BC dos EUA corta taxa de juros pela primeira vez desde 2008





O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, cortou nesta quarta-feira (31) a taxa básica de juros do país, para entre 2% e 2,25%. Foi o primeiro corte na taxa desde 2008, quando chegou ao piso de 0 a 0,25%. A taxa vinha sendo mantida entre 2,5% e 2,25% desde dezembro de 2018, quando encerrou o ciclo de alta.

No comunicado sobre a decisão o BC dos EUA citou preocupações sobre a economia global e inflação fraca nos Estados Unidos, e sinalizou disposição para reduzir os custos de empréstimo ainda mais caso seja necessário.

Em um comunicado ao fim de sua reunião de dois dias, o Fed disse que decidiu cortar os juros "em face das implicações de desdobramentos globais para a perspectiva econômica, bem como pressões inflacionárias fracas."

Desejo de Trump

Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que o Fed fizesse um grande corte de juros, afirmando estar decepcionado com o banco central dos EUA e que a autoridade monetária o deixou em desvantagem ao não agir mais cedo.

"Gostaria de ver um grande corte e gostaria de ver o aperto quantitativo parar imediatamente", disse Trump a repórteres na Casa Branca. "Estou decepcionado com o Fed. Acho que eles agiram rápido demais, e acho que já foi provado que estou certo... O Fed está frequentemente errado", completou, segundo a Reuters.



Fonte: G1



COMEÇO A FICAR INTOLERANTE COM OS QUE SE ALEGRAM COM O FRACASSO DO PAÍS




Toda manhã, ao ler os jornais, hábito que os mais jovens criticam como próprio da velhice, consumo minha dose de irritação com o desenvolver dos acontecimentos e por ver que a periferia do que é relevante é sempre a matéria de maior destaque nas manchetes jornalísticas.

Leia-se, por exemplo, o caso do ex-presidente Lula. Toda a defesa daquele ex-mandatário concentra-se em ter, o julgador, conversado de forma inapropriada com os promotores federais, o que, de rigor, não alterou o amplo direito de defesa que lhe foi assegurado durante todo o processo nas quatro instâncias. As provas, todavia, constantes dos autos, que serviram à condenação nas quatro instâncias, não são objeto das manchetes, tendo-se, inclusive, a impressão de que os diálogos criminosamente obtidos e conivente e convenientemente veiculados, se verdadeiros, valeriam mais que o fato material objeto da condenação. Como advogado há 61 anos, sempre entendi que a advocacia não tem sido bem tratada por magistrados, imprensa e população, que não percebem a importância do direito de defesa numa democracia.

No caso, todavia, o que menos se discute na imprensa é se haveria ou não prova material condenatória, o que levou um juiz, três desembargadores, cinco ministros do STJ e seis do STF a entender que haveria crime na conduta do ex-presidente.

Outra das minhas irritações reside nas turbulências destes primeiros meses. Aspectos positivos não têm repercussão na mídia, como o da maior safra de grãos, o da entrada do capital estrangeiro na casa de quase US$ 100 bilhões, a existência de saldos altos na balança comercial, a inflação abaixo da média estabelecida, a possibilidade de queda dos juros, o fato de as reservas serem superiores a US$ 380 bilhões, o relatório favorável do FMI sobre o estado das contas públicas, o sucesso nas programações de infraestrutura, a assinatura de um acordo emperrado há 20 anos entre Mercosul e União Europeia, o avanço e a liderança entre as nações na defesa dos valores familiares, a manutenção do combate à corrupção, inclusive até no que demonstra, na linguagem popular, ser pé quente, a vitória da seleção brasileira na Copa América, após anos de insucesso internacional. Até a boicotada reforma previdenciária avança.

Reconheço que a equipe presidencial, sem o traquejo político da anterior, está aprendendo a “andar de bicicleta andando”, mas a busca, da imprensa, por desacertos em cada um dos menores incidentes, que ganham, assim, proporções descomunais, parecem torná-los mais importantes do que alguns dos aspectos relevantíssimos da evolução do país. De longe, para tais caçadores de insucessos, vale mais o que vale menos e vale menos o que vale mais.

Começo a ficar intolerante com os que se alegram com o fracasso do país e que se vangloriam em ver a nação afundar por força de suas, quase sempre, infundadas críticas.

Outra das minhas irritações diz respeito à fantástica cobertura que se dá ao crime cibernético. Um gangster digital invade a privacidade das pessoas, regiamente financiado, utiliza-se do sigilo da fonte para que um jornalista, a conta-gotas, vá revelando o produto de seu crime e tal crime e tal parceiro do criminoso são alcandorados pelos que dizem que a mídia vive das más notícias, pois as boas não vendem jornal. De tal maneira, nenhuma cobertura se dá à investigação dos delinquentes da privacidade alheia. Não compartilho da teoria de que os fins justificam os meios, pois gera uma enorme insegurança jurídica, e o ideal de justiça, que é o desiderato maior do Direito, fica pisoteado, transformando-se em uma briga mesquinha pelo poder entre amigos e inimigos.

