É o maior resultado
da série do IBGE, iniciada em janeiro de 2012. No período, 1,089 milhão de
pessoas perderam o emprego com carteira em relação ao total de igual etapa de
2014.
A recessão tem levado um número cada vez
maior de pessoas a buscar uma vaga na tentativa de recompor a renda da família.
Na ausência de oportunidades, 2 milhões de brasileiros engrossaram a fila do
desemprego no trimestre até agosto em relação a igual período de 2014, assim, a
taxa de desocupação atingiu 8,7%, a maior da série da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012. A renda média real do
trabalhador foi de R$ 1.882,00 trimestre até agosto de 2015. O resultado
representa alta de 1% em relação ao período de junho a agosto de 2014 e recuo
de 1,1% ante os três meses até maio deste ano. Esta comparação é feita com o
trimestre até agosto ante o trimestre até maio para que não haja repetição das
informações coletadas, já que a cada mês, segundo o IBGE, são visitados 33% dos
domicílios da amostra. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou
R$ 167,8 bilhões no trimestre até agosto de 2015, alta de 1,2% ante igual
período de 2014 e recuo de 1,1% ante o trimestre até maio deste ano. Recorde A
alta no número de desempregados também foi recorde, informou nesta quinta-feira
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São jovens que
antecipam a procura por uma vaga e adultos mais velhos, principalmente
mulheres, que deixam a inatividade na tentativa de ajudar no orçamento
doméstico. “A busca por estabilidade faz com que mais pessoas sigam para o
mercado de trabalho, que não está contratando”, observou Cimar Azeredo,
coordenador de Trabalho e Rendimento do órgão. No trimestre até agosto, 1,089
milhão de pessoas perderam emprego com carteira assinada em relação a igual
período do ano passado. “Quando isso acontece, ela perde a cobertura social, a
possibilidade de planejar decisões de consumo. Há ainda impacto na arrecadação,
pois para de recolher à Previdência”, diz a economista Maria Andréia Lameiras,
pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Como
resultado, a piora não aparece apenas em indicadores como a taxa de desemprego
ou o número de pessoas que buscam colocação. Tanto Azeredo quanto outros
especialistas afirmaram que a mudança mais preocupante é na qualidade. “No
momento em que alguém perde o emprego formal, não é só ele que sai atrás de uma
vaga, e é aquela história: o que conseguir, conseguiu”, disse Maria Andréia. O
“jeitinho” encontrado pelos brasileiros, segundo a economista do Ipea, foi
recorrer ao emprego informal. Em um ano, 926 mil pessoas se inseriram no
mercado por conta própria, uma posição marcada, sobretudo, pela ausência de
registro e de benefícios sociais. Estão nessa categoria os vendedores
ambulantes. O rendimento médio também é menor. “Em geral, todos os grupamentos
estão perdendo formalização, principalmente o comércio, que é canal de entrada
para aquele que perde o emprego e acaba montando o próprio negócio”, disse
Azeredo, do IBGE. Sem sinais positivos para a atividade econômica,
especialistas esperam que o mercado de trabalho siga piorando nos próximos
meses. Para José Marcio Camargo, economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, a
taxa de desemprego vai a 12% em meados de 2016. “Certamente a taxa vai
continuar aumentando em 2016”, disse. (Colaborou Gabriela Lara)
Fonte:
JC
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