Somada com a queda ainda maior de 3,8% do PIB em 2015, o Brasil teve dois anos seguidos de recessão, o que não ocorria desde 1930-1931.
São Paulo – O PIB do Brasil recuou 0,9% no 4º trimestre de 2016 e 3,6% no balanço anual, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A queda trimestral foi a oitava consecutiva e ficou na ponta mais pessimista das projeções de mercado, que iam de -0,3% a -0,9%, com média de -0,5% de acordo com pesquisa da Bloomberg com 34 analistas.
Com o recuo anual de 3,6% somado com a queda ainda maior de 3,8% em 2015, o Brasil teve dois anos seguidos de recessão, o que não ocorria desde 1930-1931.
Na conta anual, houve recuo em todos os setores: agropecuária (-6,6%), indústria (-3,8%) e serviços (-2,7%).
O PIB fechou 2016 com valor de R$ 6.266,9 bilhões, o que levou a uma queda em termos de reais de 4,4% do PIB per capita, que ficou em R$ 30.407.
O consumo das famílias aprofundou a queda de 3,9% em 2015 para 4,2% em 2016, resultado da “deterioração dos indicadores de juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano”, segundo o IBGE.
A taxa de investimento em relação ao PIB caiu quase dois pontos percentuais em um ano, indo de 18,1% para 16,4%.
“Este recuo é justificado pela queda da produção interna e da importação de bens de capital, sendo influenciado ainda pelo recuo da construção”, diz o IBGE.
A taxa de poupança caiu de 14,4% para 13,9% no mesmo período. O ano teve leve alta das exportações (1,9%) e queda acentuada das importações (-10,3%).