Tudo isso para um velho advogado de 84 anos gera desconforto, pois, neste final de vida, percebo que o país terá ainda que evoluir muito para viver a democracia que desde os bancos acadêmicos minha turma almejava para o Brasil.

“The last but not the least”, impressiona-me a crítica cerrada de determinada imprensa a ter o presidente declarado que não financiará um filme que enaltece a prostituição como meio de vida, por entender que a família é a base da sociedade e o filme ser corrosivo e deletério aos valores da família. Ora, o que o presidente declarou é o que está na Constituição, ao dizer que a família é a base da sociedade (artigo 226 caput) e que os meios de comunicação deverão ser utilizados para a defesa dos valores éticos da família e da sociedade (artigo 221, inciso IV). Não tem o menor sentido gastar dinheiro do povo para divulgar prostituição. É de se lembrar que a queda das grandes civilizações deu-se quando os costumes se deterioraram, com as mulheres prostituindo-se nos templos da Babilônia para conseguirem dotes para seus casamentos, assim como com o relaxamento dos costumes em Atenas, que terminou perdendo a guerra do Peloponeso para Esparta, e com a degradação familiar no Império Romano Ocidental, como Políbio referiu-se em seus escritos. Ora, ao cumprir o que determina a Constituição, valorizando a família — criou, inclusive, uma Secretaria Nacional da Família —, está o governo cumprindo rigorosamente a lei suprema. É preferível gastar dinheiro do povo com a saúde e educação do que com filmes dessa natureza.

Concluo estas linhas afirmando que em nenhum momento defendo preferências de magistrados pelos membros do Ministério Público ou desequilíbrio de tratamento entre o parquet e advocacia, como demonstrei no livro que coordenei com Marcos da Costa, intitulado A Importância do Direito de Defesa para a Democracia e a Cidadania, com a colaboração de ilustres advogados e juristas brasileiros. Toda a verdade deve ser apurada. Entendo, todavia, que os brasileiros deveriam dar aos fatos conhecidos a sua devida relevância, sem riscos de manipulação, seja pelos criminosos cibernéticos, seja pelas autoridades dos Três Poderes, pela mídia, por partidos políticos ou pelos formadores de opinião. Só assim poderemos entregar a nossos filhos e netos um país melhor do que o que recebemos de nossos ancestrais.



Ives Gandra da Silva Martins

“Super Quarta” deve ter cortes de juros no Brasil e nos EUA





Os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos devem reduzir a taxa básica de juros de seus países, nesta quarta-feira (31). Essa possibilidade tem trazido volatilidade para os mercados financeiros, que têm chamado o dia de Super Quarta. Não é para menos.

Se a expectativa se confirmar, os brasileiros vão conviver com a menor taxa de juros desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) foi criado, em 1996. Hoje, ela já está no piso histórico, a 6,5%. Já os americanos não veem uma queda nos juros há 11 anos.

Esse fato, inclusive, tem sido alvo de críticas por parte do presidente Donald Trump, que culpa a autoridade monetária (Federal Reserve ou simplesmente Fed) pela redução no ritmo de crescimento da maior economia do mundo.

O Fed já deu indícios de que a combinação entre incertezas comerciais, o fraco crescimento global e o baixo nível da inflação americana (que ficou em 1,5% em maio) pode ser o gatilho para o início de um ciclo de cortes de juros, que atualmente estão entre 2,25% e 2,5% ao ano.

Quase 80% dos agentes de mercado consultados pela bolsa de Chicago disseram que esperam uma redução de 0,25 ponto percentual (p.p.), nesta quarta. A base do argumento é que uma inflação tão baixa possa levar a uma recessão da economia.

Durante o ápice da crise econômica, que teve como estopim a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008, o Comitê Monetário dos Estados Unidos (Fomc) manteve os juros próximos de zero até 2015. A partir daí, subiu a taxa nove vezes para os atuais 2,25% a 2,50%.

No Brasil, o Copom tem mantido os juros em 6,5% nas últimas 10 reuniões, à espera de possíveis mudanças na trajetória da inflação. Como o índice de preços tem se mantido controlado e a economia, fraca, investidores, economistas e palpiteiros veem uma oportunidade para a autoridade monetária cortar a Selic. A dúvida é com qual intensidade.

Se for analisar os contratos futuros de juros, que são negociados diariamente na bolsa, a principal aposta é de um corte de 0,5 p.p., que levaria a Selic para 6% ao ano.

Em sua reunião de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já havia indicado que, caso a Previdência avançasse na Câmara, a Selic poderia cair. Isso porque a aprovação da reforma abre espaço para um reequilíbrio das contas públicas, reduzindo o risco de a inflação voltar a acelerar.

O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic com o objetivo de buscar o cumprimento da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional. Para 2019, a meta de inflação é 4 25%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo (ou seja, o índice pode ficar entre 2,75% e 5,75%). Quando a inflação está alta ou indica que vai ficar acima da meta, o Copom eleva a Selic. Com isso, os juros bancários tendem a subir freando o crédito e o consumo. Assim, a inflação costuma cair.

