Taxa do cheque somou
263,7% ao ano em setembro, maior desde 1995. Juro do cartão de crédito é maior
da série, que começa em março de 2011.
Os juros médios cobrados pelos bancos nas
operações com cheque especial atingiram, em setembro, o maior patamar em 20
anos, ao mesmo tempo em que a taxa média cobrada pelas instituições financeiras
no cartão de crédito rotativo superaram a marca dos 410% ao ano, segundo
números divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (27).
No caso do cheque especial, informou a
autoridade monetária, os juros cobrados em setembro somaram 263,7% ao ano, o
que representa um aumento de 10,5 pontos percentuais em relação ao patamar do
mês anterior, quando estavam em 253,2% ao ano. É o maior patamar desde setembro
de 1995, quando estavam em 271,4% ao ano, ainda de acordo com dados do BC. Os
juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos
últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento,
portanto, foi de 115 pontos percentuais nos últimos 19 meses. Somente neste
ano, a alta foi de 62,7 pontos percentuais, segundo informações da autoridade
monetária.
Cartão
de crédito
Já os juros médios cobrados pelos bancos nas
operações com cartão de crédito rotativo, a modalidade mais cara do mercado,
voltaram a subir em setembro e atingiram a marca de 414,3% ao ano, informou o
Banco Central. O patamar é o maior desde o início da série histórica, em março
de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de
crédito. Juntamente com o cheque especial, os juros do cartão de crédito
rotativo são os mais caros do mercado. A recomendação de economistas é que os
clientes bancários paguem toda a sua fatura do cartão no vencimento, não
deixando saldo devedor, e que evitem também usar o cheque especial.
Alta
dos juros básicos da economia
O aumento dos juros bancários acompanha a
alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para
tentar conter as pressões inflacionárias.
A taxa subiu entre outubro do ano passado e
setembro deste ano - avançando de 11% para 14,25% ao ano, uma alta de 3,25
pontos percentuais. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de
juros ao consumidor de maneira mais intensa. Reportagem publicada recentemente
pelo jornal norte-americano “The New York Times” diz que os juros praticados em
algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir
vergonha”, citando os dos cartões de crédito. Segundo um levantamento feito
pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica,
a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil
foi de 18,23% em 2014 – mais do que o dobro da rentabilidade dos bancos
americanos (7,68%).
No caso das operações de crédito pessoal para
pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a
taxa média cobrada pelos bancos somou 118,3% ao ano em setembro, contra 119,9%
ao ano em agosto. Nesse caso, houve uma queda de 1,6 ponto percentual. Ainda
segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas
operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou
27,6% ao ano em setembro – o que representa um recuo de 0,2 ponto percentual em
relação a agosto (27,8% ao ano). Segundo o BC, a taxa média de juros para
aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 25,6% ao ano em
setembro, contra 24,8% ao ano em agosto deste ano. Neste caso, houve um aumento
de 0,8 ponto percentual.
Fonte:
G1
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