O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou
nesta sexta-feira que não houve surpresa nos dados do Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro referentes ao ano passado, mas que os números apontaram para
um início de 2015 sem impulso na atividade doméstica. "Vamos descobrir
(adiante) que a economia deu uma desacelerada forte neste começo de ano",
disse Levy a jornalistas, em entrevista para comentar os dados divulgados mais
cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele,
no entanto, as questões que geravam incertezas já estão sendo respondidas.
"Na medida em que a gente também vai construindo essa estratégia da
retomada do crescimento, certamente a economia vai responder, porque o
principal fator era a incerteza que havia na virada do ano", afirmou. Levy
repetiu que o Brasil vive um momento de transição e que os ajustes em curso na
política econômica são necessários para que a confiança seja retomada e os
investimentos cresçam. O ministro afirmou ainda que o real mais depreciado
ajudará as exportações, beneficiando a economia brasileira à frente. Em relação
aos investimentos, ele espera uma recuperação no segundo semestre deste ano. "Começa
a haver espaço para uma recuperação das exportações. No ano passado, a contribuição
das importações e exportações foi neutra, uma compensou a outra. Este ano, nós
esperamos que haja recuperação das exportações e que, portanto, o setor externo
possa ajudar no crescimento da economia", afirmou o ministro.
Para o ministro, empresas que desejem
"se aparelhar" não só para exportar, mas para atender o mercado
local, podem alavancar a compra de máquinas e equipamentos e, consequentemente,
elevar a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - uma medida de investimento - e
a própria taxa de investimento da economia brasileira. O ministro ressaltou
ainda que a estratégia vem sendo desenvolvida pelo governo em conjunto com o
Congresso Nacional. Levy tem mantido conversas com deputados e senadores nas
últimas semanas para diminuir a rejeição das medidas de ajuste fiscal entre os
parlamentares. O IBGE divulgou que a economia brasileira cresceu 0,3% no quarto
trimestre na comparação com os três meses anteriores, beneficiada pela expansão
do setor agropecuário. No acumulado de 2014, porém, a atividade teve expansão
mínima de 0,1%, com a FBCF recuando 4,4%, o pior resultado desde 1999.
Fonte:
JESP
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