Os dados mais recentes, porém, mostram que a inflação segue acomodada no Brasil. Para completar, a atividade econômica continua fraca. Em junho, o BC já havia alertado que o processo de recuperação da atividade foi interrompido.

Tamanho do corte

Não há, entretanto, consenso entre especialistas. Levantamento da Bloomberg com 31 casas mostra 16 projeções de corte de 0,25 p.p., 12 analistas que esperam redução de 0,50 p.p. e outros três que acreditam que o Copom vai manter a Selic em 6,5% ao ano.

Em outro levantamento, feito pelo Projeções Broadcast com 55 instituições financeiras, 51 esperam pelo corte dos juros na noite de hoje e apenas 4 projetam estabilidade. Entre aquelas que preveem juros menores, 27 aguardam corte de 0,25 ponto porcentual (6,25% ao ano) e 24 apostam em 0,50 ponto (6%).

“Em geral, os bancos centrais começam novos ciclos de corte com medidas mais conservadoras. Acredito em corte de 0,25, e não de 0,50”, disse o economista-chefe do Haitong Banco de Investimento Brasil Flávio Serrano.

Para ele, o BC tende a adotar um corte total de 1 ponto porcentual dos juros nos próximos meses, até 5,50% ao ano, o que conduziria a inflação em 2020 para perto de 4%.

“Acho que é hora de cortar juros”, avalia o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Langoni. “A inflação corrente está baixa e a atividade econômica está rodando abaixo das expectativas. E o mais importante: a reforma da Previdência está praticamente definida”, justifica.

Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmaram que, embora o projeto de reforma ainda possa ser alterado, a percepção é de será aprovado e algum ajuste será feito nas contas públicas. Pelo texto atual, a economia com a reforma seria de R$ 933,5 bilhões em dez anos.

A redução dos juros não tem efeito imediato na economia. “Do começo da crise até agora o Brasil já derrubou a Selic de 14,25% para 6,5% ao ano e a economia está praticamente parada. E 0,25 ponto ou 0,50 ponto não vão mudar as coisas”, afirma a economista-chefe do XP Investimentos, Zeina Latif.



Fonte: Exame

Acordo sobre açúcar pode sair neste ano





A visita do secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, ao Brasil nesta semana deve acelerar as conversas sobre um incremento no comércio entre os dois países. Nesta quarta-feira (31) Ross será recebido pelo presidente Jair Bolsonaro e pela equipe econômica. 

Um dos assuntos na pauta, segundo fonte do governo, é o aumento, por parte dos americanos, das aquisições de açúcar e etanol brasileiros. Em troca, o Brasil incrementaria as compras de trigo. A ideia é tentar anunciar o acordo em outubro, durante o Brasil Investment Forum.

O objetivo é aprofundar a conversa de forma, primeiro, a garantir que acordos já vigentes sobre o assunto com estados americanos, mas que não estão sendo aplicados, sejam efetivamente implementados. "Mas vamos ter conversas sobre aumento de volume e cronograma", disse a fonte.

Na última terça (3), em encontro com empresários na Amcham (Câmara Americana de Comércio), Ross recebeu uma lista de propostas para melhorar a relação comercial entre os dois países. Entre elas está um acordo de livre-comércio gradual --inicialmente sem a discussão de tarifas--, um entendimento para colocar fim à dupla tributação de lucros, dividendos e royalties e um acordo de investimentos.

Os empresários --a Amcham representa cerca de 5.000 empresas-- pedem proteção adicional aos fluxos de investimentos entre os dois países. Além disso, querem a participação do Brasil no programa Global Entry, que oferece facilidades para a entrada de executivos nos EUA.

Na lista estão ainda medidas de facilitação de comércio para reduzir burocracias, custos e prazos no comércio bilateral.

"Tais ações poderiam incluir desde entregas de curto prazo, como o reconhecimento mútuo entre Operadores Econômicos Autorizados (OEA) para agilizar trâmites aduaneiros entre os dois países, até a negociação de regras comuns, com ênfase em temas como a compatibilidade de sistemas de comércio exterior", diz o documento.

Há também propostas de cooperação regulatória, sobretudo em relação aos produtos com maior valor agregado; a negociação de regras comuns sobre barreiras não tarifárias; e a conversão do projeto piloto sobre análise acelerada de patentes em acordo permanente.

A Amcham também pede continuidade do apoio americano à admissão do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E uma agenda bilateral em temas como comércio, investimento, defesa, segurança, energia, agronegócio e infraestrutura.

Digital 

Outro assunto que deve ser tratado na reunião entre o governo brasileiro e Ross é um possível acordo sobre comércio digital de serviços. Na lista, estão desde games até venda de projetos de arquitetura e design entre os países, por exemplo.



Fonte: Estadão

Estados se unem para mudar proposta de reforma tributária da Câmara





Pela primeira vez, os Estados e o Distrito Federal devem se unir e fechar um texto com sugestões de mudanças à proposta de reforma tributária que está na Câmara dos Deputados. A PEC 45 foi desenhada pelo economista Bernard
Appy, do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF).

