do primeiro trimestre".

Ele afirmou que sugestões têm sido feitas por diversos credores. "Vamos negociar para que saia do outro lado uma Oi sustentável."

Questionado sobre queda de investimentos em relação aos concorrentes, afirmou que foram feitas mudanças na gestão nos últimos dois anos, com mudanças qualitativas que têm efeitos nos resultados da companhia. O grupo de credor que apresentou o plano na sexta-feira estimou que a Oi investiu R$ 14 bilhões a menos que os concorrentes em seis anos.

"Não sei como foi feito esse cálculo. Esse ano temos desempenho dos investimentos muito ligado à gestão, então pegar só uma variável...a Oi é diferente das demais porque o Capex dela é diferente. Obviamente ficou abaixo, mas o que significam esses R$ 14 bilhões? A Oi não está fora dos padrões de mercado em vários itens", afirmou.

Na apresentação, o executivo afirmou que não houve queda de investimentos pela companhia. O diretor financeiro citou dados do último resultado da Oi, do terceiro trimestre do ano, que mostrou Capex de R$ 3,4 bilhões no acumulado dos nove meses encerrados naquele período, crescimento de 14,3% na comparação com o mesmo período de 2015.

Desafios

O executivo abriu a apresentação comentando que 2016 foi desafiador. Além de ter sofrido os impactos da crise econômica, assim como as suas concorrentes, a empresa entrou em junho deste ano com o pedido de recuperação judicial.

Para Martins, a recuperação judicial contribuiu para mostrar ao mercado que a Oi "operacionalmente tem viabilidade". O diretor citou que o Ebitda de rotina foi de R$ 552 milhões no terceiro trimestre do ano "mostra que a Oi gera caixa". O número representa um aumento de 141% ante o período imediatamente anterior, mas queda de 30,1% na comparação anual.

"O processo de recuperação judicial foi fundamental para mostrar a viabilidade da empresa", disse citando que a companhia teve uma recomposição do caixa no terceiro trimestre, com o não pagamento de dívidas por causa do processo de recuperação. O caixa ficou em R$ 7,1 bilhões, ante R$ 5,1 bilhões ao final do segundo trimestre.

O diretor citou ainda que as mudanças na regulamentação do setor, que foram aprovadas pelo Congresso, atraem investimentos e terão impacto positivo na Oi após a sanção e regulamentação.

A respeito dos impactos da crise econômica, afirmou que o setor de pós-pago está resistindo com a oferta de planos mais adequados, enquanto o B2B sofre mais com os efeitos.





Fonte: IstoÉ

Credores da Oi propõem compra da empresa e aporte de US$ 1,25 bilhão

A proposta se opõe ao plano de recuperação original da empresa e deverá ser aprovada pelo credores e pela Justiça. Acordo foi proposto por donos de títulos de dívida e por bilionário egípcio.

Um grupo de credores da Oi apoiados pelo bilionário egípcio Naguib Sawiris revelou nesta sexta-feira (16) uma proposta alternativa para a recuperação judicial do grupo de telecomunicações Oi.

De acordo com o grupo de credores, o plano foi apresentado nesta sexta-feira à Oi e será encaminhado à Justiça "em breve". A proposta deverá ser aprovada pelo credores e pela Justiça.

O plano prevê que os credores vão assumir controle da Oi em uma operação de troca de dívida por ações na qual R$ 24,82 bilhões em dívida será trocada por 95% do patrimônio líquido da Oi.

Em seguida, o grupo fará um aumento de capital, que pretende levantar US$ 1,25 bilhão em dinheiro novo para a Oi, assumindo imediatamente o controle da companhia brasileira. A dívida restante da companhia será trocada por R$ 5,8 bilhões em novos títulos.

A proposta estabelece que Sawiris se compromete a subscrever US$ 250 milhões em novas ações da Oi a serem emitidas em uma oferta pública, enquanto o grupo de credores se compromete com US$ 750 milhões.

O plano também prevê a retomada dos investimentos da empresa e o parcelamento da dívida de cerca de R$ 20 bilhões da Oi com a Anatel.

"O Plano de Negócios Sawiris contempla investimentos de R$ 37 bilhões pelos próximos 5 anos, a fim de recuperar o atraso com um longo período de baixo investimento, melhorando significativamente as operações, eficiência e qualidade dos serviços aos clientes", disse o comunicado do grupo de credores.

