Aumenta pessimismo dos empresários fluminenses

O pessimismo em relação aos efeitos da crise financeira mundial abateu os empresários fluminenses; o percentual que acredita que o cenário econômico será pior este ano que em 2008 subiu de 10,3% para 73,4%. O percentual de otimistas - que acreditam na melhoria - caiu de 56,4% para 6,7%. Os dados são parte da quinta edição da sondagem A força do estado do Rio de Janeiro, apresentada ontem pela PricewaterhouseCoopers (PWC) e a Câmara Americana de Comércio (Amcham), em evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Para o estudo, foram ouvidas de 30 empresas dos setores de serviços, mídia, entretenimento, farmacêutico, industrial, informática, telecomunicações, petroquímico saúde, óleo e gás. Destas, 90% registram faturamento acima de R$ 100 milhões e têm mais de mil empregados. O número de consultados que confiam em um quadro estável no cenário deste ano declinou de 30,7% para 16,6%. O encontro na ACRJ reuniu cerca de 130 empresários para discutir as expectativas para geração de oportunidades e o incremento de negócios no estado do Rio de Janeiro dentro do novo cenário econômico.A expectativa dos empresários e executivos do estado sobre o Produto Interno Bruto (PIB), segundo a sondagem, também demostra pessimismo. Na opinião da maioria dos entrevistados, a pesquisa apontou que o PIB ficará abaixo de 4%, sendo esse o menor índice oferecido como resposta. Enquanto 16,7% dos executivos apostam em um PIB de 5%, 10% acreditam que alcançará crescimento de 4%, e 6,7% dos entrevistados apostam em um crescimento de 6%. O estudo da PWC apontou também que 80% dos entrevistados acreditam que o atual maior desafio empresarial é lidar com a carga tributária. A contratação e a retenção de capital humano continuam sendo um desafio, segundo a pesquisa, mas apareceram com menos força do que no ano passado (26,7% comparados a 30,8%). Em segundo lugar, indicado como segundo principal desafio dos empresários em 2009, está o custo financeiro, opção de 40% dos entrevistados. A falta de legislação adequada ocupou o quarto lugar entre as 20 respostas possíveis. A economia informal apareceu na quinta posição. Este ano, o índice passou de 12,8% para 20%. A regulamentação setorial, por outro lado, apresentou menos impacto neste ano - caiu de 30,8% para 20%.Ações político-econômicas para a melhoria do ambiente de negócios também foram abordadas no encontro, que teve como convidados Felipe Góes, presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), e Antonio Castello Branco, gerente de relações com investidores da LLX. Branco mostrou a importância econômica e logística da implantação dos portos do Açu e do Sudeste para o estado do Rio.O diretor executivo do Instituto de Estudos e Trabalho e Sociedade (Iets), André Urani, foi um dos poucos a demonstrar otimismo. "Aqui no Rio de Janeiro, pelo menos, o presidente Lula acertou no que disse em relação a crise financeira - foi uma 'marolinha'. Não tivemos retração de empregos formais. O Rio tem vivido um momento bom para a economia", analisou. O evento foi encerrado com palestra do secretário estadual de segurança pública do governo do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que explicou como o governo do estado vem atuando na questão da segurança pública, e os seus impactos no ambiente de negócios. Segundo Beltrame, o trabalho vem sendo realizado de forma integrada entre os diversos entes envolvidos.
Fonte: JC

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