A eleição dos perdedores

O drama eleitoral de ontem encerra a singularidade de dois resultados. O resultado ostensivo aponta a vitória de Dilma Rousseff e de seu patrono-mor, o presidente Lula. Mas nada conseguirá apagar da História o resultado oculto – e igualmente verdadeiro – que só aponta perdedores. Perdeu o presidente da República, ao deslustrar seu imenso prestígio pessoal no uso da máquina governamental em favor de um dos lados, além de ter alguns de seus atos condenados pela Justiça Eleitoral como delitos. O mandato da próxima presidenta perde autonomia antes até de nascer, posto que o eleito não foi ela, mas "o cara". Perdeu – mais até que nas urnas – o titular dos mais sólidos atributos por permitir que marqueteiros ineptos lhe sequestrassem a campanha impondo todo o tempo o tom pouco enérgico dos derrotados. Perde a Nação, exaurida pelo aparelhamento insaciável do Estado. A própria instituição da democracia brasileira sai perdendo, ao reeditar em escala nacional o voto de cabresto que os "coronéis" do interior costumam impor ao gentio intimidado. Em compensação, os marqueteiros de ambos os lados sairão desta eleição mais abastados. Eles e os mensaleiros...
Fonte: JC

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