Em comunicado, o empresário egípcio disse que está "satisfeito" em ter desenvolvido nos últimos três meses um plano de negócios que "que abordem a estrutura de capital da Oi e as questões operacionais de uma forma que lhe permita competir com sucesso no mercado brasileiro de telecomunicações após a reestruturação judicial".

Com riqueza estimada em US$ 3,1 bilhões, Naguib Sawiris é considerado o segundo homem mais rico do Egito e o dono da décima maior fortuna da África, segunda a revista Forbes. Ele fundou em Orascom Telecom, uma operadora de telefonia do Egito. O empresário também é dono de uma emissora de TV no Egito, a ONTV, e é o sócio majoritário do canal de TV francês Euronews.

Recuperação judicial

Maior operadora de telefonia fixa do país e quarta maior de telefonia móvel, junto com suas seis subsidiárias, a Oi fez o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil em 20 de junho, com uma dívida estimada em R$ 65,4 bilhões.

A Oi apresentou seu plano de recuperação judicial à Justiça do Rio em 5 de setembro. A proposta desagradou os credores da empresa, que consideram que ela favorecia os acionistas majoritários. Hoje o principal acionista individual da Oi é a Pharol SGPS, a antiga Portugal Telecom, empresa que tentou uma fusão com a Oi e a formação de um grupo internacional de telecom.

Desde então, um grupo de detentores de dívidas da Oi emitidas no exterior, os chamados "boldholders" montou um comitê para estudar uma proposta alternativa para a empresa. Representado pela consultoria financeira Moelis & Company, o grupo reúne cerca de 70 instituições financeiras que detém mais de 40% dos títulos de dívida emitidos pela Oi.

Eles encontraram no bilionário egípcio um aliado, mas ainda precisarão convencer a Justiça e os demais credores de que seu plano é a melhor opção para a Oi.





Fonte: G1.

Petrobras vende fatia na Nova Fronteira por US$ 133 milhões

Estatal vendeu fatia de 49% em joint venture formada com a São Martinho para produção de etanol.

A Petrobras fechou acordo com a São Martinho para venda de sua fatia de 49% na produtora de etanol Nova Fronteira, por um valor estimado de US$ 133 milhões, informou a petroleira nesta quinta-feira (15).

A Nova Fronteira, joint venture formada pela Petrobras Biocombustível (PBIO) e pela São Martinho (com 51%), tem como principal ativo a Usina Boa Vista, localizada em Quirinópolis (GO), dedicada exclusivamente à produção de etanol. A Reuters antecipou na véspera que o negócio seria anunciado nesta quinta-feira.

"Essa operação faz parte do Programa de Desinvestimentos 2015-2016 e será contabilizada para a meta de desinvestimentos do biênio com o valor de 133 milhões de dólares, com base no preço médio ponderado pelo volume dos últimos 30 dias de negociação das ações da São Martinho", afirmou a Petrobras em nota.

Com a venda de participação, a Petrobras já alienou ativos no valor de um pouco mais de US$ 11 bilhões, de um plano que projeta US$ 15,1 bilhões para o biênio 2015-2016, que tem como objetivo reduzir o endividamento.

Pelo acordo, a PBIO, subsidiária de biocombustível da Petrobras , e os demais acionistas minoritários na Nova Fronteira receberão novas ações ordinárias da São Martinho em substituição e na proporção das ações que detêm no ativo negociado.

A São Martinho, um dos maiores grupos do setor sucroalcooleiro do Brasil, emitirá 24.023.708 ações (representando 6,59% do capital social), dos quais 24.000.000 ações serão destinadas à PBIO e 23.708 ações aos minoritários da Nova Fronteira.

De acordo com o comunicado, uma eventual venda de ações da São Martinho pela PBIO não estará sujeita a qualquer restrição e poderá ser realizada futuramente através de um processo estruturado.

O fechamento da operação está condicionado à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Petrobras tem participações em nove usinas de açúcar e etanol no Brasil, incluindo a joint venture com a São Martinho, bem como participação em cinco usinas de biodiesel.

A Petrobras também iniciou negociações com a Tereos Internacional para a venda da participação de 45,9% da Petrobras Biocombustível na empresa do setor sucroenergético Guarani.





Fonte: G1.

