Dívida pública federal bate recorde em outubro.

Crescimento foi de 1,69% no mês, para R$ 2,022 trilhões, o maior valor da história. Segundo os dados do Tesouro, estoque aumentou R$ 14,5 bilhões em relação ao final do ano passado.

A Dívida Pública Federal (DPF) bateu novo recorde em outubro ao crescer 1,69% e atingir R$ 2,022 trilhões, o maior valor da história. Foi a segunda vez que o estoque da dívida atingiu o patamar de R$ 2 trilhões. A última vez foi em dezembro de 2012. O volume continuará subindo nos últimos dois meses do ano, segundo o Tesouro Nacional, e ficará dentro da banda estabelecida de R$ 2,1 trilhões a R$ 2,24 trilhões. Desde janeiro, a dívida tem ficado abaixo dessa meta estabelecida no Plano Anual de Financiamento (PAF) porque o Tesouro tem feito resgates de títulos em valores muito maiores do que as emissões de novos papéis. Nos dez meses do ano até outubro foram retirados do mercado R$ 157,4 bilhões em títulos. No entanto, o estoque não caiu porque a incorporação de juros na DPF foi maior e somou R$ 172 bilhões no mesmo período. Segundo os dados do Tesouro, o estoque cresceu R$ 14,5 bilhões em relação ao fim do ano passado. Em outubro, entretanto, o Tesouro vendeu R$ 15,3 bilhões acima do valor dos vencimentos de títulos no mês. Os juros pagos no mês passado somaram R$ 18,4 bilhões. Esses dois fatores explicam o crescimento da dívida em relação a setembro. Também colaborou com o resultado a emissão de títulos no valor de R$ 3,35 bilhões para cobrir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), para garantir a prometida redução de tarifas de energia ao consumidor. No ano, já soma R$ 6,37 bilhões a venda de papéis com essa finalidade.
Novas emissões
Até o fim do ano, o Tesouro deve ter que fazer novas emissões para a CDE, além de um repasse de mais de R$ 20 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, garantiu ontem que essas operações não foram realizadas neste mês. O governo ainda terá que editar medida provisória para autorizar o Tesouro a vender papéis a favor do BNDES. Devido às turbulências do mercado este ano, sobretudo em função das incertezas sobre a retirada dos estímulos monetários pelos Estados Unidos, o Tesouro tem tido dificuldade em enquadrar os parâmetros da dívida nas metas do PAF. Com isso, segundo Garrido, “é possível fechar 2013 com uma participação dos títulos remunerados pela variação da taxa Selic acima do teto fixado em 19%”. Esses títulos são considerados mais difíceis para a administração da dívida porque dependem da política monetária adotada pelo Banco Central. "Nossa expectativa é que se aproxime dos 19% até o final do ano. Um pouco abaixo ou acima, dependendo das emissões em novembro e dezembro", afirmou. A participação desses títulos está em 19,95% em outubro. O coordenador, porém, acredita que a participação dos papéis prefixados ficará dentro da banda de 41% a 45%. No mês passado, esses títulos respondiam por 40,74% do total da dívida pública. Esses são considerados os melhores papéis para a administração da dívida porque fixam a remuneração ao investidor. A participação dos investidores estrangeiros na Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) sofreu leve queda, de 17,22% em setembro para 16,91% no mês passado. Em valores nominais, porém, houve pequeno aumento, de R$ 190 milhões, e atingiu R$ 326,96 bilhões. A fatia dos estrangeiros caiu principalmente porque os bancos aumentaram sua participação. Garrido destacou, porém que os estrangeiros trocaram os títulos com prazos mais curtos por papéis com vencimentos mais longos. Para ele,isso melhora o perfil da dívida. "A interpretação é que investidores estão vendo que taxas para prefixados de longo prazo são bastante atraentes."



Fonte: JC

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