A posição final dos governadores deverá ser aprovada amanhã, em reunião dos secretários de Fazenda em Brasília. Segundo o secretário de Fazenda do Piauí e presidente do Conselho de Secretários de Fazenda (Consefaz), Rafael Fonteles, as alterações estão relacionadas à exclusão da União do comitê gestor do novo imposto e à manutenção de benefícios tributários, como o da Zona Franca de Manaus.

“Eu dizia sempre que haveria uma ampla maioria, mas eu não esperava 26 Estados e o Distrito Federal. Os pontos principais foram todos fechados. O que vamos discutir é questão de redação”, disse Fonteles. “Independentemente de qual será a proposta, pelo menos nos itens que interessam aos Estados, teremos um texto pronto. Com opinião unânime, será mais fácil para os parlamentares aderirem à tese.”

O economista Bernard Appy disse que é muito “positivo” que os Estados fechem um acordo em torno do tema. “Isso nunca aconteceu antes”, disse. Embora defenda o modelo de sua proposta, Appy reconheceu que “reforma boa é a possível de passar no Congresso”.

Na proposta de Appy, os Estados querem que o comitê gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – o novo imposto que une ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI – não tenha a participação da União. Segundo Fonteles, a experiência do Simples Nacional – que reúne tributos cobrados pelas três esferas de governo para pequenas empresas – não foi favorável aos Estados e municípios. “Deixar de ter um imposto iminentemente estadual seria fragilizar muita a questão federativa.”

Os governadores também querem a manutenção do tratamento tributário diferenciado da Zona Franca de Manaus. O IBS, proposta na PEC 45, de autoria do líder do MDB, Baleia Rossi (SP), não prevê nenhum tipo de incentivo fiscal.

Governo

Já a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja enviar uma proposta apenas com abrangência de tributos federais. “Diminuir a carga tributária está nos nossos planos, diminuir um pouco o imposto de renda. Fazer um imposto único é difícil, mas buscar o menor número de impostos. E tratar apenas de impostos federais, que todas as vezes que tentamos tratar de impostos estaduais e municipais não foi possível resolver esse assunto”, defendeu nesta segunda-feira, 29, o presidente Jair Bolsonaro, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais enquanto cortava o cabelo.

Segundo Fonteles, se a proposta do governo federal avançar com a unificação somente dos tributos federais, os Estados vão buscar um modelo dual (de Estados e municípios) com a criação de um IVA do ICMS e ISS.

A ideia dos Estados é que a proposta seja feita por meio de uma emenda à PEC 45. Os governadores em reunião no fórum a ser marcado, provavelmente na próxima semana, é que vão decidir o melhor encaminhamento político.

O presidente do Consefaz acredita que a votação pelo primeiro turno na Câmara poderá ocorrer até o fim do ano. Para ele, a grande novidade agora para a reforma tributária é o protagonismo do Congresso e a união dos Estados em torno de uma proposta, algo inédito nas ultimas décadas. “Sempre foi um entrave nos Estados. O fato é que chegamos numa situação que todos concordam, que temos de ceder aqui e acolá para aprovar um novo modelo”. “Pode não mexer na carga tributária agora, mas que no mínimo a simplificação aconteça”, disse.

Os Estados também defendem que parte da arrecadação do novo imposto (IBS) seja direcionada para um fundo de desenvolvimento regional. Esses recursos seriam usados para compensar Estados, sobretudo do Norte e do Nordeste, na perda de receitas com as novas regras. Hoje, os Estados usam isenções e reduções do ICMS para atrair empresas.





Fonte: Estadão

BNDES acelera e bancos esperam R$ 35 bi em vendas no semestre





O início da gestão do novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, tem sido em ritmo acelerado. Na última semana, reuniu-se com os presidentes de bancos de investimento e atacado, fez novas contratações para a área de mercado de capitais e espera-se que anuncie em breve operações de desinvestimento.

Os bancos estão de olho em uma série de mandatos robustos do BNDES, como a venda das participações em Petrobras e JBS, que já devem ser iniciadas neste ano, conforme o Valor apurou. Também visam outros mandatos menores que acreditam que podem sair mais rápido, como Copel e Cemig. Além disso, há participações em fundos de private equity e em empresas de capital fechado que devem ser negociadas. A expectativa é que cerca de R$ 35 bilhões venham a mercado neste segundo semestre, conforme quatro fontes.

Montezano recebeu no escritório do banco em São Paulo na semana passada os principais executivos de Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Citi, J.P. Morgan, Credit Suisse, XP Investimentos, Morgan Stanley, BTG Pactual e Brasil Plural, em reuniões separadas. Do Itaú, por exemplo, participaram o presidente Candido Bracher e o principal executivo do Itaú BBA, Caio Ibrahim. Outros bancos, como Citi e BTG, levaram também os executivos à frente das áreas de mercado de capitais e de crédito corporativo.

"O tema principal foi monetização de ativos, mas ele também abordou financiamento de infraestrutura, o que pode ter de melhoria nisso, que tipo de estrutura", diz um executivo que participou da rodada.