Estados em calamidade terão dívida suspensa


Pressionada a agilizar a ajuda aos governadores que decretaram calamidade financeira, a equipe econômica propôs nesta terça-feira, 13, um programa de socorro aos Estados que estão em maior dificuldade financeira. A criação de um regime Especial de Recuperação Fiscal para os Estados em desequilíbrio financeiro foi incluída no texto do projeto de lei que trata do acordo da dívida com os Estados, em tramitação no Senado.

É uma espécie de Proer para os Estados, o programa de salvamento de bancos do governo Fernando Henrique Cardoso. Os Estados terão até 36 meses para ajustar as suas finanças, período que pode ser renovável.

A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, foi na noite desta terça ao plenário do Senado para fazer um corpo a corpo com senadores para levar pessoalmente a proposta. Além das medidas econômicas que o presidente Michel Temer vai anunciar amanhã, essa é mais uma frente da equipe econômica para ativar a economia – a financeira dos Estados tem contribuído para a piora do quadro econômica e das incertezas políticas.

A proposta prevê a suspensão do pagamento das dívidas desses governos à União por 36 meses. Esse período de carência nos pagamentos vai durar enquanto o Estado estiver sob o regime especial – a suspensão dos pagamentos, porém, não poderá ser prorrogada, e a dívida não será perdoada. Em compensação, os governadores terão de adotar algumas medidas, como aumentar a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores para, no mínimo, 14%; congelar reajustes salariais e adotar programa de redução de jornada e de salário.

O relator do projeto da dívida dos Estados, senador Armando Monteiro (PTB-PE), incluiu a proposta no seu parecer. Com as mudanças, a votação do projeto ficou para hoje, por decisão do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

“Fui informado de que o Ministério da Fazenda proporia um regime especial para Estados em dificuldades. Por isso, manifestei de pronto minha disposição em acolher esse regime especial”, disse Monteiro. A instituição do regime especial foi incluída por meio de subemenda apresentada pelo líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP). “O regime vai dar fôlego indispensável para a prestação de serviços nos Estados”, disse.

O relator sinalizou o acolhimento de emenda do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que propõe tempo maior de vigência do teto de gastos nos Estados. A proposta inicial previa duração de dois anos, mas a emenda estendeu para dez anos, com possibilidade de revisão no método de correção no 5.° ano. Essa medida vai ao encontro dos pontos já negociados entre governadores e a União.

A atuação nas negociações teve o empenho maior do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que foi ao Senado para costurar um acordo. Rio Grande do Sul e Minas também pressionam para que a criação do regime seja acelerada. Os empréstimos nos quais o Tesouro deu garantia serão honrados pela União durante a vigência.

A proposta prevê ainda a criação de amarras para garantir que só Estados em grande dificuldade entrem no regime. Os governos estaduais também poderão ter aval do Tesouro para operações de crédito hoje travadas porque o Tribunal de Contas da União é contrário à concessão de garantias para Estados com nota de classificação de risco (rating) baixas.





Fonte: IstoÉ

BNDES fixará limite de dividendos para empresas que tomarem crédito

Regra deve atingir empresas que tomar empréstimo referenciado pela TJLP, que hoje está em 7,5% ao ano, quase metade da taxa básica de juros.

Empresas que tomarem empréstimos do BNDES referenciados na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) terão limites para distribuir dividendos quando estiverem investindo nos projetos, disse nesta segunda-feira (12) a presidente do banco, Maria Silvia Marques.

Segundo ela, o objetivo é garantir que os financiamentos do BNDES sejam destinados prioritariamente para investimentos, em vez de serem canalizados para outros objetivos.

Pela lei, as empresas de capital aberto têm que distribuir ao menos 25% do lucro em dividendos aos acionistas, mas há registros de que tomadores de recursos do BNDES estariam elevando esse patamar durante a fase de investimento, o que poderia atrasar ou comprometer a execução de alguns projetos.

"Nossa ideia é colocar uma restrição à distribuição de dividendos acima de 25% para projetos financiados com TJLP. Num empréstimo com taxa incentivada a gente precisa garantir que esse recurso vai de fato de investimento", disse.

"Se o empresário quiser distribuir mais que 25% durante a carência, ele poderá migrar para taxas de mercado ou quitar empréstimo e distribuir seu dividendo", adicionou.

