Brasil embarca na modernização, mas não vai voando

O gordo e o magro! Podemos apelidar assim os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e o de Confins, em Minas Gerais. O resultado do leilão de concessões das operações dos dois aeroportos surpreendeu, principalmente na disputa pelo carioca.  Antes de falar dos valores bilionários alcançados no leilão, é preciso dar mérito aos consórcios vencedores. O grupo que levou o Galeão, o consórcio Aeroportos do Futuro, é liderado pela Odebrecht, velha conhecida dos brasileiros. E tem como sócia a empresa que opera o aeroporto de Cingapura, considerado o melhor do mundo.  Quem levou Confins, o consórcio Aero Brasil, foi o grupo liderado pela CCR, já popular para quem utiliza rodovias em vários lugares do país. Eles trouxeram para a sociedade os suíços que cuidam do aeroporto de Zurique. Esse também uma referência mundial. A experiência das empresas que desembarcam no Brasil para arrumar nossos aeroportos dá algum alento na expectativa pela qualidade do que pode vir por aí. Os novos “donos” só embarcam em março do ano que vem. Até lá, a Infraero continua tocando as obras no Galeão (bem precárias, diga-se de passagem) e em Confins.
Os bilhões
Foram mais de R$ 20 bilhões para um lance mínimo (para os dois aeroportos) de R$ 5,9 bilhões. O que resultou num ágio total de 251,74%. O “gordo” Galeão foi arrematado por R$ 19 bilhões. E o “magro” Confins recebeu lance de R$ 1,82 bilhões, com ágio de 66%. Bom, né? Sim, mas já foi melhor. Na primeira rodada de concessões de aeroportos, em fevereiro de 2012, o governo vendeu o de Brasília, por exemplo, com ágio acima de 600%. O internacional de Guarulhos, saiu, sozinho, por 370% a mais do valor mínimo. Os números não mentem. O interesse pelo Brasil não acabou, nem poderia. Afinal, somos o país do futuro. Mesmo! Mas a coragem para investir sendo sócio do governo diminuiu bastante. Que sejam bem-vindos os investimentos que vão levar o país, finalmente, para um mundo mais moderno na aviação. Mas sem pressa, porque não vamos voando.


Fonte: G1

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