Na última semana, André Laloni, até então vice-presidente de finanças da Caixa, anunciou sua partida para o BNDES. Lá, assumirá a diretoria de crédito e de investimentos - uma atuação um pouco mais abrangente da que era tocada por Eliane Lustosa. Laloni ficou sete meses na Caixa, onde coordenou desinvestimentos da ordem de R$ 17 bilhões e deu início à preparação de quatro subsidiárias para uma oferta pública inicial (IPO).

Sua breve passagem pela Caixa ficou marcada pela velocidade nos processos, com reuniões noite adentro e processos de seleção de assessores financeiros aos fins de semana para viabilizar operações em prazos curtos. "Dou um mês para começarmos a receber RFPs", diz um banqueiro sobre o ritmo acelerado de Laloni e o que pode imprimir no BNDES, usando o jargão em inglês para propostas de coordenação de ofertas e vendas - "request for proposal". Mas ainda não há, de fato, contratação de sindicatos, ressaltou um banco.

Também integrou a equipe este mês outro nome que animou o mercado financeiro. Leonardo Cabral assumiu a diretoria de privatizações - ele era sócio da gestora LaPlace Finanças e já comandou a área de fusões e aquisições do Credit Suisse e da Ambev.

Os bancos avaliam que, pelo tamanho da participação detida na Petrobras, esse desinvestimento terá que ser feito de forma paulatina. As ações detidas por BNDES e BNDESPar somam R$ 50,52 bilhões e, na avaliação dos banqueiros, para se desfazer desse montante o banco terá que dividir em duas ou três tranches ao longo de um período de 24 meses,  pelo menos - para evitar um impacto relevante nas ações. Uma das tranches está prevista para acontecer ainda este ano. O BNDES faz parte do grupo de controle, mas se vender todas as ações o governo federal continuará tendo mais de 50% das ações ordinárias.

Outra grande expectativa do mercado é a venda da fatia de 21,32% na empresa de alimentos JBS, correspondente a R$ 14,7 bilhões. Em dezembro, acaba o acordo de acionistas entre a BNDESPar e a holding J&F - instrumento que permitiu ao banco vetar uma reorganização societária que colocaria a sede da empresa no exterior em 2016. Analistas avaliaram na época que isso poderia reduzir custos tributários da companhia e destravar valor adicional com uma listagem em bolsa internacional.

"O BNDES pode se desfazer dos papéis no curto prazo aproveitando que as ações da JBS negociam perto da máxima histórica ou pode esperar o fim do acordo e a concretização desse plano antigo da empresa, se entender que isso pode valorizar o papel e dar porta de saída", diz o diretor de um banco de investimento. O Valor apurou que a nova equipe do BNDES avalia vender uma parte disso ainda este ano, mas não há qualquer decisão ainda. O acordo é válido desde que o banco mantenha fatia de 15% na JBS - então, pouco mais de R$ 4 bilhões estariam desvinculados.

De acordo com dois bancos, outras operações, no setor elétrico, podem ser efetivadas mais rapidamente - como a venda das ações na Copel e na Cemig. Enquanto a ação da primeira está nas máximas, a Cemig está longe desse marco - mas eles ponderam que é o melhor patamar desde meados de 2015. Nas duas companhias, a posição do BNDES soma R$ 4,42 bilhões.

"Já Eletrobras não deve vir tão cedo e Energisa é uma operação mais complexa, um pouco em ações e parte em debêntures conversíveis", diz um executivo. Outras posições relevantes do banco são 33,74% do frigorífico Marfrig, 11% da produtora de papel e celulose Suzano e 6,3% na mineradora Vale - mas assessores financeiros veem necessidade de melhora de preço.

O banco pode se desfazer ainda de participações em projetos de infraestrutura, percentuais acionários menores em companhias (que podem ser feitos em bolsa de forma pulverizada ou por venda em bloco e não demandam organização de oferta) e participações em fundos de investimento. BR Malls, Gerdau, Klabin, Engie, MRV, Cyrela são algumas dessas posições em empresas abertas. Dentre as fechadas, estão Hidrovias do Brasil, Granbio e Iguá Saneamentos. Soma ainda participação em 42 fundos de private equity que podem ter negociação secundária.

Em seu discurso de posse, Montezano falou em se desfazer de até R$ 100 bilhões em participações em empresas. Se esse ritmo esperado se concretizar de fato, os bancos de investimento estimam que o BNDES  possa movimentar algumas dezenas de bilhões de reais já neste segundo semestre. "Se o plano andar, seria razoável falar em R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões em desinvestimentos este ano, um volume que o mercado teria capacidade de absorver e que não atropelaria processos no banco", avalia outro banqueiro.



Fonte: Valor

Cresce aposta em corte da Selic para 6%




A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados tirou da frente do Banco Central (BC) uma das principais fontes de risco, abrindo espaço para que a autoridade inicie já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) um novo ciclo de corte da Selic. Sem essa incerteza, o BC vai conseguir responder diretamente ao quadro macroeconômico: inflação caminhando para ficar abaixo da meta e a atividade insistentemente fraca.