A executiva anunciou que essa restrição terá algumas exceções e que os detalhes serão divulgados em janeiro.

A TJLP hoje está em 7,5% ao ano, quase metade da taxa básica de juros, a Selic, fixada em 13,75%.

A executiva disse também que o BNDES deve anunciar entre o primeiro e o segundo trimestre do ano que vem parcerias para ampliar a rede de distribuição do BNDES para atender prioritariamente micro, pequenas e médias empresas.

"Um modelo que estamos estudando é, por exemplo, uma grande empresa tomar o dinheiro e repassar o crédito para a rede de franqueados e fornecedores", disse ela.

Medidas para pequenas e médias

Na terça-feira (13), o BNDES vai divulgar as medidas para pequenas e médias, que poderão ser estendidas a empresas maiores, para fins como capital de giro.

A executiva afirmou ainda que os desembolsos do banco devem ganhar impulso em 2017 com a redução dos juros e a retomada do crescimento. Recentemente, executivos do banco projetaram um desembolso esse ano de cerca de US$ 100 bilhões.





Fonte: G1.

“Marca Brasil” cai em ranking internacional por cenário político

Brasil sofreu a maior queda no ranking internacional de marcas, indo da 20ª para a 23ª posição entre 50 países avaliados

Foi no ano de 2016 que o Brasil entrou para a história como o primeiro sul-americano a sediar o Jogos Olímpicos.

No entanto, essa distinção, que seria o auge de uma década de preparação para colocar o País numa vitrine para o mundo, acabou não gerando o resultado esperado.

Diante de uma grave crise institucional e econômica sem precedentes, a “marca” Brasil foi seriamente afetada no cenário internacional.

Um estudo realizado pela consultoria GfK apontou que o Brasil sofreu a maior queda no ranking internacional de marcas, caindo da 20ª posição para a 23.ª, entre 50 países avaliados, na virada de 2015 para 2016.

Com o resultado, a marca Brasil chegou a ser superada até mesmo pela Rússia, país em clara tensão com o Ocidente e ainda sofrendo com embargos internacionais diante da crise ucraniana.

Apesar do resultado geral ruim, a avaliação apontou para resultados positivos em pontos específicos. No que se refere somente à cultura, o Brasil teria a 11.ª marca mais admirada no exterior.

No entanto, quando o assunto é governança, a avaliação é das mais negativas. Nessa classificação, o Brasil caiu da 26.ª posição, em 2015, para a 31.ª colocação, neste ano.

Em outros quesitos, o Brasil ficou em uma posição intermediária, com a 21.ª colocação no que se refere à imagem de seu povo e 18.º lugar no quesito turismo.

No que se refere aos investimentos, o País aparece apenas na 29.ª posição entre as 50 nações pesquisadas pela consultoria GFK.
Líderes

No topo do ranking dos países com a marca mais forte no cenário internacional aparecem os Estados Unidos. Alemanha e Reino Unido completam o “pódio” do levantamento.

Os Estados Unidos recuperaram a liderança do ranking de marcas de países no ano passado, depois de perder a posição para a Alemanha em 2014.

Mas, mesmo para os principais países do ranking, a pontuação também caiu. Para os autores do ranking, as constatações de 2016 mostram mudanças importantes na forma pela qual as pessoas avaliam a reputação de um país.

Nas dez principais posições do ranking aparecem normalmente nações desenvolvidas, em especial países europeus.

“Normalmente, a percepção global sobre países é estável. Mas mudanças podem ocorrer”, disse Simon Anholt, criador do índice de marcas nacionais e autor de diversos livros sobre o assunto.

“É seu impacto no mundo que molda sua reputação, muito mais que suas conquistas, e é isso que estamos vendo agora”, explicou.

“Os países que eram vistos como os mais influentes do mundo estão sofrendo diante da persistência da crise internacional e conflitos”, disse.

Para montar seu ranking, a GfK realizou mais de 20 mil entrevistas pelo mundo. “Nosso estudo mostra como cada nação está posicionada em termos de sua imagem atual e potencial”, disse Vadim Volos, vice-presidente da GfK.




Fonte: Exame.

