Ciclo da Selic de um dígito deve terminar nesta semana.

Economistas consultados em pesquisa do Jornal do Commercio e da agência Bloomberg são unânimes na aposta de alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 10% ao ano.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de amanhã e quarta-feira deve marcar o fim da Selic de um dígito. Na opinião dos 25 economistas consultados pelo Jornal do Commercio e pela agência de notícias Bloomberg, no último encontro de 2013 o Comitê deve dar sequência aos aumentos do juro básico da economia, com a adição de 0,5 ponto percentual à taxa, fixando-a em 10% ao ano. A inflação persistente é o principal fator de elevação da Selic. Para os economistas, o ciclo de altas deve continuar em 2014. A Selic, que há dez anos chegou a ultrapassar 26%, esteve fixada em 7,25% de outubro de 2012 a março deste ano, o menor percentual da história. De lá para cá, a alta do dólar e a inflação persistente fizeram o BC voltar a reajustar a taxa, que subiu nas últimas cinco reuniões do Copom realizadas desde então, até o nível atual de 9,5% ao ano. “A sinalização do Banco Central tem sido bastante clara de que a taxa deve subir, especialmente por causa do quadro de inflação persistente”, afirma o economista sênior do Espirito Santo Investment Bank, Flávio Serrano. O gestor de investimentos da Lecca, Carlos Haber, e o diretor de gestão de recursos da Ativa, Arnaldo Curvello, concordam com Serrano. Para eles, os sinais dados nas atas das últimas reuniões do Copom é de que ainda não é o momento de desacelerar ou mesmo estabilizar a Selic, tendência que deve se manter na reunião seguinte do Conselho, marcada para os dias 14 e 15 de janeiro, já que a expectativa é que “a inflação chegue ao final de 2013 acima do esperado, por volta de 5,9% ao ano, longe do centro da meta, de 4,5%”, afirmou Haber. Os dois economistas também são unânimes a respeito da reunião de janeiro: ambos acreditam em pelo menos mais um reajuste de 0,25 ponto percentual, que elevará a Selic a 10,25%. “Com os números fracos do Produto Interno Bruto (PIB), o governo vai começar a desacelerar o aumento da Selic, que ainda pode ser reajustada mais uma vez, mas não deve ultrapassar 11%”, afirma Serrano. “Esses aumentos no início do ano do ano que vem devem ser os últimos, e o restante de 2014 tende a ser de Selic estável”, completa. Arnaldo Curvello, da Ativa e Carlos Haber da Lecca apostam que a taxa chega a dezembro do ano que vem na casa dos 10,5%. Para Serrano, embora as eleições presidenciais possam ter alguma influência no comportamento da Selic em 2015, independentemente de quem vença o pleito, não devem acontecer muitas mudanças. “No ano de 2015 devem ocorrer ajustes nas políticas monetária e fiscal, independente de quem seja eleito”, aposta Serrano, que ressalta ainda que a forma como esses ajustes serão feitos dependerá não apenas do candidato eleito, mas das informações que vierem das urnas. “Dependendo do resultado, estas mudanças podem ser maiores ou menores”, completou.



Fonte: JC

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