Pesquisa com economistas realizada pelo Valor mostra que a expectativa de corte na taxa Selic, hoje em 6,5% anuais, na próxima semana é praticamente consenso e que o movimento inicial poderá ser, inclusive, mais intenso do que se imaginou inicialmente. Do levantamento com 48 economistas, 44 (ou 92% do total) esperam corte da Selic. E a maioria tem apostas mais ousadas: 25 casas, ou 52%, esperam redução de 0,50 ponto percentual. O Copom anuncia na próxima quarta-feira sua decisão sobre o rumo dos juros.

Fatores externos e internos abrem espaço para a retomada do ciclo de corte de juros no país, segundo Camila de Faria Lima, economista-chefe da Canvas Capital. Ela afirma que, do lado externo, a perspectiva de desaceleração da economia global e os planos cada vez mais disseminados de diferentes bancos centrais de retomar uma política monetária mais acomodatícia são fatores que abrem espaço para o Copom buscar um estímulo monetário maior.

Um exemplo disso foi a sinalização ontem do Banco Central Europeu (BCE), após sua reunião, de que seu próximo movimento na política deve ser de corte de juro, além de estar preparando a retomada do programa de recompra de ativos - embora o discurso de seu presidente, Mario Draghi, tenha frustrado investidores com seu tom considerado menos "dovish" (inclinado ao afrouxamento). Também é esperado que o Fed (o BC dos EUA) caminhe na mesma direção na próxima semana e ajuste os juros básicos.

Leonardo Porto, economista-chefe do Citi, vê um cenário externo ainda benigno. Além do movimento dos maiores BCs, ele destaca a acomodação de riscos provenientes das tensões comerciais. O ambiente interno também fornece uma série de variáveis, que corroboram o cenário de queda da Selic, segundo o profissional. "Progresso no quadro de reformas estruturais, quadro de demanda agregada ainda bastante frágil com a economia operando com alto nível de ociosidade e, por fim, a suavização da volatilidade de ativos brasileiros, como o câmbio, e consequentemente da inflação e suas expectativas no horizonte relevante."

Dados macroeconômicos que foram divulgados ao longo desta semana influenciaram os cenários tanto dos economistas quanto dos investidores, que aceleraram as aposta na queda da taxa básica. O destaque foi o IPCA-15 de julho, que funciona como antecedente da inflação oficial do país, que avançou apenas 0,09% no mês e ficou abaixo da expectativa do mercado. No acumulado de 12 meses, o índice está em 3,27% e sinaliza que a inflação pode ficar bem abaixo da meta de 4,25% de 2019.

Atualmente, a curva de juros futuros dos contratos negociados na B3 indica um corte de 0,42 ponto percentual na reunião da semana que vem e uma queda de 1,25 ponto em 2019.

Na esteira do quadro macroeconômico local e externo, já começam a surgir algumas apostas ainda mais ousadas para o novo ciclo de corte de juros. O Bank of America Merrill Lynch revisou seu cenário base e passou a projetar a Selic abaixo do patamar de 5% no fim do ano, aos 4,75%. A mudança segue a revisão da projeção de crescimento do PIB, que saiu de 1,2% para 0,7%. "Vemos uma mudança importante no cenário externo, com o afrouxamento monetário global. Em particular, vemos a diminuição do risco de valorização do dólar americano e desvalorização das moedas emergentes com as sinalizações do Fed", diz David Beker, chefe de economia e estratégia para Brasil e América Latina do BofA.

Já as projeções dos economistas consultados para a Selic no fim de 2019 são bastante dispersas, indicando que ainda não está claro para o mercado o ritmo e a profundidade do ciclo de cortes. Dos 48 profissionais, 38% esperam que a taxa esteja em 5% no fim do ano e 31% esperam que a taxa chegue aos 5,50%.

Uma dúvida para esta reunião é se o Banco Central irá dar sinais mais firmes sobre os próximos passos da política monetária. Silvio Campos Neto, economista da Tendências, acredita que não. "É razoável que o Copom procure manter o controle das expectativas e evitar uma queda ainda mais acentuada da curva de juros", diz.

Entre os fatores em defesa de um posicionamento desse por parte do BC, diz o economista da Tendências, está o patamar historicamente já baixo da taxa básica, fazendo-se necessário monitorar a reação da economia e dos mercados a níveis nunca antes alcançados. Ele destaca ainda as incertezas sobre o desfecho da reforma da Previdência no Congresso, as incertezas sobre como será o comportamento da economia brasileira a partir da aprovação da reforma e da superação de choques ocorridos nos últimos meses.

São poucas as casas que esperam estabilidade na taxa na próxima semana. A REAG Investimentos é uma delas. Simone Pasionotto, economista-chefe da casa, defende que o regime de política monetária não deve ser indexado a decisões do Congresso, ou seja, o andamento da reforma previdenciária não deve ser atrelada ao início do ciclo de corte de juros.