TCU suspende novas vendas de ativos da Petrobras

Medida cautelar só permite que Petrobras conclua o desinvestimento de cinco projetos e valerá até análise de processo usado pela estatal para venda dos ativos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira (7) uma medida cautelar que proíbe a Petrobras de assinar novos contratos de venda de ativos e de iniciar novos processos de vendas até que a corte analise os procedimentos dos desinvestimentos da estatal.

A cautelar só permite o prosseguimento dos desinvestimentos de cinco projetos: Paraty 1, Paraty 3, Ópera, Portifólio 1 e Sabará, que segundo o ministro José Múcio, estavam em processo final.

Segundo o relator, a unidade técnica encontrou indícios de irregularidades na sistemática usada no procedimento de venda de ativos pela Petrobras. Uma das irregularidade é basear o processo em um decreto, o que, segundo a corte de contas, só pode ser usado para aquisição de bens e serviços e não para alienações.

Múcio destacou que decidiu manter a permissão para a conclusão dos cinco processos em estágio avançado porque a Petrobras informou que a suspensão imediata dos projetos, em especial dos cinco que estão próximos de serem finalizados, teria como consequência a redução de US$ 24 bilhões de entrada de caixa prevista no período 2016 a 2018, investimentos adicionais de US$ 3 bilhões entre os anos de 2017 e 2021 e a necessidade de captação de recursos de US$ 27 bilhões no período de 2017 a 2021.

“Creio ser indiscutível a importância do assunto e a urgência quanto à sua solução. O vulto dos valores envolvidos e a importância da Petrobras para o País justificam a ação imediata, firme e minuciosa desta Corte de Contas”, apontou o ministro em seu voto.

Em seu voto, Múcio afirma que as ações de desinvestimentos da Petrobras “buscam aumentar a liquidez de curto prazo da companhia, com o intuito de reduzir a alavancagem”.

“Até junho deste ano, já haviam sido concluídos 27 negócios, que totalizaram aproximadamente US$ 10 bilhões, sendo a projeção para o biênio de 2015- 2016 de US$ 15,1 bilhões e, para 2017-2018, de US$ 46,2 bilhões”, afirma o ministro no voto.

O ministro destacou ainda que é indiscutível que a situação financeira da empresa requer ações imediatas e efetivas. “O sucesso da política de desinvestimentos da companhia é sabidamente fator determinante para sua recuperação econômica”, afirmou.





Fonte: G1.

EUA impõem multa recorde contra Deloitte Brasil por relatórios falsos.

Empresa de contabilidade pagará US$ 8 milhões a órgão americano

A unidade brasileira da empresa de contabilidade Deloitte admitiu violar legislação e vai pagar US$ 8 milhões a um órgão nos Estados Unidos para resolver acusações civis que afirmam que a empresa emitiu relatórios de auditoria "materialmente falsos" e tentou encobrir os problemas com testemunho falso e arquivos adulterados, anunciaram autoridades americanas nesta segunda-feira.

A Comissão Pública de Supervisão de Companhias de Contabilidade (PCAOB, na sigla em inglês) afirmou que a multa imposta contra a Deloitte Touche Tohmatsu Auditores é a maior penalidade civil já imposta pelo órgão.

Segundo o órgão, a Deloitte emitiu relatório falso de auditoria das contas financeiras de 2010 da companhia aérea Gol e Tele Norte Leste Participações, parte do grupo Oi.

A PCAOB também emitiu sanções contra 12 ex-sócios e representantes da empresa por seu papel no esquema.

Alertada por um informante, a PCAOB havia decidido abrir uma investigação em 2012 sobre a prestação de contas, mas não teve cooperação dos responsáveis locais da Deloitte.

"A Deloitte Brasil fracassou no seu compromisso de proteger os interesses dos investidores, emitindo falsos relatórios de auditoria", afirmou Claudius Modesti, diretor da PCAOB.

Além do acordo com a PCAOB, a Deloitte propôs acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, que aceitou quantia de R$ 5,36 milhões.

Segundo a CVM, em 2012, a PCAOB "constatou que alguns dos papéis de trabalho relacionados às auditorias realizadas na Gol e na TNL estavam com data de salvamento eletrônico posterior à conclusão dos respectivos serviços prestados".

A partir disso a empresa de auditoria iniciou tratativas para fazer acordo com o órgão americano e encaminhou uma "autodenúncia" ao órgão regulador dos mercados brasileiros.

