Dia morno na Bovespa

Com todos os mercados à espera do relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos ("payroll"), que sai hoje e pode dar o norte do movimento dos investidores no mês de setembro, a Bovespa teve um pregão de recuperação modesta, mantendo-se colada às bolsas norte-americanas. Na segunda hora do pregão, o Ibovespa chegou a visitar o terreno negativo, movimento que se repetiu por volta de 15hs. Mas o ânimo voltou na última hora, levando a uma alta de 0,58% no índice.Vale e siderúrgicas puxaram os ganhos que, no final, ainda tiveram uma mãozinha da Petrobras, que virou para cima na ação PN, a mais líquida. A bolsa fechou em alta de 0,58%, aos 55.707,17 pontos. Na mínima do dia, registrou 55.339 pontos (-0,08%) e, na máxima, os 55.888 pontos (+0,91%). No mês, acumula baixa de 1,38% e, no ano, alta de 48,35%. O giro financeiro, sinalizando que os negócios não foram dos mais animados, totalizou R$ 4,514 bilhões, abaixo da média do ano. As bolsas americanas e brasileira mantiveram-se em alta em razão das boas notícias da China (o índice Xangai subiu 5,5%, com garantias do governo de que a política expansionista vai se manter) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que afirmou que a economia global está emergindo de sua pior depressão desde a Segunda Guerra Mundial mais rapidamente do que a entidade havia previsto há três meses. Nos Estados Unidos, grandes redes varejistas anunciaram vendas acima das expectativas em agosto. E o índice do setor de serviços no país foi o maior desde setembro de 2008.No Brasil, Vale ON subiu 1,31% e PNA, 1,09%, acompanhando a alta dos metais no exterior. A mineradora anunciou ontem que irá retomar gradativamente as operações na mina de Água Limpa, em Minas Gerais. Petrobras ON caiu 0,24%, mas a PN subiu 0,12%.Para o "payroll", a expectativa é de que a economia americana registre menos 233 mil postos de trabalho. Um número melhor que isso parece ser a única esperança da recuperação do movimento altista no curto prazo."Sem um fato novo, sem 'oxigênio' novo, não há realmente motivo para o investidor voltar a comprar. Hoje, foram somente algumas compras pontuais, de grandes investidores que venderam bastante nesses dias e acharam algumas ações a preços mais oportunos", comenta Antonio Cesar Amarante, gestor de investimentos da corretora Senso. O analista, como outros profissionais do mercado, também não vê uma retomada da tendência de alta no curto prazo, pelo menos para o mês de setembro. "Nós temos que lembrar que a Bolsa, no pior momento da crise, chegou aos 29 mil pontos (em outubro de 2008). De lá para cá praticamente dobrou. O investidor tem alguma certeza de que a crise realmente acabou? Não. Na dúvida, o que ele vai fazer é botar esse dinheiro no bolso", acrescenta. Juros. A maioria das taxas de juros encerrou o dia em leve alta, mas este movimento esteve mais ligado ao cenário externo relativamente tranquilo do que à decisão do Copom de manter a taxa Selic em 8,75% ao ano. Na sessão regular na BM&F, a taxa de janeiro de 2010 projetou 8,64%, de 8,61% no fechamento e 8,60% no ajuste de quarta-feira. Esse vencimento foi o mais líquido hoje, com 225.690 contratos negociados. O DI de janeiro de 2011 projetava taxa de 9,74%, de 9,71% do fechamento e 9,69% no ajuste de quarta-feira. Já janeiro de 2012 ( 30.810 contratos) encerrou estável em 11,05% ante o ajuste e fechamento da véspera.
VOLTA AO AZUL NOS EUA.
As bolsas de valores norte-americanas terminaram em alta nesta quinta-feira e quebraram uma sequência de quatro dias de perdas, depois que dados do varejo melhores que o esperado aliviaram temores sobre a economia antes o payroll, que sai hoje.O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, avançou 0,69%, para 9.344 pontos. O Nasdaq subiu 0,82%, para 1.983 pontos. O Standard & Poor's 500 ganhou 0,85%, para 1.003 pontos.Após as fortes quedas nesta semana, o S&P 500 voltou a superar os mil pontos, à medida que o tom positivo por conta das vendas de algumas varejistas em agosto foi complementado por uma pesquisa mostrando uma melhora no setor de serviços dos Estados Unidos.As ações dos segmentos financeiro e varejista estiveram entre as líderes do dia, com os papéis do Bank of America avançando 3,5 por cento, enquanto os do Citigroup ganharam 4,8 por cento. O índice S&P do setor financeiro subiu 2,3 por cento."Isso é a crença de que a economia está num estágio de recuperação. O rali que os mercados tiveram hoje ocorreu por fatores relacionados ao crescimento da economia", disse Owen Fitzpatrick, chefe do grupo de equities dos EUA na gerência de saúde privada do Deutsche Bank. "De fato, nós tivemos uma pausa, mas a realidade é que estamos numa recuperação econômica."O Departamento de Trabalho dos EUA deve divulgar os números sobre as demissões do país em agosto hoje, o que deve clarear a perspectiva para a recuperação econômica.O dado sobre os cortes de vagas, acompanhado pela taxa de desemprego referente a agosto, será anunciado antes de um final de semana prolongado por conta feriado do Dia do Trabalho. Na segunda-feira, os mercados financeiros norte-americanos ficarão fechados.Europa estável. Os principais índices do mercado de ações europeu fecharam ontem em baixa, em sua maioria, porém perto da estabilidade, refletindo a cautela dos investidores antes da divulgação relatório do governo dos EUA sobre o nível de emprego do país - o "payroll". Mais cedo, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa básica de juro em 1% e o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, afirmou que ainda não é hora de adotar estratégias de saída para as medidas de estímulo. A decisão veio dentro do que havia sido previsto pelo mercado. O índice pan-europeu Dow Jones Stoxx 600 subiu 0,04%, a 230,68 pontos, após recuar 2,9% ao longo das últimas três sessões. O índice FTSE-100 da Bolsa de Londres recuou 20,80 pontos (0,43%), para 4.796,75 pontos. Em Frankfurt, o índice Xetra-DAX caiu 18,42 pontos (0,35%), para 5.301,42 pontos. Na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve queda de 19,62 pontos (0,55%), para 3.553,51 pontos. Em Madri, o índice IBEX-35 ganhou 18,40 pontos (0,17%), para 11.018,10 pontos. Os investidores realizaram lucros em papéis de setores defensivos, como o farmacêutico e o de alimentos, que registraram as perdas porcentuais mais acentuadas no Stoxx 600.
Finte: JC

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