Fonte: Valor

Privatização da BR Distribuidora cria modelo de negócios inédito no Brasil





A privatização da BR Distribuidora inaugurou um novo modelo de negócios no Brasil: o de empresa de controle pulverizado, mas com um sócio estatal como principal acionista. O esqueleto dessa nova companhia foi desenhado pela Petrobrás antes da privatização da sua subsidiária, que aconteceu terça-feira

Elaborado pela estatal e aprovado em assembleia de acionistas da BR no início de junho, o novo estatuto define o que será a distribuidora daqui para frente: uma empresa controlada por um conselho de administração e diretoria. Já as práticas comerciais pouco devem mudar, dizem especialistas. 

A Petrobrás se desfez de 30% do capital da BR com a venda de ações da empresa no mercado financeiro por R$ 8,56 bilhões, mas manteve participação de 41,25%. Com a venda de mais um lote residual de ações, a arrecadação deve alcançar R$ 9,6 bilhões. A presença estatal na distribuidora, por sua vez, irá cair ainda mais, para até 37,5%. De qualquer forma, a petroleira deixou de ser a acionista controladora da BR, ao mesmo tempo em que manteve o posto de maior acionista individual.

Com a privatização, a maior parte das ações da BR Distribuidora passa a estar diluída entre diferentes investidores. Caberá aos nove membros do conselho de administração da companhia e aos seis diretores, incluído o presidente, definir os rumos da empresa. O novo estatuto social prevê ainda a criação um comitê de governança corporativa e que metade do conselho será composto por membros independentes. Ao inserir essas duas condições no estatuto social, a Petrobrás buscou sinalizar a potenciais investidores que não haverá interferência do governo na BR.

“Esse modelo de composição acionária pode funcionar como um projeto piloto para várias estatais”, diz José Roberto Faveret, sócio do escritório Faveret Lampert, especialista no setor de petróleo e gás. “É interessante porque o centro de decisões continua a ser local.” Ele diz ainda que deve acontecer um período de aprendizado na convivência entre os sócios. Mesmo como principal acionista, a influência da Petrobrás vai ser limitada. “Existem ferramentas legais para evitar os abusos”, disse. “A estatal pode, por exemplo, ser impedida de participar de votações que tenham conflito de interesse.”

A BR deverá convocar uma assembleia de acionistas após a divulgação dos resultados financeiros, no dia 31 de julho, para reafirmar a atual gestão ou trocar alguns nomes, segundo uma fonte próxima ao assunto. A tendência, disse a fonte, é que a atual diretoria permaneça no cargo, já que foram todos empossados neste ano e a maioria deles construiu carreira na iniciativa privada.

Gestores

Até lá, quem manda na empresa é o atual presidente Rafael Grisolia, engenheiro de produção, que já passou pela ExxonmMobil, Cosan, Cremer e Grupo Trigo. Ele entrou na BR em agosto de 2017, durante a gestão de Pedro Parente. Em junho de 2018, Grisolia foi convocado para ocupar a diretoria financeira da Petrobrás, na gestão de Ivan Monteiro. Em maio de 2019 voltou para a BR, no cargo de presidente.

Para o consumidor final dos combustíveis vendidos pela BR e para as suas concorrentes, a privatização não deve ter efeitos práticos no curto prazo, mas pode contribuir para ampliar a competição no setor, segundo o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ (GEE-UFRJ) Edmar Almeida. “O que muda é a percepção de risco”, disse. “Com mais transparência e confiança maior na regra do jogo, o setor de revenda fica mais atrativo a novos concorrentes e aumenta a qualidade e a intensidade da competição.”

Para Carolina Fidalgo, professora de Direito Público da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e sócia do escritório Rennó, Penteado, Reis & Sampaio Advogados, a grande mudança com a privatização é que a BR vai ser liberada dos sistemas de controle estatais, como da exigência de promover licitações e realizar concursos públicos. Além disso, diz ela, o Tribunal de Contas da União (TCU) vai rastrear apenas os negócios e gastos relativos à participação da Petrobrás na distribuidora.

Já a equipe do BTG Pactual, em relatório, destacou o desafio de melhorar as margens de lucro, num mercado hoje marcado pela competição. “Apesar de continuar sendo um bom negócio, o segmento de distribuição de combustíveis não vai mais repetir os fortes retornos financeiros do passado”, escreveram os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares. 

Petrobrás vende polos por US$ 1,5 bi

A Petrobrás vendeu na quarta-feira, 24, mais dois campos produtores de petróleo e gás natural por US$ 1,5 bilhão. Foram vendidos os polos de Pampo e Enchova, na bacia de Campos, por US$ 851 milhões para a americana Trident e o campo de Baúna, na bacia de Santos, por US$ 665 milhões, para australiana Karoon. “Vamos ver aumento significativo da produção de petróleo nessas áreas”, disse Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Em dois, três anos vamos ver produções triplicando facilmente. ''




Fonte: Estadão

BR Distribuidora não é mais controlada pela Petrobrás





BR Distribuidora não é mais controlada pela petroleira brasileira Petrobrás. A estatal brasileira concluiu nesta terça-feira, 23, a oferta de vendas de ações da companhia (operação conhecida como folow on), em uma operação avaliada em  cerca de R$ 9,6 bilhões no mercado, segundo fontes. 