No caso da empresa da Oi, a CVM afirmou que "parcela substancial dos papéis de trabalho relativos aos trabalhos de auditoria realizados nas demonstrações financeiras da TNL não havia sido adequadamente arquivada no sistema, tendo sido mantida em CDs". A Deloitte reconheceu as práticas indevidas de inclusão posterior e alteração irregular e indevida de papéis de trabalho, afirmou a CVM.

Já no caso da Gol, segundo a autarquia, a Deloitte admitiu ter alterado dados sobre reconhecimento de receita por venda de passagens aéreas, que o sistema de reservas não capturava adequadamente o efetivo embarque de passageiros e que tomou decisão de emitir relatório de auditoria sem ressalva devido ao "entendimento de imaterialidade das deficiências".

Em comunicado à imprensa, a Deloitte afirmou que "quando esses fatos foram informados pelo PCAOB, a nova liderança da Deloitte Brasil tomou medidas imediatas, previamente ao acordo, para retirar os indivíduos da firma e para reforçar a cultura ética na organização".

A companhia de auditoria também afirmou que revisões internas e independentes, "bem como as recentes inspeções do PCAOB sobre o trabalho de auditoria da Deloitte Brasil, não identificaram outras quaisquer alterações impróprias de papéis de trabalho, nem comportamento antiético".

Procurados, representantes da Gol não puderam comentar o assunto de imediato.

Já a Oi citou surpresa sobre a notícia envolvendo a Deloitte, mas afirmou que a empresa não recebeu nenhum questionamento sobre seus balanços auditados pela firma entre 2007 e 2011. Desde 2012, o grupo de telecomunicações é cliente da KPMG.

Em comunicado, a Oi afirmou que "não cabe à companhia se manifestar por atividades desta empresa de auditoria independente. A Oi desconhece os termos que levaram ao noticiado acordo da auditoria".




Fonte: O Globo.

Pedidos de falência crescem 11% em novembro, diz Boa Vista SCPC

Requisições de recuperação judicial também tiveram alta no acumulado do ano, de 52%.

O número de empresas que pediram falência ou recuperação judicial aumentou de janeiro a novembro na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (2) pela Boa Vista SCPC. Segundo a pesquisa, o aumento da quantidade de pedidos de falência no acumulado do ano foi de 11,7%. Já as requisições de recuperação judicial subiram 52,9%.

Em 12 meses, os pedidos de falência subiram 10,9%, enquanto os de recuperação judicial aumentaram 53,3%.





No entanto, a Boa Vista SCPC aponta que a tendência é de desaceleração do aumento do número de empresas que solicitam essas medidas. Porém, mesmo com o crescimento menos intenso do que o observado no começo do ano, os números acumulados devem se manter maiores do que os registrados no ano anterior.

Segundo a Boa Vista SCPS, isso aponta que os possíveis efeitos positivos da mudança de cenário econômico devem ter resultado sobre os pedidos de falência e recuperação judicial somente em 2017.

Melhora na comparação anual

Na comparação entre novembro de 2016 e o mesmo mês do ano anterior, a pesquisa mostra que houve queda na quantidade de empresas que pediu falência e recuperação judicial, com recuo de 5,1% e 31,4%, respectivamente.

Já na comparação entre novembro e outubro, houve alta de 2,7% nos pedidos de falência, enquanto as requisições de recuperação judicial tiveram queda de 15,9%.






Fonte: G1.

Firjan diz que metade das indústrias vai deixar o Rio com fim de incentivos.


Um estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio  de Janeiro (Firjan) diz que metade das empresas consultadas pretende deixar o estado caso percam seus incentivos fiscais. A entidade e a OAB vão promover um debate na próxima segunda (5) sobre o tema. O corte é uma das medidas previstas pelo pacote de austeridade de Pezão que vai ser votado pela Assembleia Legislativa ao longo de dezembro.


Fonte: Rev. Veja

Selic cai para 13,75% ao ano. Veja quanto rendem R$ 5 mil

Mesmo com corte, Selic segue elevada, o que beneficia aplicações mais conservadoras, como os CDBs com taxas pós-fixadas, os fundos DI e o Tesouro Selic





São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (30), cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, de 14% para 13,75% ao ano. Mesmo com o corte na Selic, a poupança continua rendendo menos que outras aplicações de renda fixa, que são beneficiadas pelo juro ainda alto.

