Petrobras tem melhora operacional em 2016; dívida permanece alta.

A melhora operacional, juntamente com a redução dos custos financeiros, resultou em um lucro líquido de 2,51 bi de reais no quarto trimestre de 2016.


Rio de Janeiro – A Petrobras teve uma melhora significativa no desempenho operacional em 2016, com forte redução de seu endividamento, mas ainda tem a maior dívida da indústria de petróleo global, o que inspira muitos cuidados, afirmou nesta terça-feira o presidente da estatal, Pedro Parente.
A melhora operacional, juntamente com a redução dos custos financeiros, resultou em um lucro líquido de 2,51 bilhões de reais no quarto trimestre de 2016, revertendo prejuízo de 36,9 bilhões de reais no mesmo período do ano anterior.
O lucro, contudo, ficou abaixo da previsão média de analistas consultados pela Reuters de 3,701 bilhões de reais no período, após prejuízo líquido de 16,458 bilhões de reais no terceiro trimestre.
A dívida líquida da companhia, em reais, recuou 20 por cento em 2016, e fechou o ano a 314,12 bilhões de reais. Em dólares, a dívida reduziu em 4 por cento para 96,381 bilhões de dólares.
A empresa também registrou fluxo de caixa livre positivo pelo sétimo trimestre consecutivo, de 11,953 bilhões de reais.
“Trazer essa dívida para abaixo de 100 bilhões de dólares é um marco importante, mas ainda é próximo de 100 bilhões de dólares. A gente precisa manter o nosso foco e a nossa concentração na redução desse número”, afirmou Parente, durante coletiva de imprensa após a publicação dos resultados.
Para o executivo, a alavancagem ainda está num nível alto, especialmente nas condições brasileiras, onde as taxas de juros reais são elevadas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado subiu 31 por cento para 24,788 bilhões de reais, “em função das maiores margens de diesel e gasolina e dos menores gastos com importações e participações governamentais. A margem Ebitda ajustado foi de 35 por cento no quarto trimestre”.
O lucro operacional no quarto trimestre foi 11,8 bilhões de reais, ante prejuízo operacional de 40,9 bilhões de reais no mesmo período de 2015.
No ano, o fluxo de caixa livre foi 41,572 bilhões de reais, 2,6 vezes superior ao registrado no exercício de 2015, refletindo a redução de investimentos em 32 por cento e a maior disciplina na utilização de capital, disse a empresa.
No ano, a companhia registrou prejuízo líquido de 14,824 bilhões de reais, ante prejuízo de 34,836 bilhões em 2015, e o Ebitda ajustado subiu 16 por cento para 88,693 bilhões de reais. Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado caiu para 3,54 vezes ante 5,11 em 2015.
Como não apresentou lucro, a empresa não irá pagar dividendo aos acionistas e nem participação nos lucros e resultados.





Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier, da Reuters.

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