A fatia da companhia cairá de 70,3% para cerca de 37,5%. Líder em distribuição de combustíveis no País, a BR planejava desde o início do ano fazer uma oferta de novas ações no mercado, como antecipou o Estado em abril. A transação foi conduzida pelos bancos JP Morgan, Bofa (Bank of America Merril Lynch), Credit Suisse, Citi, Itaú BBA e Santander

Desde dezembro de 2017, a BR Distribuidora deixou de ser uma estatal puro sangue ao listar suas ações na B3, bolsa paulista. Foi quando a companhia protagonizou a maior operação de mercado ao levantar R$ 5 bilhões na abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). A operação foi considerada o maior IPO desde 2013, quando o BB Seguridade captou R$ 11 bilhões.

Desinvestimento 

Com a operação concluída nesta terça-feira, 23, a Petrobrás acelera ainda mais os planos de desinvestimentos. A companhia levantou recentemente US$ 8,5 bilhoes com a venda da TAG e pretende levantar mais de US$ 10 bilhões com a venda de oito refinarias.A empresa também deverá vender suas distribuidoras de gás canalizado, processo que já está em andamento - empresas ouvidas pelo Estado estão esperando a petroleira formalizar a oferta.




Fonte: G1


Em dois meses, BNDES quer abrir ‘caixa-preta’




O primeiro passo do novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, para abrir a “caixa-preta” da instituição, tarefa definida por ele próprio como “meta zero”, de máxima prioridade, será pesquisar sobre o tema. É necessário saber como e quando o BNDES começou a ser identificado como “caixa-preta”, disse Montezano na segunda-feira, 22, durante reunião com o senador Álvaro Dias (Podemos-PR). 

“Esperamos que, em até dois meses, até setembro, a gente possa vir aqui para a população (...) com o resultado final desse trabalho já está em curso”, disse Montezano, em transmissão em vídeo da reunião, afirmando que o nível de transparência da instituição tem de ser de 110%. 

Montezano disse que Dias “foi uma das primeiras pessoas” a levantar a bandeira de transparência do BNDES. O senador pediu apoio para um projeto de lei para retirar o sigilo bancário de empréstimos que envolvam recursos públicos.

A demora em “abrir a caixa-preta”, especialmente sobre os empréstimos para obras no exterior, em países como Cuba e Venezuela, seria um dos motivos para o presidente Jair Bolsonaro ter feito críticas à gestão anterior do banco de fomento no mês passado. Joaquim Levy, que ocupava a presidência do BNDES, pediu demissão. 

A tarefa de Montezano não será fácil, por duas razões: o banco já ampliou a divulgação de informações e também pelo fato de que auditorias e operações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) ainda não comprovaram irregularidades envolvendo funcionários do BNDES. 

Apesar das críticas de Bolsonaro, a divulgação de informações públicas sobre as operações do BNDES cresce desde a gestão de Luciano Coutinho, ainda nos governos do PT – o processo foi acelerado a partir de 2015, quando, além de valores contratados, prazos, juros e garantias dos empréstimos passaram a ser divulgados.

A partir daí, grande parte dos avanços se deu na apresentação dos dados no site do banco. Na gestão de Levy, a primeira tentativa de abrir a “caixa-preta” veio em janeiro e envolveu a divulgação da lista dos 50 maiores clientes do BNDES no site do banco. O ranking, que chegou a ser compartilhado nas redes sociais por Bolsonaro, já havia sido publicado no “Livro Verde”, lançado em julho 2017, na gestão de Paulo Rabello de Castro.


Fonte: Estadão

Empresa aérea de baixo custo anuncia operação no Rio de Janeiro





A empresa aérea argentina de baixo custo Flybondi anunciou, o lançamento de sua nova rota que conectará Buenos Aires ao Rio de Janeiro. Serão três voos semanais a partir do dia 11 de outubro. O anúncio foi feito durante encontro entre o governador Wilson Witzel e diretores da empresa, na Embaixada do Brasil em Buenos Aires. 

"Estamos realizando investimentos para aumentar o fluxo de turistas estrangeiros no Estado do Rio através de parcerias com empresas aéreas como a TAP, Air France, Norwegian Air e, hoje, a Flybondi. Atualmente, o Rio de Janeiro está entre os principais destinos dos argentinos, mas vamos atrair ainda mais visitantes com voos semanais da Flybondi. O Rio está mudando e isso é resultado da divulgação do nosso trabalho",  ressaltou o governador.

Durante a reunião, também foram discutidas ações conjuntas de promoção turística e o potencial da nova rota da Flybondi, que vai operar do Aeroporto Internacional El Palomar, em Buenos Aires, ao Aeroporto Internacional do Galeão.

"Estamos muito animados para começar a operar no Rio de Janeiro, nosso primeiro destino no Brasil. Essa parceria demonstra o comprometimento que temos para conectar cada vez mais a Argentina ao Rio. Isto significa um crescimento do emprego direto e indireto, beneficia o desenvolvimento econômico e turístico do destino e permite que milhares de pessoas voem a taxas baixas", disse Sebastián Pereira, CEO da Flybondi.




Fonte: O Dia