A decisão do Comitê não surpreendeu o mercado, que já esperava pelo corte de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião deste mês, segundo estimativas reunidas no Boletim Focus do Banco Central. Esta é a segunda redução consecutiva da Selic.

Apesar de o mercado ter apostado, há um mês atrás, na alta de 0,5 ponto porcentual, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, deixou analistas mais cuidadosos e a aposta passou a ser um corte menor, já que o resultado da eleição americana teve forte impacto sobre a cotação do dólar. A alta da moeda americana pode voltar a pressionar a inflação no Brasil.

Apesar de menor, a taxa continua em patamar elevado, o que beneficia aplicações conservadoras, como os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) com taxas pós-fixadas, os fundos DI e o Tesouro Selic, título público negociado pelo Tesouro Direto que paga ao investidor a variação da taxa básica de juros.

Estas três opções têm seu rendimento atrelado à taxa Selic ou à taxa DI (CDI), que é bem próxima ao patamar do juro básico. Já o retorno da poupança só fica atrelado à Selic quando ela é menor ou igual a 8,5% ao ano.

Pela regra atual, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) quando a taxa básica é inferior ou igual a 8,5% ao ano e, quando a taxa é maior do que 8,5%, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês mais a TR.

Veja abaixo quanto seria o valor final da aplicação de 5 mil reais na poupança, no CDB, no fundo DI e no Tesouro Selic em diferentes prazos. Os cálculos foram feitos pelo professor Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper:
PeríodoPoupança*CDB 90% do CDI**Fundo DI com taxa de 1% a.a.**Tesouro Selic****
6 mesesR$ 5.203,36R$ 5.232,28R$ 5.238,99R$ 5.248,60
12 mesesR$ 5.415,00R$ 5.490,68R$ 5.505,20R$ 5.526,00
18 mesesR$ 5.635,24R$ 5.777,91R$ 5.801,50R$ 5.835,34
24 mesesR$ 5.864,45R$ 6.097,06R$ 6.131,18R$ 6.180,22
30 mesesR$ 6.102,97R$ 6.407,04R$ 6.451,89R$ 6.516,47

A TR considerada foi de 2,5% ao ano. Não há desconto de Imposto de Renda nesta aplicação.
** Taxa DI considerada foi de 13,63% ao ano.
*** Houve desconto de uma taxa de 0,5% (CBLC + corretagem) e de Imposto de Renda: 22,5% na simulação para 6 meses, 20% na simulação para 12 meses, 17,50% na simulação para 18 meses e 15% nas simulações para 24 e 30 meses.

Ainda que a poupança seja livre de Imposto de Renda, as simulações feitas acima mostram que as rentabilidades do CDB, fundo DI e Tesouro Selic são maiores do que a da caderneta em qualquer prazo.

Metodologia

Os valores já descontam o Imposto de Renda, que é cobrado em todas as aplicações, exceto na poupança, que é isenta da cobrança. De acordo com a tabela regressiva do IR, para resgates em até 180 dias a alíquota é de 22,5%; de 181 dias a 360 dias o imposto cai para 20%; de 361 dias a 720 dias vai para 17,5%; e acima de 721 dias é aplicada a menor alíquota, de 15%.

As simulações consideram taxas de administração e de remuneração normalmente praticadas no mercado. Mas vale ressaltar que se as taxas forem superiores às usadas nos cálculos e as remunerações forem menores, alguns investimentos podem perder da poupança, ainda que com a Selic em um nível alto essa hipótese seja pouco provável.

Com a mudança nas regras de classificação dos fundos promovida pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em 2015, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria. Com isso, eles foram incorporados à classe de fundos de renda fixa.

Mas como os fundos que acompanham os juros continuam a ser chamados de fundos DI no mercado, o levantamento também manteve a nomenclatura. No entanto, é preciso que o investidor consulte a estratégia de cada fundo para checar se, de fato, trata-se de um fundo que acompanha a flutuação do CDI.

Quanto ao Tesouro Selic, deve-se considerar que, ao comprar qualquer título público, o investidor paga uma taxa de custódia de 0,3% ao ano para a BM&FBovespa, não importa qual seja a corretora escolhida.

O investidor também pode ter de pagar um valor de corretagem, de até 2% ao ano, conforme a instituição financeira. Algumas não cobram essa taxa.